Capítulo 34 – Formas de Amar (Penúltimo Capítulo)
Capitulo 34
Continuação do capítulo anterior…
Cena 1.
No portão da casa dos Bordoni.
Cesar e Ricardo saem da mansão.
Cesar: Você devia ter um pouco mais de orgulho, a Maria não quer mais você.
Ricardo: Eu não tenho que discutir minha vida com um pirralho igual a você.
Cesar: Mas foi esse pirralho que a Maria escolheu. Ou você acha que eu não sei que a Maria rompeu o noivado com você de novo.
Ricardo: Se ela tivesse te escolhido, vocês dois estariam junto agora e não estão.
Cesar: Isso é questão de tempo. Nem crie falsas esperanças. A Maria me ama e comigo que ela vai ficar.
Ricardo: Boa sorte.
Cesar: Já passou da hora de acertamos nossas contas, desde aquele dia no elevador que eu estou louco pra te dar o que você merece.
Cesar arregaça as mangas da camisa. Ricardo e Cesar se encaram.
Jonas chega no portão.
Jonas: Vocês não estão achando que vão brigar na porta da minha casa como se fosse dois marginais?
Ricardo: Claro que não Jonas. Me desculpe.
Cesar: Eu não quis causar esse transtorno.
Jonas: Que bom. Agora os dois podem ir embora como dois homens civilizados
Ricardo e Cesar saem caminhando, cada um para um lado.
Cena 2./ no outro dia .
No apartamento de Maria.
Ana: Você devia ficar em casa. Com sua mãe. Eu não quero passar por esse susto de novo.
Maria: Para de exageros dona Ana. O Guto já esta preso.
Ana: Eu sei, mas o marginal do Cesar esta solto por ai.
Maria: O Cesar não é mais um marginal. Ele errou, mas já esta tentando se acertar na vida. Ele esta trabalhando, voltou a estudar. Ele esta tentando ser alguém mãe.
Ana: Ainda não confio nele.
Maria: Você pode não confiar. Não tenho nada com isso. Mas eu vou para a pousada. Eu preciso de um dia de descanso. Por cabeça no lugar, meus pensamentos em ordem.
Ana: Promete-me que vai tocar cuidado.
Maria: Eu prometo mãe. A pousada é uma hora daqui. Não tem perigo, qualquer coisa eu te ligo. Combinado assim?
Ana: Esta bem.
Cena 5.
Na agencia Flash.
Na sala de Nazaré e Tânia, as duas conversam.
Tânia: A ficha ainda não caiu. Meu filho está preso sendo acusado de coisas terríveis.
Nazaré: Eu também custo a acreditar que isso aconteceu. Eu o vi crescer e agora está preso.
Tânia: Me parte o coração isso tudo.
Nazaré: Sabe o que você precisa? Uma boa noite de sono. Dorme, vai pra casa e descansa. Amanha se você estiver melhor, você vai lá e conversa com o Guto. Talvez vá te fazer melhor.
Tânia: Eu vou fazer isso mesmo. O Julio me contou que você e o Daniel estão namorando.
Nazaré: Ele mentiu. Estamos nos conhecendo, apenas isso.
Tânia: Ele é um cara bacana, eu te apoio.
Nazaré: Ele vem me buscar daqui a pouco. Se você quiser ir embora eu fecho a agencia.
Tânia: Eu vou aceitar sim. Preciso urgente de um banho e um calmante. Obrigada.
Nazaré abraça Tânia.
Nazaré: Precisando de mim, eu estou aqui.
Cena 6/Manhã.
Na casa de Laura.
Na mesa do café.
Laura: Eu não acredito que você vai faltar do trabalho pra ir atrás da Maria.
Cesar: Ele não esta mais com o Ricardo, mãe. Eu tenho que aproveitar isso.
Laura: E quem te falou que ela não está mais com o Ricardo? Quem te falou que ela esta nessa pousada?
Cesar: Seu José, o porteiro do prédio. Eu fiz amizade com ele, no tempo em que eu vive lá.
Laura: Cesar, não vai, eu estou com uma sensação ruim com isso.
Cesar: Mãe, a senhora sabe que eu respeito muito suas sensações, mas eu vou. Eu preciso.
Cena 7.
No apartamento de Ana.
Ana e João conversam sentados no sofá.
Ana: Você já foi ver o Guto?
João: Eu ainda não tive coragem.
Ana: Você vai me desculpar, mas ele está tendo o que ele merece. Depois de tantos absurdos que ele fez. Quase matou o Jonas, sequestrou minha filha. Um completo marginal.
João: Eu sei que ele errou muito, e quando eu for visita-lo ele vai jogar a culpa todo pra cima de mim. Como ele sempre fez.
Ana: Complicado isso tudo.
João: Muito. Mas eu vim aqui pra falar de mim. Eu aceito sua proposta de emprego. Já passou da hora de trabalhar e sai dessa vida de receber mesada sua.
Ana: Eu fico tão feliz por você João. De verdade.
João: Eu não quero ser mais um parasita nas suas costas.
Ana: Como eu te disse aquele dia. Você não vai ganhar privilégios por ser meu irmão. Vai começar por baixo como qualquer um.
João: Eu sei. É isso mesmo que eu quero. Obrigado.
João e Ana se abraçam.
Cena 8
No apartamento de Joice e Edu.
Joice entra no apartamento. Edu se levanta e os dois conversam em pé na sala.
Edu: Fez o exame?
Joice: Sim. Esta aqui o resultado.
Joice mostra o envelope para Edu.
Joice: Eu não tive coragem de abrir. To muito ansiosa.
Edu pega o envelope e firma as mãos para abrir o envelope.
Edu: Eu também não consigo. Abre você.
Edu passa o envelope pra Joice.
Joice: Não, eu estou tremendo, não vou nem conseguir abrir. Abre você.
Joice passa o envelope para Edu.
Edu: Eu não sei ler. Você abre.
Edu passa o envelope para Joice.
Joice: Tudo sou eu mesmo. Eu vou abrir.
Joice firma as mãos no envelope para abrir e Edu pega o envelope.
Edu: Eu sou o pai, eu que devo abrir mesmo.
Edu pega o envelope de Joice.
Joice: Você disse que não sabe ler. Deixa que eu vou abrir.
Joice pega o envelope de Edu.
Edu: Você esta tremendo demais, não vai conseguir. Deixa-me abrir.
Edu pega o envelope e Joice segura o envelope. Os dois puxam o envelope e o envelope rasga.
Joice: Ta vendo o que você fez.
Edu: Eu não. Foi você.
Joice pega o pedaço de envelope da mão de Edu e abre a parte dele, Edu pega o pedaço na mão de Joice e abre. Os dois juntam os pedaços da folha.
Joice: É um menino.
Edu: Menino?
Edu cai pra trás desmaiado.
Joice: Frouxo.
Cena 9.
No presídio.
Na sala de visitas. Guto e Tânia sentados à mesa, eles conversam.
Tânia: Meu filho, você não sabe a minha dor ao te ver assim algemado num prisão. Não foi esse o futuro que eu quis para você.
Guto: Nem eu quis isso pra mim. A culpa é toda do João.
Tânia: Não culpe seu pai pelos seus erros.
Guto: Culpo. Culpo sim. Porque se não fosse esse maldito vicio que ele tem de jogatina, ele não teria vendido a parte dele na Aromas e eu poderia ter sido presidente da empresa sem problema nenhum. O lugar que era meu por direito.
Tânia: E valeu a pena você fazer essas loucuras todas? Valeu apena sequestrar a Maria pra vim parar aqui?
Guto: Lógico que não. Mas eu não me arrependo de nada do que eu fiz. Fiz tudo tentando ser feliz, conquistar meus objetivos. Só me arrependo de uma coisa.
Tânia: O que?
Guto: De ter feito você sofrer por minha causa. Desde que vocês me tiraram do orfanato, você sempre foi à pessoa que eu mais amei. Você foi sempre a minha mãezinha querida. Perdoe-me por tudo mãe.
Tânia chorando, segura a mão de Guto.
Tânia: Eu também te amo filho. Eu não vou te abandonar nunca. Eu vou sempre vim aqui te ver.
Guto: Eu não quero você aqui. Isso não é lugar pra você. Se você vier eu não vou te ver.
Tânia: Eu vou estar te esperando lá fora.
Guto e Tânia levantam e se abraçam emocionados.
O policial entra na sala.
Policial: O tempo acabou.
O policial segura o braço de Guto e o tira da sala.
Cena 10.
Na pousada.
Maria caminha pela pousada, pelos campos e jardim da pousada. Maria chega na varanda e vê Cesar.
Maria: Eu não acredito que você esta aqui.
Cesar: Eu vim te ver.
Maria: Eu vim pra ter descanso. Não foi pra estressar mais.
Cesar: Eu sei que você e o Ricardo não estão mais juntos. Eu sei que foi por minha causa. Por favor, vamos tentar de novo?
Maria: Eu vim pra cá pra esquecer o mundo. E não pra estressar mais Cesar. Por favor, se você vai se hospedar aqui não fica atrás de mim.
Cesar: Você sabe que eu vim por você, não é justo você me tratar assim.
Maria: Ok Cesar. Vamos conversar então.
Cena 11.
No apartamento de Maria.
Ana chaga a sala e vai ate a porta e abre. Ana vê Jonas com um buque de rosas na mão.
Ana: Que isso?
Jonas: Isso é o meu pedido de perdão. Por ter sido o cara idiota que eu fui. Por ter te humilhado, por ter dito coisas horríveis a você. Eu sempre coloquei o trabalho em primeiro lugar, também peço perdão por isso. Como eu fui capaz de deixar uma mulher tão extraordinária em segundo plano? Como eu não valorizei uma mulher linda e especial como você?
Ana: Jonas…
Jonas: Ana. Eu sei que o que eu fiz não esquece assim, que não se perdoa de uma hora pra outra. Mas eu não posso mais ficar sem você. Eu não consigo. Eu te amo.
Ana: Flores não resolvem tudo que eu passei.
Jonas: Eu me ajoelho. Você quer?
Jonas começa a se ajoelhar e Ana não o deixa ajoelhar.
Ana: Para, não precisa disso. Eu também te amo.
Jonas: Eu mudei Ana. Eu não sou mais aquele babaca que sempre aprontava. Por favor, volta pra casa comigo.
Ana: Volto.
Jonas beija Ana apaixonadamente.
Cena 12/Noite/ Chovendo.
Na recepção da pousada.
Cesar e Maria conversam com a recepcionista.
Recepcionista: Mas você já vai? Chegou ontem.
Maria: Pretendia ficar mais mesmo. Mas vou ter que levar esse menino fujão embora. Eu vou aproveitar e ficar por lá mesmo.
Cesar: Desculpe te fazer ir embora, mas eu vim de moto e é perigoso voltar de moto à noite e na chuva.
Maria: Claro.
Recepcionista: Então obrigada. Espero que tenha gostado da pousada, e volte mais vezes.
Maria: Volto sim.
Maria e Cesar caminham para a porta.
Cesar: Posso dirigir?
Cena 13.
Na estrada.
Cesar dirige o carro de Maria, e Maria vai ao passageiro.
Maria: Como que você vai fazer pra pegar sua moto?
Cesar: Amanhã quando estiver sem chuva, mas calmo eu venho com um amigo e pego.
Maria: Espero que não seja aquele que te ajudou no assalto.
Cesar: Ele esta morto. Levou 5 tiros de uns traficantes.
Maria: Que horror. Ta vendo a cilada que você saiu.
Cesar: Sim, graças a você. Hoje eu sou um novo homem.
Maria: Graças a mim não. Graças a você.
Cesar dirige o carro e fazem uma curva na rodovia. Um caminha em vem na mão aposta e outro na contra mão tentando ultrapassar o primeiro caminha. Maria vê os faróis e se assusta.
Maria grita desesperada: Cesar.
Maria sente o impacto da batida e suas vistas se escurecem.