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Ela Veste Preto, mas o Baile é Cor de Rosa

Capítulo 20 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

No outro dia de manhã…

A aula começou e Alonso sentiu falta de Dora.

– Que covarde! Nem na aula aquela garota aparece com medo de dar uma explicação. – pensa olhando para a carteira vazia. – Ah, mas ela vai ter que ser muito convincente se quiser ao menos minha amizade de volta. – se enfurece.

Enquanto isso, em Holanda Garden, Dora aflita terminava o quadro que começou na noite anterior, pensando em como chegaria a Alonso, até que notou a solução na sua frente.

– É isso! Coragem garota, você consegue! Só mais um mico público… Pra quem teve tantos nos últimos tempos é bico!

Dora pegou o quadro e enrolou-o com cuidado, levando para o furgão rumo a Escola de Artes Central. Dirigiu pensando em como ia iniciar a conversa que levaria para uma convincente desculpa, pois não queria envolver Alonso no jogo de R, com medo de que ele sofresse as consequências.

Estava entrando na faculdade quando deu de cara com Paris no portão principal.

– Paris! O que você tá fazendo aqui? A primeira aula já tá quase acabando!

– O mesmo pergunto pra senhorita, e que embrulho enorme é esse? A gente tinha que entregar algum trabalho hoje?

– Não! Isso é rolo meu! – responde ela.

– Aham! Mas que saudade das suas confusões! As coisas ficam bem paradas quando você não tá por perto. Você anda sumida, moça! – acusa Paris.

– Engano seu! Estou aqui agora bem na sua frente, não estou? – questiona Dora. – E pelo jeito estamos no mesmo barco… Dando “um tempo” aqui fora enquanto a aula acontece lá dentro. – conclui.

– Não tô com a mínima vontade de encarar idiotas hoje! – confessa Paris.

– Pois eu não quero encarar alguém que não merece que eu faça isso com ele! – sussurra Dora.

– Então o encare! Dora, se tem alguém que dá conta de qualquer situação maluca, esse alguém é você! E eu não preciso ficar listando, nós dois sabemos muito bem a guerreira de piscinas e defensora dos fracos e oprimidos você é! – ele ri.

– Para! Falando assim até parece que eu sou uma descontrolada!

– E não é? – comenta Paris abrindo um largo sorriso.

– Tá! Me convenceu! Tô indo encarar meu desafio, mas antes me responde uma coisa… Na intimidade você e o David eram mais próximos do que pareciam? Porque eu já não me surpreendo com mais nada!

Um silêncio confirmador abateu-se entre eles. E Dora continuou.

– Hum! Eu sabia! E você foi com ele alguma vez a Carnation Street?

– Não! O David não era tão ruim em casa, mas sair comigo era demais pra ele!

– E ele nunca te falou, ou você mesmo viu, um cara loiro de capuz saindo com ele sempre tarde da noite?

Paris nessa hora ficou nervoso, com a respiração ofegante e respondeu.

– Claro que não! Porque você fica só perguntando do David, sempre é isso! Deixa os mortos descansarem em paz e presta atenção nos vivos! – grita correndo para a casa logo em seguida.

– Coitado! Acho que ele ainda está sentindo a perda. – ela pensa.

Mas Dora deixou esse acontecimento de lado para dar continuidade ao plano atual. Entrou na Escola de Artes Central indo direto para o pátio. O sinal marcou o final da primeira aula e todos os alunos transitavam trocando de salas. Alonso vinha adiante.

– Se você não gosta de comida italiana era só me avisar! – diz ele.

– O quê? – pergunta ela sem entender.

– Eu fiz spaghetti com almôndegas ontem, mas pelo jeito você descobriu por telepatia e resolver me dar o cano! É isso ou meu amigo me traiu, mas ele é medroso demais pra isso, então… – disse seguindo adiante.

– Não é nada disso! – Dora tenta explicar.

Até que ela colocou o enorme embrulho na sua frente e gritou para todos ouvirem.

– Abre!

Ele a princípio, pareceu não querer, meio desconfiado e inseguro com os olhares de todos do pátio, mas resolveu dar um voto de confiança e abriu.

– O quê é isso? – pergunta espantado.

– Isso é a prova definitiva de que eu estou com você e de que o David já não representa tanto pra mim.

Ela se referia ao quadro que tinha pintado na noite anterior, que deveria ter estampado o rosto de David, mas que por instinto acabou tendo a imagem de Alonso. Todos estavam quietos esperando sua reação, até que ele respondeu nervoso.

– Tudo bem! Vamos conversar!

Dora também nervosa, sorriu. Correndo até Alonso para lhe dar um abraço comemorado pela galera com palmas e zoeira.

– Eu te perdoo, irritadinha! – sussurra Alonso agradecendo o presente com um beijo e levando o quadro para a próxima aula que já tinha começado.

Mell apenas observou, como sempre fazia ultimamente. Estava quieta demais e explodindo por dentro, mas o troco viria a seguir.

A maioria dos alunos chegou atrasada à aula de Design, e após levarem uma bronca do professor, foram surpreendidos com a notícia de que o Baile Semestral de Boas Vindas seria naquele fim de semana. Ele então explicou.

– Preciso de pessoas que mexam com decoração e tenham agilidade para determinar tudo o mais rápido possível. Perguntei ao clube local quem me seria útil e eles me deram o nome de Isadora Réquiem que é aluna dessa aula.

Na hora todo mundo recomeçou a bagunça e um deles brincou.

– Professor, se ela coordenar o baile nosso tema será o hospício e todos terão que vir vestidos de camisas de força!

Todo mundo começou a rir, Alonso queria dar na cara do garoto, mas Dora não deixou e respondeu.

– Obrigada, professor! Mas no momento não estou mais mexendo com esse tipo de atividade.

– Que pena! Alguém se candidata? – pergunta o professor.

– Eu mesma! – grita Mell levantando a mão.

A turma se agitou, mas após um tempo, o professor obteve novamente o controle da sala e a aula recomeçou normal.

– Você tem com quem ir? – sussurra Dora.

– É, eu não sei. São tantas propostas! – ironiza Alonso.

– Comigo as emoções serão mais fortes! Você já viu! – ela propõe.

– Tá certo, você venceu! Mas se receber proposta melhor eu posso mudar de ideia!

– Cafajeste! – esbraveja Dora dando-lhe um soquinho.

– Ai, ai!

Uma semana depois o locutor da faculdade anunciava.

– Boa noite, moças e rapazes! O Baile Semestral de Boas Vindas vai começar.

Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

2 comentários sobre “Capítulo 20 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

  • Pelo jeito, Dora encontrou uma forma bem romântica de pedir desculpas a Alonso.
    E que nervosismo foi esse? Paris ficou muito estranho com as perguntas da Dora.
    Ah, adoraria ver mais uma festa organizada pela Dora, não pela sem sal da Mell. E parece que as coisas nesse baile serão quentes!!
    E que venha o próximo capítulo, pois não aguento esperar nem mais um pouco para saber mais dessa história.

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