O INTERNATO
Fase Final
Capítulo 19
No quarto de Lorenzo…
Lorenzo – Pronto! Essa foi a última. Estou livre de todas as maquiagens que me deixavam feminino. Acho que não preciso mais disso, obrigado meninas. Quando a gente aprende a se amar, não precisamos viver mais em máscaras.
Ele se levantou da penteadeira, onde em volta havia caixas e mais caixas de mudança e se dirigiu ao guarda-roupa, abrindo com estrépito.
Marieta – Cara, quanto roupa de mulher !
Lorenzo – Pois é, quando eu me encontrava depressivo. Banhava-me em lágrimas na bebedeira, vestia alguns vestidos. Adeus, Rainha da Inglaterra – e atirou para Manoela que se encantou com o aveludado avermelhado real – Adeus Angelina Jolie, Katty Perry e o mundo doce. Adeus mamãe Noel da Flórida.
Nesse instante Abiel entrou no quarto, trazia um ar preocupado no rosto.
Abiel – Teremos que adiar a reunião comunitária !!!
Manoela – Mas por quê ?
Abiel – Professora Vera acabou de me ligar, acabaram de pegar os dois Tony e Cecília tentando matar aquele homem que estava na cozinha conosco.
Todos se desesperaram. Marieta cerrou os punhos. Manoela deixou escapar um grunhido de terror e Lorenzo expressão uma fúria masculina em seu rosto que aos poucos deixava de gracejos.
No quarto de Hotel em Moscou…
Cecília olhava para as mulheres na sala com um rosto zangado e se levantou freneticamente, detestava ficar sendo encarada de cima, não queria parecer inferior a nenhuma aquelas velhas, por que realmente não era.
Vera – Eu não me lembro de ter mandado à senhora levantar. Srta. Dudooke !
Cecília – Pois eu levantei mesmo assim! – Encarando ela com veemência.
Odette soltou um grito de descontentamento imperativo – MAS QUE MENINA ATREVIDA, Se quiser minha querida irmã, eu darei um jeito nessa pirralha agora mesmo!
Aquelas palavras ecoaram de supetão em Cecília: ELAS ERAM IRMÃS ?
Vera – Abaixe-se garotinha – E quando foi tocar a cabeça da menina para jogá-la ao chão, sentiu uma vibração que a fez largar a cabeça da menina instantaneamente. Tony riu debochadamente. Odette o encarou, seguindo de preocupação com a irmã e Cecília perguntou irônica:
Cecília – Que foi professora ? Queimou as patinhas ? Se continuar, não sei o que pode acontecer, portanto não vejo outra solução melhor a não ser ir embora daqui e fingir que nada disso aconteceu, deixar a gente terminar o nosso servicinho com esse velho babão – E olhou para Júlio que gritava de dor pelas facadas que levara na cama.
Vera a encarou por uns segundos em instante e disse – POIS EU SEI O QUE VAI ACONTECER. MINHAS VISÕES ESTAVAM CERTAS, VOCÊ NÃO É CECÍLIA DUDOOKE…
Aquilo eclodiu pela sala com um estrondo de um trovão que anunciava uma tempestade lá fora. Odette pousou os ombros na mão das irmãs parecendo chocada com o que acabara de ouvir. Cecília a encara sem piscar os olhos como nunca, parecia estar tendo provar uma coisa. Tony por outro lado, pareceu trêmulo, largou a faca e cruzando os braços para esconder o nervosismo, empurrou a tia com as mãos.
Tony – Vai embora daqui !
Odette – Cala boca Tony Fridman, se não, não serei capaz de me responsabilizar pelo que vou fazer com você.
Vera – EU SABIA !!!… disse ela trêmula…aquelas visões constantes…Mas eu nunca encontrei um motivo para comprovar, até agora…VOCÊ NÃO É A CECÍLIA DUDOOKE, É O REFLEXO DELA !
Pela primeira vez Cecília começou a corar e começou a bufar, mas não era raiva, era de pânico.
Cecília – In…vennn tando essa hitótória para me pegar, nem vem que não teeeem, EU SOU A LEGÍTISMA CECÍLIA DUDOOKE.
Vera – Ah é ? – Disse Vera ganhando confiança em si mesma – Então prova. Por que a verdadeira que eu saiba, quando a puxei pelo braço e pode sentir que não era tão oca e solúvel quanto você, mas de um calor natural para os seres vivos. Ela é uma animaga, se transforma numa Lobiwoman. Transforma-se aqui na minha frente, para provar que está dizendo então. AGORA !!!
O Queixo de Cecília caiu. Tony a empurrou para o lado e peitou a tia, pondo os dedos na sua cara.
Tony – Escuta aqui, que diferença isso faz ! O que importa é que somos implacáveis.
Vera – QUE DIFERENÇA ISSO FAZ ??? TODA A DIFERENÇA ! SE ELA É UM REFLEXO, ISSO INDICA QUE NUNCA HOUVE CECÍLIA RUIM, MINHAS VISÕES DE CONFIRMARAM, ELA FOI PEGA PELA…
Tony – CALA ESSA BOCA – Parecia mais trêmulo e nervoso do que nunca – SE NÃO EU ACABO COM VOCÊ.
Odette nem esperou a irmã responder, lançou um feitiço de impedimento arremessando na parede oposto do quarto. Ele caiu com violência no chão.
Nesse instante entram duas figuras pelo apartamento. Mas para o desespero de todos e inclusive das irmãs, não era ninguém envolvido até ali. Eram os pais de Cecília: Laura e Jonas olhavam embasbacados para a cena que se permitia ver ali no quarto.
Vera – EU VOU TE DESTRUIR IMAGEM MALDITA.
Jonas – Nãooooooooo, ela é minha filha!!!
Laura – Sua não, nossa. Se não os leitores vão pensar que você andou pulando a cerca. E SOLTA ELA, AGORA !
Vera – ISSO NÃO É A SUA FILHA, PEDE PARA ELA SE TRANSFORMAR NUMA LOBIWOMAN, NÃO VAI OCORRER !!!
Laura – Lobi…o quê ?
Jonas acolheu o reflexo de Cecília e a menina fingia ser legítima.
Vera – QUER A PROVA? POIS VOCÊS TERÃO! – E levantando a menina no ar, sobre o desespero de todos, levou-a até o espelho da sala. Todos saíram menos Júlio que ficou gritando para chamarem uma ambulância, pois estava com muita dor.
Vera sem esperar atirou a menina contra o vidro e ela entrou. Os pais ficaram desesperados.
Jonas – O que você fez com a nossa filha?
Vera – ISSO NÃO É A SUA FILHA, É O REFLEXO DELA, SE NÃO QUANDO EU TIVESSE FEITO ESSA MAGIA DE JOGAR NO ESPELHO, ELA TERIA BATIDO E CAÍDO AQUI NO CHÃO. É FALSAAAAAA.
De repente se ouviram um grito no quarto. Júlio dera um último suspiro. Tony se revela por cima dele, havia esburacado sua pança inteira de facadas e lambia com prazer o sangue.
Todos ficaram perplexos, menos Odette que chorando apertou a gola dele invisivelmente, sufocando de ar.
Odette – FALA, ONDE ESTÁ ELA !
Tony – Onde….está…qqqqquem mãe ?
Odette – Não banque o idiota comigo, menino. EU ESTOU FALANDO DA SUA CHEFONA, A CASSANDRA!!!
Ele ficou roxo de surpresa.
No Internato…
Todos já iam saindo para caminho do Hotel, quando Lorenzo palpitou uma ideia.
Lorenzo – Vão indo, que eu alcanço vocês assim que puder. Acho melhor, eu dar essa palestra sim, todos estão esperando, bom se a gente pesar na balança. Aqui estaremos salvando vidas, lá… vocês sabem, não é ?
Todos entraram no carro e ele sumiu pelo interior. Mas alguém resolveu sair do carro na última hora e ficar no colégio junto com ele – Quem será?
Lorenzo alcançou Ciclope a tempo de cancelar a reunião e resolveu entrar. Mas foi chamado.
Ciclope – Sem make?
Lorenzo – Sim, haha’. Os tempos mudaram. Não preciso disso, para provar para ninguém que tenho poder, sedução. Pois o que vale agora para mim, tá aqui dentro, chama coração. – Batendo no peito, fez sinal de positivo para Ciclope que começou a chorar.
Ciclope – Meu homenzinho está crescendo!
Lorenzo entrou pelos fundos do palco. Todas as luzes estavam apagadas, exceto a dele. Os estudantes mais variados o encaravam e ele resolveu iniciar seu discurso.
Lorenzo – Bom, primeiramente eu queria pedir desculpas a todos vocês. Realmente, errei muito com a sustentação da escravidão intelectual. Ignorada muitas vezes pela sociedade e…que eu acabei juntamente com a minha finada mãe abusando disso. Vocês são seres humanos antes de tudo, por isso merecem respeito. E como prova disso que estou falando. Criei depois de várias pesquisas algumas regras.
Todos se entreolharam, alguns cochicharam exaltados.
Lorenzo – Contudo, todas elas serão baseadas num estilo norte americano de estudo, conhecido por autonomia.
Todos vibraram de felicidade.
Lorenzo – Sim, vocês terão direitos que bem entenderem em relação aos estudos de vocês, claro haverá regras para que nossa convivência, escutem bem, se torne mais harmoniosa. Bom, chega de formalidades, que eu detesto.
Todos riram.
Lorenzo – Vamos direto conhecer as mudanças. Por favor, Professora Georgina, poderia ligar o data show.
Georgina – Com muito, prazer! – Mas ela não disse isso em vão.
As imagens apareceram no telão. Todos ficaram embasbacados.
Lorenzo – Como podem ver a regra de número 1, traz….MAS O QUE É ISSO ?
As fotos do assassinato de Albert estavam espalhadas por todas as direções daquele fundo branco. Ele tremia de medo.
Lorenzo – SSSSERÁ QUE ALGUÉM PODERIA ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI ? PROFESSOR GEORGINA, A SENH…?
Mas ela não estava mais no canto direito do palco ao lado da cortina, quem estava ali era… MAURO, que sorria escabrosamente para ele que com os feixes de iluminações, era o pior filme de terror que presenciara. O Rosto do rapaz parecia de se deformar de maldade.
Ele desceu ainda sujo de terra, tossindo. As luzes foram acesas.
Mauro – ISSO!!! PODEM TODOS OLHAR PARA MIM. POR QUE ESSE DESGRAÇADO, O PIOR EXEMPLO DA HUMANIDADE, MATOU O MEU PAI, ASSIM COMO MATOU A MINHA MÃE, A EX- DIRETORA DE VOCÊS. E TENTOU ME ENTERRAR VIVO, EU AINDA ESTOU COM BOCA ENTUPIDA DE TERRAAAAAAAA. EU VOU MANDAR ESSE BASTARDINHO PARA OS INFERNOS…..AGORAAAAAAAAAAAAAAA.
E puxou da polchete, uma pistola. Todos se desesperaram. Lorenzo engoliu seco. O tiro foi disparado. A expressão no rosto de todos, mudaram. Lorenzo gritava, mas não era de dor, era de pânico, por que quem tomará o último, entrará na frente para defendê-lo no último instante, fora Abiel. Que agonizava aos seus pés.Set fire to the rain eclodiu no salão misturado do desespero de Lorenzo.
O Rosto de Mauro conturbado se congelou…
CONTINUA…