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Saber Viver

Capítulo 16 – Saber Viver

Capítulo 16, Saber Viver

CENA 1. RIO DE JANEIRO/ JACARÉPAGUÁ – CASA DA MADALENA/DIA
MADALENA                       Deixa eu contar antes que eu perca a coragem. Lukas, você não era filho da mãe. Você foi deixado aqui na porta de casa e minha mãe te criou. Você é filho adotivo. – fala, tensa.
Lukas fica sem reação e uma lágrima rola pelo seu rosto.
LUKAS                     Então você está me dizendo que aquela mulher tinha razão? – pergunta, chorando.
MADALENA                       Tinha. Minha mãe sempre quis te poupar disso, mas uma hora isso iria acontecer. – fala chorando.
LUKAS                     Me poupar? Eu tenho 29 anos, tinha o direito de saber disso. – ele se levanta.
MADALENA                       Eu estou te contando. Minha mãe sempre te amou, ela nunca quis te magoar.
LUKAS                     Mas eu estou mais magoado do que estaria se tivesse me contado quando eu era pequeno. Madalena eu exijo que você me conte toda a verdade. Como foi que eu cheguei aqui? – pergunta, com raiva.

 

CENA 2. RIO DE JANEIRO/ BARRA DA TIJUCA – HOSPITAL DAS AMÉRICAS/DIA
Carla entrega o diagnóstico para Rebeca.
CARLA                     O resultado ficou pronto mais rápido do que eu imaginava. Agora não posso te poupar de mais nada.
REBECA                  Como assim Dra.? O que eu tenho? – pergunta, tensa.
CARLA                     Rebeca, eu sinto muito lhe falar isso, além do que seu marido nem está com você, mas… – ela fica em silêncio.
REBECA                  Fala Dra., não me deixe mais nervosa. – pede.
CARLA                     Rebeca você não pode ter filhos. – fala.
Uma lágrima rola o rosto de Rebeca e ela tenta disfarçar.
REBECA                  Você está me dizendo que eu nunca mais vou poder ter filhos?
CARLA                     Não é questão de nunca mais, você terá que fazer uma série de tratamentos, até conseguir.  Mas suas chances são mínimas.
REBECA                  Eu sempre achei que o problema fosse com meu marido, mas agora vi que o problema sou eu. – fala, chorando.
CARLA                     Eu sinto muito. – fala, colocando sua mão por cima da mão de Rebeca.

 

CENA 3. RIO DE JANEIRO/ JACARÉPAGUÁ – CASA DA MADALENA/DIA
LUKAS                     Anda Madalena, eu estou esperando. – fala.
MADALENA                       Foi em uma tarde chuvosa de 1985.
FLASHBACK – 1985 – JACARÉPAGUÁ
A campainha da casa de Maria toca.
MARIA                     JÁ VAI! – grita.
Ela abre a porta e se depara com uma mulher alta, morena e magra.
MADALENA                       Mamãe, quem é essa? – pergunta.
MARIA                     Não sei. Quem é você? – pergunta.
CRISTINA                           Meu nome é Alice, eu sou mãe desse bebê, eu não tenho condições nenhuma de criar ele. Me dá uma dor no coração, mas pega ele para você, para que eu não jogue ele fora, pega ele para você. – fala, forçando o choro.
MARIA                     Minha senhora, eu não tenho condições de criar, tenho uma filha de 4 anos para cuidar e eu ainda tenho que trabalhar.
CRISTINA                           Não deixa eu jogar ele fora. Pega ele para você. – força o choro.
MADALENA                       Mamãe, pega ele, um irmãozinho, pega mamãe.
MARIA                     Madalena, não se mete. Vai pro seu quarto.
Madalena vai andando de cara emburrada e senta no sofá.
VOLTA A CENA               
MADALENA                       Eu não lembro mais nada, depois disso.
LUKAS                     E qual era o nome dessa mulher?
MADALENA                       Aline… não, não, Alice. Lembrei, Alice. – fala.
LUKAS                     E ela se identificou como minha mãe?
MADALENA                       Eu não lembro Lukas, eu tinha quatro anos.
LUKAS                     Eu quero que você me leve até essa mulher: Alice.
MADALENA                       Eu desconheço ela. Não faço a mínima ideia de quem seja.
LUKAS                     Eu vou atrás dessa mulher, custe o que custar. Quero saber o porquê ela me abandonou.

 

CENA 4. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/DIA

Diego está em sua sala e começa a investigar a vida de Enzo.
DIEGO                      Enzo Tucker. – fala, digitando no computador.
Ele fica um tempo em silêncio.
DIEGO                      Seu império uma hora vai cair. Sua hora vai chegar. – fala, sorrindo.

 

CENA 5. RIO DE JANEIRO/ RECREIO – APT. DA VALENTINA/DIA

A campainha toca e Valentina abre a porta.
LORENZO               Será que podemos conversar? – pergunta.
VALENTINA           Entra.
Ele entra, senta no sofá e Valentina senta ao seu lado.
LORENZO               Valentina, eu não aguento ficar sem você. Eu quero saber se você quer reatar comigo?
VALENTINA           Lorenzo, lembra quando eu pedi para confiar em mim, independente do que fosse? Chegou o momento. Eu não posso reatar com você agora.
LORENZO               Mas por quê? Se eu quero e você também.
VALENTINA           Lorenzo, agora não. Eu sinto muito.
LORENZO               Eu vou te esperar, custe o que custar.
VALENTINA           Eu agradeço. Agora me dê licença, eu preciso sair para resolver uns problemas.
Lorenzo “faz que sim” com a cabeça e sai.
VALENTINA           Praga dos infernos. Maldita hora que o Daniel pediu que eu namorasse esse infeliz. Agora fica grudado. Que saco!

CENA 6. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/DIA
Davi bate na porta da sala de Enzo e é recebido mal.
DAVI                         Pai, posso entrar? – pergunta.
ENZO                        Já que está aqui, entra. – fala.
DAVI                         Eu sinto saudades de conversar contigo, de uns tempos para cá se afastamos tanto.
ENZO                        Chega logo onde você quer chegar.
DAVI                         Que isso, pai. Eu vim aqui numa boa para conversar.
ENZO                        Davi, eu nasci ontem, vai fala logo.
DAVI                         Tudo para você se resume a empresa né. Eu não vejo logo a hora que eu vou assumir isso aqui tudo.
Enzo cai na gargalhada.
ENZO                        Se você está achando que terá um sucessor nessa empresa, está muito enganado. Eu serei o único e último dono que essa empresa há de ter.
DAVI                         Você não é imortal. E uma hora você terá que passar essa empresa.
ENZO                        Pois fique sabendo que para você não vai ser. Agora sai da minha sala e me deixa trabalhar.
DAVI                         Você é ignorante, tolerante, uma hora seu império cai. – fala.
ENZO                        O que você quis dizer com isso? – pergunta, desconfiado.
DAVI                         Você entendeu. – fala. – Dá licença. – completa.
Davi sai da sala de Enzo que bate à porta forte. Enzo fica pensativo.
FLASHACK – 2014 – PETRÓPOLIS
DAVI                         Você não é imortal. E uma hora você terá que passar essa empresa.
ENZO                        Pois fique sabendo que para você não vai ser. Agora sai da minha sala e me deixa trabalhar.
DAVI                         Você é ignorante, tolerante, uma hora seu império cai. – fala.
VOLTA A CENA
A frase “uma hora seu império cai” fica ecoando a cabeça de Enzo.

 

CENA 7. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/DIA
Alice está se arrumando quando seu telefone começa a tocar.
ALICE                      Não pode ser. Insistente. – fala, olhando para o visor.
Alice atende o telefone.
ALICE                      Fala, Edu. – fala, grosseiramente.
EDU (telefone)          Não estava com saudades de ouvir minha voz?  – pergunta, rindo.
ALICE                      Fala logo o que você quer.
EDU (telefone)          DNA.
ALICE                      Quê?! – pergunta.
EDU (telefone)          Teste de DNA com a Rebeca. E dessa vez não estou pedindo, estou exigindo.
Foca em Alice, que está perplexa. 

FIM DO 16° CAPÍTULO!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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