Capítulo 36, Saber Viver
CENA 1. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/TARDE
DAVI Você por aqui? – pergunta, perplexo.
ENZO Rebeca, você não estava de cama, com a tal depressão?
REBECA Eu estou melhor, ou melhor: mais forte do que nunca. Aquilo que não me matou, mais forte me deixou. E falaram que eu não estava bem, olha eu aqui de novo. – ela sorri debochada.
Davi a encara perplexo.
DAVI Isso não pode estar acontecendo, é zoeira, né?
REBECA Eu voltei a trabalhar na empresa, isso mesmo. Davi, agora você vai voltar a ser o projetista e eu retornarei ao meu lugar, no qual você roubou.
ENZO Pai, você vai me tirar do cargo como colecionista para colocar ela de volta? Eu estou produzindo essa nova coleção, não pode ser/ – ele é interrompido.
REBECA Davi, amanhã eu começo a trabalhar, tira as SUAS COISAS da MINHA SALA, quero tudo limpo amanhã. – fala, sorrindo.
Enzo fica sem ação e Rebeca vai embora.
DAVI Você não vai permitir isso, vai?
ENZO Se ela já está melhor, ela pode pegar o cargo de volta, você sabe que esse cargo era para você provisório.
DAVI Claro, o errado sempre sou eu. Eu só saio daquela cadeira quando eu terminar essa coleção. Dá licença, nossa reunião terminou. – fala, indignado.
Davi sai de sala furioso.
CENA 2. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – CENTRO DE REABILITAÇÃO/TARDE
Vítor está pendurado na janela, tentando fugir.
VÍTOR Eu não aguento mais ficar aqui. – ele consegue sentar se pendurar na janela.
Ele tenta sair pela janela e Olívia chega na hora.
OLÍVIA Vítor, vamos tomar… – ela para. – VÍTO-O-OR! – grita.
Ele leva um susto e cai na cama.
VÍTOR Me tira daqui, eu não aguento mais ficar aqui. – ele implora, se debatendo.
OLÍVIA ENFERMEIROS, ME AJUDEM AQUI! – grita.
Os enfermeiros vêm correndo.
OLÍVIA Levem ele para o jardim.
VÍTOR Não toque em mim, eu não quero ir para lugar nenhum.
ENFERMEIRO Mas você vai, aqui dentro você não tem querer. – fala.
O enfermeiro pega ele pelo braço e o arrasta pelo chão.
VÍTOR SOCORRO-O-O! SOCORRO-O-O! ALGUÉM ME AJUDA. – grita, desesperado.
O enfermeiro joga ele no chão, pega o aparelho da bolsa e dá alguns choques em Vítor que fica caído no chão.
CENA 3. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – APT. DO GABRIEL/TARDE
Rafaela termina de se arrumar, ela pega uma chave que está em cima da mesinha de centro.
RAFAELA Estou indo no supermercado. Estou morando de favor aqui, pelo menos tenho que ajudar.
GABRIEL Eu disse que não precisava, mas já que você insiste. Quer que eu vá com você?
RAFAELA Não, não. Eu vou rapidinho e de carro nem irei carregar peso. Até daqui a pouco.
Rafaela sai e Gabriel vai para o quarto.
CENA 4. RIO DE JANEIRO/ RECREIO – APT. DA VALENTINA/TARDE
VALENTINA Estou indo na rua, preciso resolver umas coisas, não demoro.
ANDERSON Temos que ir ao supermercado, já estou quase sem nada dentro de casa.
VALENTINA Eu vou na rua e aproveito e passo lá. Não demoro, enquanto isso, Sr. Daniel, vá fazer algo que preste ao invés de ficar com o rabo sentado.
DANIEL Fazer o quê?! – ele gargalha. – Eu não tenho nada para fazer, além do que não posso correr o risco de ninguém me ver aqui, esqueceu?
VALENTINA Verdade! Então fique por aqui mesmo. Eu vou rapidinho, até daqui a pouco.
Valentina sai, enquanto Daniel e Anderson conversam.
Alguns minutos depois…
CENA 5. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – CENTRO DE REABILITAÇÃO/TARDE
Telma está sentada na sala de Olívia. Telma está cabisbaixa.
OLÍVIA Eu sinto muito pelo ocorrido. Eu nunca pensei que o Vítor posse dar tanto trabalho. Mas isso é só uma fase, uma hora vai acabar.
TELMA Olívia, eu nem sei como agradecer vocês pelo apoio, eu fiquei muito triste com a notícia. Não esperava isso do Vítor. – ela ergue a cabeça. – Vocês não vão desistir dele, né?
OLÍVIA Jamais, claro que não! Estamos aqui para ajuda-lo, e vamos fazer o possível. Telma você tinha que ver a forma agressiva dele, ele chegou a dar um murro na cara de um dos enfermeiros, eu nunca vi o Vítor daquele jeito. Eu cheguei a suspeitar que ele tivesse trazido drogas para cá, e que tivesse consumindo cada vez mais. O fato é que ele sem utilizar a droga, ele fica mais agressivo, ele piora.
TELMA Eu nunca pensei que fosse concordar com a Cristina, mas o Vítor até de longe me traz problemas. Ele sempre foi um menino agressivo, desde pequeno, sabe? Perdemos a mãe muito cedo, inclusive ele era recém-nascido, acho que a falta de uma mãe prejudicou ele.
OLÍVIA Mas pelo o que eu percebo vocês dão total apoio a ele, não existe motivos para ele ser tão agressivo. Enfim, eu te chamei aqui para comunicar do acontecido mais cedo, eu infelizmente tive que deter ele a base de choques, foi horrível, Telma.
CENA 6. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – SUPERMERCADO DO MIMI/TARDE
Valentina coloca algumas coisas do carrinho, no outro corredor, Rafaela faz o mesmo.
VALENTINA Ter que me deslocar do Recreio para vir nesse supermercado só porque é mais barato é o fim. – ela olha o preço do azeite. – Aí deu ruim, 19 reais um azeite, que absurdo! – ela pega o azeite e olha seu rótulo. – É feito de ouro, né possível. – sussurra.
Rafaela aparece no corredor e dá de cara com Valentina.
RAFAELA Valentina, minha amiga, quantas saudades! – ela sorri com deboche.
VALENTINA Rafaela! – ela engole seco e deixa o vidro de azeite cair.
CENA 7. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/TARDE
Davi passa pelo corredor, Rebeca faz o mesmo, e Daniel a segura pelos braços.
DAVI O que você quer em garota? Você quer me ver pelas costas, não é?
REBECA Irmãozinho, me solta! – ela debocha e Davi à solta. – Bom, agora posso falar. Davi, eu apenas vim tomar o que é meu.
DAVI Você é uma doente, graças a Deus embarco amanhã e será desnecessário acompanhar tua cara por um bom tempo!
REBECA Quem agradece sou eu. Davi, você vai ser REBAIXADO a um pequeno projetista, enquanto eu serei a colecionista. Agora quem manda em você sou eu, fofo! – ironiza.
DAVI Isso não vai ficar assim, Rebeca, não vai! Eu vou mostrar pro meu pai que essa minha coleção vai ser a melhor até hoje e que eu tenho mais capacidade que você.
REBECA Não vou perder meu tempo discutindo com você. Um homem que se sente superior só porque está fazendo uma nova coleção de quadros, amor meu, eu já fiz milhões e todas bateram recorde! Você é um bostinha que vai continuar nessa função sempre, enquanto eu crescerei sempre! Dá licença que eu tenho muitos mais o que fazer.
Rebeca sai, rindo. Enquanto Davi fica furioso com as palavras de Rebeca.
CENA 8. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – SUPERMERCADO DO MIMI/TARDE
RAFAELA Quantas saudades! – ela abraça Valentina, sorrindo, enquanto Valentina está paralisada. – Vai me dizer que não estava com saudades de mim?
VALENTINA Então você voltou para o Rio. Tá fazendo o que aqui?
RAFAELA Sabe aquela marchinha de carnaval “daqui eu não saio, daqui ninguém me tira”, eu estou assim agora. – ela sorri ironicamente. – Estou morando com o Gabriel!
VALENTINA Gabriel, é! – ela sorri falso, com medo. – Gabriel que foi namorado da Alice? Isso?!
RAFAELA Sim, ele também está no Rio. Vai me dizer que você não sabia? Ele mora aqui tanto tempo! – ela diz, estalando os dedos.
VALENTINA Eu preciso ir, tchau! – ela diz, deixando tudo para trás e saindo apressada.
RAFAELA Trancou de medo! – ela olha o celular. – Segunda-feira. O natal está se aproximando e eu preciso aprontar alguma para você, fofa! Já sei, sexta feira faço uma surpresa para ela! Ela passará o natal com o rosto vermelho, nem precisará de blush. – ela sai, empurrando o carrinho, rindo.
Algumas horas depois…
CENA 9. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – APT. DO GABRIEL/NOITE
A campainha toca e Rafaela corre para atender, enquanto Gabriel vai no quarto pegar o dinheiro.
RAFAELA Deve ser o carinha do sushi, vai lá pegar o dinheiro que eu vou atender ele.
Ela corre para atender enquanto Gabriel vai no quarto. Ela abre a porta.
ALICE Gabriel, precis/ – ela para de falar. – Rafaela! Que surpresa!
Gabriel vem correndo do quarto procurando o dinheiro na carteira, ele está cabisbaixo.
GABRIEL Rafa, vê quanto que deu esse sushi, talvez eu tenha que pagar no cartão, só estou com dinheiro inteiro.
ALICE Então é isso, jantarzinho romântico? Com direito a sushi?! – ela pergunta com os olhos cheios de água.
GABRIEL Alice, o que você está fazendo aqui?! – pergunta, assustado.
CENA 10. RIO DE JANEIRO/ RECREIO – APT. DA VALENTINA/NOITE
Valentina está sentada no sofá, e Daniel sai do banho, apenas de cueca secando a cabeça com a toalha.
VALENTINA Ai Daniel, não estou afim de ficar te vendo seminu, por favor! Ainda mais de cueca branca, e você está molhado, ECA! – ela tapa os olhos.
DANIEL Ah, me poupe! Cansou de ver isso daqui, não tem nenhuma novidade.
VALENTINA Dá para calar essa boca? Se o Anderson descobre isso, me mata!
ANDERSON O que eu não posso descobrir, Val? – ele pergunta, desconfiado.
VALENTINA É… ah, é que… – ela fica sem reação. – Encontrei a Rafaela no mercado, isso!
DANIEL Espera aí, a Rafaela está aqui no Rio?!
VALENTINA E hospedada na casa do Gabriel, isso mesmo!
DANIEL Gabriel que Alice pagou a fiança? – ele gela. – Agora tudo faz sentido! Esse cabra está no Rio e é ele, ele que é o tal amante da Alice, saiu no jornal hoje e tudo!
Daniel sai de fininho. No quarto…
DANIEL Então eu morava com a amante do Gabriel, o homem que sabe de tudo e eu não sabia. Ah, Alice em breve você terá uma surpresinha, me aguarde!
Foca no Daniel, com os olhos “em chamas” de tanto ódio.
FIM DO CAPÍTULO 36!
O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.
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