Capítulo 22 – Saber Viver
Capítulo 22, Saber Viver
ENZO Não tinha esse direito? Somos casados ainda.
ALICE Apenas no papel. Apenas. – fala, furiosa.
Ela dá as costas e volta para empresa.
Telma chega em casa com a mão ralada.
CRISTINA Que isso. Foi beijar o chão? – fala, gargalhando.
TELMA Nossa, achei muita graça. Fui atropelada… por um GATO-O-O!
CRISTINA Hm-m-m, já vi que esse atropelamento valeu a pena.
TELMA Oh, se valeu! – fala, rindo – E Vítor, onde está? – pergunta.
CRISTINA Saiu e disse que não tinha hora para voltar. Aliás, o que você fez com ele?
TELMA O que ele estava merecendo a bastante tempo. Agora deixa eu tomar um banho.
Ela sobe a escada e Cristina fica rindo.
Valentina perambula pela casa, ela se senta no sofá, um pouco assustada.
HOMEM Você acha mesmo que me engana? Você não passa de uma assassina que quer acabar com todo mundo, você é egoísta.
Valentina dá um tapa na cara do homem.
VALENTINA Lava essa língua para falar de mim. Cala essa boca imunda, que quando eu cair, você vem junto.
HOMEM Está achando mesmo que eu esqueci o que você fez comigo? Minha querida, eu sou muito pior do que você pode imaginar e eu também sei ser mau.
VALENTINA Acha mesmo que eu tenho medo de você? Eu digo e repito, se eu cair, eu te carrego junto.
HOMEM Você está na minha mão. Tudo o que eu sei você sabe e não vem com o papo de que se você cair me carrega junto. Agora você come na minha mão.
VALENTINA Você pode ter descoberto o meu segredo, mas eu não vou para o buraco junto, eu te trago junto comigo… nem que seja pro quinto dos infernos.
Ela continua a perambular pela casa.
VALENTINA Uma hora a casa cai e eu não vou cair sozinha, eu te carrego comigo. Desgraçado! Se você coloca a boca no trombone, eu vou presa, mas eu te mato, eu te mato antes disso!
Telma está tomando banho e tem um flashback.
TELMA Eu vou voltar para me vingar Marcone, e vou fazer você pagar por tudo o que me fez.
MARCONE Eu não tenho medo de você. E eu vou esperar essa dívida se resolver. Te espero daqui uns anos.
TELMA DESGRAÇADO! DESGRAÇADO! – grita.
TELMA Você fez eu e minha mãe sofrer, quase tirou nossa vida com essa de detetive, mas essa dívida ainda está de pé, eu te mato seu desgraçado! – ela sussurra.
Lorenzo está no corredor da empresa e Alice o provoca.
ALICE Meu filho, você por aqui? Vai chover. – fala, rindo.
LORENZO Sem mais, mãe. O Davi está na sala dele?
ALICE Ao contrário de você, ele trabalha.
LORENZO Sempre foi seu preferido, né?
ALICE Nessa guerra, eu não amo mais ninguém, além de mim.
LORENZO Você é cruel. Às vezes chega dá nojo. – fala.
Lorenzo sai de perto de Alice e vai até a sala de Davi.
Enzo está sentado no chão da sala ao lado de Rebeca.
ENZO Beca, você precisa se alimentar, tomar um banho.
REBECA Pai, eu não quero, me deixe em paz.
ENZO Eu só saio daqui quando você tomar um banho.
REBECA Então você vai mofar aqui. – sussurra, chorando.
Enzo se levanta para ir embora.
ENZO Daniel, eu não vou poder demorar aqui, tenho que voltar para empresa.
DANIEL Tudo bem, eu tomo conta dela.
ENZO Não sai de perto dela não, gente que está em depressão é um perigo.
DANIEL Pode deixar.
Ele vai embora e Daniel senta no sofá.
DANIEL Que encosto que eu fui arrumar. – sussurra.
Marcone chega na empresa de Enzo.
TALHARIM Você, quem é?
MARCONE Sou um amigo antigo do Enzo e muito mais da Alice. Ela se encontra?
TALHARIM E tem permissão para entrar na empresa?
MARCONE Não, não. Eu só quero que você cite meu nome para Alice.
TALHARIM E qual é o nome do Senhor?
MARCONE Marcone. Stefano Marcone. – fala, sorrindo.
Talharim pega o telefone para ligar.
ALESSANDRA (tefefone) Fala, Talharim.
TALHARIM Diga a dona Alice que tem um amigo chamado Marcone aqui na portaria, diga que quer falar com ela.
ALESSANDRA (telefone) Ok. Passarei o recado. Pede o amigo que aguarde.
ALESSANDRA Dona Alice, que bom que te encontrei aqui.
ALICE Fala mulher.
ALESSANDRA Tem um tal de Marcone lá na portaria querendo falar com você. Disse que é um amigo.
Alice fica sem reação e se assusta.
ALICE Ele voltou. – fala para si mesma, espantada.
Foca em Alice, que está completamente assustada.