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Menina Flor

Capítulo 18 – Menina Flor

Capítulo 18

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Melissa: Calada! E você Miguel, imagina o que vai acontecer quando eu contar pra sua namorada que você estava sozinho na floresta com essa garota.
Miguel: Você não se atreva a inventar suas histórias.
Melissa: Você não me dá ordens. E quanto a essa mosca-morta, não entra mais aqui.
Malu: Eu não permito que continue me ofendendo.
Melissa: Você não tem que permitir nada sua intrusa, os dois são iguais, dois golpistas e interesseiros, dois órfãos mortos de fome!
Malu dá uma bofetada em Melissa: Quieta!
Melissa cai no chão: Mas como se atreve a me bater?
Malu: Você mereceu, eu não sou de levar desaforo de ninguém, muito menos de uma perua prepotente como você.
Melissa: Eu seria capaz de te dar algo muito pior que isso a você.
Malu: Ah é, quer brigar? Vamos lá! Eu dou de 10 a 0 sua velha coroca.
Miguel, segurando Malu: Calma Malu, ela é de idade.
Melissa: Espere só até o Rafael chegar, eu vou contar tudo pra ele e você menina vai perder seu emprego e seu pai também, vocês vão morrer de fome debaixo da lama.
Malu: Eu vou te matar, sua bruxa.
Miguel continua segurando Malu: Calma Malu, não faz isso.
Melissa: Porca, imunda, sua suja.
Malu consegue se soltar: Por muito menos que isso, eu já dei uma surra em peruas mais folgadas que você.
Antes que Miguel consiga fazer alguma coisa, Malu avança sobre Melissa e a derruba na poça de lama e começa a cobri-la de bofetadas.
Malu, enfiando a cara de Melissa na lama: Cretina, eu vou te dar um banho de lama pra acabar com todas essas suas rugas, sua velha ridícula.
Miguel: Isso Malu, acaba com ela (risos).
Melissa, respirando fundo: Me solta, sua marginal.
Miguel pega Malu e a faz soltar Melissa: Tá bom Malu, já chega.
Malu: Essa velha nunca mais vai ficar aqui falando mal da gente.
Melissa consegue se levantar: Isso é imperdoável! Você me paga, sua porca.
Malu, deboche: Eu sou porca? Quem tá coberta de lama?! Você entrou na minha área?
Melissa sai andando furiosa: Isso não vai ficar assim.
Malu: Eu vou embora, me demito de novo.
Miguel segura Malu pelo braço: Espera aí Malu, por quê?
Malu: Você não ouviu o que a Melissa disse? Ela vai demitir o meu pai.
Miguel: Não vai porque eu não vou deixar!
Malu: mas você não viu que eu mergulhei sua mãe na lama?
Miguel: Ela não é minha mãe, e pra falar a verdade, você mandou muito bem.

Quarto de Rafael e Melissa. Horas depois.
Melissa: O que essa garota fez comigo é imperdoável Rafael, você não pode permitir que ela trabalhe nessa casa de novo.
Rafael: Nisso você tem razão Melissa.
Melissa: Eu exijo que você proíba que ela e o pai dela trabalhem em qualquer coisa que envolva as suas plantações de flores.
Rafael: Sabe de uma coisa? É isso que eu vou fazer, vou demitir os dois!
Miguel entra no quarto: Mas você não vai fazer isso!
Rafael: Como assim?
Miguel: Você não vai demitir a Malu e o Mauricio por nada nesse mundo.
Rafael: Mas como? Você não viu o que ela fez com a Melissa? Com a sua mãe?
Miguel: A Melissa não é, nunca foi e nem nunca será a minha mãe!
Melissa: Mas Miguel, eu sempre te tive como meu filho.
Miguel: Mas você é muito cínica mesmo, diante do meu pai você é uma santa, mas a mim você não engana sua mentirosa!
Rafael: Miguel, mais respeito com a sua mãe!
Miguel, gritando: Ela não é minha mãe, droga!
Rafael, irritado: Não use esse tom de voz comigo rapaz!
Miguel: Quer saber a verdade pai? A verdade é que você não é de nada, você pode até ter todo esse poder como dono de todas essas terras, mas a verdade é que você não tem nenhuma autoridade como homem.
Rafael: Mais respeito, eu sou seu pai.
Miguel: Você não é meu pai, eu não sou filho de um fraco que se deixa ser controlado por uma mulher.
Rafael dá um soco em Miguel: Cala a boca!
Miguel, com os olhos se enchendo de água: Depois de todos esses anos, você ainda teve coragem de me bater?
Rafael: Miguel, me perdoa, foi sem querer.
Miguel: Não, não perdoo, porque você sabe que eu tenho a razão! Você é um fraco!
Miguel sai correndo do quarto.
Rafael: Miguel, espera.
Melissa: Deixa Rafael, ele está nervoso.
Rafael: Ele nunca falou assim comigo antes, ele já não é o mesmo.
Melissa: Ele sempre foi assim comigo, sempre tentei ao máximo me aproximar dele, mas ele nunca me deu uma brecha.

Lar Coração de Mãe. Lurdes e Malu estão conversando em frente ao portão.
Lurdes: Malu, você a cada dia arranja uma encrenca a mais.
Malu: Eu não ia deixar aquela perua metida ficar me xingando.
Lurdes: Nisso você tem razão. Ah, mas eu estou tão ansiosa pra rever o meu menino.
Malu: Tem que ver Lurdes, ele tá tão bonito.
Lurdes repara naquele menino que viu há alguns dias, ele está atrás de Malu.
Lurdes: Malu, quem é aquele menino?
Malu: Eu não sei, eu já o vi antes por aqui, mas ele fugiu de mim.
Lurdes: Eu outro dia tentei me aproximar dele, mas ele fugiu de mim também.
Malu: Eu o encontrei debaixo de caixas, e assim todo sujo e com a roupa rasgada, será que ele mora na rua?
Lurdes: Numa cidade pequena como Roseiral?
Malu: Talvez, eu vou tentar me aproximar dele de novo.
Malu tenta chegar perto do garoto.
Malu: Menino, sou eu, Malu, tudo bem?
O garoto sai correndo de novo.
Malu vai atrás dele: Dessa vez você não vai fugir de mim.
O menino corre, mas Malu vai atrás dele. O menino é rápido, mas Malu é tão rápida quanto uma bala e consegue acompanhá-lo. Quando a jovem Menina Flor alcança o menino, ele tropeça e cai.
Malu: Menino, você tá bem?
O garoto não diz nada, mas dá pra ver que seu joelho está machucado.
Malu: Puxa, machucou o joelho, me deixa olhar.
O garoto se afasta.
Malu pega na perna do menino: Eu não mordo, não se apavore. Hum, parece que tá feio, vem comigo que lá no lar a gente pode passar alguma coisa nesse joelho.
O menino não se move, olha para Malu com cara de medo.
Malu levanta e puxa o garoto pelo braço: Vem rapaz.

Cozinha do lar.
Lurdes, passando remédio no joelho do menino: Calma, isso não arde.
Malu: Carlos, prepara aí um lanche aqui pro rapaz.
Carlos: Pode deixar Malu.
Malu: E você garotinho, como se chama?
O garoto continua em silencio, parece assustado.
Malu segura o rosto do menino: Ninguém aqui vai te machucar, pode confiar em mim, eu me chamo Maria Luísa da Silva, ou Menina Flor! E você?
Pedro, sussurrando: Pedro!
Malu: Pedro é um nome bem legal, posso te chamar de Pedrinho?
Pedro faz que sim com a cabeça.
Malu: Quantos anos você tem?
Pedro: 10.
Malu: Onde você mora?
Pedro: Em lugar nenhum.
Lurdes: Lugar nenhum? Como assim, e a sua casa e sua família?
Pedro: Não tenho mais.
Malu: Como assim não tem mais?
Pedro: Foram pro céu!
Malu, surpresa: Meu Deus, você é órfão?
Pedro: Sou!
Lurdes: Mas o que foi que aconteceu?
Pedro: É uma história meio comprida.

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Um comentário sobre “Capítulo 18 – Menina Flor

  • Malu deu o que Melissa merecia, pena que o Rafael não consegue enxergar p quão podre é sua esposa 😥 Melissa realmente consegue ser cada vez mais detestável, credo.
    Menina Flor, ela acabou por conhecer o garotinho, ORFÃ, acho que vem mais uma história por aí 😉 😛

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