Capítulo 20 – Três Jogadas: SAUDADES DE MIM?
Três Jogadas.
Capítulo 20: SAUDADES DE MIM?
“Deus me defende dos amigos, que dos inimigos me defendo eu.”
Voltaire
Cena 1. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana / Dia
Continuação imediata da cena anterior.
Adriana se ajoelha: Eu nunca te abandonei. Eu rezava por você todos os dias. Ainda rezo. Deixei você nas mãos de uma mulher maravilhosa que cuidou de você.
Stacy puxa Adriana: Para de teatro. Se eu estivesse afim de espetáculos iria para um teatro ou quem sabe para um circo. Eu vim aqui te dá a ÚLTIMA CHANCE de contar tudo. Ou conta agora ou não me procura… NUNCA MAIS!
Adriana se levanta. Disposta a contar tudo.
Adriana trêmula: Eu vou contar. Posso começar?
Stacy séria: Deve!
Adriana: Quando eu conheci o Durval eu me apaixonei por ele. Eu o conheci em Nova York, em uma viagem que eu fiz com uma amiga da faculdade, a Jaqueline. Sempre fomos muito amigas. E ela foi fazer intercâmbio e como não queria ir sozinha, na época a irmã dela Eliane estava assumindo a presidência da Revista, eu fui junto. Lá começou meu inferno. Eu conheci o Durval, também brasileiro. Em uma noite eu acabei engravidando. Eu contei e ele disse que iria assumir. A gente começou a namorar e voltamos os três para o Brasil. Eu tranquei minha faculdade e como ele tinha o trabalho dele lá, eu fui junto e carreguei minha mãe. Até eu descobri que ele era casado.
FLASHBACK / ALGUNS ANOS ATRÁS
Adriana furiosa: VOCÊ É CASADO SEU DESGRAÇADO? COMO VOCÊ TEVE CORAGEM DE ME ENGANAR ESSE TEMPO TODO???!
Durval se redimindo: TENTA ME ENTENDER. POR FAVOR! EU NÃO QUERIA QUE NADA DISSO TIVESSE ACONTECIDO.
Adriana lhe estapeando: VOCÊ NÃO VALE O PRATO QUE COME SEU DESGRAÇADO. NÃO VALE NADA!
Durval cai: PARA! CHEGA! – ele se levanta e se afasta. – PENSA EM VOCÊ TAMBÉM. EU TE AMO. A GENTE PODE SE DÁ MUITO BEM JUNTO. EU VOU ME SEPARAR PRA FICAR COM VOCÊ!
Adriana furiosa: SAI DAQUI. A GENTE NÃO EXISTE MAIS. NÃO ME PROCURA NUNCA MAIS! NUNCA MAIS!
Ela expulsa Durval de casa.
VOLTA A CENA
Adriana se senta: A gente teve uma briga horrorosa e eu acabei indo para o hospital passando mal. Foi quando você nasceu. Você era muito parecida com ele. Tudo em você me fazia lembrar aquele desgraçado. Eu então pedi que a Jaqueline voltasse para me buscar, pois eu não queria mais ficar lá e a minha mãe tinha arrumado um marido.
Stacy lhe interrompe: O Eriberto. Eu cheguei a conhecer ele antes de vir para o Brasil. Ele morreu quando eu tinha 8 anos. Foi quando a gente voltou.
Adriana: Ele mesmo. Enquanto a Jaqueline não tinha chegado, o Durval tinha se separado pra ficar comigo. Eu idiota, caí mais uma vez no papo dele e engatei em um romance. O grande motivo de a Jaqueline ter se afastado de mim. Conforme você ia crescendo mais parecida com ele você ficava. Até que um dia eu fui a uma festa e descobri que ele estava tendo novamente um caso com outra mulher. E pior: que ela estava grávida! Eu fiquei furiosa e rompi com ele. E vim embora, te largando lá com a minha mãe e o Eriberto. Que nunca me perdoou e nem vai mais.
Stacy se levanta: Isso não te dava o direito de me largar. Você me abandonou! Você não pensou em mim pra nada. Me jogou fora como se eu fosse uma boneca, que você brinca e quando se sente enjoada joga fora, no lixo. Ou dá pra quem precisa!
Adriana se aproxima aos poucos: Eu sabia dos meus atos e das minhas futuras consequências. Mas eu tentava ligar todos os dia para saber de você, mas a minha mãe nunca atendia. Mesmo longe, eu nunca te esqueci. Mas a vida foi capaz de nos separar dessa maneira.
Stacy: Não culpa a vida pelos seus atos e seus momentos de crueldade. Eu só fui uma criança que fez você trancar a faculdade e desistir do seu maior sonho. E no mínimo depois que você voltou, voltou pra faculdade.
Adriana cabisbaixa: Voltei e concluí meu curso. Eu falava de você o tempo todo pra Jaqueline. Ela chegou a tentar ligar, mas a minha mãe reconhecia o número e desligava. Tenta entender o meu lado. Eu sofri uma decepção amorosa. Eu não sabia o que eu estava fazendo!
Stacy perambulando: Negar o perdão não vai me fazer bem. – ela abre os braços. – Me dá um abraço. Por favor! Deixa-me sentir o calor dos braços de uma mãe. – ela começa a chorar. – Deixa eu sentir o carinho, o afago e o colo de uma mãe. Eu nunca tive essa oportunidade. Não me nega.
Adriana corre e abraça a menina. Foca na imagem das duas abraçadas, chorando.
Cena 2. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia
Alice furiosa: EU NÃO QUERO SABER QUEM VOCÊ É! EU QUERO VOCÊ FORA DA MINHA CASA. TIRA ESSA SUAS PATAS IMUNDAS DO MEU LAR ABENÇOADO!
Petrônio nervoso: Me dê uma chance de me explicar. Eu não sou contra você. DEIXA-ME FALAR QUEM EU SOU!
Alice furiosa: EU NÃO QUERO SABER. SAIA JÁ DAQUI OU EU/
Petrônio a interrompe: EU SOU O ENRICO!
Sérgio se apavora. Alice fica perplexa.
Alice apavorada: Eu não sei do que você está falando. Saia da minha casa já!
Petrônio a segura: Sou eu Alice. O seu homem! Sou eu. Enrico!
Alice se afasta: VOCÊ ESTÁ MORTO! MORTO. ISSO NÃO PODE SER VERDADE!
Petrônio tira a carteira do bolso: Acredita em mim. Sou eu, Alice. O teu homem. O homem que você sempre amou!
Alice taca a identidade longe: NÃOOOOOOO! – ela quebra um jarro. – VOCÊ MORREU SEU DESGRAÇADO.
Petrônio: EU ESTOU VIVO, ALICE. E ESTOU VIVO PARA TE DEFENDER DA CÉLIA, OU MELHOR, DA AURORA.
Alice se desespera: Aurora?! Você está falando da Aurora sua mulher?
Petrônio: Dela mesmo. Ela quer destruir a sua vida por que você tentou a matar! Ela quer te colocar na cadeia. Mas juntos somos mais fortes. Ela me expulsou de casa! Você precisa acreditar em mim.
Alice desesperada: É mentira! Isso não pode ser verdade. Como que aquela desgraçada conseguiu fugir do fogo? EU VI ELA CAÍDA NO CHÃO. COM UM TIRO. EU ATIREI NAQUELA VAGABUNDA!
Petrônio: Ela não morreu Alice. Um jurado que passava pelo local lhe socorreu. – Sérgio gela. – Ela quer se vingar de qualquer maneira e te colocar na cadeia. Ela trouxe aquela arma de propósito. A intenção era que você atirasse no Sérgio. Só que era pra matar! Mas tudo saiu errado.
Alice taca outro jarro: DESGRAÇADA! – ela tenta se acalmar. – E VOCÊ? COMO VOCÊ CONSEGUIU SOBREVIVER? MESMO SABENDO QUE EU TENTEI TE MATAR VOCÊ AINDA QUER ME AJUDAR?!
Petrônio: Eu posso ser morto depois e eu vou te dá várias oportunidades. Mas eu te amo, Alice. Você é a mulher da minha vida! Eu quero te defender enquanto posso, mesmo sabendo que corro perigo. Eu quero te ajudar a matar a Célia!
Alice perplexa: MATAR?!
Na portaria…
Luíza desce do taxi. Petrônio (Enrico) sai do prédio juntamente com Alice. A jovem aproveita e tira foto dos dois. Enrico se despede e vai embora.
Luíza se aproxima: Alice! – ela sorri. – Meu Deus. O que aconteceu? Você está toda descabelada?
Alice cansada: SEM MALDADES GAROTA! Fala logo o que você quer.
Luíza ri: Eu não pensei em nada. Mas tudo bem. Eu quero me encontrar com você.
Alice vira-se: Isso aqui já é um encontro.
Luíza séria: Você disse que era pra eu marcar um local para falarmos sobre eu ser sua assessora. Então. Eu estou marcando. Vai recuar?
Alice: Tinha até esquecido disso. Aonde que é?
Luíza lhe entrega um papel: Aqui! Espero que você vá mesmo. Vou ficar te esperando lá. O horário está aí no papel.
Luíza sai. Alice guarda o papel no bolso e entra.
Cena 3. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Hospital / Dia
Mateus fecha os exames: Eu não vou ficar fazendo rodeios. Tem coisas que você deve saber outras que não. Só que disso eu não posso te poupar.
Sheyla nervosa: Aconteceu alguma coisa doutor? O caso dele se agravou, foi isso?
Mateus entrega os exames: Não é que tenha se agravado. A situação do Stênio já é grave e se piorar eu nem sei onde isso pode chegar. Por isso, procurando poupar um maior sofrimento, eu vou fazer você passar por quimioterapia, Stênio.
Stênio desesperado: Quimioterapia?! Meu Deus! A minha vida agora depende de tratamentos? É isso?
Mateus: Não exatamente. Saúde é o mais importante no momento.
Stênio se levanta indignado: Saúde?! Que saúde que eu tenho? Eu estou à beira da morte e você vem me falar de saúde?!
Mateus: Não diga isso, Stênio. Você não sabe o que é sofrimento. Todo mundo na vida passa por dificuldade. Chegou o seu momento. Mas você tem que ser forte e encarar as coisas.
Sheyla: Não é hora para discursos emocionantes. Esse tipo de diálogo não me convence nem um pouco.
Stênio nervoso: Eu vou pegar uma água. Dá licença.
Stênio sai. Sheyla e o médico se encaram.
Sheyla: Eu sei que você poupou ele por que o caso é sério. Essa sua cara não me engana. Eu sou mulher do Stênio. Eu mereço saber de tudo! Como está a situação dele?
Mateus se senta: Você realmente quer saber de tudo?
Sheyla séria: Acho que é o mínimo. Vai. Conta.
Mateus: O Stênio está com um tipo raro de câncer. Câncer cerebral é muito raro e quase não tem tratamento. É muito raro uma pessoa se curar desse câncer. E eu lamento muito, mas as chances dele se curar são mínimas.
Sheyla chocada: Mínimas?! – ela se choca, mas parece demonstrar algum interesse nisso.
Cena 4. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Branca / Dia
Branca, Tóta e Fernanda chegam em casa.
Branca cansada: Estou exausta. E de pensar que daqui a pouco vou ter que pegar estrada.
Fernanda bocejando: Eu queria dormir pelo menos um pouco. Estou morta de sono e a viagem é longa. Não posso correr o risco de dormir no volante.
Tóta batendo na madeira: Nem brinca com isso. Sabe que eu detesto quando falam isso. Já tenho medo de viajar de carro, vocês ainda atiçam meu medo com essas falas.
Fernanda ri: Mas é verdade. Não estamos livres de acidentes. A estrada da vida é um perigo.
Branca sorri: Fernanda e suas literaturas de cordéis.
Tóta tira os óculos: Eu vou tomar um banho para colocar as malas no carro.
Tóta sai.
Branca se senta, preocupada: Estou preocupada com a Lígia. Eu acabei de perder uma irmã, perder a outra assim, em sequência vai ser muito doloroso.
Fernanda abraça Branca: Essa é a irmã que você é mais próxima, né? Ela vai conseguir sair bem dessa, eu tenho certeza.
Branca chorando: Que assim seja! – ela se afasta e enxuga as lágrimas. – Eu vou descansar um pouco. – ela dá um beijo na testa da filha. – Descansa também.
Branca se levanta.
Fernanda: Mãe! – Branca vira-se. – E a Adriana? Ela tinha dito que iria com a gente.
Branca: Deixa-a resolver o problema que causou aqui. Os de lá, são de minha responsabilidade. Ela está precisando desse tempo com a filha.
Fernanda sorri. Branca então se retira.
Cena 5. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Stênio / Dia
Gustavo e Amanda tomam café. Os dois estão em silêncio. Gustavo percebe que Amanda está quieta demais.
Gustavo larga o café: Aconteceu alguma coisa? Você nem tocou no café.
Amanda cabisbaixa: Eu estou me sentindo culpada. – ela ergue a cabeça. – Eu não sei se esse nosso namoro é certo.
Gustavo sem entender: Não sabe se esse namoro é certo? A gente se ama e isso basta.
Amanda triste: Você acabou de sair de um relacionamento. A Stacy deve está abalada com tudo o que aconteceu e a gente tentando ser feliz à custa do sofrimento dela. Foi isso que aconteceu. Para isso acontecer à gente teve que a fazer sofrer. E eu não sei se isso é certo.
Gustavo: A gente só está tentando ser feliz. E isso é certo. Mesmo que os outros sofram.
Amanda: Você pensa de uma maneira totalmente diferente de mim. Só que eu estou me sentindo culpada.
Gustavo pega nas mãos de Amanda: Não é pra estar. A gente está feliz. Pelo menos eu estou. Você não?
Amanda sorri: Estou. – ela sussurra.
Cena 6. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Hospital / Dia
Ferraz ajuda Melissa a sair do hospital.
Melissa se afasta: Você pode ir pra casa. Eu não quero ir com você.
Ferraz sem paciência: Melissa não me estressa. Eu estou de carro. Você vai de carro comigo.
Melissa: Vai me agredir de novo? Me fazer mentir de novo? Essa foi à última vez, Ferraz. Eu estou cansada dessas suas agressões. Acabou! Chega!
Ferraz: Não volta com esse papo de separação. Eu já disse que quem sai de um relacionamento SOU EU!
Melissa furiosa: Esse é o seu mal. Ser possessivo. Mas eu cansei de ser condenada por você. Eu não sou sua escrava. Não sou sua!
Ferraz lhe pega pelos braços: É minha sim!
Melissa se solta: Me solta. Vai pra casa, sozinho. Eu já chego em casa.
Ferraz com raiva: Eu te espero em casa. E não demora. Ou eu vou atrás de você até no quinto dos infernos.
Ferraz sai apressado.
Paralelo à cena… Consultório da Adriana.
Melissa chega. Glória se aproxima.
Glória sorrindo: Deseja alguma coisa?
Melissa simpática: Eu estou procurando a advogada Adriana. Ela se encontra? Eu a conheci na Revista. Ela é advogada da revista.
Glória se senta: Sim. Ela chega daqui a pouco. Você quer esperar? Eu posso colocar seu nome na lista.
Melissa sorri: Se puder. Eu preciso falar muito com ela.
Glória pega uma ficha: Claro. Vou fazer sua ficha para colocar seu nome na lista.
Melissa passa os seus dados para Glória.
Cena 7. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana / Dia
Adriana e Stacy conversam sentadas no sofá.
Adriana sorri: Acho que a gente está se acertando. Estamos?
Stacy sorri: Quem sabe. Eu falei coisas horrorosas pra você. Estou me sentindo tão envergonhada.
Adriana sorri: Já passou. Foi no momento de fúria e eu entendo o seu lado. O importante é o agora.
Stacy se aproxima: Eu queria te fazer um pedido.
Adriana séria: Pede. Se tiver ao meu alcance.
Stacy cabisbaixa: Eu queria te pedir pra ficar aqui por um tempo. Eu não tenho condições de pagar um apartamento caro. Mas se você não quiser, eu vou dá meu jeito.
Adriana sorri: Claro que você pode ficar. Eu quero muito me aproximar de você. Muito mesmo. – As duas se abraçam. – Mas agora eu preciso realmente ir. Tenho que trabalhar!
As duas se encaram sorridentes.
Lá no escritório…
Adriana chega apressada. Melissa está a sua espera.
Glória: Doutora. – Adriana volta. – Tem uma cliente te esperando. Ela disse que te conheceu na Revista.
Adriana sorri: Pede para ela ir para minha sala.
Adriana vai para sua sala. Pouco depois, Melissa chega.
Melissa sorrindo: Doutora! Posso entrar?
Adriana se levanta: Deve. Fico feliz que você veio. Parece que eu estava certa.
Melissa cumprimenta Adriana: Estava sim. Eu estou vindo do hospital.
Adriana perplexa: Meu Deus. O que ele aprontou dessa vez?
Melissa envergonhada: Quebrou um jarro na minha cabeça. – ela ergue a cabeça. – Eu não aguento mais. Eu preciso me libertar disso.
Adriana segura às mãos de Melissa: E eu vou te ajudar! Pode contar comigo. Eu vou te ajudar em tudo o que for preciso.
Melissa sorri esperançosa.
Mais tarde…
Cena 8. Estrada / Carro da Fernanda / Fim de Tarde
Fernanda dirige o carro. Tóta e Branca estão no banco de trás.
Fernanda olha pelo retrovisor: Está tudo bem?
Tóta ajeita o cinto: Só sua mãe que está um pouco nervosa. Você está acima da velocidade. Reduz um pouco.
Branca intacta: E é por isso que estou assim: intacta. Eu estou ficando apreensiva.
Fernanda ri: Meu Deus. Vocês tem medo de tudo. Eu estou na velocidade permitida.
Tóta: Não é medo. É prevenção! Eu ainda falei que era para irmos de ônibus. Pelo menos o motorista não dirige dessa maneira.
Fernanda corta alguns carros e Branca fica furiosa.
Fernanda furiosa: QUE SACO! Vocês sempre tem essa mania de ficar tomando a frente de tudo. Quer vir dirigir pai? Aí você faz o que você quiser!
Tóta nervoso: Antes eu tivesse dirigindo mesmo. Você é uma irresponsável. PARA DE CORTAR OS CARROS FERNANDA!
Fernanda acelera ainda mais: Parem de falar no meu ouvido. Eu sei o que eu estou fazendo. Olha só a pista está livre. Não tem nada demais. Rapidinho a gente chega ao interior.
Branca furiosa: Fernanda para esse carro. Eu não vou continuar com você dirigindo loucamente. Eu quero descer.
Tóta furioso: Fernanda para de correr. Sua mãe não pode ficar nervosa.
Fernanda reduz: Mas vocês reclamam de tudo. Pronto. Já reduzi a velocidade. Agora vocês podem se acalmar.
Branca com raiva: Parece doida. Nunca vi.
Fernanda continua dirigindo, dessa vez um pouco mais lenta. Tóta e Branca conversam. Em um cruzamento, um caminhão da direita vem em alta velocidade. O motorista tenta frear, mas não consegue. Ele começa a se desesperar. Adriana passa pelo cruzamento e acaba se chocando com o caminho. O carro de Adriana capota várias vezes até parar em um canteiro. O carro completamente destruído. O caminhão desliza e tomba. Foca na imagem de Adriana toda ensanguentada. Tóta e Branca na mesma situação e com alguns cortes no rosto.
Cena 9. Rio de Janeiro – Gávea / Revista Luz / Fim de Tarde
Jordan tira a identidade do bolso: Disso que eu estava falando. Eu tenho certeza que essa é a minha ex-noiva.
Tiago pega a identidade: Mas como essa identidade foi parar com o Leandro?! Você conhecia ele já?
Jordan desconfiado: Não. Eu conheci ele em Londres. Na viagem que eu fiz. Essa história está toda errada. É a mesma mulher e o mesmo nome. Como essa identidade da Luana foi parar com ele?
Tiago devolve a identidade: Essa história está muito mal contada. Você não chegou nem a questionar ele sobre essa identidade?
Jordan guarda a identidade: Não. Foi tudo rápido. Ele nem percebeu que essa identidade tinha caído. Eu só vi a identidade quando sentei. Eu no começo achei que fosse dele. Mas depois percebi que não.
Tiago: Essa história está muito estranha. Muito! – ele abre um documento no computador. – Mas mudando de assunto. Me ajuda a revisar essa lista. Tenho que acrescentar algumas pessoas aqui. A Melissa não veio hoje. Foi no médico. Parece que ela bateu com a cabeça e acabou cortando.
Jordan pega alguns papéis e ajuda Tiago.
Paralelo à cena… No apartamento de Clarice.
Leandro procura a identidade no meio das suas coisas.
Leandro: Não acredito que eu perdi essa identidade. DROGA! – ele se senta na cama. – Ou eu perdi essa identidade ou…
Ele se levanta furioso e desce a escada. Na sala… Clarice assiste televisão.
Leandro furioso: A identidade!
Clarice não entende: Que identidade?!
Leandro sem paciência: A identidade que você pegou. Da Luana. Me devolve essa identidade agora!
Clarice fica sem saber o que dizer. Os dois se encaram.
Cena 10. Rio de Janeiro – Leblon / Restaurante Silvestre / Fim de Tarde
Alice toma uma taça de vinho. Ela está impaciente com a demora de Luíza. Ela mexe o vinho e toma. Toda hora, inquieta, ela olha para o relógio.
Cena 11. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Stênio / Fim de Tarde
Sheyla chega em casa com Stênio. O homem vai ao banheiro e ela para o quarto. Sheyla fica pensativa.
FLASHBACK / ALGUMAS HORAS ATRÁS
Stênio sai. Sheyla e o médico se encaram.
Sheyla: Eu sei que você poupou ele por que o caso é sério. Essa sua cara não me engana. Eu sou mulher do Stênio. Eu mereço saber de tudo! Como está a situação dele?
Mateus se senta: Você realmente quer saber de tudo?
Sheyla séria: Acho que é o mínimo. Vai. Conta.
Mateus: O Stênio está com um tipo raro de câncer. Câncer cerebral é muito raro e quase não tem tratamento. É muito raro uma pessoa se curar desse câncer. E eu lamento muito, mas as chances dele se curar são mínimas.
Sheyla chocada: Mínimas?! – ela se choca, mas parece demonstrar algum interesse nisso.
VOLTA A CENA
Sheyla se levanta: Se eu posso tirar proveito dessa situação. Por que não? O babaca está na beira da morte. É rico. Tem um apartamento de luxo. – Stênio chega sem fazer barulho. – Acho que o idiota do Gustavo não liga se eu roubar o que é dele. – ela começa a gargalhar maleficamente. – O idiota do Stênio já está à beira da morte. Nada que um empurrão não resolva tudo! – ela vira-se e percebe que Stênio estava ali. – Stênio! – ela se desespera.
Stênio furioso: Eu ouvi tudo. – ele “fuzila” Sheyla com o olhar. – DESGRAÇADA!
Sheyla desesperada: Não é nada disso Stênio. Eu não estava falando de você.
Stênio furioso: CHEGA! PARA! PARA DE MENTIR! EU NÃO ACREDITO MAIS EM VOCÊ. VAGABUNDA! – ele dá um tapa na cara de Sheyla.
Sheyla se ergue do tapa: VOCÊ ESTÁ MALUCO?! – ela diz descabelada.
Stênio a segura pelos braços: Você que está maluca. Veio com esse papo de apaixonada e me enganou direitinho. Mas no fundo você só queria meu dinheiro. EU VOU ACABAR COM VOCÊ. VOCÊ SÓ SAI DAQUI MORTA!
Stênio pega uma faca que estava em cima da mesa e coloca no pescoço de Sheyla.
Sheyla desesperada: Não estraga a sua vida fazendo essa bobagem Stênio. Me solta. Vamos conversar! – Os dois se encaram. Stênio furioso.
Stênio tremendo: EU NÃO QUERO CONVERSAR! EU QUERO TE MATAR VAGABUNDA!
Sheyla o cospe: ME SOLTA! – Stênio fecha os olhos e ela pega a faca. – ME MATA AGORA IDIOTA. VAI! EU QUERO VER. – ela taca a faca longe. – EU SMEPRE TE ACHEI UM BANANA. UM IMBECIL. Só que antes eu não tinha desculpa, mas aí você apareceu com essa doença gloriosa e tudo começou a andar do jeito que eu queria. Eu sempre tive nojo de você. NOJO! – Stênio coloca a mão nos ouvidos, humilhado. – E TODA VEZ QUE A GENTE TERMINAVA DE TRANSAR EU CORRIA PARA O BANHEIRO PRA VOMITAR! VOCÊ É NOJENTO. SEU CHEIRO É NOJENTO.
Stênio humilhado: PARA! CHEGA! DEIXA-ME EM PAZ! – ela começa a sentir umas tonturas.
Sheyla furiosa: NÃO ACABOU! NÃO ACABOU! O seu gosto é nojento. Eu nunca te amei. Sempre tive pena de você. Olha pra você e olha pra mim! Eu mereço coisa muito melhor do que um advogado fracassado condenado à morte. Eu quero tudo o que você tem. Tudo! Você vai fazer um testamento me passando tudo! – ela ri maleficamente. – BURRO! IDIOTA!
Stênio cai desmaiado. Sheyla olha a cena. Ela ouve o barulho da porta batendo. Sheyla se desespera.
Na sala…
Gustavo chega: Stênio! Cadê você?!
No quarto…
Sheyla desesperada: Meu Deus. Não pode ser. – ela fecha a porta do quarto. – GUSTAVO! – o garoto escuta a voz da mulher. – O STÊNIO ESTÁ AQUI! MAS NÃO VEM AQUI NÃO! – ela olha para si. – EU ESTOU NUA!
Gustavo se aproxima da porta: Eu achei que o Stênio não estivesse em casa. Pede ele para vir aqui. Preciso falar com ele.
Gustavo sai.
Stênio zonzo: GUSTAVO! – ele diz com muita dificuldade.
O jovem volta.
Gustavo sem entender: STÊNIO! – ele bate na porta. – SHEYLA O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! – a mulher não responde. Ela se desespera ainda mais. – SHEYLA ABRE ESSA PORTA AGORA!
Sheyla abre a porta, chorando teatralmente: GUSTAVO ME AJUDA! O STÊNIO PASSOU MAL AQUI E EU NÃO SABIA O QUE FAZER. ME AJUDA GUSTAVO. NÃO DEIXA O SEU IRMÃO PARTIR. EU PRECISO DELE!
Gustavo se ajoelha: STÊNIO FALA COMIGO. STÊNIO! – ele dá alguns tapas de leve no rosto do homem. Gustavo se desespera. Ele começa a chorar. – STÊNIO POR FAVOR. STÊNIOOOO!
Stênio sussurra: Vagabunda!
Gustavo se assusta: Quem é vagabunda? – Stênio não responde. Ele olha para Sheyla, que se desespera ainda mais, mas tenta não demonstrar. – FALA STÊNIO!
Cena 12. Rio de Janeiro – Catete / Escritório da Adriana / Fim de Tarde
Adriana faz algumas anotações. Glória chega.
Glória com a voz embargada: Doutora! – Adriana ergue a cabeça. – Você já viu o noticiário?
Adriana se levanta assustada: Hoje não. – ela não entende. – Aconteceu alguma coisa Glória?
Glória entrega o celular: Leia. – Adriana pega o celular tensa. – A dona Branca sofreu um acidente.
Adriana se joga na cadeira, chorando: Não pode ser. – ela devolve o celular. – Meu Deus. Me diz o nome desse hospital. Eu vou tentar fazer contato para ter alguma informação. São os meus tios e a minha prima. Eu preciso de notícias!
Glória lendo: Hospital Santa Cruz. Fica em Três Rios. Sul do Rio de Janeiro. Pelo noticiário diz que o carro se chocou em um cruzamento. Pelas fotos, o carro não ficou nada bom.
Adriana procura no computador o hospital: Aqui. Achei o número. Cadê o telefone?
Glória pega o telefone e entrega para Adriana. A última disca.
Adriana, ao telefone, assustada: Boa tarde! – tempo. – Adriana. É que eu vi no noticiário sobre um acidente que aconteceu em um cruzamento, com um carro e um caminhão. O nome da vítima que consta na reportagem é Branca Eva Pereira Batista. Ela é minha tia! Eu preciso que o hospital confirme. – tempo. – Muito obrigada! – ela desliga o telefone.
Glória pega o telefone de volta, aflita: E então doutora? São eles?!
Adriana “faz que sim”: A secretária confirmou os nomes Branca, Tóta e Fernanda. O estado dos meus tios são graves. A Fernanda que está um pouco melhor. Meu Deus! – ela enxuga as lágrimas. – Eu vou até o hospital. Desmarca todos os meus clientes. Não tenho condições.
Adriana pega a bolsa e sai apressada. Ela entra no carro.
Dentro do carro…
Adriana, ao telefone, com a voz embargada: Stacy!
Stacy, ao telefone: Oi. – ela percebe a voz de Adriana. – Que voz é essa? Aconteceu alguma coisa?
Adriana, ao telefone, chorando: A Branca. Ela sofreu um acidente. Ela, o Tóta e a Fernanda. Eu estou indo até o hospital saber como eles estão.
Stacy, ao telefone, assustada: Manda-me notícias. Por favor! Me mantenha informada. Mas você tem alguma ideia da situação deles?
Adriana, ao telefone, liga o carro: Parece que a Nanda está melhor. Mas os meus tios que estão em estado grave. A secretária não pode passar informações por telefone. Eu estou indo até lá. Eu te mantenho informada.
Adriana desliga o telefone e arranca com o carro.
Cena 13. Rio de Janeiro – Leblon / Restaurante Silvestre / Fim de Tarde
Alice chama o garçom: Garçom! – o garçom a olha. – A conta, por favor! – ela gesticula. – ela tira a carteira da bolsa. – Cansei de esperar. Garota irresponsável. Assim que ela quer ser minha assessora?
Na rua…
https://www.youtube.com/watch?v=SsLRUlIF_tE
Gisele e Luíza descem do táxi. Gisele está toda arrumada.
Gisele sorri: Fica aqui. Eu vou lá e faço o que tiver que fazer.
Luíza olhando para o restaurante: Alá ela! – ela aponta. – Vai antes que ela desista.
Gisele vai até o restaurante.
No restaurante…
Gisele chega. Alice espera o garçom trazer a conta.
Gisele sorrindo: Alice!
Alice se levanta e vira-se: Finalmente garota. Eu achei que/ – ela percebe que não é Luíza. Mas para seu maior desespero, ela reconhece Gisele.
Gisele radiante: Saudades de mim irmãzinha?!
Alice se desespera. Corta.
Fim do Capítulo 20!
Stacy e Adriana se reconciliando foi maravilhoso!! Parece que as coisas estão ficando melhor entre elas.
Jordan está à um passo de descobrir que Clarice/Luana é mulher de seu mais novo amigo.
Branca, Tóta e Fernanda acabaram sofrendo um acidente gravíssimo… espero que nada de ruim aconteça com eles, e que se recuperem logo.
Melissa resolveu dar um basta em Ferraz!! Gostei de ver… é assim que se faz, garota!!
Uma nova aliança se formando? É isso mesmo Brazeeel? Alice e Petrônio juntos contra Aurora/Célia.
Amanda é bem mais humana que o Gustavo, pois ao que parece ele não está nem aí para os sentimentos de Stacy!!
Sheyla acabou se ferrando… foi falar alto demais, Stênio escutou tudo e agora as coisas podem ficar feias para a megera, ou não!! kk
Agora outro embate está prestes a acontecer: Alice e Gisele frente a frente 😯