Capítulo 10 – Três Jogadas: A COLEÇÃO DE ASSASSINATOS

Três Jogadas.

Capítulo 10 – A COLEÇÃO DE ASSASSINATOS

“Ao reencontrar os amigos, todos nós já provamos o encanto das más lembranças.”

Antoine de Saint-Exupéry

Cena 1. Rio de Janeiro – Gávea / Perto da Praia / Tarde

Continuação imediata da cena anterior.

Kiara consegue dá uma cotovelada nos dois homens e sai correndo. Eles pegam uma pedra e vai atrás. Os homens começam perseguir Kiara. Cada vez mais ela se aproxima do restaurante, onde Jordan e Leandro estão.

Kiara correndo, cansada: SOCORROOOOO!

Alex taca a pedra e essa bate na cabeça de Kiara, causando um leve corte. Kiara cai no chão, desmaiada. Uma aglomeração de pessoas se forma perto de Kiara. Foca na imagem de Kiara, no chão. Alex saca uma arma.

Alex dá um tiro para o alto: SAI DA FRENTE TODO MUNDO!

Todo mundo grita e se assusta. Calmon vai embora e deixa Alex sozinho.

No restaurante…

Jordan larga a comida: Que confusão é aquela? – ele se levanta. – Isso foi barulho de tiro.

Leandro se levanta rapidamente: Vamos lá vê o que está acontecendo.

Os dois saem correndo. O pessoal do restaurante começa a se assustar. Uma nova aglomeração de pessoas se forma. Um homem tenta encostar em Kiara.

Alex dispara um tiro: LARGA ELAAAAAAA!

O homem cai ferido no chão. Todo mundo foca no homem. Alex consegue pegar Kiara e sai correndo. Jordan e Leandro chegam apressados.

Jordan bufando: O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? QUE CONFUSÃO É ESSA?!

Mulher apavorada: AQUELE HOMEM LÁ – ela aponta para Alex – TENTOU SEQUESTRAR A MULHER QUE SAÍA DA PRAIA.

Leandro olho Alex correndo: VEM JORDAN. – ele o puxa. Jordan trava. – NÃO TEMOS TEMPO. VAMBORA!

Os dois começam a correr atrás de Alex. Uma nova perseguição se forma. Kiara desperta e está zonza. O braço de Alex com um pouco de sangue, ainda do corte de Kiara.

Kiara desesperada: ME SOLTA POR FAVOR.

Kiara tenta se jogar no chão, mas o homem lhe segura forte no colo. Ele para no carro e abre à porta, ele joga Kiara dentro do carro. Jordan e Leandro cercam o homem.

Alex furioso: ME DEIXA IR. OU EU MATO VOCÊS. – ele aponta a arma.

Jordan bufando: Calma. Quanto você quer? É dinheiro. A gente tem dinheiro. Fala qual é a sua quantia.

Alex trêmulo: EU NÃO QUERO DINHEIRO. EU QUERO ELA.

No instante, Leandro corre para cima do homem. Os dois disputam a arma até que um tiro é disparado. – Tensão. Kiara ergue a cabeça com o olho arregalado. – A mulher sai do carro. Leandro larga o homem, que cai todo ensanguentado. Enquanto isso, Jordan liga para ambulância e para a polícia. Jordan desliga e se aproxima.

Leandro se vira: Kiara! – ele se assusta. – Você que estava na mão desse homem?!

Kiara chorando: Eu não sei o que seria de mim sem você, Leandro. Esse homem começou a me perseguir, ele e mais um.

Leandro: Eu vou esperar a polícia chegar e a ambulância e vou te levar pra casa. Olha seu estado. Você está apavorada.

Kiara tentando se controlar: Eu estou bem Leandro. Não foi nada demais. Tenha certeza disso.

Jordan guarda o telefone: Você se machucou?! – ele toca em Kiara.

Kiara vira-se. Os dois se encaram. Eles se encaram por um tempo, assustados e sem acreditar no que está acontecendo.

Kiara perplexa: Você!

Cena 2. Rio de Janeiro – Leme / Apt. Da Clarice / Tarde

Clarice desce a escada do apartamento. Janaína está sentada no sofá, com as pernas para o alto, tomando chá, lendo revista e comendo uns biscoitos.

Clarice chega por trás: QUE MORDOMIA É ESSA JANAÍNA?

Janaína dá um pulo e joga tudo no chão: AI MINHA NOSSA SENHORA DAS EMPREGADAS. QUER ME MATAR DO CORAÇÃO DONA CLARICE?

Clarice se aproximando: Eu que vou te matar. ISSO É JEITO DE ESTÁ NO SERVIÇO JANAÍNA?

Janaína engolindo o resto do biscoito: Foi sem querer. Juro que isso não irá se repetir.

Clarice pegando ela pelo pescoço: Eu acho muito bom! – ela sorri. – Ou eu vou fazer com você que nem fazem com galinha quando a matam: CORTAM A CABEÇA!

Janaína sai correndo, apressada. Clarice se senta no sofá.

Clarice pega a foto: De quem será essa foto?

Luigi e Alice vêm descendo a escada, sorrindo.

Clarice assusta: O QUE A FOTO DESSA VAGABUNDA ESTÁ FAZENDO DENTRO DA MINHA CASA?

Luigi se aproxima, sem entender: A “vagabunda” dessa foto é minha mãe. Você a conhece?

Clarice se assusta: Sua mãe?! Desculpa. Eu devo ter a confundindo com outra pessoa do passado. É a idade chegando. – ela sorri. – Aqui a foto. Dá licença. E desculpa mais uma vez.

Clarice sai apressada. Luigi e Júlia se entreolham tensos.

No quarto de Clarice…

Clarice entra apressada.

Clarice desesperada: Eu tenho certeza que é a vagabunda da Alice. Então ela que é a mãe desse garoto. Tudo explica o fato desse garoto está intruso dentro de casa. É ela. Aposto que ela armou isso tudo direitinho. O QUE ESSA DESGRAÇADA QUER COMIGO?! – ela taca um jarro na parede, nervosa. – Mas eu não permitir isso Alice, eu não vou deixar você destruir a minha vida. Eu vou acabar com você.

Ela se senta no computador e começa a procurar sobre Alice. Ela começa imprimir fotos, textos, entrevistas e dentro de uma mala joga tudo dentro. Ela guarda essa mala dentro do guarda roupa e volta para o computador. Ela digita “Endereço Revista Luz”. Ela anota o endereço em um papel e sai.

Cena 3. Rio de Janeiro – Leblon / Apt. da Melissa / Tarde

Melissa está deitada na cama lendo um livro. Ferraz chega enrolado em uma toalha.

Melissa fecha o livro: Não vai colocar uma roupa? – ela coloca o livro na cômoda.

Ferraz sorri: Eu achei que podíamos fazer as pazes. Não sei. Um amorzinho de reconciliação.

Melissa guarda o livro: Hoje não Ferraz. Eu não estou me sentindo bem, preciso descansar.

Ferraz se aproxima lentamente: O que a gente faz sempre te acalma. – ele abaixa a toalha. – Vai negar?! – e sorri.

Melissa: Vou. Eu já disse: Hoje não Ferraz.

Ferraz furioso: HOJE NÃO. HOJE NÃO. EU ESTOU FARTO DE HOJE NÃO. SÃO SEMPRE AS MESMAS DESCULPAS. TROCA DE FIGURINHA POR QUE DESSA, MEU ÁLBUM JÁ ESTÁ CHEIO.

Melissa: Você vai querer discutir agora uma relação assim? Nu!

Ferraz segura ela pelo pescoço: Quem foi que disse que iremos discutir a relação? A gente vai TRANSAR!

Melissa se afasta aos poucos: Você não pode fazer isso. EU NÃO QUERO E VOCÊ NÃO VAI ME OBRIGAR.

Os dois se encaram. Pouco depois… Melissa está nu na cama, Ferraz por cima dela, lhe tapando a boca. Ferraz está sorrindo.

Melissa se debate: ME SOLTA FERRAZ. VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO!

Ferraz não para o que faz e Melissa sente nojo. Ela chora e Ferraz não dá à mínima. Foca em Melissa, chorando.

Cena 4. Rio de Janeiro – Vidigal / Sobrado de Gisele/ Tarde

Luíza assiste televisão enquanto deita no sofá.

Gisele chega: Só sabe fazer isso agora: ficar deitada o dia todo assistindo televisão. Já começou a planejar sua vingança?

Luíza se levanta: Exatamente sobre isso que eu queria conversar com você. Eu não sei vou continuar com a vingança.

Gisele furiosa: Como é que é? Você está maluca?!

Luíza: Mãe, eu não sei se quero continuar planejando isso. Eu não sou uma mulher má. Você me criou com esse ódio da Alice e quando pequena você tinha controle sobre o que eu queria, mas agora eu cresci, cresci e sei tomar minhas próprias decisões.

Gisele nervosa: Não me irrita, Luíza. Eu paguei anos pra você estudar moda pra você se tornar essa pessoa que é hoje e me ajudar na vingança. Eu não finjo ser pobre pra nada. VOCÊ ACHA MESMO QUE EU QUERIA ESTAR MORANDO NESSA FAVELA IMUNDA QUANDO EU PODIA ESTAR MORANDO EM UM APARTAMENTO EM COPACABANA? AH OU!

Luíza se aproxima de Gisele: EU NÃO QUERO MAIS SER USADA POR VOCÊ COMO OBJETO DO SEU ÓDIO. CHEGA! BASTA! EU NÃO VOU CONTINUAR COM ESSA VINGANÇA MALDITA.

Gisele dá um tapa na cara de Luíza e a garota cai. Ela pega a garota e lhe segura pelos braços.

Gisele sacudindo Luíza: VOCÊ NÃO ME IRRITA GISELE. VOCÊ SÓ SAI DESSA VINGANÇA QUANDO A ALICE ESTIVER – ela dá um tempo. – NA CADEIA!

Luíza se solta: TÁ BOM ME SOLTA. – ela se afasta. – Eu já entendi o que é pra fazer. Eu vou te ajudar nessa sua vingança. – ela sorri e segura às mãos de Gisele. – Nós duas contra ela. E a gente vai vencer!

As duas se encaram sorrindo.

Gisele sorri: Essa é a minha filha!

Mais tarde…

Cena 5. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Noite

Sérgio abre a porta. Célia e Petrônio entram.

Célia sorrindo: Alice está?

Sérgio sem paciência: Ela trabalha.

Petrônio: Você é muito mal educado. Sua patroa não te dá educação, não?

Sérgio fecha a porta: Ela tem mais o que fazer.

Célia: Deixa Petrônio. Quando a nossa AMIGA chegar a gente conta tudo para ela sobre esse mordomo drag queen.

Sérgio furioso: A SENHORA ESTÁ ME DESREPEITANDO! – ele desmunheca, mas logo percebe. Célia e Petrônio riem. – Não vou perder meu tempo com vocês. Dá licença. – ele engrossa a voz.

Sérgio sai apressado. Alice chega logo em seguida.

Alice sorrindo: Célia? Petrônio? Que surpresa vocês aqui. – ela coloca a bolsa no sofá e se senta. – Aconteceu alguma coisa?

Célia sorrindo: A gente veio te dá um presentinho… Um presentinho que você vai adorar!

Alice se levanta: Um presente?! Você descobriu quem foi que escreveu aquela carta?! No momento é o que mais quero saber.

Petrônio tira a arma da bolsa: Na verdade a gente trouxe isso. – ele mostra a arma.

Petrônio e Célia deixaram um plástico para não deixarem sua digital. Alice não percebe.

Atrás da pilastra, Sérgio observa tudo.

Sérgio perplexo: OMAIGÓDI! AQUILO DALI É UMA ARMA?!

La na sala…

Alice se afasta: Que palhaçada é essa?! Pra que vocês estão me dando essa arma?

Célia sorrindo: Pega! – ela sorri e entrega para Alice que encara a arma. – Azarado será quem ousar entrar no seu caminho. AMIGA!

Alice encara arma. Alice ergue a cabeça e encara Célia. As duas se encaram. Célia sorri.

Cena 6. Rio de Janeiro – Gávea / Na frente da Revista Luz / Noite

Tiago fecha a revista. Um carro estaciona. Clarice desce apressada.

Tiago guarda a chave: Está procurando alguém dona?

Clarice: Alice! Ela trabalha aqui. Ela está?

Tiago encarando Clarice: Ela saiu daqui mais cedo. Já encerramos nossa hora de serviço. Você é algum parente dela?

Clarice sorrindo: Amiga. Uma grande amiga. Mas eu venho de longe e eu não tenho o endereço do apartamento dela. A única informação que ela me passou foi sobre essa revista. Você poderia me dá o endereço dela?

Tiago: Ela mora em um apartamento na Lagoa. Um apartamento de frente à Lagoa Rodrigo de Freitas. Eu vou anotar o endereço para você.

Clarice sorri: Por favor. Eu fico bastante agradecida. Eu realmente perdi o contato dela e o que sei é dessa revista. Ela trabalha aqui?

Tiago anotando o endereço: É dona. Na verdade sócia… – ele entrega o endereço. – Aqui está. O apartamento é o 603…

Clarice lendo o endereço: Lá tem porteiro?!

Tiago guarda as coisas: Tem sim. Mas o porteiro dorme mais do que trabalha. É mais fácil você ir direto, sem ser anunciada. Por isso anotei o apartamento dela.

Clarice guarda o endereço e sorri: Obrigada mesmo. Você me ajudou muito.

Clarice sai apressada. Tiago entra no carro e vai embora.

Dentro do carro.

Clarice pega o endereço: Te peguei vagabunda!

Ela arranca o carro e sai apressada.

Cena 7. Rio de Janeiro – Leme / Apt. Da Clarice / Noite

Kiara chega em casa apressada. Luigi e Júlia estão na sala conversando.

Kiara apressada: Cadê a Clarice, Júlia?

Júlia: Nossa tia. Educação mandou lembranças. Mamãe saiu daqui feito um furacão, disse que ia atrás de uma pessoa. Você está atrás dela? Está tudo bem tia? Você está nervosa, toda trêmula. Toda descabelada… Suja. – ela se levanta. – TIA O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Kiara nervosa: EU FUI VÍTIMA DE UM SEQUESTRO. SORTE DO SEU PAI QUE CONSEGUIU ME RESGATAR. ESTÁ BOM PRA VOCÊ OU QUER MAIS? JÚLIA CADÊ A SUA MÃE?!

Júlia confusa: Sequestro? Tia que história é essa? Eu já disse ela saiu daqui feito um furacão. Ela estava boa hoje de tarde, mas depois que viu uma foto aqui no sofá ela ficou transtornada. Chamou até a mulher da foto de vagabunda.

Kiara estranha: Foto?! Que foto?! De que mulher?

Júlia: Alice… Mãe do Luigi.

Luigi se levanta: Eu até estranhei, mas ela disse que tinha se confundido aí eu não falei nada. Você sabe de alguma coisa.

Kiara não dá resposta e sai correndo. Júlia e Luigi se entreolham.

Júlia: Meu Deus… O que está acontecendo nessa família. Meu pai também que não chega.

Luigi: Mas ela não disse que seu pai que lhe ajudou com o tal sequestro? Ela deve saber do seu pai.

Júlia se senta: Alguma coisa está acontecendo Luigi. Eu só preciso saber o quê.

No quarto de Kiara…

Kiara tacando tudo na parede: DESGRAÇADAAAAAAAAAAA! VAGABUNDAAAAAAAAA! – ela continua quebrando tudo. – EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ RESOLVEU ME ATORMENTAR.

Ela vai até o seu guarda roupa e pega uma caixa. Ali dentro tem vários recortes de Alice e Jordan. Ela chora rasgando os recortes.

Kiara furiosa: EU ODEIO VOCÊS. DESGRAÇADOS. VOCÊS VÃO ARRUINAR A MINHA VIDA!

Cena 8. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Noite

Alice pega a arma. Sem ela perceber, Célia puxa o plástico e as digitais de Alice ficam na arma.

Alice tremendo: Pra que vocês estão me dando isso? Quem eu vou ter que matar?!

Célia se senta e cruza as pernas: Não se faça de sonsa, Alice. Você sabe muito bem usar essa arma.

Alice abaixa a arma: Do que vocês estão falando?! Vocês estão insinuando que eu já usei essa arma?

Célia sorrindo debochada: Claro que já. Você não está lembrando-se de nada do passado, Alice?

Flashs rápidos de um incêndio passa na mente de Alice. De repente, uma mulher misteriosa apontando uma arma para outra mulher. A arma dispara um tiro e a mulher cai no meio dos fogos. A mulher que atirou sai correndo entre as chamas.

Alice fica transtornada.

Alice aponta a arma para Célia: O QUE VOCÊS ESTÃO QUERENDO INSINUAR COM ISSO? VOCÊS ESTÃO ME CHAMANDO DE ASSASSINA?!

Célia se levanta tensa: Abaixa essa arma, Alice. Você não vai precisar usá-la… Não agora!

Alice trêmula: CONFESSA O QUE VOCÊS QUEREM COMIGO. CONFESSA!

Célia sorri: Lembra do incêndio no Teatro Arques de São Paulo?

Alice ainda com a arma apontada: Impossível esquecer. Foi no dia do meu desfile.

FLASHBACK / ALGUNS ANOS ATRÁS

Alice está desfilando. Uma pessoa misteriosa ateia fogo na cortina do camarim que logo se espalha por todo o local. Uma grande confusão se forma e o fogo se propaga para todo o teatro. Alice corre da passarela. Ela vai até sua bolsa e pega uma arma. Algumas pessoas conseguem fugir, outras ficam presas. Dentro de um camarim está Aurora. Alice entra.

Aurora sorrindo: Veio prestigiar a minha noite?

Alice sorrindo: Você sabe que eu vou sair daqui vitoriosa.

Helena se levanta: Você já roubou o meu marido. Quer mais o quê de mim? Você não ouse tocar no Emerson, ou eu não respondo pelos meus atos.

Alice debochada tranca a porta: Você às vezes consegue ser uma comédia. Você acha mesmo que uma mulher do meu nível vai ter medo de uma VAGABUNDA?

Aurora sorri: A vagabunda da história não seu eu. Não fui eu que roubei o marido dos outros. Será mesmo que eu sou a vagabunda, Alice?

Alice surta e aponta a arma para Helena: CALA ESSA BOCA OU EU ACABO COM VOCÊ.

Aurora abre os braços: ENTÃO VAI. ATIRA BEM AQUI NO PEITO. – ela bate no peito. – FAÇA O QUE VOCÊ SEMPRE TEVE VONTADE. VONTADE DE MATAR ALGUÉM DE QUEM VOCÊ SEMPRE TEVE INVEJA. – ela fecha os braços. – Nossa rivalidade vai além de um homem. Ele vem das passarelas. Mas sabe por que você não tem coragem de me matar? Porque você é fraca. Você se finge de forte quando na verdade é uma mulher destruída que não consegue se contentar tendo só o seu fracasso pessoal. Sabe o que você é? UMA VADIA. UMA PIRANHA!

Alice surta e na hora que ela vai apertar o gatilho o fogo consegue destruir o teto. Aurora grita desesperada. Ela tenta correr, mas Alice lhe puxa e a joga longe. O fogo começa a pegar e destruir o camarim.

Aurora desesperada: DEIXA EU SAIR DAQUI PELO AMOR DE DEUS. ALICE DEIXA EU SAIR DAQUI. EU VOU MORRER.

Alice gargalha maleficamente: VAMOS MORRER JUNTAS! EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ SAIR DAQUI… AMIGA. IH. – ela gargalha mais alto, maleficamente. – MAS NÃO SOMOS AMIGAS. – ela sorri. – Você só sai daqui direto para o caixão. – Aurora começa a se levantar. – MORRE DESGRAÇADA! – ela dispara um tiro na hora que Aurora se levanta. Helena cai de novo. O fogo começa atear o camarim e Aurora está no meio. Alice sai correndo… Do lado de fora, uma grane confusão se propaga.

FIM

Célia sorri: Justamente no dia do incêndio. – ela se senta. – Não está lembrada de mim querida? Célia Hapuque!

Alice furiosa: EU NÃO ME LEMBRO DE NENHUMA CÉLIA HAPUQUE. FALA O QUE VOCÊ QUER LOGO.

Célia se levanta: Vingança!

Alice mira a arma certo em Célia: Do que você está falando? – ela treme bastante.

Célia sorri: Uma pessoa mandou eu me vingar de você. Eu estava no dia do incêndio. Eu sou uma das juradas do concurso. A jurada que ia destruir sua carreira!

Sérgio olha desconfiado para o que está acontecendo. Célia e Alice se encaram. Alice ainda com a arma mirada.

Cena 9. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Noite

Igor chega em casa com uma garrafa de bebida e vai até à cozinha. No instante, Paloma chega e o flagra bebendo.

Paloma perplexa: O que está acontecendo aqui Igor?! Você está bebendo de novo?!

Igor larga o copo, que acaba quebrando. Ele vira-se.

Igor intacto: Você está em casa? Eu não sabia. Não é nada disso que você está pensando. Eu não estou bebendo.

Paloma se aproxima: Eu não estou pensando. Eu estou vendo. Você bebendo de novo, Igor, que decepção.

Igor: Eu juro que eu tento mudar, mas eu não consigo é mais forte do que eu.

Paloma pega a garrafa: ENTÃO ISSO VAI TER QUE ACABAR AGORA!

Ela taca a garrafa longe. Igor fica furioso.

Leandro chega: Posso saber o que está acontecendo aqui?!

Igor disfarçando: Paloma que quebrou uma garrafa sem querer.

Paloma vira-se: Na verdade não. Você sabia Leandro, que o Igor está bebendo?!

Leandro furioso: COMO É QUE É?!

Igor tenso: Pai eu posso explicar…

Leandro tirando o cinto: Você vai explicar sim. PRO MEU CINTO!

Leandro dá uma surra em Igor, que pede que ele pare.

Igor se afastando: Pai, não faz isso, eu te imploro. Eu não sou mais nenhuma criancinha.

Leandro lhe segura: Eu vou fazer você se arrepender de ter experimentado esse álcool.

Leandro começa a surrar Igor.

Igor tentando se soltar: ME SOLTA! PARA! VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO.

Leandro furioso: VOCÊ SÓ SAI DAQUI… – ele para de falar e bate mais forte, deixando Igor marcado. – TODO MACHUCADO!

Igor desesperado: PALOMA ME AJUDA. TIRA ESSE LOUCO DAQUI!

Paloma consegue separar os dois.

Igor furioso chorando: EU ODEIO VOCÊS.

Ele sai correndo. Paloma vai atrás. Leandro fica na cozinha abismado, nervoso, se recuperando. Janaína observa a cena, escondida.

No quarto de Igor…

O jovem entra apressado, furioso. Ele bate a porta forte e Paloma vem logo atrás.

Igor deita na cama: SAI DAQUI. OLHA SÓ O QUE VOCÊ FEZ. EU ESTOU TODO MARCADO POR SUA CULPA.

Paloma: POR CULPA SUA. POR CULPA DA SUA INCAPACIDADE DE CONSEGUIR SER HOMEM E ASSUMIR SEUS ERROS E SUAS CONSEQUÊNCIAS. Eu falei pra você se sentir culpado mesmo. Você precisa aprender com os seus erros. E você sabe que eu gosto de você. Eu te amo, primo. Eu faço de tudo para te proteger.

Igor chorando: Eu sou um fracasso de gente. Será que um dia eu vou conseguir mudar, Paloma?

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Paloma sorri: Você vai conseguir. E eu prometo te ajudar em tudo que for preciso. Eu te amo! – ela abraça Igor, que chora.

Eles começam a trocar carícias e Igor alisa o rosto de Paloma. A jovem, apaixonada, fecha os olhos e se encanta pela leveza das mãos de Igor. Igor junta seu nariz com o de Paloma e os dois sorriem ainda de olhos fechados. Igor coloca as mãos entre os cabelos de Paloma e encosta sua boca na dela, mas logo se afasta.

Kiara entra na hora e fica abismada com o que vê.

Kiara chocada: Posso saber o que está acontecendo aqui?!

Paloma e Igor se entreolham assustados.

Cena 10. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Stênio / Noite

Stênio e Sheyla conversam. No quarto ao lado, Gustavo está deitado chorando. Ele está vendo algumas fotos de Stacy pelo celular. No instante, a campainha toca e Sheyla vai atender. É Stacy. Ela cumprimenta a jovem e lhe abraça. Stênio faz o mesmo. Ela vai até o quarto. Gustavo se levanta. Os dois se encaram por um tempo. O silêncio se encerra com o barulho da porta se fechando.

Stacy: Será que a gente pode conversar?!

Cena 11. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Noite

Alice furiosa: Não pode ser. Você não teria coragem de fazer isso. AGORA TUDO FAZ SENTIDO. VOCÊ QUE DEIXOU AQUELA CARTA NA MINHA SALA. CLARO, VOCÊ CONSEGUIU ENTRAR LÁ UMA VEZ.

Célia: A carta não fui eu. Mas eu bem que quero destruir sua vida, sabia?

Na portaria, Clarice desce do carro apressada e entra no prédio. O porteiro dorme e ela passa direto. No apartamento…

Célia sorri: Eu vou acabar com você Alice. Eu não vou deixar sobrar nada de você.

Alice trêmula: Cala a boca ou eu atiro!

Célia: ATIRA VAI. ATIRA. SEJA MULHER UMA VEZ NA TUA VIDA E ATIRA.

No instante que Alice vai disparar, Sérgio aparece.

Sérgio gritando: ALICE NÃOOOO!

No susto, Alice acaba desviando a arma e atira em Sérgio. Sérgio cai ensanguentado.

Alice desesperada: SÉRGIOOOOOO! – ela corre até o mordomo e se ajoelha. Ela segura seu pescoço. – SÉRGIO AGUENTA FIRME. EU VOU CHAMAR A AMBULÂNCIA VOCÊ VAI SAIR DESSA.

Célia ri: ASSASSINA. ASSASSINA! ATIROU NO PRÓPRIO MORDOMO POR DESLEIXO. ACHANDO QUE O MUNDO GIRA AO SEU REDOR. ASSASSINA!

Alice chorando: CALA A BOCA. A CULPADA DISSO TUDO É SUA! – ela alisa o rosto de Sérgio que respira com muita dificuldade. – Calma, vai dá tudo certo. Você vai sobreviver. Me perdoa, Sérgio. Me perdoa! – ela implora.

A campainha toca. Alice se assusta. Petrônio abre a porta.

Clarice invade a casa: CADÊ A VAGABUNDA DA ALICE.

Petrônio reconhece Clarice. Ele se assusta. Célia também reconhece. Os dois disfarçam. Clarice chega na sala e flagra Alice diante de Sérgio, segurando a arma.

Clarice assusta: ASSASSINA! VOCÊ MATOU MAIS UMA PESSOA! MAIS UM PRA COLEÇÃO! VOCÊ NÃO PARA NUNCA?!

Alice vira-se e se apavora com Clarice. As duas se reencontram depois de anos. O ódio uma pela outra continua o mesmo. Foca em Alice, desesperada, segurando a arma e Sérgio ao mesmo tempo.

Fim do Capítulo 10!