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Ela Veste Preto, mas o Baile é Cor de Rosa

Capítulo 3 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

O mundo corre rápido lá fora enquanto Dora apenas o observa da janela do quarto, já faz 5 semanas, mas ela não consegue esquecer a noite do baile. Em sua mente, ainda está com aquele enorme vestido negro esperando que David venha lhe buscar, dizendo que tudo não passou de um pesadelo. Foi assim que ela dormiu na primeira vez, estirada ao chão olhando para o teto, tentando alcançá-lo em vão e é com essa mesma esperança que ela acorda todas as manhãs para recomeçar tudo novamente. 

 

Música: Breathe (2 AM) – Anna Nelick

Porque você não pode sair dos trilhos

Somos como carros num cabo

E a vida é como uma ampulheta colada à mesa

Ninguém consegue achar o botão de “voltar”, garota

Então coloque a mão na sua consciência

E respire, apenas respire

Oh… respire, apenas respire.

 

Até que numa dessas manhãs o telefone tocou mais uma vez, Dora como de costume, pensou em não atender, deixar tocando até que desistissem, porém ela atendeu.

– Alô! – diz desanimada.

– Oi querida! Até que enfim atendeu! Onde você estava, na lua?

– Infelizmente não, mas preferia… Oi, Mell!

– E aí linda, como você está?

– Respirando! E você?

– Eu tô bem, mas pelo visto você não, não é?

– Eu tô ótima, é engano seu! – responde enfática.

– Amiga, por favor, as coisas não são mais as mesmas desde…, você sabe. As festas, as compras… New Park precisa do seu sorriso, do seu agito, as barangas estão pensando que dominam e tudo está fora de ordem! – grita Mell desesperada ao telefone.

– Isso vai passar! – sussurra Dora conformada.

– Não, não vai! Porque você não faz nada, a não ser ficar trancada nessa sua torre bancando a princesa aprisionada. Nós precisamos que você continue… Sua mãe, eu, David e que nojo, até o Paris precisa disso! – grita Mell.

– E o quê você quer que eu faça? As coisas são assim! David não vai voltar! Não poderá se divertir conosco… E era tudo tão novo, tão mágico… Me deixa…

– Recomece, apenas recomece.

– Como?

– Vindo ao chá que eu organizei. Tudo tranquilo, apenas nós e mais algumas meninas. Trago umas pra você iniciar novos projetos… Uns bem complicados pra você não pensar em mais nada, prometo!

Dora expressou um tímido sorriso e após pensar respondeu:

– Tudo bem! Hoje você me ganhou, estarei aí às três!

– É assim que se fala! Um super beijo, até lá! – termina Mell radiante.

Ela desligou o telefone com a ciência de que não será fácil.

Dora não conseguia se divertir, não encontrava motivação como antigamente. Pra onde quer que olhasse, só via uma única pessoa em todos os cantos sorrindo, falando, dançando e fazendo gracinhas. Prometendo-lhe um beijo doce de tirar o ar, até fazer da vida um eterno baile cor de rosa. Sua boca cheirando a morangos, seu cabelo lisinho e macio parecendo o tocar das nuvens e principalmente sua pele de gosto e aroma de pêssego.

Mas agora tudo era diferente. New Park não se adequava… Ela vestia preto, mas estava em um grande baile cor de rosa.

 

Música: Only One – Lifehouse 

Você é ainda o único

Que nunca muda a personalidade

Eu acho que você é o único que permanece em pé

Quando todos os outros estão caindo

Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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