Capítulo 20 – Paixão Fatal

PAIXÃO FATAL – CAPÍTULO 20
A impostora

Continuação do capítulo anterior…
SAMPAIO — Calma patrãozinho, pra que tanta raiva? Até parece que num gostou de ter escutado minha voz.
Sampaio ri.
SAULO — Seu sotaque me enoja. O que é que você quer hein, Sampaio? Eu não tenho todo o tempo do mundo pra você. Eu não tenho mais nada que falar com você.
SAMPAIO — Sabe patrão, minha vida mudou bastante depois daquela época em que nós dois/
SAULO — Eu não quero ouvir mais nada. Eu não tenho nada a ver com essa sua vida de merda. Se você ligar de novo pra mim, faço eu mesmo, o que você fez com aquela pessoa no passado.
Saulo desliga o celular joga-o na mesa e sai do escritório.
CENA 1/CASA DE CRISTINA/QUARTO DE MARINA/NOITE.
SAMPAIO — Não se preocupe, meu chapa. Eu vou até você. Nem que seja no quinto dos infernos, mas a gente se encontra.
Sampaio observa o quarto de Marina.
CENA 2/VENEZA/HOTEL DANIELI/NOITE.
Ernesto salta da limusine e abre a porta pra Marina.
ERNESTO — (sorridente) Seja bem-vinda a Veneza.
Marina salta, deslumbrante. Observa a cidade, uma lágrima quer descer, mas ela reluta.
Ernesto estende um lenço que acabara de tirar do paletó.
ERNESTO — Se precisar.
MARINA — Não, eu não preciso. Nada mais vai me fazer chorar. Esse novo rosto aqui nunca mais chorará novamente. Ele agora só irá sorrir, sorrisos de vitória.
Eles partem para a entrada do Danieli.
CENA 3/AP DE DANTE/SALA/NOITE.
Judith e Dante entram aos beijos.
JUDITH — Eu adoraria dormir aqui com você, mas não vai dar. Eu não posso dar bandeira no meu primeiro dia de romance proibido.
Ele ri.
DANTE — Tudo bem, eu te entendo. Você não quer ao menos tomar ou comer alguma coisa?
JUDITH — Mais?
DANTE — Vamos, confesse que aquela sobremesa não estava tão boa assim.
JUDITH — Sim, eu concordo.
Ele a beija.
DANTE — Você topa fazer brigadeiro na panela comigo?
JUDITH — Você tem certeza? Fogão e Judith foram feitos pra ficarem longe um do outro.
DANTE — Vem cá. A gente come o brigadeiro assiste a um filme e aí então você vai poder fugir de mim.
Eles riem e partem para a cozinha.
CENA 4/CASA DE LÍDIA/QUARTO DE JULIANA/NOITE.
Juliana está deitada, chorando. Lídia abre a porta, lentamente, e percebe a filha.
LÍDIA — Juliana, minha filha, o que está acontecendo? Por que você está chorando?
JULIANA — Nada mãe, não aconteceu nada.
LÍDIA — Mas é claro que aconteceu. Você chegou mais cedo do que devia. Por favor, me fala o que tá acontecendo.
JULIANA — Eu descobri tudo, mãe. É por isso que o Davi nunca deu bola pra mim.
LÍDIA — Descobriu o que, minha filha?
JULIANA — O Davi não sai à noite apenas pra se divertir, mãe, ele sai pra ganhar dinheiro, também. Ele é um garoto de programa.
LÍDIA — O que? Isso não pode ser verdade.
CENA 5/VENEZA/HOTEL DANIELI – QUARTO/NOITE.
Ernesto acaba de dispensar um garçom que trouxera informações num papel. Ele lê e vai até Marina.
ERNESTO — A Bibi está no restaurante. Tudo pronto?
MARINA — Estou sim. Eu agora sou uma mulher inabalável.
Eles saem do quarto.
CENA 6/MOTEL/QUARTO/NOITE.
Bruno continua deitado sobre a cama, enquanto Madá está se arrumando.
MADÁ — Eu preciso ir, não posso dar motivos pro Saulo se preocupar com minha ausência por muito tempo.
BRUNO — Não vai não, fica mais um pouco.
MADÁ — Não, eu não posso. Nada que você me diga vai me convencer.
BRUNO — Nem se eu disser que posso seduzir a Lavínia e pegar o celular dela?
MADÁ — Isso seria uma ótima ideia, mas eu não quero você envolvido com aquela biscate, além do mais só estaríamos confirmando, e isso não seria nada bom.
CENA 7/ CASA DE LÍDIA/QUARTO DE JULIANA/NOITE.
LÍDIA — Você está enganada, Juliana. O Davi não poderia dar esse desgosto pra Cristina, ela não merece.
JULIANA — Mãe, por favor, não conta nada pra Cristina, eu te peço.
LÍDIA — Como não, minha filha? Isso é muito grave. Só a Cristina pode dar um jeito nisso.
JULIANA — Não mãe, a Cristina ainda está sofrendo com a morte da Marina, mais um baque desses e ela não suportaria.
LÍDIA — Você tem razão. Mas a Cristina precisa saber disso, urgentemente.
JULIANA — Não podemos fazer isso, só o Davi pode.
LÍDIA — Então fale com ele. Eu te dou duas semanas.
CENA 8/HOTEL – RESTAURANT TERRAZZA DANIELI/NOITE.
Ernesto conduz Marina até o terraço e aponta pra Bibi Villaça.
ERNESTO — Ainda a reconhece?
MARINA — Com certeza, Bibi é uma das mulheres que não envelhecem.
Os dois se aproximam de Bibi, que está sozinha, elegantemente.
ERNESTO — Bibi Villaça?
BIBI — Ernesto? Que alegria revê-lo, quanto tempo. Quem é essa rainha medieval? Não vai me dizer que a Wanda resolveu fazer plástica/
ERNESTO — Não Bibi, não é nada disso. É uma amiga minha, que poderá ser sua também. Deixe eu te apresentar, essa aqui é/
MARINA — Paloma. Paloma Velmont.

João David Alves

Nunca reveles com facilidade o teu pensamento, nem executes nunca o que bem não tenhas ponderado. - William Shakespeare

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