Capítulo 12 – Filho Amado
Filho Amado.
Capítulo 12.
Leopoldo, um pouco assustado: Então quer dizer que o assassino…
O policial completa: O assassino estava vendendo bolinho na festa do Pequi, ainda não sabemos se foi para matar o Chico ou se era pra contaminar qualquer um que comesse o bolinho…
Leopoldo, tenso: E vocês já sabem quem estava vendendo bolinhos?
O policial nega: Não. Mas é fácil de descobrir- Ele olha no relógio- Mas só vamos descobrir amanhã, porque nosso turno terminou.
Leopoldo, preocupado: Certo…- Ele pega um cartão do bolso de seu paletó- Aqui está o meu contato, caso queiram me avisar sobre o assassino…- Ele sai- Esse policiais daqui são uns preguiçosos.
Praça/ Noite…
Aurora e Noronha observam o céu estrelado.
Aurora:…E pensar que amanhã já estaremos casados a essa hora!
Noronha observa as estrelas: Felizes, cheios de problemas mas felizes.
Aurora se aconchega nele: Os problemas se resolvem com o tempo, Noronha, não se preocupe. O que importa é que amanhã vai ser o dia mais feliz das nossas vidas.
Noronha, alegre: Com certeza sim, Aurora.
Aurora se levanta: Tenho que ir pra casa, até amanhã, marido!
Noronha brinca: Até amanhã esposa- Ela sai correndo- Ei, Aurora- Ela se vira para olhar- Te amo!
Aurora: Eu também- E continua seu rumo pra casa.
No dia seguinte…
O sol nasce tímido, coberto por nuvens, o casamento seria de manhã…
Anna termina de colocar os brincos, está toda trajada de preto: Vocês vão chegar junto com a noiva?
Bento coloca perfume: Vá na frente já que está tão apressada, a igreja não é tão longe assim…
Anna repara em Noronha, que está vestido: Eu só quero que tudo isso acabe logo- Ela bate a porta.
Noronha termina de colocar a gravata: Eu…Estou pronto, pai, acho que finalmente posso dizer isso.
Bento abraça o filho: Com certeza, filho, e eu acho que não tenho mais nada pra falar, já te desejei muito sucesso e o casamento com a Aurora é a primeira etapa pra sua “ nova vida”- Bento se emociona- Espero que você e a Aurora sejam muito felizes no casamento, e que ele não vire um poço de amarguras como uns e outros- Ele se refere ao seu próprio- Eu sei como você deve estar se sentindo, já passei por essa situação também, portanto eu só tenho a dizer que você seja feliz.
Noronha não fala nada, apenas abraça o pai.
Éssio observa tudo, com inveja e rancor, ele nota que a caixinha com as alianças está na mesa da cozinha e, maldosamente, resolve pega-las.
Noronha escorre suas lágrimas: Não posso chegar com cara de choro na igreja, agora é o meu momento, não me sinto assim desde aquele dia da hasteação da bandeira, agora é realmente o momento da minha vida- Ele se olha no espelho.
Bento, ainda emocionado: Bom, vamos filho, senão nós chegamos junto com a Aurora, como diz sua mãe.
Noronha coloca uma pequena rosa no bolso do terno: Vamos, cadê as alianças que o senhor fez questão de comprar?
Bento vai até a mesa: Elas estão aqu…Ué, deviam estar aqui, acho que eu devo ter esquecido lá no quarto, já volto- Ele sobe as escadas com pressa.
Éssio observa os dois, rindo: “ Quero ver você se casar agora, Noronha!”
Igreja…
A igreja está toda enfeitada para a cerimônia, e já está cheia, Anna chega, desfilando seu ódio e insatisfação.
Bruno, pomposo: Como estou, dona Anna? Comprei essa roupa só por causa do casamento…
Anna o repreende: Você acha que a vida é só de aparências? Isso aqui é uma igreja, um lugar para orações, não para desfilar roupas de grife- Ela se senta em um banco e se recusa a ouvir os “parabéns” por o casamento do filho.
Casa dos Dávila…
Bento desce as escadas: Eu já procurei por todo canto, filho, juro que tinha deixado as alianças na mesa…
Noronha, desesperado: E agora? Eu também procurei pela casa toda!
Bento tenta acalma-lo: Não vá ficar nervoso, continue procurando, ainda falta mais de uma hora para o casório, eu vou ver se sua mãe levou elas pra igreja e esqueceu de avisar, vou inclusive de carro pra chegar mais rápido- Ele vai até a garagem.
Noronha procura ardilosamente pelas alianças: Ah, por favor apareçam alianças…- Ele repara que Éssio não para de rir- Do que você tá rindo, Éssio? Precisa ser muito frio pra rir diante de uma situação dessas!
Delegacia/ No mesmo instante.
Leopoldo chega, apressado, e logo encontra Godofredo, o policial responsável pelo caso de Chico Branco.
Leopoldo, suado: Ainda bem que eu te achei logo, vim aqui só pra saber se vocês já descobriram quem estava vendendo bolinhos no dia da festa.
Godofredo mostra um envelope: Descobrimos facilmente, o nome do vendedor e provável assassino está aqui- Ele entrega o envelope.
Leopoldo o abre: Tenho que ir logo, ainda tenho o casamento de um sobrinho hoje…Cadê o nome do assassino, Godofredo?
Godofredo aponta: É esse aqui.
Leopoldo fica chocado: NORONHA DÁVILA?
Flashback…
Leopoldo encontra Bento em uma praça.
Conversa avançada…
Leopoldo: E o Noronha?
Bento, contente: Você nem imagina, ele tá desempregado mas vai montar uma barraca de bolinhos durante a festa do Pequi.
Volta a cena…
Leopoldo sente uma tontura: Vocês tem certeza que o nome é esse?
Godofredo afirma: Certeza absoluta, já temos inclusive o mandato de prisão dele, estamos esperando o carro chegar para irmos prende-lo, temos provas que o incriminam, como essa foto- Ele mostra uma foto de Bruno e Noronha na barraca- E nós puxamos o currículo do sujeito, o último trabalho dele foi em uma dedetizadora, e o bolinho estava envenenado com veneno pra rato, conforme mostra esse exame- Ele apresenta o exame.
Leopoldo se senta: Mas esse é o meu sobrinho…O que vai casar daqui a alguns minutos!
Godofredo afirma: Pois nós iremos impedir esse casamento, esse Noronha é um assassino!
Leopoldo ainda não crê: Porque o Noronha mataria o Chico Branco? Porque?!
Na igreja…
Já começa um buchicho por conta do atraso de Noronha…
Bento aparece, ele vai em direção a Anna Maria: Anna, você trouxe as alianças pra cá?
Anna estranha: Claro que não, vai me dizer que perderam as alianças? E o Noronha não vai chegar hoje por acaso? Daqui a pouco a tal Aurora chega e ele não!
Bento minimiza: Fala baixo, eu só queria essa informação mesmo, o Noronha vai chegar já- Ele fica inseguro- Mas checa na sua bolsa, Anna, talvez você tenha trago essas alianças por engano!
Anna Maria, azeda: Tudo bem, eu vou checar só mesmo pra satisfazer a sua vontade, querido.
De repente surgem Godofredo, Leopoldo e mais dois policiais…
Godofredo grita: NORONHA DÁVILA, ESTAMOS PROCURANDO NORONHA DÁVILA!
Todos os convidados atraem a atenção para a porta da igreja.
Betânia avisa: Ele ainda não chegou, porquê?
Godofredo apresenta o distintivo: Somos da policia, e viemos prende-lo pelo assassinato do senhor Chico Branco!
Há uma surpresa geral.
Bento, chocado: Como assim? De onde vocês tiraram isso?
Anna agarra-se em seu terço: Eu sabia…Eu sabia que um dia o Noronha cometeria um crime!
Bruno fica inconformado: É impossível…O Noronha…
Godofredo o corta: O Noronha envenenou um de seus bolinhos durante a festa e deu para o Chico Branco, propositalmente, ainda não sabemos o motivo do crime, mas temos provas aqui,como esse resto de bolinho que o pobre Chico não conseguiu terminar de comer…- Ele mostra o alimento.
Betânia, surpreendida: Cruzes, parece até a história da Branca de Neve…
Bruno o defende: Não pode ser, eu estava com ele na barraca, esse tal Chico Branco nem apareceu!
Godofredo chama os policias: Prendam ele, é cúmplice!
Bruno, sem reação: Não…
Bento aproveita a situação pra sair de fininho pela porta da lateral, Anna percebe e o segue.
Anna, brava: Aonde você vai?
Bento se dirige ao seu carro: Vou pra casa. Não posso deixar que prendam o Noronha, tenho que falar pra ele fugir.
Anna consegue para-lo: O Noronha cometeu um crime e você não pode impedir as consequências disso, Bento, seria falta de caráter da sua parte!
Bento abre a porta do carro e tenta entrar, mas Anna não deixa, revoltado, ele a joga no chão.
Bento: Não tente me impedir, eu tenho muita coisa engasgada aqui na minha garganta pra te falar, e você não queira me ver furioso justo agora- Ele liga o carro mas Anna entra na frente.
Anna abre os braços: Vai ter que passar na minha frente pra ir salvar seu filho amado!
Bento acelera, mas ela se atira pra outro lugar antes que uma tragédia aconteça.
Anna se levanta: O Noronha tem que pagar pelo que fez- Ela entra na igreja, está um rebuliço por conta da prisão de Bruno.
Helder, pai de Bruno, suplica: Pelo amor de Deus, meu filho é inocente, o culpado é o Noronha, olha eu dou um ano grátis de sabão pra vocês se soltarem o Bruno!
Godofredo: Isso é suborno, prendam ele também.
Anna bate palmas fortes, atraindo a atenção de todos: Parem de bobagens, eu sei onde o verdadeiro assassino está!
Bruno implora: Dona Anna, você teria coragem de fazer isso com o seu filho?
Anna olha friamente para Bruno: O Noronha é culpado, precisa de punição- Ela sorri-
Venha comigo, senhor policial, o assassino está na casa dele, eu guio vocês até lá, o senhor está de carro?
Godofredo desiste de prender o pai de Bruno: Estou sim, então vamos.- Eles correm até o carro.
Os convidados ficam atordoados, a família de Aurora ainda não havia chegado, o buchicho é geral, até o padre comenta o caso.
Bruno é levado também, foi preso como cúmplice.
Mansão de José do Gado…
Uma estilista acaba de arrumar Aurora.
Marinez, contente: A festa ficou linda, fui visitar hoje cedo, e a igreja estava começando a encher, Aurora, vai dar tudo certo.
José do Gado bebe whisky: Ainda dá tempo de você desistir, filha, é a decisão mais sensata, podemos ir para a capital e passar as férias lá, como faziamos antigamente.
Aurora se olha no espelho: Eu jamais vou abandonar o Noronha depois de tudo que passamos, e tenho certeza que ele nunca vai me abandonar também.
Maquiador: Está pronta, já podem ir!
Marinez aprecia a filha: A noiva mais linda de Vila Varzeônica- Ela tenta não chorar- Então vamos, deixe que eu arrasto seu vestido…
Aurora cheira seu buquê: Ai ai…- Ela relembra os momentos com Noronha.
Casa dos Dávila…
Bento estaciona o carro( mal estacionado por conta da pressa) e vai correndo entrar em casa…
Noronha continua procurando as alianças: Eu não posso perder a aliança no dia do casamento…
Éssio dá uma pista: Talvez estejam mias próximas do que você imagina, irmão.
Noronha mata a charada: Idiota, você roubou minhas alianças, Éssio, como você pode querer estragar meu casamento?
Éssio mostra as alianças: Foi só uma brincadeira, relaxa…
Noronha começa a inforca-lo: RELAXA? Você é um tosco mesmo, ainda bem que eu vou me casar SIM, não foi dessa vez que você estragou meu momento como no dia da bandeira.
Éssio afirma: Você não vai se casar.
Noronha se assusta: Como assim? O que você quer dizer com isso?
Bento chega com tudo: FOGE NORONHA, FOGE!
Termina o capítulo 12.