Capítulo 2 – O Internato
Cecília alcançara Marieta no alto da escada e pela velocidade, acabou jogando a menina degraus a baixo. A menina com dor na coluna levantou com dificuldade.
Marieta – Sua louca iria tentar me matar agora? Por eu ter visto o crime. Queima de arquivo em outras palavras.
Cecília – Cala essa boca sua catraia. Não fui eu que matei aquele homem. Eu vim comprar o exemplar do jornal. Fiz o concurso…
Marieta – Não me diga que foi o de Moscou?
Cecília – Sim. Por que você também fez?
Marieta – Sim. Tomara que não tenha passado. Seria um pesadelo dividir uma sala de aula com você. Agora se me permite, vou embora para minha casa, já vi muito por hoje.
Cecília – Não vai nada. (e a segura pelo braço). Vamos sair juntas daqui. Daqui a pouco você me entrega para a polícia e meu futuro pode ser comprometido.
De supetão. Marieta grita. Ela aponta para o corredor no alto da escada. Cecília se vira e berra de susto. O Corpo de seu Manoel agora está no corredor, do mesmo jeito, morto, mas numa posição ofensiva, que parece que ele vai devorá-las.
Elas saem correndo. E esbarram numa policial. Que as acalma e pedem para elas falarem com calma o que viram. E elas lhe contam tudo.
Depois de serem liberadas, elas quase são atropeladas por um automóvel…
Um loirinho oxigenado buzina acompanhado de alguém de capuz…
Lorenzo – Vocês não olham para onde andam, não? Já basta ter que vir a esse país de índio, resolver pepinos, agora vocês duas lontras…Ahhhhhh( faz um cara de espanto tremendo) mas o que é isso ???
Ele sai do carro. E aponta para o buço de Cecília.
Lorenzo – Você não se depila há quanto tempo, Texuga?
Cecília – Isso não é da sua conta!
Lorenzo – Ah é sim! Eu privo pela beleza mundial e você como muitos, destróem.. Ah faça mil favor, né ? E ainda alguns tem audácia de dizer que o Tony Ramos é peludo, precisam te conhecer, para ver que existem casos muitos mais sérios de taturana poka holta!
Cecília – Cala boca, seu travesti de proveta !
Lorenzo – Travesti no. Yo soy uma bicha maléfica e eu não sei por que mais o destino está preparando muitas surpresas para nós. Sinto isso, em sua cara de vaca do brejo. Agora até mais, queridinha e, por favor, procure uma clínica estética urgente, viu? Ah, esqueci que pelos seus trapinhos, você não pode pagar, então continue do jeito que é, mas lá no Himalaia com o pé grande, até mais.
E bate a cabeça na câmera ao sair, caindo desmaiado, seus óculos escuro se entortaram no rosto…
Lorenzo – Mas que merda, quem colocou essa câmera bem aqui ?
Marieta – Esqueceu que estamos no meio de web série ? Estamos gravando!
Lorenzo – Obrigado por me lembrar, mariposinha. Quanto a sua amiga, é o patinho negro da novela, nem sei como vou poder contracenar com essa cara de jiló. Bom, agora tchauzinho de verdade… sem making off !
E entrou no carro. Cecília estava no auge da irritação. Queria amarrar aquela coisa loira numa linha de produção e a ver ser esmagada por empacotadoras.
Marieta tripudiou – Esse é dos meus!
Minutos depois ela chega com a equipe de perito no local e descobre entre os dedos do morto, um amuleto de camisa com o trevo de quatro folhas azuis e percebe que foi arrancado da camiseta do assassino. Ela inspeciona em sua luva técnica.
As meninas descem do ônibus e Marieta sai correndo para a casa gritando para mãe que Cecília matou alguém, mas a garota nem deixa se levar pela provocação e vai para sua casa, onde revela tudo aos seus pais, que ficam boquiabertos, pela notícia. Sua mãe em especial em intervalos irregulares começa a se trancar no banheiro para dar longos uivos assobiantes.
Naquela noite, a menina acorda com um pesadelo terrível. Um sequestro de avião feito por uma máfia de…
O QUE ERA AQUILO?
Marcas de sangue feito com rodas de bicicleta rodeiam o taco de seu quarto. Ela então se recorda de ter visto na noite anterior na parede da casa de sua vizinha a mesma coisa e estranha. Ela liga para seu melhor amigo e primo Abiel que vem correndo de bicicleta no meio da madrugada e dá um susto subindo pela janela de seu quarto
.
Cecília – Você não disse que não iria vir hoje, por que estava tarde e era perigoso por causa dos assaltos e talz?
Abiel – Eu menti. Só por que gosto de ver você assustada ( diz de forma irônica)
Cecília – Cala essa boca! Já basta o que eu presenciei hoje!
Abiel – Vejamos, por que a garotinha me chamou? ( com uma voz de Elvis Presley). Está em apuros, precisa ser salva pelo Tarzan, ohohohohohohh. ( e bate no peito abobadamente)
Cecília acaba com sua alegria – Não priminho querido. Olha meu rosto que está contente com seu desempenho. (e aponta para a face sem emoção)
Abiel – O crime, né? Onde estão as pistas?
Cecília diz enfáticamente – Ali, subindo pelas paredes… (ELE GRITA FEITO UMA GAZELA, ELA CAI NA GARGALHADA)
Cecília – Precisava ver a sua cara, seu bundão !
Abiel – Isso foi desnecessário. Vingancinha boba, recalque, olha o beijo no ombro. (Imitando homossexuais pintosos)
Cecília – Aff! Anda logo com isso, que eu preciso voltar a dormir.
Abiel – Certo. Bom, de acordo com as minhas anteninhas de chapolin colorado, presumo que isso não é sangue, mas sim.. TCHAN, TCHAN, TCHAN, ENDOMÉTRIO VELHO OU EM OUTRA LINGUAGEM… SANGUE VAGINAL.
Cecília – O QUÊEEEEEEEEE? Hey que olhar é esse? Eu não estou menstruada. Sei muito bem os meus dias, apesar de fazer uns dois anos que aquelas cólicas chatas começaram. – Diz num tom suplicante, apalpando a barriga.
Abiel – Sei disso. Onde está o absorvente mocinha? Que comprou escondido? Em liquidação nos fundos do bazar da Titia Puberdade, hein?
Cecília – Ah, vê se eu estou na esquina. (e o joga no chão com um murro).
Abiel – Um mistério interessante para se resolver: “ QUEM MENSTRUOU EM QUANTO PEDALAVA DE BIKE ? EIS A QUESTÃO ! ( disse de uma maneira locutora de futebol.)
Cecília – Imitar o Galvão Bueno, não vai te trazer nenhuma vantagem. Se bem que vocês são parecidos em certo aspecto. ( e apontou o nariz em meio a risinhos, saindo correndo)
Abiel – OH MY GOD! VIREI PINÓQUIO! (Disse ele olhando em seu espelho de bolso) TEREI QUE ME INTERNAR PARA SEMPRE NUMA CLÍNICA DE CIRÚRGIA PLÁSTICA PARA REPARAR ESSE MONSTRO EQUINO QUE COBRE MAIS DE 99% DE MEU ROSTO. IVO PINTAGUY ME AGUARDE. – Completou num tom carioca.
A trilha caminhava pela parede de sua casa e ia ao encontro das outras casas. Os dois ficaram chocados, ao ver todas as paredes sujas de sangue de pneus de bicicleta.
Cecília – Seja quem for à mulher já deve ter morrido de hemorragia. Depois do seu Manoel, não espero mais nada. – Expressando seu asco.
Cecília – Ei garoto, pare já com isso! Você está estragando toda a pintura da gente!
O garoto rapidamente levantou a saia vermelha dela e roubou a calcinha de bolinhas vermelhas. – Deixando em estado de choque pela agilidade das mãos nos poucos golpes que dera.
Abiel – Eu vou te dar uma surra, negrinho do pastoreio!
(O menino saiu correndo assustado.)
Cecília – Mardito pirralho, ele roubou a minha calcinha, vamos atrás dele.
E saiu correndo. Abiel foi atrás pisoteando a grama.
O menino parecendo o Saci Pererê de tão travesso saltou sobre a fiação elétrica e deixou seus braços magros deslizarem por elas, ganhando velocidade sobre o bonito luar.
Cecília – Meu Deus olha ele lá. ( Apontou a menina para cima)
Abiel – Eu não vou botar minhas unhas que acabaram de ser feitas, na fiação elétrica antiga dessa rua.
Cecília – Não são horas para brincadeiras. Veja um carrinho de rolimã. Depressa.
E os dois embarcaram, passando por cima do trânsito, atrás do negrinho. Quase bateram de frente com um ônibus. Tiveram que abaixar a cabeça e passar por baixo. Eles berraram de desespero na hora.
Quando dobraram a esquina o viram chegar a um grande e iluminado circo e sumir em seus interiores.
Chegando perto, leram na placa: “ SHOW DE MÁGICA COM BALEIAS E LEBRES”
Abiel – Parece ser interessante. – Disse o garoto num tom nostálgico
Cecília – Parece nada. Vamos, temos que procurar o sacana.
Eles começaram a procurar perto dos barris lá de fora. Quando viram o capuz preto do menino em movimento entrando por trás.
Cecília – Ah lá ele. Depressa.
O menino saiu correndo e subiu uma grande escada. Os dois foram atrás dele. Quando deram conta de si, estavam dentro de um circo cheio. O menino passou voando pela corda bamba e eles não perceberam a altura, só quando estavam no meio
.
Abiel – Eu tenho medo de altura. Acho que vou desmaiar. (e caiu todo paspalhão lá de cima, mas deu de encontro com uma corda deslizante e passou a mão aliviada na testa). Salvara-se de estatelar no chão. Mas se engara que teria moleza. Antes que pudesse respirar de novo, estava pronto para ser engolido por um tigre branco. Ele gritou de desespero.
Por outro lado, Cecília com muita dificuldade atravessou a corda bamba e começou a procurar o menino.
Cecília – Onde será que aquele espertinho se meteu?
Ela o viu do outro lado a provocando com um careta e mãos abanando na cara, mostrando a calcinha. Perdendo a paciência ela começou a andar num trampolim. Mas ele esperto pulou bem alto e ela foi arremessada em desespero para longe, caindo dentro de uma piscina. Todos na plateia se assustaram.
Cecília – Não liguem, eu estou bem. – Mas logo percebeu o que dissera – Mas por que bulhufas e cargas d’agua estou dizendo isto. Foco, foco… Na peça íntima.
Todos voltaram a fazer uma cara de desespero.
Cecília – Ai que gente boba, até parece que eu não sei….(O bafo quente da baleia a fez virar, ela gritou) NADAAAAAAAAAAR… ( Engoliu seco, estalando como a corda de um violão) SOCOORRROOOOO…PAIZINHO DO CÉU…AMADO.
E começou a nadar para sair do local, todos deram risada. Nesse momento Abiel montado ao contrário com o capuz preto do menino no rosto estava montado na lebre que andava toda apressada pelo palco. Os dois amigos acabaram um de encontro ao outro e vendo estrelinhas como no desenho do PICAPAU.
Todos levantaram para aplaudir e o apresentador veio pessoalmente cumprimenta-los. Eles estavam machucados e exaustos.
Apresentador David – Como são os seus nomes? – Com uma voz Lockhart
Cecília – Cecília Dudooke Venezianni. – Disse espremendo a saia encharcada com aflição.
De repente alguém da plateia parou de bater palma e saiu em direção ao palco.
Apresentador David – E o seu meu rapaz?
Abiel – Abiel da Silva Fonseca. Agora dá um tempo cara. Não vê que a gente tá…
Uma voz alta e fria revelou a presença de uma mulher de dois metros de altura, com cabelos aracnídeos e um olhar sombrio.
Cassandra – Que estão matriculados no colégio de Moscou, segundo os classificados. ( E os entrega o jornal) … Bem vindos, meus queridos. A festa para vocês acabam de começar…
Eles olharam um para o outro. Sorriram de felicidade. O Apresentador ficou boquiaberto.