Capítulo 28, Saber Viver
CENA 1. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – SERRA/NOITE
Heitor se assusta com o caminhão, ele tenta desviar o carro, mas o caminhão bate em sua lateral. Heitor capota com o carro.
Alguns minutos depois…
[justify]Todos os carros que passavam pelo local na hora do acidente para no acostamento. Um homem e mulher descem rapidamente do carro. O caminho está derrubado atrapalhando a passagem da pista, o caminhoneiro e seu filho de apenas 3 anos morreram na hora.
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MULHER Tenta tirar ele do carro, ele vai morrer, ele está perdendo muito sangue. Ele ainda parece estar vivo! – ela fala, desesperada.
Os bombeiros conseguem resgata-lo e o colocam dentro da ambulância. A ambulância parte.
HOMEM Aqui tem uns documentos dele. Deixa eu pegar alguma coisa dele.
MULHER O nome dele… – ela revira todos os documentos. – Heitor, aqui. – ela acha um bilhete anotado na carteira dele, e nele contém um número.
HOMEM Eu achei um número de telefone anotado aqui, deixa eu ligar para ver de quem é.
CENA 2. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/NOITE
O telefone de Aline toca.
ALICE Atende, vai que é o Heitor.
ALINE Mas eu desconheço esse número! – ela diz, olhando para o visor.
ALICE Atende vai.
Aline atende o telefone.
ALINE Alô?!
HOMEM (telefone) Eu falo com algum parente do Senhor Heitor?
ALINE É a esposa dele. Quem está falando?
HOMEM (telefone) O seu marido sofreu um acidente, aqui na serra, foi levado para o Hospital São Pedro, aqui em Petrópolis, vocês moram por aqui?
ALINE Eu moro sim, estou indo para lá agora. Muito obrigada. – fala, desesperada.
Ela desliga o telefone.
ALICE E aí, o que aconteceu? – pergunta, tensa.
ALINE Mãe, o Heitor sofreu um acidente. Foi para o hospital São Pedro, eu estou indo para lá. Se acontecer alguma coisa de ruim com o Heitor, eu não me perdoar nunca!
Ela se levanta rapidamente, ela pega a bolsa e sai correndo.
CENA 3. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA CRISTINA/NOITE
Telma está dormindo sentada no sofá e Vítor entra fazendo baderna.
VÍTOR Eu bebo sim, estou vivendo… tem gente que não bebe está morrendo, eu bebo sim. – ela entra cantando, sorrindo.
TELMA Vítor, onde você estava? – ela desperta, ainda meio zonza.
VÍTOR Calma aí maninha, eu estava só curtindo a vida. – ele fala, rindo.
TELMA Vítor, que cheiro de bebida. Você nunca foi de beber Vítor.
VÍTOR Nunca fui, do verbo no pretérito, agora eu sou! – ele coloca uma garrafa de bebida em cima da estante.
TELMA VÍTOR, EU NÃO ESTOU ACHANDO GRAÇA! TIRA ESSA PORCARIA DAQUI AGORA! – ela grita, furiosa.
Vítor para de rir na hora.
TELMA Victor eu não aguento mais você me arrumando problemas. Mas isso vai ter que acabar. Vai ter não, ele vai! Vítor, eu vou te internar em um centro de reabilitação.
Vítor deixa escorrer uma lágrima, ele está todos sujo, com pedaços da roupa rasgada. Ele sobe a escada, cabisbaixo e Telma se senta no sofá, chorando.
CENA 4. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – HOSPITAL SÃO PEDRO/DIA
Aline está sentada na enfermaria. A médica chega.
DRA. MICHELE Quem é a esposa do rapaz?
ALINE Eu. Dra., como ele está? Não me esconde nada, eu estou aqui desde ontem, já vieram vários médicos aqui e nunca me dão notícia, me diga! – pergunta, aflita.
DRA. MICHELE Ele teve uma lesão no braço esquerdo. Mas nada que o leve a uma cirurgia. Isso em 15, no máximo, já está curado. E ele teve um corte, de tamanho médio, no crânio e levou alguns pontos. Estamos tentando deixar ele acordado o máximo possível para que ele não venha ter nenhum problema de cabeça, como por exemplo uma perda de memória.
ALINE Tá, mas é certo ele ficar com essa perda de memória ou é uma hipótese?!
DRA. MICHELE Bom, qual seu nome mesmo?
ALINE Aline, Aline. – fala.
DRA. MICHELE Então, Aline, não é nada ainda certo que ele fique com essa perda de memória. Estamos evitando que ele durma, dando medicamentos que faça ele ficar elétrico.
ALINE E eu posso ver ele? – pergunta, aflita.
DRA. MICHELE Ainda não. Ele acabou de sair da CTI e está sendo levado para o quarto particular. O caso dele não é grave, seria se ele não tivesse sido trazido com urgência. Mas tem que ter um atenção tão quanto.
ALINE Tudo bem. Eu entendo. Eu vou volto mais tarde, eu tenho que resolver uns problemas também. Eu só te peço uma coisa: cuida do meu marido, não deixa que nada de ruim venha acontecer com ele. É o pedido de uma esposa desesperada. – ela sorri.
DRA. MICHELE Farei o possível!
Aline pega sua bolsa que está na cadeira e sai, ainda meio aflita.
CENA 5. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/TARDE
Alice está sentada em uma cadeira, na sala de Diego.
DIEGO E o Heitor, por que não veio hoje? – pergunta, revirando uns papéis.
ALICE Sofreu um acidente e está no hospital.
DIEGO Manda melhoras para ele, avisa que depois passarei para visita-lo.
ALICE Não me chamou para depor para falarmos sobre o meu genro. O que quer comigo? – ela é direta.
DIEGO Serei direto ao ponto.
ALICE Fico agradecida! – ela sorri, ironicamente.
DIEGO Você conhece o Anderson Figueiroa?
ALICE Conheci no passado. Mas foi algo muito rápido, foi quando eu/ – ela para. – Não tenho que te dar satisfações da minha vida.
DIEGO Tem, tem sim! Afinal, eu sou um delegado e exijo o respeito! Se você conheceu o Anderson, digamos que de “relance”, você conheceu alguém chamado Carlos Carvalho?
ALICE Chega logo no ponto, seja direto. Não gosto de rodeios.
DIEGO Eu quero saber se você tem algum envolvimento com a morte do senhor Carlos Carvalho.
ALICE Você está acusando de ter matado o Carlos? – pergunta, indignada, se levantando da cadeira.
DIEGO Não estou te acusando. Então me informa onde você estava no dia da morte do Carlos.
ALICE Eu não estava presente na morte do Carlos.
DIEGO Mas você foi em São Paulo no mesmo dia.
ALICE Fui a negócios. – fala, grosseiramente.
DIEGO Então me conta onde você estava no local da morte do Carlos.
Alice se senta, ainda muito nervosa.
FLASHBACK – 2003 – SÃO PAULO
Carlos está sentando na cadeira do escritório e se assusta.
CARLOS Não faça isso, não faça nada que você venha se arrepender depois.
DANIEL Tarde demais, você sabe de muita coisa, eu não vou deixar você destruir a minha vida.
CARLOS Eu juro que não entrego nem você, nem a Valentina e muito menos o Anderson.
DANIEL Você é colado com o Marcone e aquele delegado de merda.
CARLOS Eu juro que eu não entrego vocês, não me mata, por favor.
Daniel atira em Carlos e Alice sai correndo, fazendo um barulho. Uma mulher de longe vê um vulto, e espera Daniel sair, para ir atrás de Carlos.
VOLTA A CENA
DIEGO Então você afirma que estava no local do crime, é isso?
ALICE Eu estava no local do crime, mas não foi eu que o matei.
DIEGO Então confessa quem foi o assassino do Carlos.
ALICE EU NÃO SEI! Mas eu escutei alguns nomes. Valentina, Anderson, inclusive o/ – ela para de falar. – Não pode ser, a Valentina. A namorada do meu filho. – ela se assusta.
DIEGO Valentina?
ALICE Claro, a Valentina, a namorada do meu filho. Agora eu sei o porquê ela está com o meu filho. Isso foi de muito tempo atrás. E isso quem pode te contar é uma tal de Rafaela e inclusive o Gabriel.
DIEGO Valentina Fernandes de Farias. Confere? Qual os nomes?! Rafaela e Gabriel?
ALICE Isso, isso mesmo. Idiota, como ela teve coragem de fazer isso com meu filho. Eles mesmo, Rafaela Machado, acho que é isso. Eles dois tem um contato maior com a Valentina do que se sabe.
Diego fica alisando o queixo e Alice fica indignada.
CENA 6. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/DIA
Aline chega na empresa e encontra com Davi no corredor.
DAVI E Heitor, como está? – pergunta, segurando Aline pelos braços.
ALINE Já saiu da CTI, graças a Deus. – ela olha para o braço e Davi à solta. – Posso ir agora?!
DAVI Que bom. Antes de você ir, faz um favor para mim? Compra uma passagem para Nova Iorque para mim, preciso comprar as telas.
ALINE Eu não estou acreditando que você vai mesmo fazer essa exposição. O papai já não quer te dar à presidência, desafiando ele então.
DAVI Eu preciso dessa presidência. E para mostrar que eu sou capaz de governar essa empresa, vou fazer essa coleção e pode ter certeza que será um sucesso.
ALINE Você quer de qualquer maneira essa presidência, não é? – pergunta, colocando as mãos na cintura, sorrindo de deboche.
DAVI Claro. E quem não quer? Mas só os fortes conseguem.
ALINE Eu não permitir que você consiga essa presidência.
DAVI E você vai fazer o quê? – pergunta, rindo.
ALINE Acabar com você, te destruir. – afirma, grosseiramente.
Foca em Aline, que sorri com deboche para Davi. Que por sua vez, está furioso.
FIM DO 28° CAPÍTULO!
O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.
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