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Ela Veste Preto, mas o Baile é Cor de Rosa

Capítulo 23 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

Eles dançaram até o fim da música como se não fossem fazer isso nunca mais.

 

Não tenha medo de mim
Não importa o que aconteça
Não me tire da sua vida
Nem desapareça
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Em algum lugar
Ainda estamos juntos
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Prá sempre, prá sempre
Ficaremos juntos
Juntos…

 

Dora estava cansada, mas sorria feito uma criança que ganhou o que mais desejava. Já estava voltando para a mesa, quando viu um vulto que se destacou dos outros, passando entre os convidados na beira da piscina.

– O quê foi aquilo? – sussurra para si se achando louca.

– Aquilo o quê? – pergunta Alonso que escutou o que ela disse.

– Nada! Deve ser cansaço… Acho que vou me refrescar um pouco no toalete. Licença! Vá alinhando esses pés de valsa que eu já volto! – brinca antes de sair dando-lhe um selinho.

Dora saiu dos fundos do pátio, onde se encontrava a piscina, e atravessou a pista de dança quando de repente o vulto cruzou seus olhos novamente. Era uma silhueta familiar que a preocupava muito conhecer.

 

Música – Ben Jelen – Come On – tradução

E finalmente o silêncio

Olhando pra longe,

vendo além do céu

Tentando achar um sentido

Sabendo que deixei tudo aquilo pra trás

Ainda sinto o aroma que demora a ir

Onde ela está indo?

Como ela está indo?

Eu quero, quero saber

Eu quero saber se ela virá

aqui, comigo

 

Ela ia seguindo por entre as pessoas que agitavam na pista, às vezes vendo-o nítido, outras vezes só reluzindo a vestimenta preta bem mais à frente dela, que não desistia do seu objetivo de encontrá-lo.

– Eu só posso tá louca mesmo pra tá fazendo isso! Vai ver todo mundo tem razão! – pensa.

 

Venha

Sem você eu nunca sentirei

o amor dentro de mim

Venha

Você sabe que nos pertencemos

Venha, venha,

venha, venha

 

Dora estava num jogo de gato e rato que ela mesma criou e não sabia no que ia dar. Na certa, pensou que encontraria o rapaz da roupa preta, ele se identificaria, ela se desculparia por sua gafe neurótica e a situação estaria solucionada. Mas não foi bem assim que aconteceu.

Após muito procurar pela pista de dança e arredores já estava desistindo, quando o avistou na sacada de uma sala do primeiro andar que estava aberta. Mell avisou nessa hora sobre a queima de fogos que começaria para saudar o baile, enquanto Dora corria ansiosa para pegá-lo.

Chegou à sacada exatamente no começo do foguetório, mas viu que lá não tinha ninguém.

– Droga! Nem na bebida eu posso colocar a culpa desse meu devaneio. – diz decepcionada por ter gastado seu tempo correndo atrás de um fantasma e constatando que não bebeu nada.

De repente, freneticamente alguém apareceu atrás de Dora, lançou a mão em suas costas e a virou de surpresa dando-lhe um beijo com meia máscara levantada. Os fogos ardiam no céu, multicoloridos e incessantes como nos melhores shows do gênero. Lá em baixo todos assistiam a cena inusitada, inclusive Alonso, que foi procurar por ela. Era impossível não ver o casal mascarado iluminado pela luz do acontecimento.

 

Ela está vindo

Ela está vindo para mim

Estou precisando

Desejando beijá-la agora

Estou vivendo por ela

Respirando por ela

Cantando por um sinal de vida

 

Dora, após o elemento surpresa, deu um tapa de imediato no atrevido que respondeu rindo. Ela olhou para baixo e pode ver Alonso indo embora decepcionado por reconhecê-la na sacada.

– Seu idiota! Olha o que você fez! – grita para o mascarado de vestimenta preta virando-se para ele. – Paris, não é você, é? Porque se for, dessa vez você foi longe demais! – continua.

Ele não respondeu nada, só continuou observando pela máscara.

– Eu mereço! Que espécie de baile é esse que todo mascarado vem me atazanar? – pergunta olhando para o céu.

– Foi você que começou a me seguir. – responde o mascarado rindo.

– É que eu tive a insana impressão de ser meu ex-namorado… Mas é impossível! E por isso você já vai beijando a primeira que te segue! – diz querendo recuperar a razão.

– Sabichona! Você quase acertou! – fala o rapaz retirando a máscara de vez.

Dora, ao olhar para seu rosto ficou catatônica, sem conseguir ter alguma reação por mais que tentasse.

Enquanto isso na rua, Alonso descia a avenida da faculdade. Quando um carro apareceu a toda velocidade no silêncio desértico do local e acelerou para cima dele que se jogou do lado, saindo do alvo mortal e rolando para o canto da calçada. O veículo continuou sua corrida desenfreada deixando apenas o rastro de pneu queimado até desaparecer no fim da pista.

Ele observou o sumiço do carro até o celular tocar.

– Alô!

– Você não está fazendo seu trabalho direito! – diz do outro lado uma voz feminina.

– Se eu ficasse lá ela ia desconfiar de tanta panaquice! – justifica.

– Acho que está confundindo seus propósitos.

– Não é nada disso! Eu garanti que ia dar tudo certo e vai dar, confia em mim!

– Acho melhor que sim… Não quero nem pensar nas consequências se tudo for descoberto!

– Pode deixar! Agora preciso ir, tenho que pensar em como dar um jeito no nosso problema. – desliga ele se limpando e envolvendo as mãos nos cabelos que ficaram bagunçados.

Alonso pensava intimamente, apesar de querer passar tranquilidade à voz, que o cerco estava se fechando e ele por mais que não quisesse, perdia o controle sobre Dora e seus sentimentos. Sentia ciúme e a queria mais que tudo.

 

Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

2 comentários sobre “Capítulo 23 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

  • Eita que esse baile tá começando a ficar quente, e a temperatura aumentou de vez!!
    Dora foi beijada por um estranho, cujo eu quero muuuuuito saber quem é. E isso acabou gerando danos colaterais, pois o Alonso viu tudo :O
    E agora? Será que ele irá perdoar ela? Certamente sim, até porque pelo que eu entendi, ele se aproximou dela com um objetivo… mas está perdidamente apaixonado pela garota, o que não é nada bom.

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