Capítulo 19 – Palavra de Honra
Palavra de Honra
CENA 1
Renée e Lívia davam seus últimos suspiros e com muito esforço conseguiram ficar o mais próximo possível para darem seu último beijo de amor.
RENÉE: Uma coisa que aprendi com minha mãe, e que a Vida não termina.
LÍVIA: Eu também acredito nisso, meu amor.
RENÉE: Não foi dessa vez, mas ainda iremos ser feliz junto, meu amor.
Os dois se beijam, e assim partem.
Uma nova era estava por vir, ainda com muito mais conflitos na busca de um amor e ainda juntos. Um Amor Eterno.
CENA 2
Anos vão se passando.
Imagens de acontecimentos marcantes de cada ao vão surgindo.
Em especial: 2013. Manifestantes param o Brasil buscando por melhorias em diversos aspectos precários do país. Saúde; Transporte e Educação.
CENA 3 – Ligação. Ano de 2013. Plenário.
Políticos se reúnem e passam a afirmar.
POLÍTICO INDETERMINADO: Faremos a vontade do povo, mas o nosso regime fascista nunca será perdido… O povo mal sabe de tudo que está acontecendo. E continuará não sabendo… Embora suas vozes não irão valer em nada, e assim conseguiremos chegar aonde sempre Getúlio quis chegar… A Política é o Poder!
Todos os parlamentos batem palmas. Aquilo há décadas sempre se manteve, e agora lutariam aos poucos para conseguirem chegar aonde sempre quiseram.
E assim, ano de 2045.
CENA 4 – Ano de 2045.
Da época atual quem visse de relance toda a Ditadura da Nova Era, não acreditaria.
O Poder era totalmente concentrado no Supremo. Apenas uma pessoa para comandar tudo e a todos. Todos os cidadãos eram submetidos ao governo. Imposto por sobrevivência. Uma vez você existindo, e respirando, os impostos são contados e terão que ser pagos mês a mês.
Pessoas de 20 anos pareciam ter 40, como as de 40 pareciam 60. Devido o trabalho duro.
Os trabalhos existentes todos dependiam do governo. Não era muito bem Capitalismo, o Governo era encarregado de distribuir igualitariamente para determinada classe os bens de consumo, como no Socialismo. Mas para os ‘Sangue Podres’ como era conhecida as pessoas pobres e sem instruções, o comer, o beber e a moradia dependia totalmente da política, enquanto filhos da elite poderiam continuar sendo elites.
Era uma escravidão de classes. Quem era pobre, jamais poderia mudar de vida, teria que se conformar e trabalhar com os trabalhos pesados que o governo determinava, cujos não haviam retornos financeiros e sim o básico para a sobrevivência.
Aquele que ousasse desobedecer às leis impostas pelo Supremo, era imediatamente levado para o Campo de Concentração.
A Ciência que evoluiu de tanta grandeza, já nesse alcance teria comprovado a existência de vidas tanto passadas como futuras. E a certeza disso tudo, sabia que era de praxe todos os desencarnados voltarem novamente para as vidas de modo que pudessem concertar algo que não pode fazer, e quem sabe vingar-se de quem o fez sofrer, portanto, aqueles que eram presos nos campos de concentração eram impedidos ao máximo de morrerem, e sim, ficarem o quão máximo possível sob tortura e condições sub-humanas.
CENA 5
Aquela espécie de regime havia se firmado no Brasil no meio de 2038. E Durante muito tempo que Holiguárquio, O Supremo atual de 2045, esperou por essa chance. Seu avô, bem como seu pai, iam falecendo e deixando sua pose para o primeiro filho homem que teriam. Por sorte sua família nunca perdeu o ritmo e todos que assumiam o poder sabia que o país ditador estava em perfeitas mãos. Por sua vez, cada vez mais opressor e terrível.
Porém, Holiguárquio no fundo era uma pessoa amargurada. Precisava ter um herdeiro para continuar sua linha ditadora como fez seu avô e seu pai. Tentou quatro vezes, e as quatro saíram a sua maior rejeição. Quatro filhas. Mulheres não podiam assumir O Supremo, era contra as leis. Tinha que tentar pela última vez, era sua última chance de acordo com sua idade. A Revolta era tamanha com Marcia, a mulher com quem escolheu se casar que lhe deu somente frutos do sexo errado, que a mandou para um campo de concentração. Precisava acertar dessa vez, era sua última chance!
A Opressão e a dificuldade de sobreviver era tamanha que faziam pessoas emigrarem ilegalmente para países vizinhos.
E esse foi o caso de Karina. Karina cresceu trabalhando para o governo e as péssimas condições de vida a fez correr tentando atravessar a fronteira de Jaguarão no Rio Grande do Sul, enquanto foi transportada para um trabalho ao sul do país. Lá, aproveitou a oportunidade e passou dias caminhando e dormindo em matas para chegar no país que lutaria para ser aceita. E por sorte, foi.
Enquanto caminhava uma longa rodovia, um carro elegante a acompanhou durante alguns segundos. O medo era inevitável, mas Karina estava acostumada a sentir medos depois de tudo o que enfrentou.
Os vidros baixaram-se, e um belo rapaz dentro do carro sorriu satisfeito ao ver a moça.
RAPAZ: – em espanhol – Mocinha! Quer chegar ao MEU país, entre no meu carro!
Karina não responde.
RAPAZ: Não precisa ter medo, pode confiar em mim…
Karina não tinha mais nada a perder, se chegasse no Uruguai correria o risco e poderia morar nas ruas. Aquele homem, pelo menos poderia fornecer ajuda à ela.
E assim, os dois ao passar do tempo descobrem um grande amor e se casam, o homem era dono de uma joalheria e isso a fez ter uma vida muito bem estável.
Com o passar do tempo, Karina explicou toda a história de sua vida à Ricardo. Sabia da existência de seu passado, e queria cumprir o que nunca conseguiu por décadas. Com a compreensão de seu marido, ele proporcionou tudo da maior segurança que o dinheiro podia fornecer, e desejando sorte, Karina partiu prometendo mudanças em seu país e que voltariam para viver uma história de amor.
CENA 6
E assim, Karina estava no Congresso. Anos e anos de dedicação para chegar até aquele lugar.
Estava correndo sobre os corredores do novo congresso construído especialmente para aquela nova elite. Estava em direção ao Departamento de Mídia Televisiva. Aquele lugar refletia todas as câmeras de todas as emissoras brasileiras e qualquer momento que um político aliado ao Supremo pisasse no piso daquela enorme sala todas as emissoras entravam obrigatoriamente em horário de emergência. Aquilo era muito usado por Holiguárquio ao menos semanalmente para ludibriar o povo brasileiro.
Karina conseguiu adentrar no lugar. Imediatamente todas as câmeras deram o foco de luz em seu rosto. Tinha pouco tempo, mas aquilo faria uma bela de uma ajuda, embora sabia que muitos não acreditariam de imediato em suas palavras.
E assim recebeu o sinal do sensor de controle da câmera que estava no ar para o Brasil inteiro.
KARINA: Meu povo brasileiro, chega de sofrer! Vocês são o verdadeiro poder, não deixem uma ditadura dominar que está no poder há anos dominar ainda mais nosso Brasil. Todos pra Rua! Venham lutar pelo seus direitos! Acreditem…
Karina ia falar mais, mas sua imagem foi cortada o mais rápido que os trabalhadores do Supremo conseguiu fazer.
Holiguárquio adentrou a sala com dois capangas armados em cada lado com o olhar ao fogo. Karina sabia onde iria parar: Campo de concentração, é por ironia era para lá mesmo que queria ir. Conseguiu falar com a população e isso parecia um sonho.
Missão 1, completa com sucesso.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Uma boa quantidade de pessoas vão as ruas conquistadas por Karina.
Karina vai parar no Campo de Concentração e reencontra com todos seus amigos de passagem que lutaram pelo Brasil. Um novo plano está por vir.