Capítulo 22 – Menina Flor
Capítulo 22
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Miguel: Você sempre fez comigo o que você queria, nunca pensou no que eu queria.
Rafael: E o que você podia querer que eu não te dei?
Miguel: Um tempo como pai, isso.
Rafael: Mas do que está falando?
Miguel: Você sempre passava o dia inteiro fora de casa, nunca tinha tempo pra mim.
Rafael: Mas você tinha tempo com a minha esposa.
Miguel: Sua esposa é uma megera que me odeia.
Rafael: Não permito que fale assim dela.
Miguel: Você me tirou do meu lar, da minha casa e pra que? Pra me acusar de roubo, me levar pra um lugar distante e depois me abandonar num país estranho!
Rafael: Tudo que eu fiz foi pelo seu bem, pra te deixar feliz.
Miguel: Você nunca perguntou se eu era realmente feliz, eu fui feliz durante 13 anos da minha vida quando eu morava no lar Coração de Mãe antes de você me tirar de lá.
Rafael: Você é um ingrato.
Miguel: E você um fraco e um desnaturado, queria ser meu pai, mas você nunca soube ser um pai de verdade! Nunca esteve realmente comigo, nunca me proporcionou momentos de união.
Rafael: O que eu fiz por você, qualquer rapaz da sua idade queria.
Miguel: Eu não sou qualquer rapaz! Eu teria trocado todos aqueles presentes, aquelas viagens e bolsas de estudo por um tempo com você ao invés de todo tempo com aquela bruxa da Melissa.
Rafael dá outro soco em Miguel: Não volte a insultar a minha mulher.
Miguel: Pode me bater, me bate o quanto quiser, aproveita que eu sou maior de idade que uma surra não te condena a cadeia.
Rafael: mais respeito.
Miguel, com os olhos enchendo de água: Eu sabia que não devia ter voltado, quer saber? Já passei muito tempo nessa droga de fazenda, eu vou embora daqui.
Miguel pega sua mala em cima da cama.
Miguel, saindo do quarto: Adeus, senhor Rafael Aguiar Cordeiro.
Miguel se vira e vai embora.
Quarto de Rafael e Melissa.
Melissa: Como foi Rafael?
Rafael: Nada bem, saímos nos socos de novo.
Melissa: Ele se atreveu a te bater?
Rafael: Não, mas eu bati nele e me senti tão mal.
Melissa: Não se preocupe com isso Rafael, foi melhor mesmo que ele tenha ido embora, desde que chegou vocês não fizeram nada a não ser brigar.
Rafael: Talvez sim, mas ele é meu filho.
Melissa: Rafael, o Miguel é um bandido, era um perigo pra nós que ele vivesse aqui!
Rafael: Talvez sim Melissa, mas ele era meu filho.
Melissa: Ele não é seu filho.
Rafael: Ele apareceu naquele momento em que eu perdi as esperanças de encontrar a Carol, ele sempre foi como meu filho.
Melissa: A Carol não foi a única que você tentou reviver com a chegada do Miguel.
Rafael: Do que você está falando?
Melissa: Rafael, eu sei muito bem que a Carolina não é a única criança que você e a Juliana tiveram.
Rafael: Fala da Alice? Ela morreu no parto.
Melissa: Ela não morreu no parto, ela nasceu viva, morreu pouco depois e a Juliana a cremou sem você por perto.
Rafael: Por que relembrar isso agora Melissa?
Melissa: Por nada, o Miguel é o 3º filho que te abandona e você devia se acostumar.
Rafael: Já perdi tanto nessa vida, meus pais, a Juliana, a Alice, a Carol e agora o Miguel.
Melissa: Olha meu amor, vai tomar um banho pra gente jantar e eu garanto que você vai se sentir bem melhor, ok?
Rafael, dando um beijinho: Tá certo meu amor.
Rafael sai do quarto e vai pro banheiro.
Melissa: Ótimo, com o Miguel longe daqui estou livre de problemas, também estou livre daquela imunda da Maria Luísa, não posso me esquecer de que se aquela porca é a menina que cresceu com ele no lar, ela só pode ser a Carolina.
Hotel da cidade. Miguel entra em seu novo quarto.
Homem: Este é o seu quarto, garanto que o senhor vai se sentir bem à vontade.
Miguel: Valeu cara, depois eu acerto as contas.
O homem sai.
Miguel se joga na cama: Ah, por que as coisas tiveram que acabar assim? Eu devia ter ficado lá no Rio.
FLASHBACK.
Ano de 2005. Varanda da fazenda.
Miguel se levanta: Olha, liga pro lar Coração de Mãe, eu não quero mais ficar aqui.
Rafael segura Miguel pelo braço: Calma! Eu quero que você fique.
Miguel: Pra que? Eu supostamente roubei a sua esposa.
Rafael: Não, tá tudo bem, eu acredito em você, se a partir de agora nós vamos ser como pai e filho é preciso que haja confiança entre nós dois.
Miguel: Confia mesmo em mim?
Rafael: Claro que confio, a gente não se conhece direito, mas eu sei que vai ter tempo de sobra pra isso.
Volta ao presente.
Miguel: Eu aposto que aquela megera da Melissa tem alguma coisa a ver com isso.
Lar Coração de Mãe. Noite.
Carlos: Eu vou te dizer Miguel, eu tô muito feliz por você ter vindo jantar aqui.
Miguel: Não tinha outro jeito, eu não tinha nada pra comer lá no hotel, e eu tô com uma saudade tão grande da sua comida Carlos.
Lurdes: Você tem certeza que quer ficar no hotel?
Miguel: Eu não queria, eu queria muito morar lá na fazenda com o meu pai, mas tava ficando muito difícil pra gente conviver.
Carlos: Na sua idade é comum ter essas brigas na família.
Miguel: Eu sei muito bem que eu errei e muito, mas eu me arrependi, o pouco de tempo que eu passei naquele inferno que é a cadeia eu vi que eu era melhor que aquilo.
Lurdes, passando a mão na cabeça de Miguel: Eu acredito em você meu menino.
Pedro entra correndo como uma bala na cozinha: O jantar tá pronto?
Carlos: Calma, nervosinho, tá quase.
Miguel pega Pedro e o senta em seu colo: Mas esse é o Pedrinho? Como tá diferente!
Pedro: Oi Miguel.
Lurdes: É, um banho e umas roupas novas e esse menino ficou novinho.
Miguel: Caramba, mas ele entrou correndo de um jeito na cozinha, parece outro.
Lurdes: Você ainda não viu nada, ele é rápido como um tiro, tinha que ver como ele fugia da Malu.
Pedro: É verdade, mas mesmo assim ele me venceu na corrida.
Miguel: A Malu, eu lembro como ela corria como uma assombração desembestada pelos corredores do lar, vocês são bem parecidos.
Carlos: Nisso eu concordo com você, a Malu enchia esse lugar de vida, sempre tão alegre, tão viva e que valia por todas as crianças do lar.
Miguel: É, a nossa Menina Flor, eu sinto tanta falta daquela época.
O telefone toca.
Carlos: Atende você Lurdes.
Pedro pula e corre pro telefone: Deixa comigo. Alô!
Malu do outro lado da linha: Oi meu fofo.
Pedro: Oi Malu, como você tá?
Malu: Tô muito bem, eu liguei pra saber como você tá.
Pedro: Também tô bem, eu hoje fiz um monte de novos amigos.
Malu: Que legal, eu qualquer dia volto aí pra brincar com você e seus amigos.
Pedro: Pode vir sim.
Miguel: Deixa eu falar com ela?
Pedro: Tudo bem. Malu, eu vou passar pro Miguel.
Malu: O Miguel tá aí?
Pedro: Tá sim, tchau, beijo.
Miguel pega o telefone: Oi Menina Flor, como vai?
Malu: Eu vou ótima, e você o que tá fazendo aí a essa hora?
Miguel: Foi o melhor lugar que encontrei pra jantar.
Malu: Jantar, como assim?
Miguel: Eu saí de casa Malu!
Malu: O que?
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É pelo visto a briga entre Rafael e Miguel ainda continua intensa para alegria da megera Melissa, ô mulher nojenta!!!
Espero que essa briga aí não continue porque eu gosto tanto da relação entre eles 🙂