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Amores Opostos

Capítulo 4 – Amores Opostos

A MINHA FELICIDADE OU A SUA?

Lisboa, 3 de Setembro de 2004.

Aparecido Rodrigues, ficou encarregado de investigar, mais um crime na cidade de Lisboa, para começar ele colheu o depoimento de José Alberto Júnior, e agora começara a colher o depoimento de José Alberto.

– Pode começar senhor Alberto.

José Alberto sempre muito frio começa.

– Bem delegado, tudo começou quando recebo a notícia que o Júnior, meu filho, pretendia se noivar, e iria ter um jantar para prestigiar a ocasião, então minha esposa e eu decidimos vir…
– Desculpe-me, Júnior é filho único?
– Não senhor, Júnior tem uma irmã, Marina, ela não pode vir, está no quarto período de medicina, ela viria no casamento mas…
-Mas não haverá mais casamento.
– Sim delegado.
– Então o que aconteceu quando o senhor e sua esposa chegaram em Lisboa?
– Júnior nos buscou no aeroporto, e nos levou no seu apartamento, e que apartamento, meu filho soube escolher, era bem localizado, luxuoso, estava orgulhoso pelo meu filho ter adquirido aquele imóvel com o dinheiro que mandei.
– Adiante-se senhor!
– Pois bem, tudo era flores até eu conhecer a futura noiva de meu filho, Helen, aquela mulher não prestaria pro meu filho.

Curioso com a história o delegado quis saber mais.

– E como o senhor podia ter tanta certeza? Me responda aquela era a primeira vez que a via?
– Não delegado.
– Então…
– Helen já foi minha amante.

Ainda surpreso com a sinceridade de José Alberto, Aparecido solta um pequeno comentário.

– Agora a história começa a ficar mais interessante…
– Quando tive a oportunidade de ficar a sós com Helen…

Aparecido se empolga.

– Vocês transaram loucamente e…

Muito sério, José Alberto diz:

– Posso continuar senhor Delegado?
– Ah sim claro, desculpe.
– Eu perguntei o motivo dela estar ali, o que levava ela a noivar com meu filho e a única resposta que ela me dava era “Vingança”.
– Espere, então quando vocês eram amantes ela tinha informações de sua família?
– Sim.
– E o que levou vocês se separarem?
– Descobrir que ela foi responsável pela morte de um fazendeiro de Minas Gerais, apesar dela ter sido inocentada, sabia que ela tinha algo a ver…
– E como podia ter tanta certeza?
– Ela apareceu com muito dinheiro na época, ela sempre foi classe E, confesso que eu a sustentava, de certa forma Helen sabia me satisfazer na cama.
– E como terminou o caso de vocês?
– Eu terminei, não podia admitir ter algo haver com ela, caso ela fosse presa, paguei o melhor advogado do Rio de Janeiro a ela. Por sorte ela foi inocentada, e disse que não podíamos continuar, dei muito dinheiro para ela sumir.
– E sumiu?
– Sumiu, mas apareceu aqui em Portugal e seria a atual esposa do meu filho se…
– Se ela não tivesse morrido. Então já sabemos que você é um forte suspeito sobre o assassinato da sua ex-futura nora, me responda senhor José Alberto, você tem algo haver com a morte de Helen? Ou melhor você matou Helen?
– A vingança era comigo seu delegado, não tenho mais motivos que me levam a mentir pro senhor, sim eu a matei.

Ainda perplexo, o delegado tenta entender o que levou o crime.

-Prossiga…
– Ela disse que só me deixaria em paz se alguém morresse, eu a matei, ela me deixou em paz.
– No depoimento do seu filho ele deixou subentendido, que Helen a chantageava, ele tem algo haver com a morte de Helen?
– Felizmente não, Helen me disse que o chantageava, e que não importaria o que dissesse a ele, ele nunca a  deixaria.
– Continue.
– Acho que foi esse segredo que me fez matar Helen, foi a forma que achei de libertar o meu filho daquela cobra, eu tinha que escolher a minha felicidade ou a de meu filho…
– Escolheu a dele, e sua esposa como ela fica nisso, sabemos que dias antes do assassinato ela já tinha ido para o Brasil, qual o motivo dela ter ido antes do senhor?
– O noivado foi adiado duas vezes, semana passada, Catarina ouviu uma das minhas discussões com Helen, Catarina é muito culta e só pôs tudo as claras quando estávamos a sós, contei a ela tudo que sabia de Helen, ela disse que estava tudo bem se eu fizesse algo pra acabar com o noivado, e deixar nosso filho feliz.
– Então ela é a mandante do crime?
– Não, apesar de Catarina ser interesseira, e extremamente ambiciosa ela seria incapaz de tamanha violência.
– Você disse não ter motivos para mentir, quais motivos te levam a dizer a verdade?
– Eu vim de baixo, não me orgulho do homem triste que me tornei, minha mulher só está comigo nas aparências, tem medo do que os amigos iam pensar se nos separassem. Marina apesar de ser doce, quando não fazíamos sua vontade se tornava uma patricinha mimada, o único que me orgulhava era Júnior, apesar de viver com meu dinheiro, me fazia o pai mais feliz todas as suas conquistas, me fez até aceitar seu emprego de escritor, um escritor renomado numa família de médicos donos de hospital, parece até ironia, mas aí veio Helen, e descobriu o ponto fraco dele…
– Ponto fraco dele é o segredo, estou certo?
– Está.
– Quando você decidiu matar Helen?
– Não diria quando eu decidir. A morte dela não foi arquitetada, se fosse não teria matado ela com minhas próprias mãos. Creio que o ponto ápice para a morte de Helen, foi o fato de eu descobrir que ela chantageava meu filho.
– Como descobriu?
-Foi por intermédio de uma discussão que eles tiveram,  estava chegando de um café e ouvi do que se tratava o segredo de Júnior, ele estava certo em esconder aquilo de todos, eu fiquei furioso ao ouvir aquilo, como pudera um filho meu…

Esse foi o único momento que José Alberto se alterou batendo na mesa.

– Acalme-se.

Ele respirou fundo e continuou.

– Como eles não notaram a minha presença, resolvir sair peguei o primeiro taxi que apareceu, entrei, e fiquei rodando a cidade, me perguntava o que restava de mim? se meu único orgulho, não me orgulhava mais, como mudar tudo? Como restaurar a felicidade pra minha família? Descobrir a resposta dessas perguntas apenas quando estava na frente de Helen, estava a sós com ela, meu filho havia saído, e Helen veio pra cima de mim com mais uma das suas insinuações, dessa vez não me desviei de suas insinuações, e agarrei ela, ali mesmo na cozinha, ela surpresa e alegre me beijou, tirei a roupa daquela puta, e proporcionei a nossa melhor transa, estava com ódio de todos, e quando Helen estava perto de gozar peguei a faca que estava mais próxima, e enfiei no seu peito, repetidas vezes.
– E você diz isso assim, sem culpa alguma? Não se arrepende?
– Acho que já falei o que o senhor queria, posso me retirar?

Delegado Aparecido, pede para levarem José Alberto a cela.

Horas depois encontram o corpo de José Alberto, pendurado pelo pescoço, ele estava morto, na mão havia uma carta que dizia o seguinte.

” Essa foi a decisão mais difícil que tomei, ao contrário da morte de Helen, a minha foi planejada, por isso decidir confessar.
Creio que minha morte trará alegria a minha família no futuro, sei que minha morte não resolverá todos os problemas, pois Marina continuará sendo mimada, desculpe filha, eu a mimei.
Contudo sei que Catarina, não precisará mentir, seja você Catarina, esqueça as aparências.
O mesmo serve pra você Júnior, sei que você é gay, odiaria viver e olhar pra você, seja você mesmo, e não deixe ninguém te chantagear pelo o que você é.
Morri pois escolhi a felicidade de vocês ”

Fim

Colaboração: Vitor Almeida

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