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Ela Veste Preto, mas o Baile é Cor de Rosa

Capítulo 34 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

Ela se virou em direção à voz.

– Paris! Que brincadeira idiota é essa? Dessa vez você passou de todos os limites! – grita Dora histérica.

– Ha-ha-ha! Nossa! Nem se eu enfiar uma faca no seu peito você vai perceber, não é? – diz Paris possesso. – Por que você me acha tão incapaz, fraco e inocente? No fim tudo isso é perda de tempo porque você jamais descobriria que eu sou o R. – termina decepcionado.

– O R é você, mas por quê? E justo comigo, eu que só te ajudei e não fiz outra coisa senão te defender de New Park inteira a ponto de ser expulsa! Você não sabe o quanto sofri esses meses!

– Ah, eu vi sim! Olha o que você tá dizendo? Me ajudou? Defendeu? Será que era isso que eu queria de você? Sempre me viu como um garotinho ingênuo e bobo, alguém que jamais estaria à altura da divina Dora. Talvez pegasse bem defendê-lo, mas dar a ele o que merecia, a atenção que queria… Aí já era demais! Porque como todos os outros, você me acha um estranho! E no fim das contas, o único sentimento seu em relação a mim é pena! – grita encarando-a.

– Se é realmente isso que você acha, eu não posso fazer nada! – sussurra trêmula deixando uma lágrima solitária escorrer. – E se eu já senti alguma coisa boa por você se transformou nisso tudo que disse, pois só sendo muito covarde e estranho pra sequestrar e aterrorizar pessoas como você fez!

Quando Paris se afastou, frustrado com as palavras duras que ouviu, Dora tentou correr para a mesma saída lateral que havia entrado, mas ele foi rápido e conseguiu agarrá-la pela cintura, arrastando-a de volta e jogando num assento da platéia.

– Você é um covarde! Desgraçado mentiroso, mas foi perfeito! Realmente enganou todo mundo sendo o incompreendido! Quem dera usasse essa habilidade para o bem, pra enfrentar os problemas! – diz limpando-se enojada dos braços de Paris.

– Eu te falei quem eu era o tempo todo, no baile e em todos os lugares. Usando máscaras de injustiçado, de amigo, de bonzinho, carente. E você é uma hipócrita porque disse pra todo mundo que mudou, mas não foi capaz de ver a verdade bem de baixo do nariz. Francamente, alguém que passa por uma transformação interior tão profunda de monstra líder fashionista a defensora dos pobres sem estilo certamente perceberia o quanto o “Pobre Paris” era Fake. Mas você não viu nada, não é? Porque nunca olhou realmente pra mim! – grita com violência avançando sobre ela.

Dora encolheu-se na cadeira assustada e ofegante. Surpresa com esse novo Paris desequilibrado que possuiu o corpo do outro.

– Mas qual o motivo real de toda essa história? Você só falou e falou e eu ainda não entendo. Por que ser vítima quando podia ser o maior dos vilões?

– Porque eu te amo, Dora! E só um coitadinho perfeito poderia te conquistar pela dependência!  Meu Paris estava na medida certa, mas você se encantou pelo David sabe-se lá o motivo e depois com o caminho livre surgiu o Alonso. O que você viu nesses caras? E olha o nome desse outro! – responde debochando.

– É simples, eles eram de verdade enquanto você é uma mentira!

– Ah, tá! Um macho alfa que não valia nada e um príncipe falsificado de um paísinho de quinta que te seguia pra sua mãe e só te contou a verdade porque foi obrigado! Mas você mereceu eles… Você me merece e nós todos nos merecemos, essa é a grande verdade final! – ri ironizando.

– Não é bem assim! Nossas escolhas foram com a intenção de fazer a coisa certa, enquanto você só pensou em ferrar New Park inteira! – desespera-se Dora.

Paris sentou-se na cabeceira do palco e observando Dora acabada no assento falou vitorioso, porém carregando uma expressão de pesar.

– Pistas pra você ganhar o jogo não faltaram! Eu realmente fui bonzinho! – diz fazendo doce. – Mas agora você perdeu e terá que se casar comigo! – dita eufórico.

– Ca-ca-sar!!! diz Dora recuperando-se do seu estado de letargia.

– Ha-ha-ha! Sua cara tá impagável! Faz a minha loucura valer à pena! Acalme-se! Eu só tava brincando, pelo menos por enquanto!  O objetivo do jogo foi outro, provar a você (e eu consegui) que ninguém desse lugar maldito presta a não ser eu e agora você irá embora comigo!

– Pra briga ou casamento é preciso que os dois queiram e de você agora só quero distância! – esbraveja tentando sair mais uma vez.

Paris a alcançou e a pegou pelos cabelos arrastando novamente até o assento. Dizendo sem paciência.

– David era o sol enquanto eu era o asteróide invasor do sistema solar!

Só então ela se deu conta do pior ponto em Paris ser R e nesse momento Dora fez a pergunta mais difícil de toda sua vida.

– David? Quer dizer que você matou seu irmão? – espanta-se, pois tinha esperanças que ele havia enlouquecido com o assassinato e não o cometendo.

– Não! Eu jamais seria capaz de matar o meu querido irmãozão! – responde Paris após certo mistério.

Logo após a resposta, ouviram a porta principal do teatro ranger ao fundo. Era impossível distinguir quem estava entrando em meio a escuridão. Dora não se levantou, pois sabia que Paris a agarraria novamente. Decidiu então gritar rapidamente.

– Soocoorrro!!!! Tem um cara louco aqui querendo me sequestrar!!!

Após o pedido de ajuda, Paris facilmente a soltou e ela instintivamente correu na direção do suposto salvador. Só quando chegou bem perto, pôde perceber que tinha a silhueta de alguém conhecido, e de repente num susto, confirmou suas suspeitas.

– Aidan? – pergunta trêmula. E sem ouvir uma resposta continua. – Seu primo está louco, quer me raptar! Foi ele quem matou o David, sequestrou a Mell, me manda os cartões! Ele se faz de sonso, mas na verdade quer destruir com todo mundo! – conta desnorteada.

Calado, o rapaz pegou em seus braços e começou a rir compulsivamente. Olhando fixamente em seus olhos, dizendo algo sem dizer, mas que na verdade ela já deveria saber.

– Aidan, você está nisso também? Acorda! Ele matou o próprio irmão, seu primo! Aidan? – pergunta desconfiada.

– Tente de novo, querida! – ele responde recompondo-se.

Dora, sem acreditar na loucura que se passava em sua cabeça, perguntou novamente.

– David?

Escutando de imediato a seguinte resposta.

– Olá, Dora! Que saudades eu senti de você!

 

Música – Snow Patrol – Ask Me How I Am – Tradução 

Ninguém nunca te perguntou como você está?
você parece que não vai durar até o fim do dia
Eu não teria conseguido ir muito longe
então nós poderíamos formar um bom time agora mesmo
Eu não compensei por ontem
Meu lábio não vai me tirar disso
Acordar tremendo, ouvindo contos
De que todos os meus pesadelos são verdade

Eu tomo fôlego e pego o telefone
Secretamente esperando que você não esteja em casa

Eu deixaria uma mensagem – que eu estava fora
Fora de mim, bêbado e drogado

Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

Um comentário sobre “Capítulo 34 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

  • Loucura atrás de loucura. Gente, isto daqui está demais!!!
    As minhas suspeitas se confirmaram: desde o princípio supus que Paris seria esse tal R, que teria matado o irmão por amar Dora, e que só estava fazendo isso para chamar a atenção dela. Confesso que com o passar da trama fui mudando de opinião, mas… era ele desde o princípio.
    Agora o que está me deixando aguçado para que o próximo capítulo venha logo é… que diabos David está fazendo vivo? 😯
    Capítulo mais do que sensacional.

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