Capítulo 26 – Detalhes Sórdidos
Garibaldi levantou a faca para atacar Mariah, mas o estrondo de água que ele ouviu antes, ficou mais forte. E quando eles se deram conta, uma verdadeira corredeira abateu-se sobre eles, e ambos foram arrastados. Mariah quase se afogara, mas deu Graças a Deus por poder mais uma vez se livrar de Garibaldi. Garibaldi perdeu a faca.
GARIBALDI – Não acha mesmo que isso vai me impedir de te matar, acha?
Tentando nadar vencer a corrente, ele nadava, mas era constantemente arremessado para as paredes de plantas que formavam o labirinto. Muitas delas espinhentas, espetavam suas costas, e ele gritava. Erguendo a cabeça sobre a água, ele viu que Mariah ia longe, e nadou em sua direção. Em determinado momento, a água abaixou, e Mariah pode sair correndo, sem precisar nadar.
GARIBALDI – Você não vai fugir de mim!
Mariah via a casa, mas não queria volta para dentro e se sentir prisioneira. Ela achava que do lado de fora estava mais protegida.
Garibaldi também conseguiu se livrar da corredeira, e estava mais perto de Mariah do que imaginava. Bastou apenas alguns passos para poder vê-la.
GARIBALDI – Eu não preciso de arma nenhuma para capturar você.
MARIAH – Não se aproxime, ou eu te mato!
Mariah empunhou um pedaço de pau, que encontrou por ali.
GARIBALDI – Escute, já estamos a horas nessa palhaçada. Você sabe que vai ser morta mais cedo ou mais tarde, então vamos parar com isso, e venha comigo.
Ele se aproximou, mas Mariah desferiu-lhe um golpe nas costas, com o porrete improvisado. Garibaldi caiu, e Mariah partiu para cima com o porrete, mas foi infeliz, porque Garibaldi agarrou o mesmo, arrebatando-o de suas mãos. Agora ele se levantou e foi em sua direção. Em pânico, Mariah tentou correr, mas suas pernas não a obedeceram. Ela começou a chorar.
MARIAH – Por favor, não me mate! O que eu lhe fiz?
GARIBALDI – Você me machucou muitas e muitas vezes.
Ele lhe deu uma imensa surra antes de arrastá-la pelos cabelos até a entrada da casa. Nem mesmo seus gritos e seu pranto o fizeram parar.
GARIBALDI – Eu juro que vou fazer você sofrer muito antes de morrer.
Mas para a sua surpresa, o quarto onde ele mantinha as mulheres presas, havia apenas Dornas, desmaiado.
GARIBALDI – Mas que diabos aconteceu aqui? Onde estão as mulheres?
PADRE DORNAS – Eu não sei o que aconteceu…
GARIBALDI(aos gritos) – Como não sabe o que aconteceu? Então eu chego aqui, encontro você dormindo, sem as mulheres e você me diz que não sabe o que aconteceu?!?
PADRE DORNAS – Eu não estava dormindo, eu fui atacado.
GARIBALDI – Atacado…, sei…
Garibaldi foi até a janela, onde havia uma espécie de atiçador de lareira, e sem que o padre percebesse, ele o enterrou em suas costas. Um grito agonizante ecoou por todos os lugares, junto com os gritos de desespero de Mariah.
O Padre Dornas, ainda vivo tentou se levantar, e olhou Garibaldi em seus olhos.
PADRE DORNAS – Você…
GARIBALDI – Eu odeio pessoas incompetentes.
Engasgado com o próprio sangue, o padre Dornas morreu.
Garibaldi retirou o atiçador das costas de Dornas, e olhou para Mariah.
GARIBALDI – Prepare-se, pois você será a próxima. Assim que eu achar as outras.
VALÉRIA – Garibaldi, o que aconteceu aqui? Cadê as outras meninas?
GARIBALDI – Ainda bem que vocês chegaram. Eu tive que me livrar de um peso morto.
MORDOMO – Eu fui lhe procurar porque eu pensei que você pudesse ter sido atacado por algum cão.
GARIBALDI – Como você pode ver, estou vivo. Um pouco machucado, mas vivo. Agora, fiquem aqui, porque eu vou procurar as cadelas.
Corta para Tom.
EDSON – Parece que somos só nós agora.
TOM – É o que parece. Vamos procurar um lugar para nos proteger, e algo para comer. Deve haver uma despensa com algo não perecível na cozinha.
EDSON – Sem energia, deve estar insuportável a cozinha. Lembra que colocamos o corpo do Sérgio em um freezer? E o que dizer da carcaça da freira que ainda deve estar na sala de convivência.
TOM – Quem poderia imaginar uma loucura dessas, não é mesmo? Sabe o que mais? É melhor esquecermos a comida. Vamos deixar a chuva acabar e procurar alguma fruta ou planta que se possa comer.
EDSON – Numa situação dessas, eu não consigo pensar em comida.
TOM – Espere! Estou ouvindo passos.
Eles se colocaram em posição de defesa, mas não havia sido Garibaldi que estava chegando.
MARINNA – Tom! Tom! Graças a Deus vocês estão vivos. Temos que nos esconder, Garibaldi está enlouquecido. Ele está disposto a matar todo mundo, mas nós, as mulheres, por algum motivo somos seu alvo.
TOM – Venham, vamos nos esconder aqui.
Meia hora depois.
TOM – Então é verdade, o Anfitrião está voltando.
MARINNA – Ele nunca esteve aqui. Ele parece não saber o que está acontecendo de verdade. Todas essas armadilhas são armação do Mordomo.
TOM – Me parece ter ouvido isso mesmo. Bom, o que vamos fazer?
MARINNA – Infelizmente, só tem um jeito de sair vivo: Matar todos eles.
TOM – Você está falando de matar pessoas.
MARINNA – Estou falando de matar pessoas que querem nos matar
TOM – Mesmo assim. Eu não vou matar ninguém…
ANITA – Tom, é uma questão de sobrevivência. Ou nós os matamos, ou eles nos matam.
TOM – Mas vocês disseram que o Anfitrião está vindo, pode ser que ele…
EDSON – Elas têm razão, Tom. Nós temos que liquidá-los. Além do mais, nem sabemos se o Anfitrião é outro psicopata. Pra ter nos metido numa confusão dessas, não deve ser bom da cabeça.
TOM – Tudo bem. Vocês estão cobertos de razão. Vamos procurar algo que sirva de armas, e vamos encontrar esses loucos e acabar com eles.
EDSON – É assim que se fala.
A chuva acabou. Mas um barulho vinha lá de fora. Eram rotores funcionando.
EDSON – Estão ouvindo?
TOM – Um helicóptero. Isso só pode significar uma coisa:
UNÍSSONO – O anfitrião!
Fim do capítulo 26