Capítulo 32 – Realeza
Cena 1- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Daniele chantageia Roberto, que a deixa ficar em sua casa. Simone se revolta, Antonella também.
Roberto: Do que você está falando, garota? Saia da minha casa imediatamente. – Ele fala visivelmente irritado.
Daniele: Não me trate assim papai. Apesar de você ter me deixado para traz, eu te amo. – Ela é falsa. – Abra o portão, e me acolha em sua casa. Antes que eu vá à justiça, e te force a pagar por todos esses anos que você não pagou a minha pensão. – Ela ameaça.
Roberto: Você está me ameaçando? Sua víbora mirim. – Ele tenta ser forte, mas acaba fraquejando. – Tudo bem. Deixe-a entrar. – Ele diz aos seguranças.
Simone: Eu não acredito que você vai abrigar essa menina em nossa casa. – Ela se revolta. – Já não bastou ter me traído? Pelo amor de Deus, eu não irei aguentar isso.
Daniele: Contente-se senhora. Esta casa é dele, não sua. – Ela sorri, jogando suas malas no jardim. – Depois eu peço para algum serviçal vim buscá-las.
Simone: Você acha que só porque é filha do Roberto, pode mandar e desmandar aqui dentro? Essa casa também é minha, queridinha. Eu sou casada com ele.
Antonella: Que gritaria é…? – Ela fica perplexa ao ver Daniele. – O que essa lambisgoia está fazendo em nossa casa?
Simone: O seu pai resolveu trazer a filhinha dele para casa. – Ela comenta venenosa. – Estou farta com tudo isso. Para mim chega. – Ela sai correndo para dentro de casa.
Antonella: Por que você está fazendo isso com a gente, pai? Você sabe, nós não gostamos dessa garota. Ela não é bem vinda.
Roberto: Antonella, eu não tive escolha…
Antonella: Poupe-me de suas desculpas esfarrapadas. – Ela também corre para dentro de casa.
Daniele: Que família histérica o senhor tem. – Ela comenta ao se aproximar de Roberto. – Acho que sou a exceção. – Ela entra para casa, sorrindo.
Roberto: Que desgraça. Como isso foi acontecer comigo? – Ele se pergunta cheio de raiva. – Maria Letícia, se aquela vagabunda não tivesse dado com a língua nos dentes. Nada disso estaria acontecendo.
Cena 2- Clube Realeza- Tarde.
Maria Letícia e Celso pegam o dinheiro da campanha. Célia os vê.
Maria Letícia: E não é que este dinheiro veio a calhar? – Ela fala com uma mala em mãos. – Se eu não fosse muito esperta, estaríamos ferrados agora.
Celso: Tenho que concordar com você. E melhor ainda: o corno velho ainda não veio ao clube para impedir a nossa entrada.
Maria Letícia: O baque deve ter sido tão grande, que ele vai ficar um bom tempo sem levantar da cama. – Ela dá uma gargalha. – Mas, e a Clotilde hein? O que nós fazemos com aquela vaca?
Celso: Para quem matou o filho, matar a prima vai ser fichinha. – Ele sorri para ela, que não gosta do que ele diz.
Maria Letícia: Por favor, não fique comentando isso. Já passou, vamos esquecer. – Ela caminha olhando para Celso, e acaba esbarrando em Célia.
Célia: Maria Letícia? Celso? O que vocês estão fazendo aqui? – Ela estranha. – Alberto ainda não proibiu a entrada de vocês aqui?
Maria Letícia: Pare de ser enxerida, Célia. E se o meu marido tiver se reconciliado comigo?
Célia: Duvido muito. – Ela ri da cara de Maria Letícia. – Só se ele gostar de ser corno. – Ela percebe que ficou com a revista de Luciana. – Ah! Gostou da nova coluna que saiu sobre você? – Célia mostra a revista a ela.
Maria Letícia: O que é isso? – Ela dá a mala para Celso, e lê o que tem na revista. – Desgraçados. – Ela se enraivece, e rasga a revista todinha. – Você gosta de brincar com fogo, não é sua cobra?
Célia: Esqueceu que somos da mesma espécie? – Ela pensa bem. – Quer dizer, éramos até ontem. Porque agora eu não vou me comparar com uma prostituta. – Ela sai elegantemente.
Maria Letícia: Vagabunda, desgraçada. – Ela olha para Celso, que está rindo. – Do que você está rindo seu paspalho?
Celso: Você fica tão bonitinha com raiva. Chega a ser engraçado.
Cena 3- Cobertura de Marisa- Tarde.
Melissa chega em casa, e conta a mãe sobre o caso de Rodolfo. As duas falam que se decepcionaram com Celso.
Marisa: Finalmente você chegou, nem vi quando você saiu.
Melissa: Eu precisava estar cedo na delegacia.
Marisa: Outra vez esse assunto, filha?
Melissa: Eu não vou parar enquanto não descobrir toda a verdade. Eu fui pedir um requerimento, para que o inquérito sobre o caso de Rodolfo seja reaberto.
Marisa: E o que você quer com isso, Melissa?
Melissa: Se realmente Rodolfo foi vitima de um roubo seguido de morte, a justiça terá que achar quem o matou. E se não foi, também terão que descobrir o culpado.
Marisa: Estou com a cabeça tão cheia que nem vou conversar melhor com você sobre isso. Aliás, estou muito decepcionada com o Celso. Ele enganou não só o seu tio, como a nós também.
Melissa: Pena que não conseguimos falar umas boas verdades na cara dele. Mas, confesso que também fiquei bastante chateada com isso tudo.
Cena 4- Delegacia- Tarde.
Alberto e Maria Luiza pedem para que Rogério averigue se o carro que encontraram, é o de Marcelo.
Maria Luiza: Seu delegado. Nós fomos até o local que ele sempre ia quando estava magoado. Quando chegamos lá, aparentemente, não tinha nada. Mas, acabamos vendo que tinha destroços de um carro, lá em baixo.
Alberto: E pelo que conseguimos ver. Era um carro prata, assim como o do Marcelo.
Rogério: Faremos tudo que estiver ao nosso alcance, para descobrirmos se foi mesmo o carro do seu irmão que caiu do penhasco. Vocês saberiam me dizer o número da placa do veículo?
Alberto: Fui eu quem deu o carro para ele. Era meu até então. Vou te passar o número da placa. – Rogério pega um bloquinho, e uma caneta. Anota o que Alberto lhe fala, e guarda em seu bolso.
Rogério: Assim que tiver informações sobre o caso, eu os contato. – Eles se despedem. Na saída, Maria Luiza acaba passando mal.
Alberto: O que foi minha filha? – Ele pergunta a segurando em seus braços. – Maria Luiza? Fala alguma coisa filha.
Maria Luiza: Eu senti uma fraqueza. – Ela está quase desmaiada. – Me leva para algum hospital, eu não estou bem. – Alberto a coloca no carro, com a ajuda de Nelson.
Nelson: O que está acontecendo com a dona Maria Luiza, patrão? – Ele pergunta aflito.
Alberto: Eu também não sei. – Os dois também entram no carro. – Acelera, vamos para o hospital. Antes que seja tarde demais.
Cena 5- Mansão Corte Real- Tarde.
Regina conta a Jonathan sobre a conversa que teve com Maria Letícia.
Regina: Agora que a megera se foi. Eu posso, e tenho, que te contar toda a verdade.
Jonathan: Que toda verdade mamãe? – Pierre escuta a conversa dos dois.
Regina: Maria Letícia pediu para que eu separasse você e Maria Luiza. – Ela revela, e ele fica surpreso. – E foi por isso que inventei uma gravidez para a garota, pois eu sabia que você detesta crianças.
Jonathan: Criança pequena chora demais. – Ele faz cara feia. – Dá até dor nos ouvidos, só de falar. Enfim, então a senhora mentiu para mim? A mando daquela cobra.
Regina: Aproveitei que Maria Luiza havia passado mal, para então inventar aquilo.
Jonathan: Você mentiu. Mas, ela pode mesmo estar grávida. Não ia vomitar por nada, não é mesmo?
Regina: Quanto a isso você tem razão. Porém, eu não sei se é isso mesmo. A menina não quis passar no médico.
Pierre: Se “Madame” descobre que a filha pode estar grávida… de você. Ela não gostará nada, nada. – Ele surge, surpreendendo Jonathan e Regina.
Regina: Que coisa feia, Pierre. Escutando a nossa conversa por traz das paredes. – Ela balança a cabeça negativamente. – Ainda tem a cara de pau de dizer que é fino.
Jonathan: Você não viu o que aconteceu ontem com a sua “Madame”? Ela não tem mais moral para proibir a filha de nada.
Pierre: Eu só gostaria de saber quem foi a desgraçada que fez aquilo com a minha “Madame”. – Ele comenta com raiva. – Essa pessoa se meteu com a rainha errada.
Cena 6- Clube Realeza- Tarde.
Daniele aparece no clube, acompanhada de Roberto. Frederico fica de olho nela, e resolve ir até a moça.
Daniele: Que bom saber que estamos nos dando bem. – Ela fala sínica. – Pensei que você não me aceitaria numa boa, mas me enganei. – Ela sorri.
Roberto: Larga a mão de ser sínica, garota. – Ele não está com uma cara muito boa. – Por que você quis vir até aqui?
Daniele: Sei lá. Gosto tanto deste lugar, e o melhor é que a família Corte Real anda em peso por aqui.
Roberto: Claro, eles são donos disto aqui. Ah! Já entendi. Você quer mostrar para o Marcelo que agora é rica. Está pensando que ele vai reconciliar com você quando descobrir isso? – Ele ri da cara dela. – Pois tire o seu cavalinho da chuva. O Marcelo não se importa com o dinheiro, quem gosta disso é Maria Letícia. E além do mais, ele já é comprometido com a minha filha Antonella.
Daniele: Era comprometido com ela, não é mais. Você sabe muito bem que era comigo que ele estava.
Roberto: Até descobrir quem você realmente é. – Frederico se aproxima dos dois.
Frederico: Olá, tudo bem? – Eles o respondem. – Impressão minha, ou você está mais bela? – Ele pega carinhosamente a mão dela, e beija.
Daniele: São os seus olhos – Ela diz meiga. – Eu me lembro de você. Não é aquele rapaz que Marcelo não vai muito com a cara?… Frederico, se não me engano.
Frederico: Fred, para você. – Ele sorri.
Cena 7- Casa de Maria José- Tarde.
Maria José se lamenta com Michele por ter ajudado Daniele.
Michele: Nossa! Eu nunca imaginaria que a Dani fosse desse jeito, José. Desde quando a conheço, nunca ela se quer levantou a voz para você.
Maria José: Para você vê como as aparências enganam. – Ela faz uma pausa. – Ela deixou bem claro que fingia gostar de mim, só porque eu era a única família dela. E ainda por cima, assumiu que tem vergonha de mim por eu ser travesti.
Michele: E pensar que você cuidou dela como se fosse a sua filha. – Ela a abraça. – Nem acredito que ela foi capaz de fazer isso contigo.
Maria José: Se arrependimento matasse Michele. – Ela começa a chorar. – Eu já estaria morta. Pois, eu humilhei aquela mulher. E fiz isso pela Daniele. Porém, ela me agradeceu da forma mais cruel possível.
Michele: Foi muito injusto o que ela fez com você. – Ela abraça Maria José cada vez mais forte.
Maria José: Obrigada, Michele. Muito obrigada por me estar dando forças. – Ela a beija na bochecha. – Será que a tirana conseguiu o que queria? O pai dela a aceitou na casa dele?
Michele: Pelo visto sim. Mas, não vamos ficar falando nela. Ela só te traz tristezas.
Maria José: E o pior é que… eu ainda amo aquela maldita. Não consigo ter raiva dela. – Ela começa a chorar mais.
Cena 8- Apartamento de Celso- Tarde.
Clotilde chega de mala e cuia, pedindo abrigo para Maria Letícia e Celso.
Maria Letícia: Estamos ricos, Celso. Ricos. – Ela joga algumas notas de dinheiro para o alto. – De fome nós não morreremos. – Ela sorri.
Celso: Mas, dinheiro não é eterno. – A campainha toca. – Temos que pensar em algum investimento que possa nos trazer lucros.
Maria Letícia: Deixa-me pegar esse dinheiro daqui. Depois conversamos sobre isso. – A campainha toca mais uma vez. Maria Letícia termina de recolher o dinheiro do chão. – Pronto, pode abrir.
Celso: Já vai. – Ele abre, e dá de cara com Clotilde.
Clotilde: Desculpem-me o incomodo, mas… eu não tenho para onde ir. – Ela entra sorrindo, com malas nas mãos. – Por isso, eu voltei. E pretendo passar um tempinho aqui com vocês, até que minha priminha me dê o dinheiro que eu necessito.
Maria Letícia: Não pense que você irá conseguir me intimidar, Clotilde. – Ela esbraveja, e se aproxima da moça. – Você já deu o que tinha de dar.
Clotilde: Abaixa a sua crista. – Ela aponta o dedo na cara de Maria Letícia. – E não fique me desafiando, pois eu posso muito bem ir até a polícia agora mesmo.
Maria Letícia: Você quer ir? Então vai. Vai. Eu quero ver se você é mesmo tão corajosa. Se eu cair queridinha, não haverá ninguém no mundo para te bancar… você morrerá de fome.
Clotilde: Eu tenho os meus truques. Não me subestime. – Ela se senta, e cruza as pernas. – Além do mais, as pessoas vão adorar saber que a “vossa rainha” matou o próprio pai. Acho que vou mesmo até a polícia. – Ela se levanta. – Cansei dessas ameaças que não me trazem resultado algum. Já que você não quer me pagar, então pague a polícia pelo crime que cometeu.
Maria Letícia: Não. – Ela grita. – Tudo bem. Eu te dou esse maldito dinheiro. – Clotilde se vira para ela, satisfeita. Ela abre a mala. E pega a quantia que a mulher havia lhe pedido anteriormente. – Aqui está.
Clotilde: E dizendo que não tinha um vintém. – Ela sorri. – Enfim. Irei comprar a minha passagem pela internet, tem algum computador por aqui?
Celso: Há um notebook lá no meu quarto. – Ela vai correndo. – Não acredito que você entregou um milhão de mão beijada para aquela chantagista. – Ele comenta contrariado.
Maria Letícia: Não se preocupe. Clotilde não irá para Paris como ela pensa. A vadia vai encontrar passagem somente para daqui uma semana, tenho certeza. – Ela prevê. – Nesse meio tempo, eu posso fazer tanta coisa.
Celso: Essa é a Maria Letícia que eu conheço. – Ele a beija.
Cena 9- Apartamento de Leonardo- Tarde.
Cléber e Leonardo conversam.
Leonardo: Ai amigo. O Frederico é tudo de bom, não é? – Eles estão sentados, tomando suco. – Eu já havia visto ele antes, mas não tinha reparado tanto na beleza dele.
Cléber: Ele é um gato. Um boy magia que tira o fôlego de qualquer um. – Ele diz se abanando.
Leonardo: É, mas se tudo der certo, ele será meu. Ouviu? – Ele brinca, simulando ciúme.
Cléber: Ih, até parece que não me conhece. – Ele sorri. – Não sou fura olho não.
Leonardo: Eu sei que você não é fura olho. E também confio muito em você. – Ele o abraça. – Você é meu melhor amigo, sabia?
Cléber: Sabia. Aliás, mudando completamente de assunto, você não vai ligar para sua mãe? Para dizer como você está.
Leonardo: Ela já tentou me ligar. Hoje quando acordei, havia três ligações perdidas dela. – Ele bebe um pouco de seu suco. – Mais logo eu ligarei para ela.
Cléber: Já o seu pai… não merece o filho que tem. – Ele fala com desprezo. – Ainda não consigo acreditar que ele te expulsou de casa.
Leonardo: Enquanto você não consegue acreditar, eu não consigo esquecer. – Ele mostra um hematoma em seu braço. – Olhe só o que ele fez.
Cléber: Ele é um covarde. Por que você não o denuncia? – Leonardo fica pensativo por alguns segundos, e o silêncio paira no local.
Leonardo: É isso. Eu vou denunciar o meu pai. – Ele fala com ódio.
Cena 10- Hospital- Noite.
O médico vai falar com Alberto sobre o estado de Maria Luiza.
Médico: Alberto Corte Real, é o senhor? – Alberto faz quem sim com a cabeça. – Venho lhe trazer informações sobre a sua filha.
Alberto: Ai, meu Senhor amado. – Ele fala aflito. – Pode falar doutor, sem rodeios. Seja sincero comigo. O que está acontecendo com Maria Luiza? – Ele faz uma pausa, está desesperado. – Não é a primeira vez que ela passa mal. Ontem mesmo ela saiu vomitando a casa, depois sentiu uma febre infernal. Agora isso.
Nelson: Tenha calma seu Alberto. – Ele tenta conter o patrão. – Prossiga doutor.
Médico: Descobrimos que a paciente se encontra com uma doença grave. – Alberto senta na cadeira, boquiaberto.
CONTINUA…