Capítulo 14 – Samara
João: Tenho certeza que foi a piranha da Lúcia que mandou a polícia atrás de mim.
Gilson: Mas o importante é que não é você o culpado. E você deu o seu depoimento, como deveria ser feito.
João: E pensar que aquela vadia estava aqui esses dias me pedindo abrigo.
Gilson: Pra você ver que não deve confiar nela.
João: Eu nunca confiei, Gilson. Nem nunca vou confiar, foi até uma surpresa ver ela aqui na minha frente aquele dia.
Gilson: Agora, voltando aquele assunto de ontem. O que você acha que eu devo fazer?
João: Eu acho que quem devia resolver isso tudo era a Samara. Isso é coisa dela.
Gilson: Ela tinha medo do Augusto, por isso ela nunca contou para ninguém, mas agora… ele morreu, minha filha não tem mais nada a temer.
João: Seria até bom que você contasse, pois assim ele terá o que é dele por direito.
Gilson: É isso que eu pensei. Então você me aconselha a contar?
João: Não te aconselho a nada, você quem sabe o que você deve fazer.
Cena 2 – Alexandria (Dia). Mansão Damasceno.
Silvia: Essa casa fica tão vazia sem o seu pai, não acha?
Pedro: Mãe, não acredito que você tenha feito isso com ele. Mas no fundo eu te entendo, meu pai sempre foi um chato, quer dizer o Arnaldo sempre foi um chato, só agora que começou a mudar.
Silvia: Pedro, ele é seu pai. Tenho certeza disso. Eu nunca o trai na minha vida.
Pedro: Não foi isso que saiu no resultado. Deu negativo.
Silvia: O seu pai pagou para apressar o resultado, algo tinha que dar errado.
Pedro: Impossível mãe. Confesse para mim, não irei te julgar, prometo.
Silvia: Eu não tenho nada a confessar para você Pedro. E conversa encerrada.
Cena 3 – Alexandria (Dia). Restaurante.
Arnaldo: Eu estava mesmo precisando falar com você, mas com este turbilhão que está minha vida, tinha até me esquecido.
Amora: Precisa falar comigo sobre o que? Servicinho novo?
Arnaldo: Sim é um novo serviço. Mas completamente diferente do que você está acostumada.
Amora: Do que se trata? Dependendo do que for posso até lhe ajudar.
Arnaldo: Uma das brasileiras que você me trouxe é nora de um amigo meu. Justamente o que eu pedi para que você procurasse quando chegasse no Brasil.
Amora: Mas este homem não morreu? Ele nem vai se dar por falta dessa garota.
Arnaldo: Ele não, mas o filho dele sim. Já que ele deve estar com o coração partido por ter perdido a mulher. Quem sabe ele não dá uma de louco e vem procurar ela?
Amora: Ele sabe que ela está no Egito, mas não sabe que é aqui em Alexandria.
Arnaldo: Mas ele pode pesquisar mais a fundo. E dinheiro para isso ele tem. Então é melhor prevenir do que remediar.
Amora: E o que é que eu vou ter que fazer?
Arnaldo: Você vai ter que fazer ele esquecer ela, definitivamente. – Ele fala sério. – Custe o que custar.
Amora: Fazer ele esquecer ela? – Ela sorri. – Isso vai ser fácil demais.
Cena 4 – Estrelar (Dia). Mansão Lamburgo.
Lúcia: Você com certeza vai concordar comigo de que sua irmã está muito coladinha com este novo amigo dela.
Marcelo: Não se faça de desentendida. Tenho certeza de que foi ideia sua aproximar os dois.
Lúcia: Agora tudo que acontece no mundo é culpa minha.
Marcelo: No mundo não, mas na nossa família… a maioria das vezes sim. Ainda mais que este homem é filho do delegado, o qual você vive marcando encontro para saber se tem alguma pista sobre a morte do meu pai.
Lúcia: Eu não tenho nada a ver com isso. O delegado apenas trouxe o filho até aqui em uma de nossas conversas pelo simples fato do rapaz estar magoado com a separação dele.
Marcelo: Você não me engana. Não mais. E… você não vai mesmo me dizer quem é este homem que supostamente pode ser o meu pai?
Lúcia: Já disse que quando sair o resultado… se der positivo eu irei apresentar vocês.
Cena 5 – Alexandria (Dia). Red Night.
Arnaldo pede para que os seguranças busquem Samara no alojamento. Minutos depois eles voltam segurando ela pelo braço.
Arnaldo: Podem soltá-la e nos deixem a sós por favor.
Samara: O que é que você quer comigo? Veio me questionar mais uma vez sobre como sei dos seus chifres?
Arnaldo: Vim até aqui para lhe agradecer Samara, muito obrigado por abrir os meus olhos!
Samara: É isso mesmo que escutei? Veio aqui apenas para isso?
Arnaldo: E te dizer que já tratei de te recompensar por isso.
Samara: Não entendi. Me recompensar como?
Arnaldo: Sei que o seu futuro marido deve ter ficado muito triste com a sua vinda para cá. E como não posso te deixar ir… resolvi mandar uma nova mulher para ele. – Ele sorri com a expressão de tristeza dela.
Samara: Não pense que vai conseguir me atingir fazendo isso.
Arnaldo: De maneira alguma minha querida. Jamais irei te atingir, isso foi apenas um agradinho. – Lágrimas escorrem o rosto de Samara. – Não chora, ele vai ficar bem.
Cena 6 – Alencar (Dia). Restaurante.
Morgana: Te confesso que estão sendo muito prazerosos esses dias que tenho passado com você. Sei que não foram muitos, mas suficientes para eu descobrir a pessoa incrível que você é.
Raul: Você que é encantadora. E francamente? Não sei como o seu marido pôde deixar uma mulher tão bela assim como você. – As bochechas dela ficam coradas.
Morgana: Me deixa até envergonhada dizendo essas coisas.
Raul: Não fique. – Ele pega delicadamente com as duas mãos o rosto dela e aproxima para perto do seu. – Posso fazer você esquece-lo? – Ela não responde, nem faz nenhum gesto, então ele a beija.
Cena 7 – Alexandria (Dia). Mansão Damasceno.
Silvia: Você tem certeza que é isso o que você quer? Não está fazendo isso só para ver o traste do seu pai feliz não, né?
Pedro: Claro que não mãe. Se estou fazendo isso é porque quero. Hoje mesmo eu começo lá na boate.
Silvia: Só vou te alertar uma coisa. Sei que você gosta muito de baladas, boates… estes lugares de festas, mas não vá ficando amigo das pessoas que você encontrar por lá não.
Pedro: Pode deixar mãe. Estou indo para trabalhar, não para me divertir.
Silvia: Ainda bem que você sabe.
Pedro: Será um grande sacrifício pra mim ver aquele fuzuê todo e não está envolvido nele, mas fazer o que né? Estarei lá para trabalhar.
Silvia: Agora me diz uma coisa. E aquela moça que você estava envolvido lá no Brasil? Já se separaram?
Pedro: Por que acha que estou aqui mãe? Acabei quebrando a minha cara com ela.
Cena 8 – Estrelar (Dia). Mansão Lamburgo.
Marcelo: Seu Gilson? O senhor por aqui? – Ele diz surpreso ao ver Gilson no portão e ao olhar pro lado percebe que ele está acompanhado. – Pode deixa-los entrar. – Diz ele aos seguranças que de imediato abrem o portão
Gilson: Tudo bem Marcelo? Como vai?
Marcelo: Tudo bem sim. – Ele se vira para João. – Olá João, quanto tempo. – Eles apertam as mãos em um gesto de cumprimento. – Queiram me acompanhar. – Eles entram na mansão. – Sentem-se, fiquem a vontade. Querem um suco, uma água?
Gilson: Não. Estamos bem assim. – Lúcia desce a escada e tropeça ao ver Gilson e João sentados em seu sofá.
Lúcia: Mas o que significa isso? – João se levanta.
João: Como você teve a cara de pau de mandar aqueles policiais irem atrás de mim?
Lúcia: Eu fiz o que? Acho que você está ficando louco. Só pode.
João: Não fique fingindo. Sei muito bem que foi você quem fez isso.
Gilson: Deixem os dois brigarem… preciso falar com você. – Ele diz baixo para Marcelo.
Marcelo: Tudo bem, pode falar seu Gilson. – Diz ele dedicando toda sua atenção para ele.
Gilson: Eu vou direto ao ponto. E depois lhe explico tudo. – Lúcia percebe eles conversando e decide se aproximar, mas eles não percebem. João a segue – O seu pai… o Augusto teve um filho com a Samara.
Lúcia: Será que você pode repetir? Acho que não escutei direito. – Eles se assustam ao descobrirem que Lúcia escutou tudo. – Aquela cachorra da sua noiva teve um filho com o meu marido? – Ela indaga para Marcelo.