Capítulo 37 – Menina Flor (O Resgate)
Capítulo 37
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Miguel senta Pedro em seu colo: A Malu anda meio doentinha e ela precisa de dinheiro pra pagar uns remedinhos, só isso.
Pedro: Mas o que ela tem?
Miguel: Nada grave, só uma doencinha boba, mas se não tratar pode acabar virando séria.
Pedro salta do colo de Miguel: Eu sei como ajudar.
Miguel: Como?
Pedro: Vou procurar um emprego!
Carlos: Você vai o que?
Pedro: Trabalhar! A Malu me salvou, ela me tirou das ruas, agora se ela precisa de ajuda eu devo fazer o mesmo.
Carlos: E o que você vai fazer?
Pedro: Eu não sei, mas é errando que se aprende.
Miguel senta Pedro em seu colo: Não precisa se preocupar, deixa isso pra nós adultos, eu e a Malu podemos cuidar dessa situação sem você precisar se sacrificar.
Pedro: Tá bom, mas depois vocês falam pra ela que eu quis ajudar.
Lurdes: Tá bem rapaz, agora vai tomar seu banho que é o melhor que você faz.
Cabana na floresta. Thomaz entra no quartinho onde Malu está presa.
Thomaz: Hora do café.
Malu, fraca: Pelo amor de Deus, me deixa ir embora, por favor.
Thomaz tira sua jaqueta e a coloca no chão: Olha você reclama muito, sabia?
Malu: Me deixa ir, eu não aguento mais ficar aqui.
Thomaz: Não! Já disse que não! Olha lá, logo quando você chegou eu prometi não te forçar a nada, mas você tá tornando isso difícil.
Lar Coração de Mãe.
Pedro: Pra mim, a Malu tem alguma coisa grave e eles não querem me dizer.
Diego: Deve ser, o Fábio e a Joana também andam muito nervosos e preocupados e eu aposto que tem alguma coisa a ver com a Malu.
Clara: O Thomaz e a Fernanda também, uma hora ou outra eu os ouço falando dela, mas eles disfarçam se percebem que eu tô por perto.
Pedro: A tia Lurdes e o tio Carlos disseram que a Malu tá doente e o Miguel falou que ela precisava de dinheiro, deu pra ver no tom de voz dele que ele tava nervoso.
Diego: E você perguntou o que ela tem?
Pedro: Perguntei várias vezes, mas eles só dizem que não é nada grave.
Clara: Então não deve ser.
Pedro: Pra todo mundo por aí falar do assunto? Até os irmãos de vocês? Acho difícil. Vai ver eles acham que só porque somos crianças nós não entendemos esse tipo de coisa e estão querendo nos poupar da verdade.
Diego: E o que você tá pensando em relação a isso?
Pedro: Eu disse que podia arranjar um emprego pra ajudar, mas eles não deixaram, mas a Malu me tirou das ruas, eu quero ajudar ela de algum jeito.
Clara: Eu devo ter um pouco da minha mesada guardada, eu tava juntando pra comprar uma boneca, mas a Malu é minha amiga e se for por ela eu me sacrifico.
Diego: Eu também devo ter um pouquinho.
Pedro, animado: Não, eu tive uma ideia, sei de alguém que deve ter bastante dinheiro e que a gente pode pegar dela.
Diego e Clara, juntos: Quem?
Pedro: A diretora Guilhermina!
Cabana na floresta. Malu começa a mexer a cabeça de um lado pro outro e consegue tirar o pano de sua boca.
Malu, quase sem força: Socorro! Alguém me tira daqui!
Malu então repara que o bandido deixou a jaqueta dele no chão dentro do quartinho e que dentro de um dos bolsos há um celular.
Malu se deita e começa a engatinhar: Eu tenho que alcançar aquele celular.
Devagar, Malu consegue “rastejar” pelo chão, com as mãos amarradas, ela engatinha até a jaqueta. Com a boca, Malu consegue tirar o celular da jaqueta e o coloca no chão.
Malu, ofegante: O telefone lá de casa deve estar quebrado, pra quem eu vou ligar?
Malu pensa e tem uma ideia.
Malu: Miguel!
Com a ponta do nariz, Malu consegue discar o número do telefone de Miguel.
Praça da cidade. Miguel está sentado num banco olhando para o seu colar.
Miguel, pensando: Ah Malu, onde será que você tá?
O celular toca. Miguel atende.
Miguel, no celular: Alô?
Malu, do outro lado da linha: Alô Miguel.
Miguel, surpreso: Malu? Malu, é você?
Malu: Sim Miguel, sou eu!
Miguel: Graças a Deus Malu, onde você está?
Malu: Miguel eu tô presa dentro de uma cabana velha no meio da floresta, vem me tirar daqui Miguel, por favor.
Miguel: Tudo bem, mas onde fica essa cabana?
Malu: Eu não sei direito, mas eu acho que fica perto de uma cachoeira que de vez em quando eu ouço barulho de água aqui.
Miguel: Uma cachoeira? Entendi, eu já chego aí.
Malu: Depressa Miguel, depressa, por favor.
Lar Coração de Mãe. Porta da diretoria.
Diego: Isso é uma má ideia.
Pedro: Vocês sabem como a diretora Guilhermina é chata e aposto que é mão-de-vaca, ela deve ter dinheiro e não vai emprestar pra Malu.
Clara: Como você sabe?
Pedro: Ué, se ela é a diretora, ela quem fica com o dinheiro que os pais de vocês pagam pra vocês e os outros virem brincar aqui.
Clara: Mas por que você não pede a ela então? Se vocês moram juntos!
Pedro: Porque aí ela vai fazer um discurso de 2 horas pra no final dizer não, aí eu vou ficar atolado até o pescoço com castigos!
Diego: Se ela pegar a gente tentando aí nós três vamos ficar atolados.
Pedro, abrindo a porta da diretoria: Se vocês pararem de enrolar aí não vamos nos encrencar.
Os dois entram na sala da Guilhermina.
Pedro: Ok, eu procuro na mesa dela, Diego você procura na estante e você Clara procura nas gavetas, e rápido antes que a bruxa chegue.
Os três vão cada um pra um canto da sala. Pedro olha nas gavetas, Diego na estante e Clara nas prateleiras.
Pedro: Acharam alguma coisa?
Diego: Nada ainda, e você Clara?
Clara: Nada também!
Pedro: Então continuem procurando.
De repente, Guilhermina entra na sala.
Guilhermina, furiosa: O que fazem na minha sala?
Floresta. Miguel vai de carro pela floresta.
Miguel: Cachoeira, cachoeira, ela deve ficar por aqui.
Miguel segue o som da água e avista uma velha cabana bem a sua frente.
Miguel: Só pode ser ali.
Miguel pisa fundo e chega à cabana. Ele estaciona o carro e desce.
Miguel abre a porta da cabana: Malu, você está aqui?
De dentro do quartinho, Malu ouve Miguel chegar.
Malu, fraca: Miguel, eu tô aqui!
Seguindo a voz, Miguel vai até o quarto. Ele acha uma porta, a abre e avista Malu jogada no chão.
Miguel corre e abraça Malu: Malu?! Malu, você está bem?
Malu, cansada: Me leva daqui Miguel, me tira daqui.
Miguel, quase chorando: Sim minha Menina Flor, sim.
Miguel segura Malu em seus braços.
Miguel, dando beijos na testa de Malu: Eu vou te levar pra minha casa.
Malu: Sim, por favor.
Fazenda Aguiar Cordeiro.
Rafael: Irene, você não sabe onde o Miguel está?
Irene: Não senhor Rafael, não sei.
Melissa: Deixa Rafael, ele deve ter saído pra respirar um pouco, ele está muito tenso e muito preocupado com o sumiço da Maria Luísa.
Miguel entra correndo na sala carregando Malu nos braços.
Miguel: Pai, pai me ajuda aqui.
Rafael, surpreso: Meu Deus! Malu! Miguel, o que aconteceu?
Miguel: Eu a encontrei pai, eu encontrei ela.
Melissa, surpresa: Não acredito!
Rafael: Mas como isso aconteceu?
Miguel deita Malu no sofá: É uma história comprida. Irene, prepare um banho pra Malu e um prato de comida pra ela, imediatamente.
Irene, saindo da sala: Sim senhor!
Melissa: Miguel, como você a achou?
Miguel: Ela tava numa cabana no meio da floresta, ela conseguiu pegar o celular dos sequestradores e ligou pra mim e eu fui buscá-la.
Rafael: Minha nossa. Ela está machucada?
Miguel: Não sei, mas está fraca.
Melissa: E os bandidos Miguel? Você os viu?
Miguel: Não, não estavam lá! Pai, eu vou ligar pro Dr. Francisco e pro delegado Kleber, peça para o Hugo ir até a casa dos pais dela avisá-los que ela já está aqui.
Rafael: Está bem!
Quarto de Rafael e Melissa. Melissa pega o celular e liga pra Fernanda.
Melissa, no telefone: Fernanda?!
Fernanda: Alô dona Melissa, tudo bem?
Melissa: Sem tempo para enrolação, o Miguel encontrou a Maria Luísa!
Fernanda, surpresa: O quê?
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