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Detalhes Sórdidos

Capítulo 18 – Detalhes Sórdidos

GARIBALDI(aos berros) – Meu Deus! Que é isso???!!!

O desespero lhe deu a impressão de estar em um mundo de sonhos, um pesadelo, para ser mais objetivo. Mas logo ele recobra o controle de si, e se levanta. A água pela cintura.

GARIBALDI – Bem, eu tenho certeza que no fim disso aqui tem um prêmio para mim.

À medida que ele se aprofundava, a água fétida se levantava cada vez mais. Nos nichos ao lado, os olhos vermelhos dos enormes ratos acompanhavam seu movimento, esperando um vacilo seu para que eles pudessem se lançar sobre ele e se alimentar da sua carne fresca. Parecia não haver mais como avançar, pois a água já estava no pescoço, e o cheiro era insuportável.

GARIBALDI – Acho que vou ter que mergulhar. Olha só, agora sei mesmo que estou maluco. Estou conversando sozinho.

Garibaldi mergulhou por três minutos, até ver claridade. Já estava perdendo o fôlego. Era luz do dia, o que significava que aquele lugar dava para fora da casa. Mas ele parecia estar bem longe. Quando saiu da água, viu que de fato estava longe. Devia ter mergulhado uns cem metros, pois a casa estava bem longe atrás de si. Mas o que o espantou, foi o que viu à sua frente.

GARIBALDI – Mas o que é aquilo?!

Ala oeste.

TOM – Garibaldi não vem mais, deve ter sido comido pelos cães. Está demorando muito.
PADRE DORNAS – Também acho. Se há algo aqui em baixo, vamos ter que descobrir sem pé-de-cabra.
EDSON – Vamos procurar por tacos com som menos maciço, assim, encontraremos se houver algum alçapão, depois vamos usar uma dessas mesas pra quebrar o chão.

Eles se dividiram e começaram a esquadrinhar o chão, até que:

MARIAH – Aqui, encontrei.
TOM – É, pode ser aqui mesmo. Vamos pegar aquela mesa ali, e jogar todo o peso dela bem aqui.

Não foi preciso mais que três pancadas para o chão se romper. Depois foi fácil retirar os demais tacos

TOM – Eu não estou acreditando! Tem mesmo um alçapão.
PADRE DORNAS – A segunda mensagem está mandando abrir o alçapão
TOM – Está muito escuro lá dentro. Temos lanternas, mas não temos pilhas.
EDSON – A não ser que aquele relógio ali parede ainda tenha alguma pilha com energia. Ele ainda funciona.
TOM – Pode ser. Vamos pegá-lo.

Experimentaram as pilhas.

TOM – Que sorte. Vai dar para meia hora. Não temos tempo a perder. Padre, o Edson e eu vamos entrar, você fica aqui com as mulheres.
PADRE DORNAS – Certo. Vá com Deus.
EDSON – Recobrou a fé, Padre?
PADRE DORNAS – Tem momentos, em quem não temos a quem recorrer. Então temos que acreditar que algo mais forte está a nosso favor.
TOM – Vamos.

Eles entraram no alçapão e se arrastaram por um estreito túnel cheio de baratas e outros insetos.

EDSON – O que você acha que vamos encontrar?
TOM – Olha, tem horas que desejo não encontrar nada.
EDSON(rindo) – Eu penso o mesmo.
TOM – Acho que temos somente mais dez minutos de energia na pilha. Ela está começando a enfraquecer.
EDSON – Então ande depressa. Estou logo atrás de você.
TOM – Já estou vendo o fim.
EDSON – Que ótimo..
TOM – Pronto. Chegamos ao final, mas não há nada aqui.
EDSON – Tem certeza? Procure direito.
TOM – Procurar o que? Não há o que procurar.
EDSON – Mas que droga! Quem poderia inventar uma pegadinha dessas, que nos pegue depois de tantos anos?

De repente, outro tremor. O chão sobre eles se afunda, e eles caem vertiginosamente dentro de um estreito fosso cheio de água. Parecia uma cisterna subterrânea.

TOM – Você sabe nadar?
EDSON – Claro que sim.
TOM – Ótimo. Fique aqui que eu vou mergulhar pra ver se tem algo abaixo de nós.
EDSON – Tá bem, mas não demore. Estou me borrando de medo.

To mergulhou e voltou em poucos segundos.

TOM – Tem um outro túnel que leva para frente. Você anima mergulhar e ver onde ele vai parar?
EDSON – Qualquer coisa é melhor do que ficar aqui. Não sei onde eu estava com a cabeça ao achar que um milhão de reais vinha assim tão fácil. Aposto como a polícia está procurando por nós. Quanto tempo estamos aqui? Um mês? Dois?
TOM – Pra falar a verdade, também perdi a noção de tempo. Vamos mergulhar.

Eles mergulharam, e seguiram o túnel inundado, que era mais largo do que o anterior, permitindo que ficassem lado a lado. Na metade do percurso, Edson começava a perder o fôlego. Ele perdera o controle e começou a se debater. Tom teve que agarra-lo e tentar nadar puxando-o pela camisa, antes que ele morresse. Felizmente, ele viu uma luz logo adiante e usou toda a sua força para trazer Edson para fora, antes que ele morresse. Algumas massagens e respiração boca-a-boca depois:

TOM – Você está bem?
EDSON(tossindo) – O que aconteceu?
TOM – Você se afogou. Fiz uma respiração boca-a-boca.
EDSON – Você encostou a sua boca na minha?!(cospiu). Que nojo! O que os meus amigos vão dizer sobre isso?
TOM – Acho que seus amigos ficarão felizes se você sair vivo daqui.
EDSON – Você tem toda razão. Me desculpe.
TOM – Você consegue andar?
EDSON – Sim, acho que consigo.
TOM – Então vamos.
EDSON – Mas que lugar é esse?
TOM – Não sei, parece uma espécie de pedreira. Veja a mansão lá atrás. A questão toda é: o que temos que procurar?
GARIBALDI(de arma em punho) – Eu tenho uma noção, Tom, e dessa vez vocês não vão me atrapalhar.
TOM – Garibaldi?! Mas eu pensei que…
GARIBALDI – Cale-se. Levante as mãos. Você este aí. Vamos voltar para a casa e vocês servirão de bois de piranha. Ou melhor: “bois de cachorros”(gargalhou).
EDSON – Eu nunca confiei nele.
TOM – O que você está fazendo? Por que está fazendo isso?
GARIBALDI – Porque eu arrependi de ter entrado aqui. E eu descobri toda a verdade e agora quero sair e vocês não vão me atrapalhar. Agora andem.
EDSON – Mas que raio de verdade é essa?
GARIBALDI – Vocês vão saber logo.

Eles não encontraram cães no caminho. Mas devido aos tremores, estava difícil se locomover pelo casarão.

TOM – Por que não nos explica o que está acontecendo? Vamos trabalhar juntos.
GARIBALDI – Não há como trabalhar juntos, nunca houve. Cada um por si, e quem tem a vantagem, leva a grana e fica vivo. A regra do jogo é essa. Como eu pude ser tão idiota em não ver isso antes?
TOM – Aonde estamos indo?
GARIBALDI – vamos nos encontrar com Valéria. Ela também vai participar da festinha.

Mas Valéria não estava onde costumava se encontrar.

GARIBALDI – deve estar confabulando com o Anfitrião. Bem, vamos andando até a ala oeste, onde certamente se encontra o resto do grupo.

Ala oeste.

GARIBALDI – Aqui estamos.
PADRE DORNAS – O que está havendo aqui?
GARIBALDI – Padre, tenho uma tarefa para você. Ordens do Anfitrião.
PADRE DORNAS – E desde quando você é lacaio do Anfitrião?
GARIBALDI – Desde que ele me permitiu entender tudo. Agora ao trabalho.

Garibaldi jogou uma faca bem afiada no chão.

GARIBALDI – Eu quero… eu exijo que você mate essas três vadias.
PADRE DORNAS – Como é???!!!

Fim do Capítulo 18

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