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Filho Amado

Capítulo 23 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Capítulo 23.

 


 

Anna insiste: Vamos, me digam o que está acontecendo aqui!

 

Noronha, tranquilo: Estou tendo uma conversa franca e saudável com o meu irmão, algum problema?

 

Éssio vai até os braços da mãe.

 

Anna, indignada: Você fez ele chorar? Você é realmente um ser desprezivel, voltou só pra humilhar o seu irmão- Ela encosta a cabeça na do filho- Vai ficar tudo bem, filho, não se preocupe.

 

Noronha ri alto: Não é possível, a mesma cena de anos atrás está se repetindo! Só pode ser uma brincadeira!- Ele vai até Éssio- Bebê chorão, fraco, incompetente que vai se consolar com a mãe! Fraco!

 

Anna começa a estapear Noronha: Sai daqui imediatamente, eu não admito que…

 

Noronha a corta: Você não tem que admitir nada, o Éssio é maior de idade, devia saber se defender, mas nem homem pra isso ele é!

 

Anna: Chega!- Ela vai até a gaveta, mas Noronha a segura pelo braço com toda sua força.

 

Noronha, debochado: Tá indo pra gaveta das facas é? Vai me ameaçar com uma faca de cozinha da época dos dinossauros?- Ele a joga no chão- Escuta o que eu digo, é tudo verdade, o Éssio parece um bebê, ele não se tornou nada na vida, NADA!

 

Anna se levanta: Sai daqui! E deixa ele em paz- Ela o empurra até a parede- E você que não volte nessa casa pra humilhar seu irmão de novo, ou eu posso tomar uma decisão drástica.

 

Noronha mostra o braço: Arrepiei com essas suas palavras!

 

Anna: Acha que eu não sei? Descobri que você se candidatou a vice-prefeito, Noronha! Você deve ter roubado muito lá em Brasilia, e os deputados te expulsaram, agora você está aqui, com um cargo muito menor!

 

Noronha põe seus óculos: Mamãe, se eu quiser, posso me candidatar a presidente, e se duvidar eu ganho!- Ele sai andando, mas dá meia volta- E não duvide do meu poder, porque com um telefonema eu posso mandar destruir essa casa aqui. Beijos.

 

Mansão de José do Gado.

 

José do Gado conversa com Aurora.

 

José: E então, filha, aconteceu o quê de interessante durante o tempo que viajei?

 

Aurora confessa: Nada de especial…Mas sabe pai, eu acho que…

 

José: Pode falar, Aurora!

 

Aurora, querendo chorar: Acho que eu quero me separar do Clécio!

 

José, intrigado: Separar? Porquê? Não me diga que ele andou te batendo, aí eu vou ter um acerto de contas pessoalmente e…

 

Aurora: Não foi nada disso, e só porque eu não estou feliz, e agora que ele vai viajar pra fazer aqueles shows de mágica, fico mais sozinha ainda! Não aguento mais essa minha vida!

 

José estranha: Eu te entendo mas…Tem outro motivo?

 

Aurora se lembra das fotos: Tem outra coisa sim, pai. Eu acho que o Clécio tá me escondendo algo!

 

José aconselha: Então o siga até os shows de mágica! Descubra o que ele faz lá e mate essa charada!

 

Aurora concorda: É isso mesmo, eu vou seguir o Clécio semana que vem durante o show, e descobrir o segredo dele de uma vez por todas!

 

Casa de Bruno/ Ainda de manhã…

 

Ema põe gotas de um remédio em uma colher: Justo hoje que eu ia falar com o Noronha você resolve ficar doente, Bruno!

 

Bruno geme: Ai, mãe, acho que comi alguma coisa que não me caiu bem!

 

Helder lê o jornal: É isso que dá comer demais, filho, já falei pra você maneirar, ou vai acabar explodindo igual a mulher daquela novela, e não tô brincando!

 

Alguém bate na porta.

 

Ema dá o remédio na boca de Bruno: Avisa pro Clécio que você não vai poder ir hoje, Helder abre a porta por favor!

 

Helder: Já vou!- Ele abre a porta- Pois não…

 

Noronha entra na casa: O senhor não mudou nada, Helder, só o cheiro de sabão em pó que desapareceu dessa casa, me lembro que antigamente eu entrava aqui e tinha que tapar o nariz por causa do cheiro!

 

Ema, arrepiada: É…É…

 

Noronha sorri: Sou eu mesmo, dona Ema.

 

Bruno se levanta.

 

Helder, sem entender: Afinal, quem é ele?

 

Bruno, admirado: É o Noronha!- Ele vai até Noronha e o abraça- Achei que você tinha se esquecido de mim!

 

Ema, contente: Eu falei que ele não ia esquecer da gente, a memória dele não é de vento!

 

Noronha, feliz: Eu não esqueci não, aliás, eu vim aqui pra fazer uma proposta arrebatadora, Bruno, eu vou ajudar todos vocês!- Ele repara na casa- Pelo visto a situação financeira aqui não anda muito bem…

 

Helder: É que…

 

Noronha: Não precisa me explicar, Helder, você não me deve explicações, eu só quero saber se vocês aqui estão dispostos a mudar de vida!

 

Os ólhos de Ema brilham.

 

Quarto de Jasmine e Noronha no São Cristovão Hotel’s.

 

Jasmine, surpresa: Você deu emprego pro Bruno, pra mãe dele e pro pai dele? Nossa…

 

Noronha se deita na cama: Eu tenho muita consideração por todos eles, Jasmine, era pra lá que eu ia quando me sentia triste, a dona Ema sempre me acolhia muito bem, na época eles eram muito ricos, agora não são mais, e nada mais justo do que eu ajudar todos os três, principalmente o Bruno, que nunca esqueci!

 

Jasmine: Mas em que eles vão trabalhar?

 

Noronha explica: Como você sabe eu estou pretendendo comprar uma casa,  e pensei que a Ema poderia ser uma espécie de governanta, o Bruno e o pai vão trabalhar nas eleições a favor do meu partido!

 

Casa de Bruno…

 

Helder abre um champanhe, Bruno pega os copos.

 

Helder, contente: Vocês já ouviram dizer que a sorte bate na nossa porta? Pois ela bateu hoje, gente, nossa vida vai mudar!

 

Ema não para de rezar: O Noronha é um santo, um santo!

Bruno coloca champanhe nos copos: Então vamos brindar a nossa nova vida, com empregos dignos, e a bondade do Noronha!

 

Os três: À bondade do Noronha!

 

Helder, animado: Agora que o Noronha nos ofereceu empregos decentes, você pode se demitir daquela loja de calçados chinfrim onde o salário não dá pra fazer as compras do mês! E você Ema, pode acabar com essa história de ficar fazendo faxina em casa de madame! Nossos tempos de ouro voltaram!

 

São Cristovão Hotel’s.

 

Clube recreativo.

 

Noronha e o detetive Américo conversam.

 

Noronha, com pressa: Você tirou as cópias da foto que te pedi?

 

Américo mostra várias cópias das fotos: Aqui estão, e enviei uma delas pra o endereço da casa do seu pai, como você pediu.

 

Noronha, confiante: Perfeito, quando minha mãe ver essa foto,ela vai se arrepiar, tenho certeza que faz parte do passado sombrio dela!

 

Casa dos Dávila.

 

Éssio chora no colo da mãe: No fundo, apesar daquelas palavras, o Noronha tem razão, mãe…

 

Anna: Não tem, não tem e não tem! O Noronha gosta de colocar os outros pra baixo!

 

Éssio, chorando: Ele falou certo, mãe, eu não me tornei nada, não consegui nem me casar, minha vida continua a mesma desde 22 anos atrás!- Ele sai e se tranca no quarto.

 

Anna bate na porta: Éssio, Éssio me escuta!- Mas ninguém responde- Se o Noronha acha que pode fazer isso com o Éssinho está muito enganado!- Ela se senta no sofá- Mas eu preciso dar um jeito do meu amado conseguir um bom emprego, e mostrar pro Noronha que ele pode ser um grande homem também!- Ela pensa um pouco- TIVE UMA IDEIA!

 

Dois dias depois…

 

Mansão de José do Gado…

 

Clécio faz as contas: Com a demissão do Bruno vou precisar de outro funcionário, mas só posso pensar nisso depois do show de mágica semana que vem.

 

Aurora, curiosa: E em que cidade vai ser o show esse ano, amor?

 

Clécio, concentrado: Em Varzea Junqueira, perto de São Bentino.

 

Aurora: Entendo, bom, eu vou deixar você  trabalhar- Ela sobe para o seu quarto.

 

Lá…

 

Aurora arruma as malas: O show esse ano vai ser Varzea Junqueira, mamãe!

 

Marinez, aflita: Tem certeza que você vai seguir o seu marido? E se ele descobrir?

 

Aurora: Já tenho tudo planejado! Preciso seguir o Clécio, cada vez que ele vai pra esse maldito show de mágica volta diferente, e cada vez mais distante de mim, se ele tiver uma amante eu vou descobrir!

 

No jardim da mansão…

 

Taléfica dá ordens ao jardineiro: Mais cuidado com essas tulipas, elas devem ter uma atenção especial!

 

O jardineiro se irrita: Minha senhora eu cuido dessas flores faz tempo, sei como tratar cada uma delas!

 

Taléfica se ofende: Veja como fala comigo, caseiro inútil, ou eu mando te demitirem!

 

Anna chega no portão e bate palmas.

 

Taléfica vai até ela: Se for pra vender qualquer tipo de coisa eu não estou interessada, passar bem.

 

Anna: Não é isso, eu quero falar com o José do Gado, ele está?

 

Taléfica a analisa: E a senhora quem seria?

 

Anna se estressa: Fale pra ele que é Anna Maria Dávila, e o assunto é urgente!

 

Um pouco depois…

 

José do Gado desce as escadas: Não acreditei quando a Taléfica me falou que você estava aqui, posso saber o que quer falar comigo?

 

Anna, firme: Eu quero te fazer uma proposta.

 

José do Gado estranha: Proposta pra mim? Que eu saiba sua família sempre apoiou o meu rival, o Coronel Bravejo, e agora você vem me fazer proposta?

 

Anna admite: Eu cansei de apoiar o Coronel Bravejo, resolvi mudar. Você está aberto a propostas?

 

José do Gado: E que propostas seriam essas?

 

Anna é direta: As eleições desse ano estão se aproximando e eu sei que enquanto você não morrer vai continuar se candidatando, mesmo sem ganhar!

 

José do Gado: Irei sim me candidatar, e o que a senhora tem com isso?

 

Anna, animada: Você não percebeu que nunca ganhou por causa do seu vice! O Inspetor Batista é temido por todos nessa cidade, por isso que nunca votam no senhor, ninguém quer ter um vice-prefeito lobisomem!

 

José do Gado: Eu nunca parei pra pensar desse jeito…

 

Anna: É por isso que você tem que mudar o seu vice-prefeito, tire o Inspetor Batista e coloque alguém de mais qualidade, alguém que o ajude a ganhar!

 

José do Gado: Continuo sem entender o que a senhora tem haver com os meus assuntos políticos!

 

Anna: Quero que o Éssio seja o seu vice-prefeito, meu filho é competente, dedicado e muito atencioso e carismático, o Éssio tem que ser o novo vice-prefeito!

 

José do Gado se espanta: O Éssio?

 

Casa dos Dávila/ Ainda a tarde.

 

Bento pega as cartas na caixa de correio: Vejamos, conta de água, luz, gás e…Nossa, uma carta sem remetente-Ele abre o envelope, há uma foto- Não é possível! Não pode ser! O que significa isso?

 

( Tema de Bento).

 


Termina o capítulo 23.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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