Capítulo 25 – Três Jogadas: MANCHA DE SANGUE
Três Jogadas.
Capítulo 25: MANCHA DE SANGUE
“Um dia de cada vez, que é pra não perder as boas surpresas da vida.”
Clarice Lispector
Cena 1. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Tarde
Continuação imediata da cena anterior.
Eliane sai de cima de Vanessa: SEU FILHO DA MÃE! – ela dá um tapão no rosto de Tiago, que fica tonto.
Tiago sem entender: O que é isso Eliane?!
Eliane furiosa: Fora da minha casa seu desgraçado! Você pega essa vadia e leva ela pra bem longe daqui. Fora da minha casa! Só da minha casa não. Fora da MINHA EMPRESA. Você preferiu jogar fora anos de casamento pra ficar com essa cachorra. Trocou-me por essa piranha. AGORA SAI DAQUI! SAIA DAQUI E VÁ PARA O INFERNO. MALDITO!
Tiago a segura: Por favor. Não faz isso. Vamos conversar!
Eliane se solta: TIRA ESSAS MÃOS NOJENTAS DE MIM! VOCÊ NÃO TOCA EM MIM!
Tiago furioso: NÃO JOGA NOSSO CASAMENTO DE ANOS NO RALO ASSIM, DESSA MANEIRA.
Eliane gargalha irônica: EU??! VOCÊ QUE ACABOU COM O NOSSO CASAMENTO QUANDO RESOLVEU SE ENVOLVER COM ESSA PIRANHA.
Vanessa se levanta: EU ESTOU AQUI!
Eliane a pega pelo cabelo: O QUE VOCÊ AINDA ESTÁ FAZENDO NA MINA CASA? SOME DAQUI! – e a joga longe. – E SAI VOCÊ TAMBÉM. SAI! – ela estapeia Tiago.
Tiago a segura: PARA! VOCÊ ESTÁ SURTADA!
Eliane pega um jarro: SURTADA?! VOCÊ AINDA NÃO ME VIU SURTADA! – ela taca um jarro na direção do Tiago. – SOME DAQUI! – ela taca outro. – DESAPARECE DA MINHA VIDA. SOME DA MINHA EMPRESA! EU QUERO VOCÊ LONGE DA MINHA VIDA. – ela começa a quebrar as coisas. Tiago e Vanessa saem apressados. – VOCÊ DESTRUIU MINHA VIDA DESGRAÇADO. – ela começa a chorar. – DESGRAÇADOOOOOO! INFELIZ! – ela se joga no chão chorando. – VOCÊ ACABOU COM A MINHA VIDA! – ela repete isso algumas vezes.
Cena 2. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice/ Tarde
Sérgio ajeita o sofá. Alice desce a escada.
Alice ajeita o cabelo: Para de mexer no sofá, grilo saltitante!
Sérgio a olha: Está falando comigo, madame?
Alice ri: Acha que eu estaria falando com quem? Estou sentindo meu corpo pesado. Preciso de umas massagens.
Sérgio balança as mãos: Vou ligar para o seu massagista. Aliás, faz um bom tempo que ele não aparece aqui. Saudades daqueles músculos. – ele sorri, delirando.
Alice lhe dá um tapa: Aquieta. – ela o puxa. – Cadê a outra?
Sérgio ajeita sua roupa: Está falando da Gisele?
Gisele vai descer a escada, mas ao ouvir seu nome, ela para.
Alice ajeita o terno de Sérgio: A própria. Ela apareceu por aqui hoje?
Sérgio: Está no quarto descansando. Eu fui arrumar o quarto e ela disse que precisava repousar.
Alice nervosa: Eu preciso dá um jeito de tirar essa mulher da minha vida. Ela ronda minha vida como se fosse um leão caçando carne. Eu preciso me livrar dela.
Sérgio perplexo: Está pensando em…?
Alice sorri: Por que não? Eu não gosto que ninguém entre no meu caminho. Quem tem coragem de entrar no meu caminho tem que ter coragem pra me enfrentar. E isso o Jordan sabe direitinho… ou pelo menos sabia.
Sérgio chocado: OH MAI GÓDI! – ele dá um pulo do sofá. – Você mandou matar o Jordan?
Gisele se choca.
Alice ri: Assim é a vida meu querido. Menos um para me atormentar.
Gisele perplexa: Acho que você desconhece a palavra: LIMITE… – Sérgio e Alice viram-se assustados. – ASSASSINA!
Alice e Sérgio se entreolham, sem reação.
Mais tarde…
Cena 3. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana/ Fim de Tarde
Adriana chega com Fernanda. A última bem abalada.
Fernanda se senta na cama: Meu Deus que pesadelo! Está tudo tão difícil.
Stacy se aproxima: Eu lamento muito. Eu não conhecia muito bem os dois, mas a Branca me recebeu calmamente e foi tão querida comigo.
Fernanda cabisbaixa: E de pensar que quem causou esse pesadelo foi eu. Meu Deus eu não vou me perdoar nunca.
Adriana se agacha: Você não teve culpa. Para! – ela ergue a cabeça de Fernanda. – A vida nos prega cada peça e a gente só tem que aceitar. Era para ter acontecido. Tudo nessa vida tem um por que. Para de se culpar.
Fernanda chorando: Mas eu que matei meus pais. Se eu tivesse ouvido eles nada disso teria acontecido. Eu jamais vou me perdoar. Eu vou carregar essa culpa pra sempre.
Adriana abraça a prima: Eu não quero que você carregue essa culpa. Eu prometo cuidar de você. Como sempre fiz.
FLASHBACK / ALGUNS ANOS ATRÁS
Adriana correndo pelo parque: Não vale! Você roubou. Você não contou direito!
Fernanda batendo o pé: Claro que contei! Você que não viu!
Adriana furiosa: NÃO CONTOU! Se você não contar de novo eu não vou brincar!
Marta se aproxima: Meninas. Já está na hora de irmos. A Branca está esperando vocês. Vamos?
Adriana triste: Mas a brincadeira está ficando boa agora. Deixa a gente continuar mãe!
Fernanda sorrindo: É tia. A gente não vai embora.
Marta ri: São teimosas. Mas vão embora sim! Já está ficando tarde.
Fernanda puxa Adriana: ENTÃO VOCÊ VAI TER QUE NOS PEGAR!
Fernanda e Adriana correm rindo. Marta vai atrás. As três se divertem no parque.
FIM DO FLASHBACK
Fernanda sorrindo: O tempo não foi capaz de apagar nossa união. Eu te amo tanto, prima! – as duas se abraçam. Ela enxuga as lágrimas e se levanta. – Eu vou tomar um banho. Preciso tirar esse cheiro de hospital.
Adriana se senta: Vai lá… – Fernanda sai. Stacy senta ao seu lado. – Que carinha é essa? Aconteceu alguma coisa?
Stacy sorri: A gente convive há tão pouco tempo, mas parece que convivemos há muito tempo. Aconteceu uma coisa, mas eu não sei como te falar.
Adriana se ajeita no sofá: Fala. Quem sabe eu possa te ajudar.
Stacy cabisbaixa: A minha menstruação está atrasada. – ela ergue a cabeça. – E isso não é normal. Ela sempre foi controlada. Eu acho que estou grávida.
Adriana perplexa: Grávida?! – ela tenta se recuperar da notícia. – Você fez algum teste?
Stacy: E devo fazer?
Adriana pega na mão de Stacy: Claro que sim! Compra o teste de farmácia e faz. Só assim você tira suas dúvidas.
Stacy preocupada: Meu Deus. Eu não sei se estou preparada para ser mãe.
Adriana e Stacy se entreolham. Stacy preocupada.
Cena 4. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Hospital / Fim de Tarde
Leandro perambula na sala de espera. Mateus se aproxima.
Mateus chega: Você que é o Leandro? O que está acompanhando o Jordan.
Leandro preocupado: Sou eu mesmo. Alguma notícia dele? Como ele está?
Mateus: Eu não posso te passar nenhuma informação. Eu não sou o especialista adequado. Mas o médico dele está lhe esperando. Acompanhe-me, por favor.
Leandro segue Mateus.
Na sala de Gregório…
Leandro se senta: E então doutor, como está à situação do Jordan?
Gregório: Você é algum parente?
Leandro rápido: Amigo. Eu e o Jordan trabalhamos com festas.
Gregório pega um papel: O caso do Jordan é muito sério. Ele está com uma bala alojada no pulmão. Estamos fazendo todos os exames necessários para levar o rapaz para o centro-cirúrgico.
Leandro preocupado: Meu Deus… Mas ele corre algum risco?
Gregório sério: Isso só o tempo dirá.
Leandro e Gregório se encaram. Leandro preocupado…
Do lado de fora…
Leandro sai da sala preocupado. Ele fecha a porta lentamente.
Leandro pega o telefone: Preciso avisar a Clarice.
No apartamento da Clarice…
Clarice atende ao telefone: Leandro! Onde você foi parar? Estou te esperando há tanto tempo. Aonde você se meteu?
Leandro, ao telefone: O Jordan levou um tiro Clarice! Eu estou no hospital.
Clarice, ao telefone, radiante: Um tiro?! Meu Deus coitado. – ela diz cínica. – E como está a situação do rapaz?
Leandro, ao telefone, preocupado: Não sei. Graças a Deus ele conseguiu sobreviver. Só que ele está com uma bala alojada no pulmão. Os médicos estão fazendo alguns exames para operá-lo.
Clarice, ao telefone, furiosa: Ah ele está vivo?! – ela diz, preocupada.
Leandro, ao telefone, estranha: E não era para estar?
Clarice, ao telefone, sorri: Claro. Estimo melhoras. A Júlia está me chamando. Depois a gente se fala.
Clarice desliga o telefone, preocupada: O infeliz tá vivo! Não pode ser.
Ela pega a bolsa e sai apressada.
Cena 5. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice/ Fim de Tarde
A campainha toca. Alice abre a porta.
Alice radiante: Luigi meu filho. – ela fica feliz em vê-lo. – Que bom te reencontrar. Esqueceu-se da mamãe?!
Luigi sem paciência: Você sabe que eu não gosto quando você me trata feito criança. Eu só vim por que a Júlia insistiu.
Alice cumprimenta Júlia: Nora boa é assim. Une o filho à mãe. Sentem-se. – os três se sentam. – Mas qual o motivo da visita e da insistência da querida?
Júlia sorri e olha para Luigi: Conta a novidade Luigi.
Luigi radiante: Você vai ser vovó. A Júlia está grávida!
Alice radiante: Meu Deus. Não acredito. – ela abraça Júlia. – Parabéns querida! Você não sabe o quanto eu desejei essa criança.
Luigi estranha: Você?! – ele ri. – Dizem que o tempo muda as pessoas, depois do que acabei de ouvir, vou passar a acreditar nisso.
Alice radiante: Não posso ficar feliz? Sempre foi meu sonho ter um netinho. E essa menina linda está realizando meu sonho. Eu finalmente vou conseguir tudo o que quero! – ela sorri, pensando na vingança.
Luigi sem entender: Conseguir tudo o que quer? Do que você está falando?
Alice disfarça: Quero uma família formada. E sinto que esse netinho vai nos unir ainda mais. Obrigada Júlia. Muito obrigada!
Luigi sorri: Bom, acho que já podemos ir.
Alice radiante: Fica mais um pouco. Vou pedir pro Sérgio preparar um café pra gente.
Luigi se levanta: Eu falo com ele. Vou aproveitar para beber água também.
Luigi sai. Alice nota que Júlia não parece muito feliz.
Alice a olha: Você não parece feliz com essa criança.
Júlia triste: Eu não posso ter essa criança. Eu vou tirar essa criança.
Alice furiosa: Como é que é, garota?!
Alice percebe que seu plano está ameaçado. Ela se enfurece. As duas se encaram.
Cena 6. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Fim de Tarde
Melissa abraça Eliane: Monstro! Isso que ele é. Meu Deus como um homem consegue ser tão idiota a ponto de fazer isso.
Eliane chorando: Eu nunca fui tão humilhada em toda minha vida, Mel. Ainda fui obrigada a ouvir aquela vagabunda dizendo que era mole demais. Fraca na cama. QUE ÓDIO!
Melissa aperta Eliane: Calma! – ela se afasta. – Você tem que esquecer isso. Tem uma fila de homens lá fora te desejando. Você é linda, doce, daqui a pouco arruma alguém que te mereça de verdade.
Eliane se levanta: Eu não estou falando em arrumar outra pessoa. Estou falando da humilhação. Meus sonhos e projetos jogados na lama. Reconstruir é mais difícil do que construir. Ter que recomeçar do zero, catar os caquinhos.
Melissa sorri: Mas agora você tem que se preocupar com a Revista. Esquece o Tiago. Ninguém está sabendo do que aconteceu do motivo do cancelamento do casamento. Então. Finge que isso tudo foi um pesadelo, que você acordou e agora está disposta a viver a realidade. Nessa minha crise com o Ferraz eu aprendi a me amar primeiro. Faz o mesmo.
Eliane enxuga as lágrimas: Eu vou superar. Ainda vai chegar o meu momento de humilhar. Eu preciso me amar primeiro. Preciso acreditar no meu potencial. Chega de se humilhar. Chega!
Melissa sorri: Isso. – Ela fica em silêncio por um tempo. – Já que tocamos na Revista, acho que está na hora de te contar uma coisa.
Eliane preocupada: Aconteceu alguma coisa com a Revista?
Melissa séria: Eu não sei o que aconteceu, mas a revista perdeu uma fortuna. A Revista está numa crise enorme. Está falindo!
Eliane se assusta: Como assim? O idiota do Tiago sempre cuidou muito bem da empresa.
Melissa: A advogada responsável pela Revista foi até lá conversar comigo. Ela disse que a Revista está falindo. Se a gente não tomar as medidas necessárias, ela terá que ser fechada.
Eliane se assusta.
Cena 7. Rio de Janeiro / Delegacia / Fim de Tarde
Clarice entra na sala de Simone. A delegada sorri.
Simone debochada: O bom filho a casa torna. – ela se senta. – Senta. Fica à vontade. Você já é de casa.
Clarice se senta: Eu não sei o porquê da intimação. Até onde eu sei não fiz nada de errado.
Simone se ajeita: Claro que não. – ela sorri. – Você conhece esse homem? – ela apresenta as fotos de Enrico/Petrônio.
Clarice vê as fotos: Claro. Ele era o homem que estava na casa da Alice no dia em que a casa dela foi assaltada.
Simone sorri: Você chegou aqui bancando a que não fez nada de errado. Você gosta de ser direta. – ela pega as fotos. – Pois eu também não gosto de ser acusada assim, sem ter feito nada. Só que no caso você fez.
Clarice não entende: Eu não sei do que você está falando. Você cismou comigo e criou uma linha de obsessão. Qualquer coisa que acontecer no planeta agora a culpa será minha.
Simone direta: Foi você que matou esse homem, não foi?!
Clarice perplexa: Quê?!
Clarice fica sem entender nada. As duas se encaram.
Cena 8. Rio de Janeiro – Copacabana / Rua / Fim de Tarde
Célia espera pelo carro. O manobrista chega.
Manobrista desce do carro: Prontinho. Aqui a chave.
Célia pega a chave: Muito obrigada. Mais tarde eu te chamo para guardar o carro. Não sei que horas chego. Mas deduzo que seu expediente não vá acabar agora.
Manobrista: Agora não. Eu vou virar hoje. Só vou embora amanhã cedo.
Célia abre a porta: Ótimo!
Quando Célia vai entrar o Manobrista lhe chama.
Manobrista: Dona Célia. – ela para. – Eu percebi que tinha uma marca de sangue na frente do carro. Você sabe de onde veio esse sangue?
Célia fica sem reação e sem resposta. Os dois se encaram. Foca em Célia, sem saber o que dizer.
Fim do Capítulo 25!
Agora sim eu gostei de ver!! Eliane não poupou a sua raiva e descontou tanto em Vanessa quanto em Tiago, ambos mereceram.
Stacy grávida também? Oh My God!! Por essa eu não esperava. Quer dizer, ainda é só uma suspeita, mas…
Adriana e Fernanda estão tão unidas, agora com a morte da Branca então… essa união somente crescerá!!
Espero que o Jordan não morra… ele tem que estar vivo para esclarecer essa história para nós, pois se depender de Alice e Clarice nunca saberemos.
Alice não gostou nadinha de saber que a norinha querida quer abortar o tão esperado netinho dela!! Aonde isso tudo vai dar?
Clarice sendo acusada pela morte de Petrônio enquanto que as marcas de sangue são encontradas no carro de Célia… isso não tá me cheirando muito bem, tem algo muito errado nesta história.