Capítulo 10 – Recomeçar
https://www.youtube.com/watch?v=mNRA7Ovyvzc
CENA 01. TERRAÇO DO PRÉDIO DE TIA SOFIA. EXT. NOITE.
Continuação imediata da última cena. Kadu atônito com o que acaba de ouvir da boca de Júlia. Ela chora e não consegue encará-lo.
KADU: – O que você tá dizendo?!
JÚLIA: – Eu fui fraca! Eu fui burra! Mas foi a única saída que encontrei. Tava desempregada, o dinheiro acabando, aluguel pra pagar, contas, comida… Um cafetão apareceu, começou a ficar me assediando, me dizendo que eu podia encarar aquilo de outra maneira, mas eu resistia… Aí a situação pirou ainda mais. Fui despejada, não tinha mais onde morar, me vi em apuros, uma coisa horrível…
KADU: – Eu não tô acreditando nisso! (T) Por que diabos você não voltou pro Brasil? A sua tia estava aqui no Rio o tempo todo, não estava?
JÚLIA: – Eu não tinha dinheiro nem pra comer, nem pra comprar um pedaço de pão, como é que eu ia comprar uma passagem, Kadu? Além do mais, eu não queria voltar pra cá como uma fracassada, com uma mão na frente e a outra atrás. Eu saí daqui garantindo que ia me dar bem na Argentina.
KADU: – Ah, orgulho! Que ótimo! Mas na hora de se deitar com um e outro em troca de alguns tostões, você soube esquecer o orgulho direitinho, não é?
JÚLIA: – Kadu, por favor, não fala assim comigo. Eu me deixei levar pelo desespero. Procura entender, tenta se colocar no meu lugar.
KADU: – Quanto tempo tem isso?
JÚLIA: – Foi antes do Javier nascer. Quando eu conheci o Lorenzo, isso foi ficou pra trás.
KADU: – Esse seu ex-marido foi seu cliente?
JÚLIA: – Não! O Lorenzo apareceu no meio de uma confusão, me defendendo, me ajudou, me levou pra casa dele… O Lorenzo foi um anjo e um demônio ao mesmo tempo na minha vida.
KADU: – Você nunca fala desse cara. Sempre evita falar nesse tal de Lorenzo. Que mal ele te fez?
JÚLIA: – No início, o nosso casamento era muito feliz. O Lorenzo era carinhoso, atencioso, me tratava muito bem… Ele me fazia feliz. Mas foi por pouco tempo. Logo depois do nascimento do Javier, ele começou a se revelar um homem possessivo, extremamente ciumento, doente… Na cabeça dele, eu continuava indo pra cama com outros homens…
KADU: – E ele tava enganado?
JÚLIA: – Kadu, pelo amor de Deus! Não é fácil pra mim te contar isso tudo…
KADU: – Me desculpe. (T) E como acaba essa história?
JÚLIA: – Pedi o divórcio. Não aguentava mais servir de saco de pancadas. Ganhei a guarda do Javier e voltei pro Brasil.
Júlia mente. Não tem coragem de dizer que possivelmente matou o marido. Longa pausa:
KADU: – Eu não consigo… Minha cabeça tá em parafuso. Me desculpe, mas eu… eu preciso de um tempo, preciso pensar…
Kadu sai. Júlia chora, mas com a expressão de que fez a coisa certa. Corta para:
CENA 02. AVENIDA. EXT. NOITE.
Davi e Filipe dentro do carro, que acaba de ser freado bruscamente.
DAVI: – Mandei você sair.
FILIPE: – Davi, calma! Você tá muito nervoso, é melhor eu ir dirigindo… Vai que você bate num poste, numa pessoa/
DAVI: (corta) – Você pensa o que da vida, Filipe? Hein? Você tem 28 anos, cara! Quase 30! Para de se comportar como se tivesse 18, como se fosse um adolescente idiota que não quer assumir nenhum tipo de responsabilidade. Tá na hora de você começar a lidar com o fracasso, com as decepções, com as diferenças, com os demônios debaixo da sua cama… Tá na hora de você aprender que o mundo não é uma dessas ilustrações que você faz no papel, perfeitinhas, coloridas, cheias de ilusões de ótica, do jeito que bem quer… Acorda, cara! Te orienta!
Filipe nada diz. Pausa:
DAVI: – Agora sai. Sai do meu carro. Pega um ônibus, o metrô, o pó de pirlimpimpim… Te vira!
Filipe sai do carro. Davi segue seu caminho. No acostamento, Filipe fica pensativo. Corta para:
CENA 03. PRAIA. EXT. NOITE.
Música: “This Never Happened Before” – Paul MacCartney. Kadu em pé na areia. Olha as ondas do mar. Triste e pensativo. Corta para:
CENA 04. APART. DE TIA SOFIA. BANHEIRO DE JÚLIA. INT. NOITE.
Segue a música. Júlia debaixo da ducha, tomando banho. Assim como Kadu, também está triste e pensativa. Vemos a cicatriz em seu pescoço, debaixo do cabelo. Intercalar com cena 02. Corta para:
CENA 05. APART. DE DAVI. SALA. INT. NOITE.
Continua a música. Davi pensativo deitado no sofá e fazendo carinho no seu cão. Corta para:
CENA 06. APART. DE GILDA. SALA/QUARTO DE FILIPE. INT. NOITE.
Mesma música. Filipe chegando em casa. Vê Gilda dormindo no sofá grudada no laptop. Pega o cobertor e a cobre. Leva o laptop pro seu quarto. Corta pro quarto. Filipe pensativo deitado na cama. Finaliza a música. Corta para:
CENA 07. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Música: “Passarinhos” – Emicida ft. Vanessa da Mata. Stock-shots rápidos de um novo dia. É sábado no Rio de Janeiro. Corta para:
CENA 08. APART. DE TIA SOFIA. QUARTO DE JÚLIA. INT. DIA.
Júlia passa um hidratante nas pernas. Belita dá uma organizada no armário. Perplexa:
BELITA: – Júlia, como assim, você contou pro Kadu?!
JÚLIA: – Eu precisava contar, Belita. Era o que eu devia ter feito logo no início.
BELITA: – E como foi a reação dele?
JÚLIA: – Ficou mais ou menos com essa cara que você tá fazendo agora. Mas eu compreendo, não é uma história fácil de digerir. Vou entender se ele quiser terminar, se não quiser mais nada comigo…
BELITA: – Tudo culpa daquela jararaca da mãe dele! Mulherzinha nojenta! Você contou pra ele que essa Leonor teve aqui cheia de ameaças? Se não contou, devia ter contado.
Júlia pensa no que Leonor disse. Entra insert da cena 07 do capítulo 09:
LEONOR: – Ué, não era isso que você fazia na Argentina, sua vagabunda?
Volta pra Júlia no tempo presente. Olhar distante. Corta para:
CENA 09. APART. DE GILDA. SALA. INT. DIA.
Gilda acorda e logo dá pela falta do laptop. Solta um berro de dar gosto:
GILDA: – Cadê o meu computador?!?!?!
Filipe vem da cozinha bebendo alguma coisa numa caneca. Tranquilíssimo:
FILIPE: – Quer que eu ligue pro hospital psiquiátrico?
GILDA: (atordoada) – Cadê o meu computador, Filipe? Não me diga que alguém levou daqui! Você emprestou pra alguém? Diz que não! Cadê, onde está? Responde!
FILIPE: – Calma, mulher! O meu computador tá no meu quarto.
GILDA: – Ah, ufa! (cai no sofá, aliviada)
FILIPE: – Cheguei e te encontrei aí tombada, dormindo colada nele. Essa ideia que você inventou de flagrar a Leonor não sei com quem tá te deixando doidona, hein! Mais do que já é.
GILDA: – Você não vai acreditar, Filipinho, filho das minhas entranhas! Nessa madrugada, a ratazana safada da Leonor finalmente caiu na minha ratoeira. E caiu de boca! Se é que você me entende.
FILIPE: – E o que você pensa em fazer com isso?
GILDA: – Quem viver verá! Ou lerá!
Gilda com cara de quem vai fazer arte. Corta para:
CENA 10. MANSÃO DE LEONOR. QUARTO DE KADU. INT. DIA.
Música: “This Never Happened Before” – Paul MacCartney. Abre numa foto de Júlia num tablet. Depois, mostrar que Kadu é quem está admirando a foto, pensativo, deitado na cama. Em seguida, Horácio entra. A porta estava entreaberta. A música já parou.
HORÁCIO: – Posso dá uma palavrinha com meu filhão?
KADU: – Claro, pai! Entra aí.
Carinhoso, Horácio senta na cama perto de Kadu, que continua deitado:
HORÁCIO: – Pra você ainda não ter saído da cama até essa hora, é porque alguma coisa aconteceu, alguma coisa tá te chateando. E eu até já imagino o que é. Brigou com a namorada, acertei?
KADU: (assente com a cabeça)- Algumas coisas chatas.
HORÁCIO: – Eu não tô aqui pra aprovar nem desaprovar nada, meu filho. Diferente da sua mãe, eu acredito que a gente deve seguir o nosso coração, correr atrás do que se quer, colocar a nossa felicidade em primeiro lugar… Veja só o meu casamento com a sua mãe. Um casamento construído em cima coisas que não eram prioridade, em cima de conveniências tolas, sem amor, sem tesão, sem nada fundamental. E deu no que deu. O que era pra ser um casamento virou um “suportamento”. (ri discretamente)
KADU: – Obrigado pela força, pai.
HORÁCIO: – Que a sua mãe não me ouça, mas eu acho que a melhor coisa que você fez foi trocar aquela sem graça da Alessandra por essa outra menina, a Júlia. Não fica encucado com essa história dela já ter sido mulher da vida, meu filho. É passado, e passado deve ficar muito bem enterrado.
Nesse momento, mais que depressa, Kadu senta na cama. Quer saber que história é essa.
KADU: – Como é que você sabe disso, pai?
Horácio se toca que falou demais. Corta para:
CENA 11. MANSÃO DE LEONOR. QUARTO DE LEONOR. INT. DIA.
Leonor passa hidratante na pele ou alguma coisa assim. Kadu entra com tudo, ofegante, exaltado. Chegou para tirar a história a limpo. Leonor segue tranquila.
KADU: – Me dê a papelada que o seu detetive filho da mãe levantou sobre a Júlia! As fotos, vídeos, tudo!
LEONOR: – Não sei sobre o que você está falando.
KADU: – Não se faça de sonsa, mãe. Eu já tô sabendo dessa sujeirada toda. Como é que você pôde ser capaz de fazer uma coisa dessa? Colocar um detetive no encalço da Júlia! Com que direito?
LEONOR: – Com o direito de que eu sou a sua mãe e tenho a obrigação de zelar por você e pelo nosso patrimônio.
KADU: – O que? Bebeu? Tá louca?
LENOR: – Vamos moderando o tom dessa voz. Eu sou a sua mãe, não sou a tia da couve. E depois, você acha mesmo que eu ia ficar assistindo de braços cruzados essa alpinistazinha, essa sujeitinha vir das calçadas de Buenos Aires pra meter a mão no dinheiro da nossa família? Ah, francamente, Carlos Eduardo!
KADU: – Meu deus, eu devia ter imaginado! Como eu fui burro! Aquela crise repentina de consciência da Júlia ontem… Por acaso você foi chantagear a Júlia?
LEONOR: – Ah, ela te contou? O combinado não era esse. Mais uma vez, eu subestimei essa fulana. Muito esperta! Ela abre o jogo, você se vira contra a sua mãe e ela mata dois coelhos com uma cajadada só: o passado podre e a sogra indesejada.
KADU: – Não foi ela que me contou sobre essa sua jogada sórdida. A Júlia tem caráter, tem consideração pelas pessoas, tem um coração no peito… É diferente de você, que é uma/
LEONOR: – Uma o quê? Hein? Vamos, fale! (T) Pelo que vejo, ela conseguiu. Conseguiu te colocar contra mim. Você nunca me desrespeitou dessa maneira, Carlos Eduardo. Mas é bom, é bom, porque assim eu tenho mais um motivo pra não aceitar essa mulher.
KADU: – Você vai pedir desculpas a Júlia.
LEONOR: – O que? É uma piada? Se foi, dá uma incrementada, porque não teve a menor graça.
KADU: – Você vai agora até Ipanema e vai pedir desculpas a Júlia. De joelhos, se for preciso.
Leonor dá uma sonora bofetada na cara de Kadu. Clima tenso. Kadu com os olhos marejados, bravo. Mãe e filho se encarando:
LEONOR: – Insolente! (T) Presta atenção no que eu vou te dizer: essa mulher, essa Júlia, jamais será bem-vinda nessa casa. Portanto, se você está pensando em levar esse ‘romancenzinho’ ridículo adiante, esteja ciente de que eu nunca vou aceitar essa qualquer empesteando o meu sofá. Espero que você esteja entendendo o que estou dizendo.
Leonor vai até a gaveta do criado-mudo e pega o envelope que recebeu do detetive. Joga em cima da cama.
LEONOR: – Está tudo aí. Toda a imundice do passado da sua protegida. Se for conferir, sugiro que tome um antirretroviral antes.
Kadu pega o envelope e sai do quarto sem nada dizer. Leonor arqueja. Horácio vai entrando de mansinho no quarto, desconfiado. Leonor o percebe e dispara uma indireta.
LEONOR: – No meu tempo, sujeito dedo-duro não comia angu por muito tempo.
Horácio senta na poltrona, pega uma revista e finge-se de morto. Leonor com péssimo humor. Corta para:
CENA 12. APART. DE ABRL. SALA. INT. DIA.
Abel trabalha no laptop. A campainha toca e ele vai atender. Dá de cara com Gilda ali na porta.
GILDA: – Olha quem apareceu! Não vai me convidar pra entrar?
ABEL: – Ops, claro, desculpe! Entre, Eleonora. Bebe alguma coisa?
GILDA: – Um café, por favor.
ABEL: – Café?
GILDA: – Sim. Hoje quero evitar as bebidinhas mais fortes. É, eu vou doar sangue mais tarde.
ABEL: – Ah, entendo. Bom, você deu sorte, tô com café quentinho aqui. (vai pegar)
GILDA: – Que bom! (vê o laptop ligado) O que estava fazendo?
ABEL: – Finalizando um roteiro. É, eu sou roteirista. Na verdade, me formei jornalista, mas trabalho como roteirista há muitos anos.
GILDA: – Jura? Que máximo! É uma profissão maravilhosa. Deve ser fabuloso criar e dar vida a um punhado de personagens.
ABEL: – Sim, muito bom.
GILDA: – É roteiro feito sob encomenda?
ABEL: – É pra Produtora Galvão. Eu trabalho pra eles.
Abel dá a xícara de café para Gilda, que parece ter gostado da nova informação, mas tenta disfarçar. Sentam-se:
ABEL: – Mas me diz, a que devo a sua visita? Não foi só pra tomar o meu café que você veio aqui, não é?
GILDA: – Eu acho um motivo mais do que suficiente. O seu café é delicioso! Mas eu vim mesmo é ver como você está. Nos tornamos amigos, sou muito grata pelo que você fez por mim, me ajudando naquele momento horroroso. Gosto nem de lembrar. Tenho muito carinho por você, Abel. Espero que seja recíproco.
ABEL: – Claro, totalmente. Você tem esse jeito meio avoado, excêntrico, mas a gente vê que é uma pessoa de muitos predicados, muitas qualidades.
Rola um olhar mútuo diferente. Clima. Abel quebra a aura e mostra o cavalo de madeira em cima do aparador.
ABEL: – Veja, o presente que você me trouxe. Resolvi colocar ali no aparador. Ficou bom, né? O que achou?
GILDA: – Perfeito! Não poderia haver lugar melhor. Já deu um nome a ele?
ABEL: – Hummm, não. Cavalo de Tróia? (ri)
GILDA: (repreende) – Abel! (ri)
ABEL: – Tá, não é o melhor nome. Não sei, o que você sugere?
GILDA: – Lenhador. Não é um cavalo de madeira? Pois então.
ABEL: – Tá batizado! Lenhador, o azalão de lenha!
Eles riem. Pausa. Gilda triste:
GILDA: – Hoje, eu vou fazer uma coisa que não é do meu feitio, uma coisa não muito católica. Uma atitude da qual eu já me envergonho antes mesmo de praticá-la. Mas eu não tenho escolha, não me deixaram outra alternativa.
ABEL: – Do que você tá falando, Eleonora? Não me diga que você tá pensando em… Não cometa uma besteira dessa, hein!
GILDA: – Não, não é nada disso. Na hora certa você vai saber. (levanta) Bom, eu vou indo. Obrigado pelo café. Obrigado por ser tão legal comigo. Você é um homem especial. Espero que você não me julgue, mas se o fizer, eu entenderei. Adeus, Abel.
Gilda abre a porta e sai. Abel fica sem entender nada, mas preocupado. Corta para:
CENA 13. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA/NOITE.
Música: “Stand By Me” – Seal. Stock-shots do fim do dia e anoitecer no Rio. Conclui na fachada do prédio de Tia Sofia. Kadu vai chegando de carro. Corta para:
CENA 14. APART. DE TIA SOFIA. SALA. INT. NOITE.
Tia Sofia e Belita veem TV, que é o único som que ouvimos por enquanto. Javier brinca no chão. Júlia vem chegando da cozinha com um copo de suco. A campainha toca. Júlia vai atender. Depara-se com Kadu, que está com o envelope nas mãos.
KADU: – A gente precisa conversar, Júlia.
Closes. Corta para:
CENA 15. MANSÃO DE LEONOR. SALA. INT. NOITE.
Gilda sentada no sofá. Está com uma bolsa bem avantajada. Zezé lhe serve um whisky.
GILDA: – Quer dizer que a Leonor ainda não chegou da produtora, Zezé? Mas hoje é sábado, pelo que eu sei ela não trabalha.
ZEZÉ: – Pois é. Parece que eles tão atolados lá com um lançamento, não sei direito.
GILDA: – Hummm… e o Horácio?
ZEZÉ: – Pro clube. Programa de todo santo sábado.
GILDA: – Poxa, ninguém pra me fazer sala? Além de você, claro. Bom, vou ficar por aqui esperando a Leonor chegar. Pode voltar pro seu serviço, Zezé. Não se prenda por mim.
Zezé sai. Gilda toma o restante do whisky num gole só. Sorrateiramente, sobe a escada. Corta para:
CENA 16. MANSÃO DE LEONOR. QUARTO DE LEONOR. INT. NOITE.
Música: “Super Freak” – Rick James. Cena inicialmente costurada por cortes descontínuos, criando um mosaico bem dinâmico. Quarto escuro. Gilda entra, acende a luz e estuda o território. Dá uma geral. Vai pro closet. Começa a selecionar roupas e sapatos que lhe agradam. Vira uma zona. Ela se diverte. Encontra a peruca que Leonor usa pra encontrar Abel. Pega uma tesoura e dá uma personalizada louca nela. Na caixa de joias, escolhe alguns anéis e um belíssimo bracelete. Pega um batom e escreve alguma coisa no espelho do banheiro. Fechando o mosaico, vemos Gilda conectando um pen drive no home theater.
CORTE DESCONTÍNUO. Quarto novamente às escuras. Leonor entra e acende a luz. Leva um susto ao ver Gilda deitada em sua cama.
LEONOR: – Mas o que é isso? O que você faz aqui, criatura?
GILDA: – Boa noite pra você também, Leo!
Closes alternados. Na expressão de espanto de Leonor, efeito e corta para:
FINAL DO CAPÍTULO 10
capítulo muito decisivo legal