Capítulo 28 – Formas de Amar

Capítulo 28.

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Na portaria no prédio de Maria.

Maria saindo do prédio e Guto entrando, os dois se encontram.

Maria: Guto. Que surpresa.

Guto: Maria. Eu preciso fazer uma coisa que eu já devia ter feito há muito tempo. Desde os meus 14 anos.

Maria: Que? Não to entendendo.

Guto beija Maria de surpresa. Maria fica sem reação sobre o beijo e em seguida o empurra.

Maria: Que loucura é essa, Guto?

Guto: Não é loucura Maria. Eu te amo. Desde os meus 14 anos que eu guardo isso só pra mim. Sempre esperando que você fosse olhar pra mim com outros olhos, mas esse dia nunca chegou. Eu precisava arriscar.

Maria: Guto. Eu nem sei o que falar.

Guto: Me da uma chance. Só uma chance. Eu sei que eu posso te fazer feliz. Por favor.

Maria: Nós somos primos.

Guto: Não somos. Eu sou adotado. Todo mundo sabe disso.

Maria: Eu gosto muito de você, Guto. Mas você me pegou de surpresa e…

Guto: Maria. Escuta. Eu sei que você não esperava por isso. Que eu te peguei de surpresa, mas eu já estava com o peito quase explodindo. Você sempre foi à mulher que eu amei e vou amar. Eu sei que eu posso te fazer feliz, eu só preciso de uma chance sua. Eu tenho certeza que com o tempo você vai gostar de mim da maneira que eu gosto de você.

Maria: Guto…

Guto: Não precisa me responder agora. Vamos fazer assim. Você pensa com bastante carinho em tudo que eu te disse e depois você me diz o que você decidiu. Ok?

Guto sai da portaria sem deixar Maria falar nada.

Cena 2.

Na mesa de jantar do apartamento de Maria.

Ana: Vocês acham mesmo que eu ia cair nessa ceninha?

Jonas: Foi ideia da Maria. Mas olha pelo lado bom, ela quer reaproximar os pais. Eu acho muito bonito isso.

Ana: Nós somos adultos e sabemos que isso não vai dar certo. Estamos em processo de divorcio.

Jonas: Eu não quero me separar de você.

Ana: Mas eu quero. Eu sei que quando você recuperar a memória tudo vai ser como antes. Eu não quero essa vida de volta.

Jonas: Eu não sei o que eu fiz, mas te peço perdão por tudo.

Ana: Não quero voltar nesse assunto. Acho melhor nós terminarmos o jantar pra você poder ir embora.

Cena 3.

No apartamento de Guto.

João abre e a porta e vê Isa.

João: O que você quer aqui?

Isa: Eu preciso conversar com você. Por favor, me escute cinco minutinhos.

João: Não estou interessado em saber nada de você.

Isa: Cinco minutos não vai te fazer mal nenhum.

João: Quer falar você fala, mas vai ser ai fora. Na minha casa você não vai entrar.

Isa: Não faz assim comigo João. Nós fomos tão felizes juntos.

João: Não fomos nada. Se isso fosse verdade você não teria me enganado da maneira que você fez.

Isa: Eu sei que eu errei. Eu fui burra, estúpida. Eu nunca devia ter caído na lábia daquele cozinheiro infeliz. Hoje eu vejo o homem especial que eu perdi por causa disso.

João: Eu não caio mais nesse seu papo, Isa.

Isa: Não é papo. Eu te amo, não duvide disso.

João: Eu duvido. Eu nem sei por que ainda estou aqui falando com você. Seus cinco minutos acabaram.

João fecha a porta na cara de Isa.

Cena 4.

No apartamento de Maria.

Ana abre a porta para Jonas poder sair do apartamento.

Jonas: Mas uma vez obrigado. Esse jantar estava uma delicia.

Ana: Obrigada.

Jonas: E mais uma vez me desculpe por ter concordado com a Maria nesse plano dela.

Ana: Eu não vou render mais esse assunto Jonas. Você com memória ou sem, vai ser sempre o Jonas que me magoou muito.

Jonas: Você esta sendo injusta comigo. Você já ouviu falar que quando as pessoas passam por situações de quase morte, elas mudam?

Ana: Já. Mas não você.

Jonas: Eu consigo ver nos seus olhos que você também sente o que eu sinto.

Ana: Já está na sua hora, Jonas.

Jonas: Tudo bem, mas eu prefiro me arrepender pelo o que eu fiz.

Ana: Que?

Jonas beija Ana de surpresa. Um beijo inesperado pra Ana, mas que ela gostou. Mas logo reagiu a situação.

Ana empurra Jonas.

Ana: Realmente está na sua hora. Tchau.

Ana coloca Jonas pra fora e fecha a porta.

Cena 5/ Manhã.

No apartamento de Guto.

Guto chega à sala e ouve o som da campainha. Ele vai ate a porta e a abre e vê Maria.

Guto: Maria, que surpresa boa. Entre. Não achei que você ia vim tão rápido.

Maria entra no apartamento: Eu achei melhor vim cedo pra poder falar de uma vez e…

Guto: Claro. Eu estava indo tomar café da manhã. Toma comigo?

Maria: Não obrigada.

Guto: Eu to tão feliz que…

Maria: Guto. Espere. Deixe-me falar. A gente se conhece a mais de 15 anos. Desde quando você entrou pra família. Eu achei isso muito legal. Nós demos bem de cara. Se você fosse meu primo de sangue acho que não seriamos tão amigos como nós somos.

Guto: Eu já sei onde essa conversa vai.

Maria: Eu te adoro Guto. Você vai sempre ser uma pessoa muito especial pra mim. Mas eu não posso fazer isso comigo, e principalmente com você. Eu te vejo como meu irmão. O irmão que eu nunca tive.

Guto: Não faz isso comigo, por favor. Depois de tanto tempo que eu guardo isso só pra mim. Você tem que dar uma chance pra nós.

Maria: Eu não posso te enganar. Eu não quero te machucar.

Guto: Você acha que dizendo isso não esta me machucando?

Maria: É uma dor menor do que se eu te engace. Desculpa.

Maria da um beijo no rosto de Guto e sai do apartamento. Guto senta no sofá com um olhar triste.

Cena 6.

Na porta do restaurante.

Daniel caminha pela calçada e chega perto da entrada do restaurante e vê Isa na porta esperando por ele.

Daniel se aproxima: O que você quer aqui?

Isa: Eu vim falar com você.

Daniel: Já te disse ontem e vou repetir que eu não quero saber de você.

Isa: Você destruiu meu casamento. Eu não tenho dinheiro pra nada. Eu preciso me alimentar.

Daniel: Arrume um emprego.

Isa: Eu não tenho que arrumar emprego nenhum. Você tem que bancar. É seu dever.

Daniel: Dever de otário?

Isa: Eu estou grávida e é você o pai.

Daniel: Para de ser ridícula garota.

Isa: Não estou sendo ridícula. Eu estou falando a verdade. Quando estava no bem bom, você não se preocupou com isso, né?

Daniel: Eu fiz vasectomia, eu não posso ter filho. Seus golpes não funcionam mais comigo. E pensar que eu estava gostando de você. Aquele flagra foi a melhor coisa que me aconteceu, me fez livrar de uma pessoa igual a você.

Daniel caminha pra dentro do restaurante.

Isa: Daniel, por favor. Eu to com fome. Eu to há quase um dia inteiro sem comer, eu to passando só a água. Ajuda-me.

Daniel: Ok. Você entra come alguma coisa e some da minha vida.

Cena 7.

Na agencia Flash.

Na sala de Tânia. Ela e Julio se beijam.

Tânia: Você sabe que não é nada bom você ficar aqui.

Julio: Eu não aguentei de saudades, eu tive que vim aqui.

Tânia: Que saudades? Eu dormi na sua casa hoje.

Julio: Mas saiu primeiro que eu, só esse tempo já pareceu uma eternidade.

Tânia: Não somos mais adolescentes amor.

Julio: Eu te amo. É isso que importa.

Tânia: Também te amo.

Julio e Tânia se beijam.

Guto entra na sala.

Guto: Mãe eu preci… Que palhaçada é essa?

Tânia e Julio se separam e olham assustado para Guto.

Guto: Eu estou esperando uma explicação.

Julio: Eu posso explicar. Fica calmo.

Guto: Não converse comigo. Eu sei o quanto você fez mal a minha mãe. Eu não sei como ela tem coragem de ficar com você ainda.

Tânia: Julio, por favor, me deixe sozinha com o Guto, eu preciso realmente conversar com ele.

Julio sai da sala.

Guto: Mãe, eu achei que a senhora fosse mais esperta. Que tinha pelo menos brio na cara. Já não basta tudo que ele te fez? Você quer que ele te traia com uma das suas modelos agora?

Tânia: Chega Guto. Chega. Eu estou farta já. Eu sei que você me ama, eu sei que você só quer meu bem e eu acho isso ótimo. Eu também quero o melhor pra você. Mas nós somos adultos, eu, você o Julio. Cada um sabe o que é melhor pra cada um.

Guto: Eu sei que a senhora é adulta, mas ele te enganou.

Tânia: E já se arrependeu.

Guto: E a senhora acreditou?

Tânia: Sim. Eu acredito nas pessoas. Eu acredito que as pessoas mudam. Que elas se arrependem. Você também devia dar uma chance pras pessoas. Seu pai precisa de você agora, mas você prefere não perdoar ele.

Guto: Minha diferença com meu pai não tem nada com isso que estava acontecendo aqui.

Tânia: Realmente não tem. Eu sou adulta e não vou deixar meu filho decidir o que é melhor pra minha vida. Essas escolhas são minhas.

Guto sai da sala.

Cena 8./ Noite.

No transito.

Guto dentro do carro dirige pensativo. E para o carro em frente o semáforo.  J.P entra dento do carro de Guto transtornado.

J.P: Me da o dinheiro Guto.

Guto: Que isso J.P? O que aconteceu com você?

J.P: Guto, você não pode me deixar morrer, por favor, me ajuda.

Guto: Você esta drogado.

J.P: Não interessa. Você disse que ia me ajudar. Você disse que ia conseguir o dinheiro pra mim. Você é meu irmão não me deixa morrer.

Guto: Eu não vou deixar você morrer. Nunca. Eu só não consegui o dinheiro ainda. É muita grana. Mas me escuta, amanha cedo vão depositar pra mim o dinheiro.

J.P: Até amanhã eu já vou estar morto.

Guto: Não vai não. Você pode se esconder no meu apartamento essa noite.

J.P: Eles vão atrás de mim ate a sua casa e mata todo mundo.

Guto: Vamos conseguir te tirar dessa. Eu posso te deixar na empresa, a segurança lá é forte.

J.P tira o canivete do bolso.

J.P: Desce do carro.

Guto: O que?

J.P: Esse carro vale muito, eu vou entregar ele. Desce do carro. Agora. Não me faça te machucar.

Guto: J.P.

J.P: Desce.

Guto desce do carro e vai pra calçada. J.P passa do banco do passageiro para o banco do motorista. J.P muda de marcha para arrancar com o carro e cinco tiros atravessam o para brisa e acertam o corpo de dele.

Guto assustado grita: Não.