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Maldito Amor

Capítulo 34 – Maldito Amor

O galo canta animado e o azul brilhante invade o céu. Laura sai da fazenda 
Moraes com o carro novo que ela comprou. Agora muito mais bonita e poderosa,
 os cabelos presos, a franja loira cobrindo a testa, brincos compridos
 revestidos de ouro na orelha, vestido vermelho bem curto, decotado e justo
 combinando com o sapato de salto fino. Finalmente encara seu amante
 machucado na casa dele.

Carlos: Tá vendo? Tá vendo o que o seu marido fez comigo? Estou 
estraçalhado de tanto apanhar.

Laura: E você queria o quê? Você deu um golpe no laticínio, você merecia essa
 surra!

Carlos: É assim que me trata, hein sua vadia? Já esqueceu o que vivemos 
juntos? Esqueceu que posso contar toda a verdade para o burro do Roberto?

Laura: Acha mesmo que ele vai acreditar num verme como você?

Carlos: Ele não vai acreditar nas minhas palavras, mas eu tenho provas! Tenho
 fotos e vídeos dos nossos encontros amorosos, eu posso destruir seu
 casamento, não tenho mais nada a perder!

Laura: Espera lindinho! Pensa bem! Eu estou aqui por você! Senti sua falta,
 quero você, é você que eu quero!

Carlos: Não confio mais no que diz! Eu te amo, mas não vou mais suportar essa
 situação, não aguento mais! Pare de me enrolar Laura! Estou cansado!

Laura: Calma lindinho, agora chegou a hora de acabar com o Roberto. Estou
 casada por comunhão de bens e assim que ele morrer vamos ficar ricos! Ricos!
 Todo dinheiro dele nas nossas mãos!

Carlos: Como é? Você vai matar o Roberto, é isso?

Laura: Sim, mas antes disso quero vê-lo sofrer, sofrer muito. E o meu
 primeiro passo vai ser me livrar daquele miserável do pai dele.

Carlos: O senhor Jorge?

Laura: Isso mesmo.

Carlos: Laura, você está maluca? É muito arriscado!

Laura: Eu adoro me arriscar!

Carlos: O que você pretende fazer, hein Laura?

Laura: Há! Há! Há! Na hora certa você vai saber.

José ainda está assustado com a notícia que Carolina acabou de dar.

José: Como pode estar grávida? Você mesmo me disse que estava tomando
 pírola para não engravidar!

Carolina: Eu me descuidei José, mas ainda preciso confirmar com o médico.

José: Espero que isso não seja verdade, não quero ter filho agora, estamos 
atolados de dívidas, um filho só vai trazer mais gastos. E também não quero 
mais você trabalhando naquela lanchonete, está voltando muito tarde pra casa!

Carolina: Eu não vou abandonar meu emprego, não adianta insistir!

Uma tarde bem ensolarada em Cuiabá. Bia, Zeca e os filhos pintam as paredes
 da casa nova até que Maria aparece ali observando tudo.

Bia: Tá ficando linda a casa, né mãe?

Maria: Não exagera Bia.

Zeca: O que veio fazer aqui velha chata? Veio atrapalhar?

Maria: Não, eu só vim pra fazer isso aqui.

Maria pega uma lata de tinta azul e joga em Zeca que fica assustado com o
 banho de tinta que tomou. As crianças dão muitas risadas da cena cômica.

Zeca: Ficou maluca, hein sua velha? Olha o que você fez!

Bia: Mãe, por que fez isso?

Maria: Ele mereceu. Esse jumento não passa de um traste.

Zeca: Isso! Me humilha! Fica sabendo que sou homem um honesto e
 trabalhador, fica longe de mim sua bruxa!

Bia: Mãe, por que é tão cruel com o Zeca, eu não entendo!

Zeca: É porque ela gosta de atrapalhar nossa vida, é isso Bia. Eu vou tomar um
 banho que ganho mais do que ficar discutindo com essa velha insuportável.

Maria: Insuportável é você, seu caipira inútil!

Bia: Parem com isso, por favor! As crianças estão aqui! Olha, eu não aguento 
mais essa  briga dos dois! Vocês vivem brigando toda hora, já me encheu a
 paciência! Quem não está mais suportando isso sou eu! Finalmente o Zeca 
terminou essa casa, talvez agora vamos ter paz!

Maria: Filha, você só vai ter paz depois que largar esse traste!

Bia: Chega mãe! Chega! Por favor.

Maria: Tá, não quero mais falar desse traste. Eu só vim aqui te avisar que
 estou indo pra São Paulo.

Bia: Vai fazer o que lá mãe?

Maria: Vou visitar a Carolina, aliás você deveria fazer uma visita pra sua irmã.
 Nem parece que a Carolina é sua irmã, até acho que você não gosta dela.

Bia: Mãe, a senhora sabe que tenho o meu trabalho de doméstica lá na 
fazenda, eu não tenho tempo pra nada, só hoje que o senhor Jorge deu uma
 folga.

Maria: Saia daquela fazenda! Você não precisa trabalhar naquele lugar.

Bia: Eu gosto de trabalhar lá, eu tenho os meus motivos.

Maria: Que motivos? Hein? Que motivos Bia?

Bia: Na hora certa a senhora vai saber.

Continua no próximo capítulo…

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