Capítulo 19 – Menina Flor
Capítulo 19
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Malu, surpresa: Meu Deus, você é órfão?
Pedro: Sou!
Lurdes: Mas o que foi que aconteceu?
Pedro: É uma história meio comprida.
FLASHBACK
Ano de 2014. Floresta nos arredores da cidade. É quase noite em uma velha cabana de madeira isolada no meio das árvores. Pedro está brincando com seus carrinhos na grama baixa.
Mãe: Pedro, meu filho, entra pra jantar.
Pedro: Já vai mãe.
Pedro entra em casa e fecha a porta.
Pai: Meu filho, vá dormir cedo hoje que amanhã você tem aula.
Pedro: Eu não quero ir pra escola.
Mãe, ascendendo uma vela: Não discuta Pedro, vá se lavar pro jantar.
Pedro, saindo da cozinha: Tá bem, tá bem.
Mãe: Querido, e você já conseguiu um novo emprego?
Pai: Não, mas eu amanhã vou passar numa construção e devo conseguir.
Mãe: Está ficando cada vez mais difícil aqui, eu quase não tenho o que cozinhar.
Pai, abraçando a mãe: Eu sei que tudo vai melhorar, prometo.
Pedro volta: Já me lavei, vamos comer?!
Horas mais tarde. Pedro acorda no meio da noite e vê os pais em pânico, a cabana está em chamas.
Pai: Cuidado com o fogo querida.
Mãe: Eu não tenho mais água, não dá pra apagar.
O pai de Pedro corre até o garoto e o pega em seus braços.
Pai, segurando Pedro: Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Mãe: Querido, as chamas estão bloqueando a porta!
O pai de Pedro repara na janela do quarto do filho. Ele passa o garoto pela janela.
Pai, enchendo os olhos de água: Adeus, meu filho.
Pedro já do lado de fora da cabana, ouve os gritos dos pais sem saber o que fazer. De repente a cabana de madeira desaba e os dois morrem queimados.
Volta ao presente.
Malu, começando a chorar: Meu Deus!
Pedro: No outro dia os policiais chegaram e encontraram os corpos, parece que a minha mãe esqueceu uma vela acesa e ela causou o incêndio.
Lurdes: Eu sinto muito.
Pedro: Depois daquilo eu corri pra floresta e fiquei vagando perdido por ela, até que há uns 2 meses eu cheguei na cidade e desde então eu vivo nas ruas.
Carlos: Mas você nunca procurou por um parente que pudesse te criar?
Pedro: Não sei onde procurar, eu e meus pais vivíamos escondidos do mundo.
Malu: E desde isso você vive na rua, perdido e sem casa?
Pedro: Vivo!
Lurdes: Mas isso não vai continuar, eu sei como mudar essa situação.
Diretoria do lar.
Guilhermina: Não, não e não!
Lurdes: Mas Guilhermina, o menino não tem lugar onde morar.
Carlos: Nós podemos ficar com ele.
Guilhermina: Eu já disse que não, isso é um lar, não um orfanato.
Lurdes: Esse lar se chama Coração de Mãe, e como o nome já diz, sempre tem lugar pra mais um.
Guilhermina: Negativo! O que estão pensando? Há 10 anos nos livramos daqueles pesos mortos que eram a Miguel e a Maria Luísa e agora querem adotar outro?
Lurdes: Mas esse nós pretendemos registrar, pra que ele seja nosso filho e não possa ser adotado e levado embora.
Guilhermina: Essa é boa, você e o Carlos são irmãos e vão ser como marido e mulher pra criar esse garoto?
Carlos: Nós já conseguimos dividir essas tarefas durante 13 anos desde que o Miguel chegou até a Malu ir embora.
Guilhermina: De jeito nenhum, esse lar foi construído para que os pais de crianças pudessem pagar para ela virem brincar e estudar aqui, não para serem abandonadas.
Lurdes: Quando nossos pais nos deixaram essa casa e nós decidimos construir esse lar, você nunca quis impedir de nada.
Guilhermina: Precisávamos de alguma coisa para que pudéssemos nos sustentar e de um lugar pra morar.
Carlos: Quando o Miguel e a Malu moravam aqui você nunca precisou ajudar em nada na criação deles que eu e a Lurdes nos virávamos, por que você não aceita a presença do Pedrinho aqui também?
Guilhermina: Eu vou ligar agora para o delegado Kleber e falar com ele sobre esse assunto, dependendo do que ele disser eu vejo o que decido.
Carlos: Esse lugar não é só seu pra você ter que ter sempre a palavra ou nada feito.
Guilhermina: Eu sou a mais velha! Agora saiam daqui que eu vou ligar pra delegacia pra ver o que fazer.
Lurdes: Que fria que você é, nossos pais deviam estar doentes quando fizeram você.
Guilhermina: CAIAM FORA DAQUI!
Fazenda Aguiar Cordeiro. Toca a campainha.
Melissa: Irene, atenda a campainha!
Fernanda entra: Bom dia senhora Melissa, o Miguel está?
Melissa: Não, ele e o Rafael tiveram uma discussão feia e ele sumiu por um tempo.
Fernanda: Uma discussão? Mas por quê?
Melissa: Tudo por culpa daquela morta de fome da jardineira.
Fernanda: A Malu? O que ela fez?
Melissa: Repetiu a dose comigo! Assim como ela jogou você e o seu irmão na lama, ela fez o mesmo comigo.
Fernanda: O que? Eu não acredito.
Melissa: É sim, eu exigi que o Rafael a demitisse e aquele estúpido do Miguel a defendeu, os dois discutiram e o meu marido bateu no “filhinho” dele.
Fernanda: Ele defendeu aquela imunda? Não pode ser.
Melissa: Ele diz que é porque eles são como irmãos, isso e aquilo, mas pra mim eles dois devem ter alguma coisa, você devia abrir o olho.
Fernanda: Não precisa se preocupar, o Miguel é louco por mim.
Melissa: Eu não teria tanta certeza, sabe que hoje mesmo eles dois voltaram juntos da floresta molhados e ele teve coragem de me dizer que eles nadaram juntos no rio.
Fernanda, surpresa: O quê?
Melissa: Isso mesmo, eles estavam rindo e com as roupas todas molhadas.
Fernanda: Mas aquela Malu não vale nada mesmo, desde criança nós vivíamos brigando pelo Miguel, ela sempre quis tudo que era meu.
Melissa: É mesmo?
Fernanda: Era sim, que desgraçada!
Melissa: Pois agora eu tive uma ideia brilhante pra nos livrarmos daquela menina.
Fernanda: Que ideia?
Melissa: O que você acha de nós duas nos unirmos?
Fernanda: Nos unirmos? Com que finalidade?
Melissa: Acabar com aquela maldita vendedora de flores, aquela porca! Com ela fora do caminho, você pode se casar com o Miguel e levar ele embora daqui.
Fernanda: Mas você acha que há algo entre eles?
Melissa: Ele enfrenta o Rafael e mim pra defender aquela maldita depois que ela humilha a mim e a você, você acha que não é meio estranho?
Fernanda: A senhora deve ter razão! Mas o que podemos fazer?
Melissa: O possível para afastar aquela peste daqui, e quando ela for você leva o Miguel pra longe, desde que esses dois apareceram nessa casa só acontecem brigas.
Fernanda: Isso me parece uma boa ideia. Unidas!
Lar Coração de Mãe. Noite. Miguel foi para o lar depois da discussão com o pai.
Carlos: Mas é assim mesmo, meu menino, a convivência em família é muito difícil, eu, Guilhermina e Lurdes vivemos brigando.
Miguel: Eu imagino, a tirana não mudou nada todo esse tempo?
Lurdes: Não. Mas até agora eu estou surpresa como você ficou bonito.
Miguel: Eu sei, mas a senhora não mudou nada, continua com os mesmos fios de cabelo brancos.
Malu: É, e o delegado Kleber, onde está?
Lurdes: Conversando com a Guilhermina sobre a adoção do Pedrinho, vamos ver o que ele decide, dependendo do que eu disse ele fica aqui.
Pedro: Eu não sei se eu quero ficar aqui.
Malu: Mas por quê?
Pedro: Aqui é um orfanato, aqui eu vu ter que trabalhar?
Carlos: Não mesmo rapaz, aqui você vai ser como nosso filho e vai viver muito bem, a Malu e o Miguel não me deixam mentir.
Miguel senta Pedro em seu colo: Relaxa campeão, eu já morei aqui, é uma beleza.
Kleber entra na cozinha: Já tomei uma decisão.
Guilhermina continua a mesma velha chata de sempre, DEUS ME LIVRE!!! Lurdes e Carlos tem que bater de frente com essa mulher chata!!!
Melissa e Fernanda juntas? Não tem cmo sair coisa boa daí, da até uma pena da Malu, o que será que essas duas irão aprontar?
Qual será a decisão do delegado Kleber? 🙂