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Paixão Fatal

Capítulo 16 – Paixão Fatal

PAIXÃO FATAL – CAPÍTULO 16
O Beijo dos Amantes

Continuação do capítulo anterior…
MADÁ — Você vai me pagar muito caro por isso, garota.
Saulo e Odete entram na sala. Olavo e Artur entram logo em seguida. Eva assiste a tudo do alto da escada.
ODETE — Eu sei que não vai adiantar eu pedir desculpas várias vezes pelo o que a minha filha fez, mas, por favor, Dr. Saulo não nos desampare nessa hora. Eu peço encarecidamente que deixe a minha filha no emprego e me demita.
ARTUR — Pai, você não pode fazer isso. A Odete está na nossa família há muito tempo. Ela é praticamente da família.
OLAVO — Não exagere Artur, a Odete jamais teria nosso sangue.
ARTUR — Você entendeu, Olavo.
SAULO — O que a sua filha fez foi muito grave, Odete. Eu jamais imaginei ver uma coisa dessas. Ela passou dos limites sim, as fotos que a Madá mostrou comprova tudo. Mas como você está conosco há muito tempo, eu não posso te demitir, você não pode pagar pelo erro da sua filha. Portanto…
Lavínia encara Madá a espera de respostas.
SAULO —… A única pessoa que deve ser demitida aqui é a Lavínia.
MADÁ — Por favor, Saulo, eu que te imploro agora. Eu concordo que o que essa pirig… que a Lavínia fez foi um absurdo. Mas eu mudei de ideia quanto a isso, eu conversei seriamente com ela e refleti sobre a situação da Lavínia.
OLAVO — O que fez mudar de ideia tão rapidamente, Madá, se há poucos você queria a Lavínia o mais longe possível dessa casa?
SAULO — Também não estou entendendo, Madá?
CENA 1/JORNAL/SALA DE JUDITH/DIA.
Judith está sentada em sua cadeira, chorando.
JUDITH — Eu não devia ter feito isso.
Dante abre a porta, bruscamente e entra.
DANTE — Como é que você me diz uma coisa dessas e sai assim do nada?
JUDITH — Me desculpa Dante, eu não devia ter dito aquilo. Foi uma bobagem.
DANTE — Não, não foi, Judith. Eu sei sobre os seus sentimentos por mim. Eu só não quis falar sobre isso, por que trabalhamos juntos…
JUDITH — Não Dante, você ainda tinha esperanças com a Marina, confessa.
DANTE — Sim, eu tinha. Mas agora, não existe mais.
JUDITH — Tudo bem, eu que me precipitei. Eu não devia ter dito isso, esquece. Vamos voltar ao trabalho. Eu estou bem.
Dante da à volta na mesa dela e ficam cara a cara.
JUDITH — Por favor, Dante, não faz isso.
Eles se beijam calorosamente.
CENA 2/M. SANTELLI/QUARTO DE DANILO/DIA.
Sofia bate a porta do quarto, fortemente, acordando Danilo, que está apenas de cuecas. Sofia puxa o edredom do namorado, eufórica.
SOFIA — A gente precisa ter uma conversa muito séria, Danilo.
DANILO — Sofia, que surpresa boa você aqui no meu quarto. Vem cá, vem.
SOFIA — Como é que você tem a cara de pau de beijar a Vanessa nas minhas fuças? Você perdeu a noção do perigo, garoto?
DANILO — Meu amor, eu tentei me safar dela.
SOFIA — Não seja cínico, Danilo.
DANILO — Ah é, então você pode me explicar o porquê que você estava se beijando com aquele rapaz da boate?
SOFIA — Foi ele quem me atacou primeiro, eu estava já chamando os seguranças. Ele me assediou. Já você e a Vanessa não, os dois me traíram. Eu quero um tempo agora. E você, se me quiser de volta, vai ter que me reconquistar. E não é com uma caixa de chocolates nem com flores… Eu preciso ter uma conversa com a Vanessa, ou não me chamo Sofia Medeiros Villaça.
Ela sai. Danilo se deita na cama sem reação.
CENA 3/M. VILLAÇA/SALA/DIA.
MADÁ — É muito simples, Saulo. Nós conversamos e a Lavínia me confessou que é perdidamente apaixonada pelo Olavo.
OLAVO — O quê?
MADÁ — Sim Saulo, você precisa entender que o que ela fez foi por desespero, ela sabe que nunca será como a Judith. Essa foi a única forma dela provar que o ama. Ela não fez por mal. Você não pode demiti-la por causa do amor.
Lavínia se finge de apaixonada.
ODETE — Isso não pode ser, a minha filha apaixonada por um homem casado.
MADÁ — Por favor, Saulo, pense, reflita. Ela prometeu nunca mais fazer isso novamente nem nada parecido. Se ela aprontar novamente você pode demiti-la de uma vez por todas.
ARTUR — Se realmente foi por isso, meu pai, releve. Além do mais será difícil encontrar uma nova pessoa pra ajudar a Odete.
OLAVO — Eu concordo, meu pai, vamos esquecer essa história. A inauguração está cada vez mais próxima e devemos estar despreocupados.
SAULO — Você tem razão, Olavo, sendo assim, caso encerrado, vida normal. Só mais uma coisa, Lavínia. Uma segunda vez e não se dê ao luxo de eu demiti-la.
LAVÍNIA — Sim senhor, eu prometo.
Lavínia cruza os dedos e Madá percebe.
CENA 4/AP DE NICOLE/SALA/DIA.
NICOLE — Você não vai para o Jornal, maninha?
VANESSA — Não, hoje eu tenho folga. Parabéns, o show de ontem na boate estava maravilhoso. Como o Olavo te descobriu?
NICOLE — Ele não me descobriu, eu que fui atrás dos meus objetivos. Bem, eu vou indo, estive pensando em uns novos hits, depois eu te mostro.
Nicole fecha a porta e o celular de Vanessa toca.
VANESSA — Sofia?
SOFIA — (falsa) Oi amiga, queria falar com você. Pode ser na sua casa?
VANESSA — Claro, eu estou sozinha, a minha irmã acabou de sair.
SOFIA — Perfeito.
CENA 5/JORNAL/SALA DE JUDITH/DIA.
Dante e Judith se afastam um pouco.
JUDITH — Você não sabe o quanto eu desejei seus beijos.
Ele ri.
DANTE — Confesso que adorei.
JUDITH — Mas não devíamos ter feito isso.
DANTE — Tudo bem, eu entendo. Você quer jantar comigo hoje num restaurante?
JUDITH — O que?
DANTE — Eu decidi que quero te amar, quero ficar com você. E pra isso, eu tenho que fazer como manda o figurino. Primeiro um beijo roubado, depois convida pra jantar. Liga pra dizer que o jantar foi maravilhoso. Combinam de se encontrar novamente e o resto só o tempo vai dizer… Combinado?
JUDITH — Dante, você não existe.
DANTE — Sim, eu existo e estou bem aqui a centímetros de você.
Eles se beijam mais uma vez, agora mais lento e mais demorado.
CENA 6/CLÍNICA – SUÍÇA/QUARTO/DIA.
Ernesto está no quarto observando o médico tirando as faixas do rosto de Marina.
MÉDICO — Êtes-vous prêt à être reconnu à nouveau? (Você está pronta para se reconhecer novamente?)
MARINA — Oui, docteur, est ce que la plupart veulent. Vous ne savez pas comment je ai attendu ce plastique. (Sim, doutor, é o que mais quero. Você não sabe o quanto eu esperei por essa plástica.)
Depois de retiradas as faixas, o doutor entrega um espelho para Marina.
MÉDICO — Et alors? (E então?)
MARINA — Oh meu Deus. Eu não estou acreditando nisso.

João David Alves

Nunca reveles com facilidade o teu pensamento, nem executes nunca o que bem não tenhas ponderado. - William Shakespeare

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