Capítulo 11 – Para Todo o Sempre
CENA 1. CAMPO DE FLORES. EXT. DIA
Continuação imediata da cena do capítulo anterior, com Alexandre desafiando Robin para um duelo.
ALEXANDRE – Então, aceita ou não o meu duelo!
Robin solta Guilhermina, que vai correndo para os braços de Patrício.
ROBIN – Cuidado com isso, Alexandre. Você pode se machucar hahahaha! Sabe ao menos como manusear uma arma, meu jovem?
ALEXANDRE – (furioso) Não me chame de meu jovem, seu porco desprezível!
ROBIN – Me xingando você só mostra seu desespero. Eu sou o bandido mais temido de todo o reino! Ninguém é páreo pra mim!
ALEXANDRE – Eu vou mostrar quem é que está com medo aqui!
Neste momento chega a carruagem com a família real veselina. Ao ver Daniela lá, Alexandre fica confuso.
ALEXANDRE – (pensando) O que ela está fazendo na carruagem real? Será que ela…
ROBIN – O que foi? Não consegue agir na presença do rei? Eu não vou poupar a sua vida só porque tem rei, rainha e princesa aqui.
ALEXANDRE – Princesa?
Então ela era a princesa de Veseli. Alexandre não poderia imaginar isso nem nos pensamentos mais absurdos.
Augusto estava analisando tudo o que estava acontecendo. Viu que Alexandre estava tomando conta de toda a situação. Decidiu chamá-lo.
AUGUSTO – Venha cá, Alexandre.
ALEXANDRE – Vossa Majestade, o que quer de mim?
AUGUSTO – Entre aqui. Precisamos discutir algumas coisas.
Alexandre e Daniela se olham. Imediatamente o beijo deles veio à memória de ambos. Augusto observa o olhar forte dos dois.
AUGUSTO – Vocês se conhecem?
Os dois ficam muito sem graça. Daniela cora.
ALEXANDRE – É… eu…
DANIELA – Ele… ele me salvou.
AUGUSTO – Salvou?
DANIELA – É. Eu estava me afogando no rio e ele me salvou.
AUGUSTO – O quê? Você se afogou no rio? Quando?
DANIELA – Já passou, pai. Já passou.
AUGUSTO – Isso reforça o que eu tenho pra te propor, rapaz.
ALEXANDRE – Proposta? Do rei?
AUGUSTO – Sim.
ALEXANDRE – Acho que não tenho nada para oferecer ao rei, Majestade.
AUGUSTO – Tem sim. (aponta para a arma que Alexandre carrega) Você pode deter Robin?
ALEXANDRE – É exatamente isso que eu vim fazer, Majestade. E não vou sair daqui até que um de nós esteja morto.
DANIELA – O quê? Você vai arriscar a sua vida pra…
AUGUSTO – (corta) Ele é um homem de coragem, minha filha.
ALEXANDRE – Robin rouba o povoado há muito tempo. Hoje isso terá um fim.
AUGUSTO – Muito bem. Vá em frente, rapaz.
CENA 2. CARRUAGEM DA FAMÍLIA REAL FRANCESA
O príncipe Rogério está em absoluto terror. Carlota está com cara de tédio.
ROBIN – O salvador de vocês parece que se acovardou. Esse será o fim de vocês.
CARLOTA – Olha aqui, seu insolente! É melhor o senhor parar de ameaçar a família real de um país europeu. Nesta carruagem estão as pessoas mais poderosas de toda a França!
ROBIN – Que agora estão em minhas mãos. Minhas mãos e nessa arma aqui. (aponta a arma para eles)
ROGÉRIO – Não me mate, por favor! Eu sou muito jovem pra morrer! Ó, poderoso contraventor, tenha piedade.
ROBIN – (sorrindo) Esse é o príncipe de um país. Hahahaha!
CARLOTA – Você já roubou todo o nosso ouro. Por que não vai embora de uma vez?
ROBIN – Porque eu tenho contas a acertar.
CARLOTA – Eu tenho certeza que não é comigo ou com o meu filho.
Alexandre surge à porta da carruagem.
ALEXANDRE – É comigo, Robin. Vamos! Deixe eles em paz e venha acertar as contas comigo.
ROBIN – (com um sorriso) Tudo bem. Vamos.
CENA 3. CASA DE ODETE. INT. DIA
Odete estava apreensiva. Não sabia por quê. Alexandre não dormira em casa na noite anterior.
ODETE – Só falta ele ter dormido na casa da sirigaita da Maria. Não, ele não seria tão burro. Isso é exatamente o que ela quer. Forçar o meu filho a se casar com ela. Mas por que ela se interessaria por um homem pobre como o meu filho. Ela sempre foi ambiciosa. Sempre foi…
Odete tem um estalo.
ODETE – Não. Não é possível.
Odete tem um flashback. Lembra-se do dia em que flagrou Maria procurando algo em sua casa.
ODETE – Como ela sabe?! Não teria como… ai meu Deus!
Ela vai correndo ao seu quarto. Em um fundo falso do guarda-roupa estava…
Quando Odete iria pegar o que procurava, Patrício e Guilhermina entram em sua casa gritando por ela. Odete se assusta.
PATRÍCIO – Dona Odete!
ODETE – (assustada) O que? Que foi?
PATRÍCIO – A senhora está bem?
ODETE – Estou, estou sim. O que você quer?
PATRÍCIO – A coisa ficou feia. Robin e Alexandre estão duelando.
ODETE – O quê?
GUILHERMINA – Robin e Alexandre estão duelando, um duelo de…
ODETE – (corta) Armas? Ai meu Deus! Meu filho vai ser atacado! Eu quero ir pra lá.
PATRÍCIO – Eu não aconselharia, a senhora…
ODETE – Eu não pedi a sua opinião! Estou indo pra lá agora mesmo!
PATRÍCIO – Espere! Nós vamos com a senhora.
ODETE – Então vamos logo!
Quando eles estavam saindo da casa de Odete, Maria vê a movimentação e vai até lá para ver o que estava acontecendo. Odete revira os olhos.
ODETE – O que quer aqui, sua aproveitadora.
MARIA – Que eu saiba quem é o aproveitador é o seu filho, minha sogra querida.
ODETE – Eu não sou a sua sogra.
MARIA – Veremos.
GUILHERMINA – Eu não queria interromper a prosa de vocês, mas temos que ir, dona Odete.
MARIA – Para onde vão?
ODETE – Não é da sua…
GUILHERMINA – Alexandre e Robin estão duelando. Um duelo de armas.
MARIA – E ninguém ia avisar a noiva dele?!
ODETE – Se quiser ir vamos agora. Não podemos perder mais tempo.
E os quatro vão em direção ao campo de flores.
CENA 4. CAMPO DE FLORES. EXT. DIA
O clima está extremamente tenso entre Robin e Alexandre.
ROBIN – Então! Vai acovardar feito um maricas? Lute como homem!
ALEXANDRE – Eu lutaria como homem, mas você prefere se esconder atrás de uma arma de fogo.
ROBIN – Cada um luta com as armas que tem, meu amigo.
ALEXANDRE – Eu não sou seu amigo!
Momentos de tensão. Maria, Patrício, Guilhermina e Odete chegam neste momento. A família real francesa e veselina estão assistindo o duelo, ansiosos.
Alexandre parte pra cima de Robin, cego de ódio. Os dois entram em luta corporal.
ROBIN – Seu desgraçado! Me solta! O duelo é de armas.
ALEXANDRE – Eu vou tirar essa arma de você. Lutaremos de mãos limpas.
A luta corporal continua. Todos à volta estão apreensivos. A tensão atinge o ponto máximo. No ímpeto da luta, o gatilho é acidentalmente disparado. O som alto e seco de um tiro é ouvido. Alguém fora atingido.