Capítulo 27 – Três Jogadas
Três Jogadas.
Capítulo 27.
“As coisas mais desagradáveis que os nossos piores inimigos nos dizem pela frente, não se comparam com as que os nossos amigos dizem de nós pelas costas.”
Alfred de Musset
Cena 1. Rio de Janeiro / Delegacia / Noite
Cela de Visitas…
Continuação imediata da cena anterior.
Clarice estranha: Quem?! Achei que o horário de visitas tinha acabado.
Alice entra: Eu! – ela sorri e o carcereiro fecha a porta. – Que bom te rever AMIGA. Saudades de mim?
Clarice fica sem reação. As duas se encaram por um tempo. Alice ri de deboche, enquanto Clarice se enfurece.
Clarice furiosa: O que você está fazendo aqui? – O homem fecha a porta. Clarice começa a bater na grade. – ME TIRA DAQUI! O MEU HORÁRIO DE VISITA ACABOU! HEI, POR FAVOR, ME TIRA DAQUI!
Alice rindo: Que desespero é esse? Eu não vou te machucar. Quanto a isso, você pode ficar tranquila. Até porque eu conheço a cadeia e posso dizer: – ela se aproxima do ouvido de Clarice. – É horrível ficar aqui, né?
Clarice chora de raiva: O que você quer comigo? Eu não tenho mais nada para falar com você. A sua sorte é que eu estou algemada, ou já teria te dado uns bons tapas!
Alice se senta e cruza as pernas: Esse é o seu problema: resolver tudo na violência. Sabe por que eu me tornei essa pessoa ruim? Porque eu sofri muito, Clarice. E você tem uma parcela de culpa nisso! Mas eu nunca matei ninguém!
Clarice gargalha: NUNCA MATOU NINGUÉM?! Você só pode estar de brincadeira. – ela se senta. – Eu realmente não tenho nada para falar com você. Sai daqui! Eu não preciso de ninguém compartilhando esse sofrimento comigo.
Alice debochada: É ruim sofrer, né? Agora você vai provar do próprio veneno. Você não merece o chão que pisa. Você engana as pessoas com esse rostinho angelical, mas lá no fundo você não passa de um demônio. Você é cruel! – ela sorri debochada. – Está presa porque matou um homem!
Clarice liga uma coisa na outra: Foi você! – ela se levanta furiosa. – CLARO QUE FOI. VOCÊ MATOU ESSE HOMEM E CONSEGUIU DE ALGUMA MANEIRA ME INCRIMINAR. EU NEM SEI QUEM MORREU. MAS VOCÊ SIM! VOCÊ É A ASSASSINA DISSO TUDO. ASSASSINA!
Alice se levanta e vira-se de costas: Estranho você não conhecer seu próprio primo.
Clarice sem entender, abismada: Primo?! Do que você está falando?!
Alice vira-se, sorrindo: Vai dizer que você não sabia que o ENRICO estava vivo?
Clarice horrorizada: Não pode ser.
Cena 2. Rio de Janeiro – Urca / Casa da Vanessa / Noite
Vanessa janta sozinha. Ela está bem vermelha, com alguns machucados e arranhões no rosto. A campainha toca e ela vai atender.
Vanessa abre a porta. Tiago sorri, com algumas malas.
Vanessa abismada: O que é isso?
Tiago invade a casa: Você sempre me encheu a paciência querendo que eu largasse a Eliane para morar com vocês. Pois então, estou eu aqui.
Vanessa gargalha: Você só pode estar de brincadeira! – ela diz, ainda gargalhando. – Você acha mesmo que depois de tudo que aconteceu hoje eu vou te aceitar?
Tiago sem entender: Então eu só servia quando era casado? É o que isso? Algum tipo de fetiche? Gosto? Não dá pra entender. Você tanto queria e quando consegue, desiste?
Vanessa nega: Ou, ou, ou. Pera lá. Eu tanto quis que você se separasse dela, de forma amigável e que contasse que estava interessada em outra pessoa. E eu reconheço a minha parcela de culpa nisso tudo. Eu não queria fazer a Eliane sofrer. Eu juro por tudo que é mais sagrado, mas eu realmente estava criando uma amizade com ela boa. Uma amizade que eu destruí para satisfazer o meu prazer com um cara que só me faz mal.
Tiago já se irritando: Então pelo o que eu estou entendendo você não vai me aceitar aqui? Você vai me deixar sem lugar para ficar? TENHA PIEDADE DE MIM. EU ESTOU SEM EMPREGO, SEM CASA, SEM MULHER. QUEM AGORA VAI COZINHAR, LAVAR, PASSAR E VAI ME FAZER SENTIR PRAZER?
Vanessa surta e lhe dá um tapa: MACHISTA! – ela vai até a porta e a abre. – Eu nunca encontrei um cara tão machista, tão ignorante e preconceituoso. Eu sou mulher e não escrava. Agora você sai da minha casa e evapora da minha vida… Eu não quero mais nada com você!
Tiago sai, arrastando as malas. Vanessa fecha a porta e se encosta na porta, chorando.
Vanessa sussurra: Me perdoa, Eliane. Eu acabei com sua vida! – ela chora ainda mais. – Que tipo de pessoa eu sou?! – ela se senta e continua ali.
Vanessa está realmente arrependida de tudo o que fez, mas agora já é tarde demais.
Aqui começa o inferno em sua vida.
Cena 3. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice/ Noite
Gisele senta na cama. Ela está inquieta e logo pega o telefone. Ela manda uma mensagem para Ferraz. Pega sua bolsa e sai.
Um pouco depois… Em um restaurante próximo.
Gisele impaciente balança a taça de vinho. Ela olha a hora e percebe que está ali meia hora. Ferraz entra na portaria. Pelo espelho, Gisele vê o homem entrando. Ela coloca a taça na mesa e se ajeita.
Ferraz pro trás, sorrindo: Desculpa a demora! – ela vira um pouco o rosto e eles se beijam. Ele se senta do outro lado. – Me chamou com urgência. Aconteceu alguma coisa?
Gisele sorri: Achei que não viria mias, já estava quase desistindo. – ela dá a última golada no vinho e enche mais a taça. – Eu vim te convidar pra morar comigo.
Ferraz ri: Morar com você? Gisele… Eu não vou trocar meu apartamento na Zona Sul, por um casebre na favela com uma vista privilegiada para o esgoto, popularmente conhecido como valão. Aliás, com que dinheiro você vai pagar esse restaurante?
Gisele sorrindo: Eu to rica! – Ferraz não responde nada. Ele a olha fixamente. – Não vai falar nada?
Ferraz perplexo: Como assim está rica? De onde você tirou esse dinheiro?
Gisele: Eu sempre fui rica. O pai da Luíza deixou uma grande fortuna para ela.
Ferraz sem entender: E por que raios você morava naquela favela?
Gisele termina o vinho: Isso não importa. O importante é que eu estou rica e eu tenho um convite para lhe fazer.
Ferraz radiante: Convite?!
Gisele limpa a boca com o lenço: Eu quero que você venha morar comigo. Separa da sua mulher e vem comigo. – ela segura a mão de Ferraz e o homem olha. – Não é você que disse que podíamos ser cúmplices? Então. Chegou a hora! – Ferraz a olha. Ele não responde. – Você vem?
Ferraz sorri como resposta. Os dois se encaram.
Cena 4. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Branca/ Noite
Fernanda entra no apartamento. Ele está “largado”. Do mesmo jeito que Branca deixou o apartamento, ele ficou. Fernanda analisa cada detalhe do apartamento e começa a se passar cenas em sua frente em momentos felizes dela com a Branca e Tóta. A mulher caminha até o quarto dos pais e vai até a penteadeira, onde Branca passava a maior parte do tempo. Do outro lado, a estante, onde Tóta passava a maior parte do tempo, lendo seus livros. Ela começa a chorar e lembrar-se das imagens… das palavras… das frases e dos conselhos. Um vento frio passa naquele momento e o espelho da penteadeira se quebra. A jovem começa a perceber um movimento estranho e começa a olhar ao seu redor. Ela olha para trás rapidamente e vê a imagem de Branca, com a mesma roupa do dia do acidente. Silêncio paira no ar.
Voz, quebrando o silêncio: Assassina! – começa a ecoar na mente de Fernanda.
Fernanda desesperada: Assassina! Assassina! Assassina! – ela repete por diversas vezes. – Eu sou. Sou sim. Assassina. Eu! – ela vai até a estante e pega um livre. – Sou! Assassina! – o tom da voz começa a se elevar e cada vez mais rude.
A imagem de Branca ali na sua frente. Fernanda taca o livro que pegou, por ser tão real a alucinação, acreditando que irá pegar em Branca. Com a voz cada vez mais alta, sua visão já ficando destorcida e ela já vendo os objetos em cores diferentes, Fernanda taca mais coisa em cima do espírito. Surtada. Louca.
Fernanda se arranhando: AHHHHHHHHHHHHHHHH! – ela grita, se estapeando e puxando seu cabelo. – ASSASSINAAAAA! NÃOOOOO! EU SOU UMA ASSASSINA! EU SOU! ASSASSINA! ASSASSINA!
Ela destrói o quarto inteiro, completamente alucinada. Já não aguentando mais a voz, que não parava de aumentar o tom e espalhar a voz, Fernanda pega a cabeça e acerta na parede. Cai desmaiada.
Corte descontínuo.
Fernanda ainda na mesma posição se levanta zonza. Ela esfrega os olhos e vê o quarto completamente destruído. Ela tem flashes rápidos em retrocesso da sequência de surto e logo esfrega os olhos. Fernanda olha para a penteadeira e percebe que o vidro está intacto. Assim como a janela e a cortina. Não corre um vento. Ela olha para si, um pouco arranhada. A mulher continua sentada no chão, buscando uma explicação para aquilo tudo.
Aqui começa o seu inferno.
No dia seguinte…
Cena 5. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice/ Manhã
Sérgio assiste filme enquanto come pipoca. Alice desce a escadaria do apartamento. Ele toma refrigerante e estica os pés, apoiando na mesa de centro.
Alice lhe dá um tapa: O QUE É ISSO SEU ABUSADO?!
Sérgio cospe o refrigerante e se levanta: Minha nossa senhora. A senhora não tinha saído?
Alice furiosa: Ainda vou! Trate de limpar essa sujeira e voltar aos seus afazeres. Ou eu vou te demitir. Folgado!
Sérgio confirma: Claro! – Alice vai saindo. – Madame! – ela para e vira-se – Vai encontrar algum homem?
Alice taca uma almofada no empregado: Me respeita, palhaço! Mas se você quer saber eu te digo: estou indo encontrar minha querida nora. – ela ri. – Essa garota me parece interessante e eu também preciso tirar a má impressão que causei. – Ela olha para Gioconda, que limpa a mesa. – Ou! – Gioconda olha. – De olho nesse abusado. Não quero ele parado!
Alice sai. Sérgio e Gioconda se olham.
Gioconda rindo: Ouviu a patroa, né? Quem comanda hoje sou eu! E acho bom você começar me ajudando a limpar a casa ou eu conto pra ela que você não fez nada!
Sérgio estica o pé: Deixa terminar meu filme.
Gioconda desliga a tevê: Claro que não! Você vai me ajudar agora!
Sérgio sem paciência: Ok! Mas antes me faz uma coisa: vai na dispensa e pega um pano limpo, por favor.
Gioconda obedece e Sérgio vai logo atrás. Assim que Gioconda entra, Sérgio tranca a mulher na dispensa. Que se desespera.
Gioconda: SÉRGIO EU NÃO ESTOU DE BRINCADEIRA! SÉRGIOOOO!
Sérgio rindo: Quando acabar meu filme eu te libero!
Gioconda se enfurece.
Sérgio volta para a sala, liga a televisão, estica os pés e volta a assistir o filme.
Dentro do porão…
Gioconda furiosa, pega o celular do bolso e liga a lanterna.
Gioconda encostando nas prateleiras: Meu Deus isso aqui está um lixo! E para completar o idiota do Sérgio me deixa presa aqui. E a bateria do meu celular está acabando. – ela desliga a lanterna. – SÉRGIO EU TE MATO!
Ainda encostando nas prateleiras, Gioconda derruba uns produtos e junto uma caixa. Ela liga a lanterna novamente e mexe na caixa.
Gioconda pega um papel: Jurado 1985. Sérgio Bulamarquê. – ela não entende. – O Sérgio já foi jurado?! Jurado de quê?! – a empregada continua analisando o papel.
Cena 6. Rio de Janeiro – Lagoa / Cafeteria Pão de Ló / Manhã
Júlia está à espera de Alice. A última chega e senta-se à mesa.
Alice tirando a bolsa: Desculpa a demora! Tive que resolver uns problemas antes de vir pra cá. Você não avisou a ninguém e muito menos ao Luigi sobre esse nosso encontro, né?
Júlia séria: Não! Qual o motivo do encontro? Veio falar novamente sobre a gravidez? Olha se for sobre isso saiba que a decisão só diz respeito a mim e ao Luigi.
Alice sorri: Não vim falar sobre isso. Eu quero te fazer um pedido. Eu sei que o nosso encontro lá em casa foi horrível e eu posso ter te causado certo medo, mas eu juro que essa não era a minha intenção.
Júlia a olha: Vai direto ao ponto, por favor. Não gosto de rodeios!
Alice pega nas mãos de Júlia: Deixa eu me aproximar de você! Júlia eu sei que tenho defeitos, mas quem não tem? Eu posso ter te tratado mal aquele dia, mas eu juro, eu quero muito consertar isso tudo e te mostrar uma impressão diferente dessa que você criou de mim.
Júlia ri: Eu não estou entendendo o seu intuito. Até ontem você tinha me deixando com uma impressão horrível e hoje quer mudar isso? Se é o meu perdão que você quer, pronto: está perdoada! – ela pega a bolsa e se levanta. – Se era só isso eu já posso ir!
Alice puxa Júlia: Não! Por favor. – a jovem se senta novamente. – Isso envolve o Luigi também. Eu não sei se você sabe, mas, o Luigi me culpa pelo pai dele ter saído de casa e isso atingiu diretamente nossa relação. A gente não consegue ter uma relação saudável, sabe? E você pode ser essa ponte entre mim e ele.
Júlia sorri: Eu sabia que não parava por ali. E você quer que eu faça o quê? Eu não posso interferir nisso. Você que tem que tentar se aproximar dele.
Alice ajeita a cadeira: Júlia querida, o Luigi só consegue pensar em você. Ele é fácil de ser influenciado. Se você falar com ele, eu tenho certeza que esses pensamentos que ele cria vai acabar. Você pode servir de ponte entre nós e salvar o relacionamento com o meu filho! Não me faça essa desfeita. – ela se estica e toca a barriga de Júlia. – Você vai ser mãe e vai entender isso. Eu te suplico! Deixa eu me aproximar de você e te mostrar que eu posso ser uma pessoa totalmente diferente que me mostrei.
Júlia sorri: E eu tenho outra opção?!
As duas se olham. Alice radiante, com olhar agradecido.
Alice radiante: Eu vou ser eternamente grata a você!
Júlia pega a bolsa: Mas agora eu realmente preciso ir. Eu ainda tenho uma consulta hoje e o Luigi está me esperando. – ela se levanta. – Até mais!
Júlia sai e Alice pega o telefone.
Alice, ao telefone: Stênio! Tudo bem? Tudo pronto para fazer o que eu te pedi? Eu preciso que você agilize isso hoje!
Stênio, ao telefone: Fique calma! Já estou a caminho. Te dou notícias. Até!
Alice, ao telefone: Até! – ela desliga o telefone.
Cena 7. Rio de Janeiro – Delegacia / Manhã
Simone faz algumas anotações. Barros entra.
Simone para as anotações: E a outra, como está?
Barros se apoia na mesa: Atormentada! Pra quem sempre viveu solta, essa noite na cadeia deve ter sido um terror.
Simone se levanta: E alguma novidade sobre o caso? Eu não aguento mais ficar rodando em círculos nessa investigação.
Barros lamenta: Até agora nada!
William bate na porta: Doutora! – Simone o olha. – Tem um advogado aqui na porta. Quer falar com a senhora!
Simone estranha: Comigo?! – ela e Barros se entreolham. – Manda entrar!
William sai e Stênio entra. Ele se senta e Simone o encara.
Simone ri: De novo você aqui. Stênio, né?! – ela ergue a mão. – Um prazer te reencontrar.
Stênio a cumprimenta: Essa foi à vida que eu escolhi! – ele sorri e se ajeita na cadeira.
Simone o olha: Qual o problema dessa vez?
Stênio pega a pasta: Doutora… Que provas você tem contra a minha cliente? Não leva em consideração essa placa do carro. Existem “n” maneiras de alterar isso, clonar. Você é delegada, deve receber casos disso diariamente.
Simone olha para Barros: Pede o Gelado ou William para trazer a Clarice. – ordena.
Pouco depois…
Clarice chega algemada, Gelado fazendo sua escolta. Barros tira sua algema. Ela e Simone se encaram.
Simone sorri: É ruim ficar presa, né? Eu vou confessar que eu não aguento mais olhar para a sua cara. – Clarice vai se pronunciar a delegada lhe corta. – Cala a boca! Quem tá falando aqui sou eu! Eu vou te liberar, mas olha aqui: você está proibida de sair do país! Eu não parar enquanto não desvendar esse mistério. Eu estou de olho!
Clarice e Stênio se entreolham. A mulher fica radiante.
Cena 8. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Hospital Santo André / Manhã
Júlia e Luigi vão até à sala do médico. Hélio analisa uns documentos. Eles entram e o médico se levanta.
Hélio os cumprimenta: Bom dia! Sentem-se. Fiquem à vontade. Eu já pedi que preparasse a sala dos exames. Vocês são – ele olha o papel. – Júlia e Luigi, certo?
Júlia pendura a bolsa na cadeira: Isso! É ultrassonografia. Consulta de rotina.
Hélio olhando os documentos: Pelo o que você relatou descobriu a gravidez recente. Você tem alguma noção de quanto tempo já está esperando o bebê?
Júlia olha para Luigi: Não deve passar de 1 mês. Até mês passado eu não tinha alteração nenhuma.
Enfermeira chega: Doutor, a sala já está pronta.
Hélio a olha: Obrigado! – a enfermeira sai. Ele desvia o olhar para Júlia. – Vamos?!
Corte descontínuo.
Hélio realiza os exames em Júlia. Luigi olha tudo, apreensivo.
Hélio examinando Júlia: Você tem se sentindo cansada? Ou tem tido náuseas e tonturas?
Júlia o encarando: Não! Pelo menos por enquanto não.
Hélio olha os aparelhos. Júlia percebe o semblante do médico.
Hélio ajuda Júlia a levantar: Júlia você é tão jovem e eu fico com tanto receio em te contar, mas…
Júlia preocupada: Fala doutor! Tem alguma coisa de errado comigo ou com o bebê?
Luigi se aproxima e se posiciona ao lado da namorada.
Hélio encarando-a: O seu útero tá muito frágil. Com o passar do tempo e o peso do bebê ele pode acabar se dilatando e você o seu bebê nascer prematuro ou até mesmo… – ele para de falar.
Júlia prendendo o choro: Fala doutor! Você começou, agora termina!
Hélio: Ou até mesmo morrer. Dificilmente você conseguirá manter essa gravidez por muito tempo. E ela pode trazer um risco pra você. E não só pra você como também para o bebê. Eu sinto muito Júlia, mas a sua gravidez é de risco.
Júlia e Luigi se entreolham, preocupados.
Cena 9. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice/ Manhã
Sérgio abre a porta do quarto de limpeza e Gioconda sai.
Gioconda furiosa: Você me paga! Vontade de te matar! Idiota!
Sérgio rindo: Eu disse que te tiraria. Foi só o tempo de assistir o filme todo. Gostou de ficar presa? – ele pega um copo de água. – Afinal vai ser esse seu destino se você me matar.
Gioconda tira o papel do bolso: Eu ainda preciso de você vivo!
Sérgio coloca o copo na pia e vira-se, sem entender: Do que você está falando?
Gioconda lhe mostra o papel: Não sabia que você já tinha sido jurado, Sérgio. Eu conheço muito bem essa casa e eu não sou nenhuma idiota. Posso até parecer. Mas não. Qual é a sua relação com a Alice?! Eu sei que ela já foi modelo e que no incêndio do teatro ela foi salva por um jurado. Esse jurado é você Sérgio?!
Sérgio desesperado: Eu não sei do que você está falando. – ele pega o papel. – Você não tem o direito de se meter na minha vida!
Gioconda entendendo tudo: Você não é gay coisa nenhuma! Você usa isso como um disfarce para ninguém te reconhecer. – ela pega o papel de volta. – Não teria motivos para você salvar ela no passado e agora trabalhar como mordomo. Você iria pedir algo em troca. Ou você me conta o que você está fazendo dentro dessa casa ou eu acabo com a tua alegria e mostro esse papel para a Alice.
Alice chega. Os dois se entreolham e Sérgio sai sem dá uma resposta. Gioconda fica ali, analisando o papel, pensativa. Na sala, Alice e Sérgio vão para o quarto. Pouco depois, a campainha toca e Gioconda vai abrir.
Clarice invade o apartamento: Cadê sua patroa? – ela se senta no sofá.
Alice descendo a escada com Sérgio: E pronto! Minha vingança será realizada. Eu vou pegar tudo de volta da Clarice. Vou fazer ela se arrepender de um dia ter me roubado. Ela vai ter que me devolver tudo. Tudo! E eu preciso desse bebê da Júlia vivo para conseguir o que eu quero.
Clarice se levanta e vira-se. Alice e Sérgio se entreolham.
Clarice furiosa: Então é isso que você quer com a minha filha, desgraçada? Usar ela como uma ponte para sua vingança sem sentido?!
Fim do Capítulo 27!
Acho que esqueci de comentar sobre a gravidez de Stacy no capítulo passado… só quero dizer que fiquei chocado, uma vez que o Gustavo (que é um canalha) será pai dessa criança.
Agora, sobre o capítulo de hoje… adorei ver a Vanessa se arrependendo do que fez, ela merece sofrer bastante, não tenho dó dela. Muito menos do Tiago, que também se ferrou bonito, amei!!
O que Gisele tá querendo com Ferraz, hein? Creio que os dois irão se unir para fazer alguma coisa contra a Alice, mas prefiro não cogitar kk
Só bafão!! Então quer dizer que Sérgio é o jurado que salvou a Alice? Tem caroço debaixo desse angu Gioconda… fique esperta aí, e me mantenha informado sobre o que tu descobrir.
Que alucinações são essas que estão atormentando a pobre Fernanda? Coitadinha gente, ela não matou os pais… tudo não passou de uma obra do acaso.
Júlia, se eu fosse você não me envolveria com a Alice não… se ela quer o perdão do Luigi, que corra atrás então. E além disso, desejo muita sorte para o casal, pois irão precisar: já que a gravidez é de risco :'(
O Stênio tirando Clarice da cadeia? Essa Alice está aprontando algo que eu ainda não entendi!! Fora que agora a Clarice sabe o porquê do interesse da megera em sua filha 😯
Excelente capítulo. acho que a vida da Fernanda está deteriorando de vez e a Vanessa não fica atrás.
E o que falar de Alice e Clarice? Ótimas personagens. Essa história entre as dias ainda vai dar o que falar. Parabéns Gabriel 😉
Sim, como descrito, o inferno começou na vida de Fernanda. Ainda tem muita coisa para acontecer na vida dela. Obrigado, Wagner. O segredo das duas está prestes a ser revelado. Isso acontecerá logo! Está mais perto do que nunca. Continue acompanhando! E obrigado por comentar!!! 😀