Capítulo 27 – Menina Flor (O Primeiro Beijo)
Capítulo 27
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Malu: Já devia ter aprendido que eu não sou de levar desaforo calada.
Rafael: Por favor, parem vocês duas.
Malu: Quer saber? Eu vou é embora daqui.
Melissa levanta e segura Malu pelo braço: Você não vai a lugar algum sua nojenta.
Malu: Me larga sua velha coroca.
Melissa dá uma bofetada em Malu que a joga no chão.
Rafael: Melissa, Malu, parem, por favor!
Malu levanta do chão: Cansei disso, eu sei onde não sou bem-vinda.
Melissa: Não vai a lugar nenhum enquanto eu não devolver tudo que você já me deu.
Melissa levanta a mão pra bater em Malu, mas Miguel a segura.
Melissa: Mas o que é isso?
Miguel: Nem pense em encostar nela.
Melissa: Me solta agora, porque senão eu…
Miguel: O que vai fazer? Vai me bater como você faz desde que eu era criança?
Melissa: Não levante calúnias pra cima de mim.
Rafael: CHEGA! Malu, pode ir pra sua casa e amanhã você volta pra floricultura Botão de Rosa, Fernanda e Thomaz podem ir pras suas casas, Miguel vá pro seu quarto e Melissa vá tomar um banho.
Melissa: Rafael, essa garota nos humilhou e ainda assim você vai…
Rafael: Eu disse, JÁ CHEGA!
Floricultura Botão de Rosa. Manhã seguinte. Malu anda de um lado pro outro e pula em frente à loja falando no microfone, como não fazia há certo tempo.
Malu, muito animada: Bom dia minha galera de Roseiral, vamos aqui, vamos que a floricultura Botão de Rosa está de portas abertas e eu tô de volta, vamos minha gente que as flores estão chamando vocês minhas abelhinhas, venham senhoras e senhores, vamos que as flores estão desabrochando e vão desabrochar seus corações.
Malu entra: Ah, fazia tempo que eu não me sentia bem assim.
Joana: Que bom que você voltou, esse lugar já tava ficando sem-graça sem você.
Fábio: Com certeza, os clientes já estão voltando a entrar aqui com gosto agora que você voltou a trabalhar aqui.
Malu: Isso é verdade, eu tava morrendo de saudade do cheiro dessas rosas.
Joana: Pode crer, e essas flores sentiam sua falta Menina Flor.
Fazenda Aguiar Cordeiro.
Melissa: Eu não me conformo com isso Rafael.
Rafael: Melissa, esse assunto está encerrado!
Melissa: Mas como assim? Aquela imunda me ataca, ataca os amigos do Miguel e você não faz simplesmente nada? Toda vez que ela põe os pés aqui tem briga.
Rafael: Melissa, já chega, a Malu vai continuar na floricultura e ponto final.
Melissa: Essa menina é uma imunda, ela é um perigo.
Rafael: Melissa, eu tenho mais o que fazer, eu vou pras plantações que é muito melhor do que ouvir você e seus chiliques.
Melissa: Rafael, não me deixe falando sozinha.
Rafael só faz virar as costas e ir embora.
Melissa derruba um monte de coisas que estavam em cima da estante.
Melissa: Maldita! Maldita imunda, eu devia tê-la jogado daquela cachoeira.
Praça da cidade.
Fernanda: Eu não acredito que você não me defendeu ontem.
Miguel: Fernanda, pelo amor de Deus, já chega disso.
Fernanda: Não, não quero! Você viu quando aquela suja me jogou suco na cara, afundou a cara do meu irmão num prato e você não fez nada!
Miguel: E o que você queria que eu fizesse? A Malu é um verdadeiro Bicho-do-mato, você tem que se sentir sortuda por ela não ter te mordido.
Fernanda: Não banque o engraçadinho, você devia ter dito alguma coisa.
Miguel: Foi pra isso que você me chamou?
Fernanda: Eu sou sua noiva e aquela porca não é nada sua, você devia ter ficado do meu lado, mas em todas as situações você ficou do lado dela.
Miguel levanta o dedo: Escuta aqui, não se atreva a voltar a chamar a Malu de porca.
Fernanda: Eu a chamo como quiser, eu sou sua noiva.
Miguel: Eu conheci a Malu quando eu tinha 4 anos, ela é alguém tão importante na minha vida quanto você. E você não é minha noiva.
Fernanda: Como não? Nós estamos juntos, nós estudamos juntos, moramos juntos e até já dormimos juntos.
Miguel: Mas eu nunca disse que éramos noivos, e eu posso muito bem desfazer essa nossa relação a qualquer momento se eu quiser.
Fernanda: Você não seria capaz.
Miguel: Seria porque eu não aguento mais você me pressionando.
Miguel sai andando e deixa Fernanda nervosa.
Casa dos Figueiredo.
Fernanda entra em casa furiosa: Maldição!
Thomaz: Irmãzinha, que mau-humor é esse?
Fernanda: Não me provoca Thomaz, hoje eu sou capaz de fazer uma loucura.
Thomaz, deboche: Tá de TPM?
Fernanda: Cala essa boca.
Thomaz: Brigou com o Miguel de novo?
Fernanda: Ele só pode estar enfeitiçado por aquela esfarrapada.
Thomaz: É bem capaz, a Malu dá de 10 a 0 pra você.
Fernanda: Não me provoca Thomaz, eu tô te avisando.
Thomaz: Ok, mas você acha mesmo que ele tá gostando dela?
Fernanda: Ele falou até em terminar tudo comigo por causa daquela infeliz, eu preciso agir e logo, e você também.
Thomaz: Eu tentei agir ontem, mas você viu que não deu certo.
Fernanda: Como você queria que desse certo seu estúpido? Você acha que alguma mulher vai se oferecer daquele jeito pra um panaca como você?
Thomaz: Calma, eu vou pensar em alguma coisa.
Fernanda: Mas pensa e rápido, eu não posso perder o Miguel.
Thomaz: Você tá interessada mesmo é nele ou no dinheiro dele?
Fernanda: Eu vou te esbofetear!
Lar Coração de Mãe. Diretoria.
Guilhermina: E quando é que os dois pretendem mandar o menino pra escola?
Carlos: Calma Guilhermina, nós ainda vamos ter que matriculá-lo.
Lurdes: Aliás, eu estava pensando em ir agora mesmo lá na escola pra cuidar disso, o menino tem que estudar.
Guilhermina: E como os dois vão matriculá-lo? Com que sobrenome?
Carlos: Já está tudo correndo bem para o Pedrinho ter o nosso sobrenome.
Guilhermina: Sinceramente, eu acho isso um disparate, vocês são irmãos e vão registrar o garoto como filho dos dois?
Lurdes: Guilhermina nós já falamos sobre isso.
Guilhermina: Por acaso vocês não sabem que é proibido por lei irmãos se casarem?
Carlos: Nós não vamos nos casar, ora bolas.
Guilhermina: Quer saber? Façam o que vocês quiserem e isso não é problema meu.
Floresta. Rio. Horas mais tarde. Miguel chega ao rio e encontra Malu sentada numa pedra lendo.
Miguel: Ora, se não é a minha moreninha?
Malu: Oi Miguel, o que você tá fazendo aqui?
Miguel: Eu vim passear, e pelo que vejo você está lendo o livro que eu te dei.
Malu: É sim, eu tô gostando muito.
Miguel: Já chegou na parte em que a Carolina aparece?
Malu: Já, estou na cena do jantar, página 25.
Miguel: Já? Que rápido!
Malu: É, eu sempre li muito e tive muita prática, aí aprendi a ler bem depressa.
Ouve-se o som de um trovão.
Malu olha pro céu: Ih, parece que vai chover um pouco.
Miguel: Parece que sim, é melhor ir pra casa.
Malu: Por quê? Eu adoro tomar banho de chuva.
Miguel: Pelo jeito você é mesmo diferente das garotas que eu conheço da cidade.
Malu: Isso foi um elogio ou uma intriga?
Miguel senta-se na pedra ao lado de Malu: Os dois talvez. E então, o que achou do jantar de ontem?
Malu: Miguel você me desculpe, mas os seus amigos e a sua mãe pegaram pesado comigo, eles sabem como eu sou e mesmo assim fazem aquilo comigo.
Miguel: Tudo bem, você pra mim é mais importante do que eles.
Malu segura o pingente do colar que está no seu pescoço: Fala por causa disso?
Miguel mostrando o seu pingente: Talvez, só a alguém que eu confiaria muito eu daria o colar dos meus pais.
Malu: Você só se lembrou de mim por causa desse colar né?
Miguel: Ao contrário, só me lembrei do colar por sua causa.
A emoção toma conta do lugar. Os dois ficam se olhando em silencio por alguns instantes, quando de repente vão se aproximando mais e mais, até que finalmente os dois se beijam. No mesmo instante que os lábios se tocam, a chuva começa a cair.
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