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Três Jogadas

Capítulo 26 – Três Jogadas

Três Jogadas.

Capítulo 26.

“Não há vitória sem confronto.”

Alvaro Granha Loregian

Cena 1. Rio de Janeiro / Delegacia / Fim de Tarde

Clarice assustada: Eu realmente não sei do que você está falando. Você está me acusando de algo que eu não

fiz. Eu aposto que você não tem nada que prove o que você está dizendo.

Simone ri: Dessa vez você se enganou. Esse cara foi encontrado morto em Ipanema. Em uma rua deserta. Só que a gente conseguiu imagens de seguranças de DUAS câmeras. Uma delas é justamente da rua onde ele foi encontrado morto. E adivinha?

Clarice perplexa: O quê?!

Simone sorri: A gente conseguiu imagens do carro que atropelou o homem. – ela pega o papel que está com a placa. – Conhece essa placa?

Clarice se levanta: É A PLACA DO MEU CARRO! – ela não entende o que está acontecendo.

Simone debochada: Vai continuar negando que você não matou o Petrônio?

Clarice desesperada: Eu não tenho nenhum envolvimento com isso. Não. Não é possível.

Simone sorri: Mais uma vez aqui estamos. Só que dessa vez você não escapa. – ela pega uma algema e entrega para Barros. – Algema. Você está presa, Clarice.

Clarice desesperada, trêmula: Presa?!

Simone sorri debochada: Presa!

As duas se encaram. Clarice desesperada.

Cena 2. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Fim de Tarde

Eliane assustada: Fechada?! Como assim? A empresa nunca passou por problemas financeiros.

Melissa: Essas festas que a revista está promovendo usa bastante dinheiro. Fora que o lucro esse ano abaixou bastante.

Eliane se senta: Meu Deus parece que esse furacão não passa nunca. Melissa, você sabe que eu nunca liguei muito para essa empresa. A Jaqueline que sempre cuidou, sempre teve esses interesses. Eu não entendo nada daquela empresa. Eu preciso da sua ajuda.

Melissa se levanta: Minha ajuda? Mas eu sou formada em moda, não em administração.

Eliane: Você conhece aquela empresa toda. Virada até de cabeça pra baixo. Eu preciso da sua ajuda.

Melissa se ajoelha diante de Eliane: Você realmente quer a minha ajuda? Eu posso não ser essa pessoa ideal.

Eliane a olha: Claro que é. É que está mais tempo na empresa. Eu não sei o que fazer.

Melissa sorri: Mas eu sei. – ela se levanta. – Chama a Jaqueline de volta. Ela vai saber exatamente o que fazer.

Eliane pensativa: Será?!

Melissa confirma e Eliane continua pensativa.

Cena 3. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice/ Fim de Tarde

Júlia séria: Isso mesmo que você ouviu. Eu vou tirar esse filho. Eu não posso continuar com essa criança. Ela não é bem-vinda.

Alice furiosa: VOCÊ ESTÁ MALUCA GAROTA. EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER ISSO. NÃO VOU!

Júlia se levanta: QUEM DECIDE ISSO SOU EU. DA MINHA VIDA CUIDO EU. – ela ajeita sua bolsa. – O Luigi tem motivos de não gostar nem de olhar para sua cara.

Júlia vai saindo.

Alice lhe segura: Garota você acabou de entrar pra família. Está achando que funciona assim? Que você entra e sai à hora que quer? Você começa mudando esse tom de voz, eu não gosto de gente que fala alto comigo.

Júlia chorando: Monstro! Fez-se de boazinha esse tempo todo e agora está se revelando essa má.

Alice com ódio: Eu sei ser boa garota, mas também sei ser má. Eu sempre quis um neto. E você não vai tirar essa criança que não tem culpa da sua incapacidade e coragem de ter um filho.

Júlia se solta: Agora eu entendo as razões do Luigi de te odiar tanto. Mostro!

Júlia sai correndo. Alice se senta. No instante, Luigi chega.

Luigi estranha: Cadê a Júlia?!

Alice se levanta: Saiu daqui feito uma louca. Ela surtou quando eu falei que não a deixaria tirar a criança. Eu falei umas verdades e ela saiu daqui chorando.

Luigi coloca o copo de água na mesa: Você sempre estragando as coisas.

Luigi sai apressado. Sérgio chega em seguida.

Sérgio ri: Não sabia que você tinha sonho de ser vovó.

Alice o olha: E não tenho. Só que eu preciso dessa peste para concluir minha vingança. Depois eu jogo o pequeno hamster fora.

Os dois riem juntos.

Cena 4. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Hospital / Fim de Tarde

Jordan está deitado na cama do hospital, ligado a alguns aparelhos.

Leandro abre e bate na porta: Jordan! – o homem o olha. – Posso entrar?

Jordan sorri: Entra. – ele se ajeita na cama e sente dor.

Leandro fecha a porta: Não precisa se ajeitar. Vim saber como você está. Fiquei preocupado. O médico falou que você vai ter que operar.

Jordan: Infelizmente sim. O médico me contou que estou com uma bala alojada no pulmão. Eu devo operar daqui a pouco.

Leandro se apoia na cama: Eu espero que dê tudo certo. Essa cidade cada dia mais violenta. A cabine de polícia do Vidigal foi avisada.

Jordan consegue se ajeitar na cama: Aquele tiro não veio do Vidigal. E muito menos era uma bala perdida.

Leandro não entende: Mas qual seria a outra explicação? Estávamos bem perto da favela. Essa é a única explicação.

Jordan: Aquela bala tinha endereço. E esse endereço se chama Jordan!

Leandro assustado: Você está dizendo que alguém tentou te matar?!

Jordan o encarando: Em breve você vai ter a resposta disso tudo.

Leandro não entende nada. Jordan fica pensativo.

Mais tarde…

Cena 5. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Noite

Kiara lê algumas revistas. Júlia e Luigi descem a escada. A campainha toca. Leandro aparece logo em seguida. Kiara se levanta e abre a porta.

Kiara sorri: Adriana! – ela cumprimenta a advogada. – Quanto tempo.

Adriana sorri: Será que eu posso falar um minutinho com vocês?

Kiara: Claro! Entra. Fica à vontade. – Adriana entra e Kiara fecha a porta. – Você está procurando a Clarice?

Adriana para: Eu vim falar sobre ela.

Kiara se assusta: Aconteceu alguma coisa?

Corte descontínuo.

Na sala, todos reunidos, sentados. Apenas Adriana de pé.

Adriana ajeita o cabelo: Eu não sei se vocês sabem, mas um homem foi encontrado morto aqui em Ipanema. Petrônio o nome dele. E a polícia está investigando sobre o assassinato do homem.

Leandro sem entender: Dá pra ser direta? Eu não estou entendendo aonde você quer chegar. O que um homem morto tem a ver com a Clarice?

Adriana: Eu ia tentar falar de uma maneira mais calma. Mas se não é possível eu vou ser direta. A Clarice foi presa. Ela está sendo acusada de matar esse homem.

Leandro se levanta assustado: Quê?! A minha mulher é uma assassina?!

Kiara abaixa a cabeça. Júlia fica chocada, assim como todos outros.

Adriana: Se a polícia ligar os fatos e chegar à conclusão de que a Clarice é a culpada… Ela vai ficar presa até o fim da investigação. Mas eu conheço a delegada e posso tentar ajudar a Clarice a sair mais rápido. Basta ela querer.

Leandro desesperado: Eu preciso falar com ela. Por favor, me leva até onde ela está.

Kiara ergue a cabeça e vê o desespero de Leandro. Ela fica sem reação.

Cena 6. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Stênio / Noite

Sheyla pega um documento na porta: Obrigada! – ela fecha a porta. – Agora sim você pode morrer em paz.

Ela senta no sofá e abre o envelope. Gustavo chega logo em seguida.

Gustavo a olha: Que documento é esse?

Sheyla guarda o documento apressada: Nada que vá te interessar. Fofoqueiro!

Gustavo puxa do envelope: É o testamento?! Eu não acredito que o Stênio fez essa palhaçada. – ele lê os documentos e fica chocado. – ESPERA. O STÊNIO ESTÁ TE DANDO TUDO??!

Sheyla puxa o envelope e ri: Não é da vontade dele? Então não se intrometa! Aceitar é o que te resta. Eu vou cuidar do meu maridinho agora.

Sheyla sai sem dá atenção. Gustavo fica cismado.

No quarto…

Sheyla sorri: Querido… Adorei o testamento. E olha só. A cópia dele está comigo.

Stênio se levanta: Está satisfeita agora? Acho que já posso morrer em paz.

Sheyla ri: Deve. Não vai fazer falta nenhuma. Só serve para isso: me dá dinheiro. Nem na cama você era bom.

Stênio na porta: Você vai pagar por tudo o que está fazendo comigo. Eu ainda vou te ver na cadeia… Nem que seja do inferno. Maldita!

Stênio sai e bate a porta forte. Sheyla sorri, abraçada com o testamento.

Na sala…

Stênio chega.

Gustavo indignado: Acho que você está me devendo uma explicação.

Stênio bebe água: Do que você está falando?

Gustavo: Sobre o testamento que você fez. Pelo o que eu entendi você passou tudo para o nome da Sheyla. Foi isso?!

Stênio larga o copo: Um dia você vai me entender. Não se preocupa.

Stênio sai.

Gustavo ainda indignado: Não Stênio. Espera. A gente precisa conversar. – ele é ignorado. – Eu não vou deixar essa vagabunda dá esse golpe em você. Não vou.

Cena 7. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice/ Noite

Alice está deitada na cama. Sérgio massageia seus pés.

Alice: Será que nosso plano deu certo? Espero que aquela delegada dos infernos tenha descoberto sobre o assassinato do Petrônio ou Enrico.

Sérgio para de massagear: Claro que descobriu. Foi notícia em primeira mão do jornal. – ele ri. – Poderosa você.

Alice o chuta de leve: Continua! Lêmure do Madagascar.

Sérgio gesticulando: Vai querer ofender a minha pessoa?

Alice ri: Não desmunheca grilo saltitante. Dessa vez passou. Mas foca no que interessa. Que no caso é o assassinato do Enrico.

Sérgio olhando Alice: Coitado do Luigi. Segunda chance de conhecer o pai, fracassada. Será que ele lembra do pai? Ele era tão jovem.

Alice séria: E não precisa lembrar. Eu estou curiosa para saber o que a delegada está fazendo neste momento. Mas eu acho que tive uma ideia.

Sérgio para de massagear: Uma ideia? Que ideia?! – Alice o olha. – Desculpa. – ele volta a massagear.

Alice: Você vai ligar para a Adriana, advogada da Revista, e vai tentar colher qualquer informação sobre o caso.

Sérgio pega o telefone: Mas como a Adriana vai saber de alguma coisa?

Alice senta na cama: Além de advogada da Revista, ela é advogada da Clarice. Se tudo saiu como planejamos, Clarice está no xilindró. Isso é o que importa. Agora vai lêmure. Faça o que estou lhe pedindo. – ela se levanta. – Se bem que não sou mulher de pedir. Faça o que estou lhe EXIGINDO.

Cena 8. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana/ Noite

 Adriana entra ao telefone: Eu ainda não sei nada sobre o caso. Eu só fiz o meu papel de advogada que foi avisar a família da Clarice que a mesma havia sido presa.

Sérgio ao telefone: Fico agradecida, digo, agradecido. Madame Alice estava bem preocupada sobre o que tinha acontecido. Ela ouviu… BOATOS – ele diz levemente.

Adriana fecha a porta, ao telefone: Não sabia que a Alice conhecia a Clarice. Era só isso?

Sérgio, ao telefone: São amiguíssimas. Você não sabia?

Adriana joga a bolsa no sofá: Não sabia. Eu realmente preciso desligar. Ainda tenho que estudar o caso da Clarice. Acho que já te passei todas as informações que ela precisava.

Sérgio, ao telefone: Ela quem? Eu?!

Adriana ri: Ela a Alice, Sérgio. Eu realmente preciso desligar. Até mais.

Adriana desliga o telefone.

No apartamento da Alice…

Alice comemora: Então quer dizer que a girafa dos olhos coloridos foi presa? Meu Deus eu nem acredito. Acho que ela está merecendo uma visitinha noturna.

Sérgio estranha: Não sabia que você jogava no outro time. Você curte – ele sorri e olha ao redor – danone sem colher? – diz, sussurrando.

 Alice lhe estapeia: Olha o respeito sua cucaracha voadora. – ela pega sua bolsa. – Não tenho hora pra voltar! – ela diz, saindo.

No apartamento de Adriana…

Stacy sai do banheiro chorando. Adriana, que está sentada no sofá, se levanta.

Adriana estranha: Meu Deus, o que foi que aconteceu dessa vez?

Stacy mostra o exame: Estou grávida.

Adriana cai no sofá: Meu Deus do céu. Você tem certeza disso?

Stacy senta: Absoluta. Como isso pode ter acontecido comigo. Eu sempre me cuidei de todas as formas. Nunca deixei de tomar os medicamentos na hora certa e sempre me preveni.

Adriana lhe abraça: Mesmo não sendo da sua vontade, você vai ter que aceitar essa criança. Suas responsabilidades irão dobrar.

Stacy chorando: Parece que a mesma história que aconteceu com você se repete comigo. É estranho pensar que eu te julguei tanto, mas estou à beira de seguir o mesmo caminho.

Adriana se afasta: Não! Você não vai. Eu vou te ajudar. Você tem a mim. Eu não vou deixar você seguir o mesmo caminho que o meu. E o primeiro passo que você precisa tomar é contar pro Gustavo que está grávida. Afinal de contas, ele é o pai…

Stacy enxuga as lágrimas: Eu vou fazer isso. O mais rápido possível. Meu filho não vai nascer sem pai.

Adriana e Stacy se abraçam novamente.

https://www.youtube.com/watch?v=DX8FKO3aRUU

Cena 9. Rio de Janeiro / Delegacia / Noite

Cela de Visitas…

Clarice cabisbaixa: Você deve está me achando um monstro.

Leandro inconformado: Eu não consigo acreditar que você tenha matado uma pessoa. Por mais que às vezes eu pense que você é descontrolada, minha imaginação jamais chegou a tanto.

Clarice tenta tocar em Leandro: Acredita em mim. Eu não matei ninguém Leandro. Eles estão enganados. Estão cometendo uma injustiça.

Leandro: Injustiça ou não você vai continuar presa.

Clarice: Não por muito tempo. A Adriana vai dá um jeito de me tirar daqui. Eu só preciso que você e minha família acreditem em mim.

Leandro se levanta: Eu não tenho estômago para ficar nem mais um minuto aqui ouvindo suas lamentações e suas implorações. Eu acredito em você. – ele bate na porta para chamar o carcereiro. – Só que eu te vendo nessa situação só te faz sentir-se ainda mais humilhada. E eu não quero que você implore para que eu acredite em algo. Eu acredito na sua inocência. – ele lhe dá um beijo na testa. – A gente se encontra lá fora. Fica bem!

Leandro sai. Na portaria, Alice chega. Ao perceber Leandro, ela se esconde e espera Leandro passar.

Na sala de Simone…

Alice entra: Delegada! – ela fecha a porta. – Saudades de mim?

Simone a olha: Pelo visto vocês gostaram bastante da delegacia. Veio dá uma visitinha para sua amiga? Você sabe que o horário de visitas só é de manhã ou à tarde.

Alice sorri: A senhora delegada não faria essa desfeita comigo. Faria?!

As duas se encaram sorrindo.

Cela de Visitas…

Clarice se levanta: Já pode me levar para a cela. Não tenho mais nada para fazer aqui.

Carcereiro: Tem sim. Ainda tem mais uma pessoa para te visitar.

Clarice estranha: Quem?! Achei que o horário de visitas tinha acabado.

Alice entra: Eu! – ela sorri e o carcereiro fecha a porta. – Que bom te rever AMIGA. Saudades de mim?

Clarice fica sem reação. As duas se encaram por um tempo. Alice ri de deboche, enquanto Clarice se enfurece. Foca em Clarice, furiosa.

Fim do Capítulo 26!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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Um comentário sobre “Capítulo 26 – Três Jogadas

  • Gustavo está bem perto de descobrir as artimanhas de Sheyla, e espero que isso não demore muito, pois daqui a pouco o Stênio morre e a malandra fica com tudo.
    Melissa sugerindo para que Jaqueline volte. Será que essa mulher agitará os próximos capítulos da web? Estou com esse pressentimento, mas prefiro esperar kk
    Júlia agora descobriu o porquê de Luigi não se dar muito bem com a mãe, agora ela sabe quem realmente é a sogrinha dela.
    Esse Sérgio é hilário mesmo kkk que história é essa de comer danone sem colher? Indecente!!
    Ao que parece Jórdan sacou tudo que está acontecendo com ele. Esperarei pelos próximos capítulos para saber melhor.
    Caramba, a morte de Petrônio está rendendo frutos ruins à Clarice, porém, quem está se dando muito bem nesta história é a Alice!!

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