Capítulo 12 – O Internato
Cecília correu pelos corredores em busca de ajuda. Várias enfermeiras vieram correndo de seus dormitórios próximos.
Cecília – Fazem alguma coisa, pelo amor de Deus.
Mas ao mesmo tempo passou mal e acabou desmaiando para desespero das profissionais.
Marieta – Você não ouviu o que eu perguntei? O que está acontecendo aqui?
Manoela respirou fundo. Quando Vivian estava prestes a falar, ela a interrompeu.
Manoela – Nada. Só estávamos brincando de guerra de travesseiros.
(E agarrou o pescoço da obesa, rompendo em risos amigáveis daquele jeito: “-’’)
Marieta – Sério, que foi só isso?
Manoela – É claro que foi! O que mais seria?
Vivian – Pensei que queria me matar. Eu até gritei, por que estava me sufocando.
Marieta mudou a expressão, ficando desconfiada.
Manoela – Ai que horror! Imagina, se eu ia fazer alguma coisa dessas com você! Só Deus pode tirar a nossa vida, vocês sabem disso, que foi que eu lhes ensinei no momento de oração.
Marieta – Certo ! – Disse ainda desconfiada.
Vivian – Mas eu até contei para a Manu, sobre a revelação do assassino que eu ouvi.
Marieta – SÉRIO ? QUEM FOI ?
Manoela – Bobagem. Você deve ter ouvido coisas, não acho que seja…
Mas a gordinha de uma única trancinha nas costas disparou, com toda sua força, parecia mais um arroto.
Vivian – FOIIIIIIIIIIIIIIIIIIII O LORENZO !!! ( Com uma voz que mais parecia masculina. Marieta riu)
Manoela se preocupou – Como você pode rir, a situação é séria !
Marieta – Séria? Claro que não, aquela bicha não é palia para nós, muito menos para a Cecília, que precisa saber disso agorinha.
E saiu em direção à enfermaria, Vivian a seguiu toda desengonçada. Manoela bravejou:
Manoela – Maldita bolota de almôndega, as gorduras não deixaram acabar com os pulmões dela, metendo o travesseiro naquele acúmulo de flacidez, naquilo que ela chama de rosto, mas é um sopão de papa.
Uma menina que dormia, de repente acordou:
Jaqueline – Que foi que você disse?
Manoela levou um susto. Irritada, bateu o pé, saindo atrás delas, enquanto a outra voltava a repousar.
Enquanto elas iam para a enfermaria. Manoela decidiu avisar seu amo, sobre a vasão da notícia na sala onde Vivian escutara tudo. Ela abriu a porta, ele ouviu um susto, tomava chá com Briele, esposa de Heitor, já apresentada no capítulo 5 e 6.
Manoela – Seu Lorenzo, preciso avisar o senhor…
Ele estava completamente bêbado.
Lorenzo – Ai! Que susto! Fala logo estrupício, que você quer.
Manoela – Descobriram que você foi o responsável pela morte da senhorita Cassandra!
Ela esperava que ele fosse ficar assustado com a notícia, mas desatou a rir com Briele, que tinha a maquiagem borrada de tanto chorar em revelações para seu melhor amigo, do fiasco que estava sendo seu noivado.
Manoela – O senhor não está preocupado?
Lorenzo – Preocupado com o quê? Animal! Eu não matei ninguém. Quanta imaginação tem esse povo, daqui a pouco Briele, vão falar que eu sou o pai do Osama Bin Laden, responsável pelo atentado as torres gêmeas em 11 de Setembro de 2011. Hehehehe.
Manoela – Na verdade, foi em 2001 !
Briele – Ou pior – Completou a menina cambaleando. Vão achar que você é o Voldemort pronto para pegar o Harry Potter…Hahahahaha.
Eles estavam doidos. Manoela fechara a porta. Mas conhecia Lorenzo. Mesmo bêbado, ele iria ter se assustado. Mas então…por quê ? Será que Vivian tinha inventado tudo ? Não ! Não fazia ser jeito da menina, mas então, como ?
A resposta veio segundos depois quando ela encostou o ouvido na porta e percebeu que ele só falara aquilo para se gabar, acabara de repetir naquele instante. Resolvido o problema, partiu para enfermaria, para ficar a par da situação.
Ao chegar ao local, teve uma grande surpresa ao escutar da boca de Cecília, algo inesperado.
Cecília – É isso mesmo, que vocês acabaram de ouvir. A enfermeira hoje fez o teste de urina comigo, por eu ter desmaiado no desespero para salvar o Abiel que eu achei que havia morrido, mas graças a Deus o veneno não foi completo para mata-lo. Estou grávida.
Manoela chega de supetão na sala, agarrando as mãos nos lençóis no leito da garota.
Manoela – Não pode ser ! Meu chefinho vai me matar.
Marieta – O QUE VOCÊ ESTÁ DIZENDO, CRIATURA DE DEUS, BOVINA ?
Manoela – Nada. – Se recompondo. – Mas é sério Cecília, sério que está grávida ?
Cecília afirmou com a cabeça e ainda completou – O grande problema, é eu não saber quem é o pai.
Manoela esbravejou um sorriso no rosto. Marieta ficou desesperada.
Marieta – Como assim não sabe? Está em dúvida entre o Heitor e o Tony ?
Cecília – Não. Entre o Tony e o Abiel. Sei que minha primeira vez foi com o Tony, mas menti para vocês. O Abiel mesmo naquela forma estranha assumida me procurou um dia de noite, em que lembrou vagamente das nossas aventuras, ele sentiu em desejo imenso por mim e nós ficamos.
Marieta – Você deveria ter se preservado, garota !
Cecília – Eu sei – Disse a menina envergonhada, colocando o travesseiro no rosto corado.
Marieta – E você santinha, não vai dizer nada a respeito ?
Manoela que ficara surpresa com o nome de Abiel, transfigura seu sorriso para rugas de preocupação na testa.
Manoela – É realmente preocupante. Mas já que aconteceu, agora terá que assumir e com todas as consequências que virão.
Marieta a olha com uma cara de sem entender nada.
Marieta – Eu pensei que você fosse dizer um sermão dogmático absoluto, iria trazer água benta para esse quarto, rezar o terço da misericórdia. Mas só isso que você me diz.
Manoela deu de ombros – O que posso fazer, já foi feito. E você garota, nem pense em se livrar do bebê, isso é um pecado mortal: aborto. Satisfeita agora Marieta? – Disse saindo da sala triunfante. Mas logo que cruzou o corredor, sua silhueta voltou a se desesperar, na manhã seguinte, decidiu contar tudo ao novo diretor, seja ele estando de ressaca ou não.
Lorenzo – Vou perder minha novela das oito, tudo por tudo da Globo, não admito isso. – Disse que nem um mendigo.
Lorenzo chegou a seu quarto bêbado. Esbarrando nos móveis. Ria feito uma hiena. Foi quando se assustou ao ver saindo do sua suíte uma multidão de gays de todos os tipos e cores.
Lorenzo – Hihihi… são vocês fantasmas do inferno tentando me pregar uma peça, não é verdade ? Mas…eu – ele cambaleou… não vão fazer nada, por que eu mando nessa espelunca !
Gregório – Cala essa boca sua bicha maquiavélica, acabou sua farsa. Descobrimos que você matou o Osíris, nosso colega.
Lorenzo – Estás se referindo aquele traveco nojento, pois sim…eu estou doidona, alucycraze. E se não calar essa matraca, que vai ser o próximo é você, bebê!
Gregório – Para de imitar a Tereza Cristina e luta feito macho!!! Vamos matar esse viado desgraçado, pessoal!
E Lorenzo nem teve tempo de relutar e correr para porta, acabou sendo pisoteado pela multidão que urrava e clamava por justiça.