Capítulo 07 – Paixão Fatal

PAIXÃO FATAL – CAPÍTULO 07
Preocupações

Continuação do capítulo anterior…
JUDITH— Acho que acabei te decepcionando e acabando com a sua alegria.
DANTE— Imagina, por favor, entra.
JUDITH— Pra falar a verdade, eu nem sei por que eu vim aqui. Eu não devia estar te atrapalhando. Você deve estar esperando alguém, não é?
DANTE— Não, não, ela não vem, se é o que você tanto teme… Mas vamos esquecê-la e falarmos de você. Tá tudo bem?
JUDITH— Quem dera que estivesse… Não Dante, eu tenho que ir embora, eu não vou falar disso com você?
DANTE— Judith, não precisa ficar assim. Me conta o que está acontecendo, eu vou ouvir.

CENA 1. M. VILLAÇA/SALA DE JANTAR/NOITE.
Madá se senta à mesa, um pouco tensa.
SAULO— Algum problema, meu amor?
MADÁ— Não, nenhum, é só a chata das minhas amigas. Amor, infelizmente eu tenho que ir à casa de uma delas. Você se importa?
SAULO— Não, de jeito maneira.

CENA 2. CASA DE CRISTINA/SALA/NOITE.
Anselmo bate na porta e Cristina atende, sorridente.
CRISTINA— Anselmo, que bom que você chegou.
Eles se abraçam e se beijam, docemente.
ANSELMO— Tá tudo bem com você?
CRISTINA— Sim, são apenas os ânimos desta casa. Mas isso não vai estragar nossa noite. Vem, vamos jantar.
CENA 3. AP DE NICOLE/QUARTO/NOITE.
Olavo está vestindo sua calça.
NICOLE— Aonde você vai, com tanta pressa?
OLAVO— Eu tenho que voltar para a boate. Daqui a pouco os garotos de programa estão chegando e eu não quero decepcionar os meus fieis clientes.
NICOLE— Fica mais um pouco, por favor?
Olavo vira-se para ela e a encontra derreando o lençol sobre o seu corpo chamando a atenção dele.
NICOLE— Só mais um beijo. Eu tenho certeza que você não vai se arrepender.
Olavo sorri e parte ferozmente para sua presa.

CENA 4. AP DE DANTE/SALA/NOITE.
JUDITH— Eu não sei se vou conseguir suportar isso por muito tempo. O Olavo só me trata como um objeto de ostentação para a sociedade.
DANTE— Ele não sabe a mulher incrível que tem.
JUDITH— Esse é o primeiro elogio que ganho em toda a minha vida.
Ele sorri.
DANTE— Também estou decepcionado. Acabei de perceber que a mulher que eu amava há tantos anos atrás se tornou numa máquina de ódio. Eu não consigo entender. Ela me disse que eu não a merecia. Será que ela está certa?
JUDITH— Você está certo disso?
DANTE— Não sei, ela me disse que não era a mulher certa pra mim.
JUDITH— Talvez ela tenha razão.
DANTE— Por quê?

CENA 5. FACHADA DA LUXURY/NOITE.
Olavo estaciona o seu carro e percebe a chegada de Davi.
DAVI— Seu Olavo.
OLAVO— Isso são horas de chegar, seu moleque?
DAVI— Me desculpe, é que você sabe eu moro longe daqui e não dá/
OLAVO— Eu não sei de nada, e não me interessa como você chega ou não aqui. Eu só quero que você seja pontual e satisfaça meus clientes. É pra isso que você está aqui na minha boate.
DAVI— Sim, senhor.
Olavo sai, bruscamente.
CENA 6. QUARTO DE ARTUR/NOITE.
Artur pega uma caixa pequena em seu armário e joga tudo o que tem dentro sobre a cama. Ele admira diversos recortes de jornais, envolvendo o assassinato de sua mãe e irmã. Há várias fotos de marina.
ARTUR— Eu não acredito que você teria coragem de ter matado elas. Eu sei que tem algo de errado nisso.

CENA 7. M. VILLAÇA/SALA/NOITE.
Vanessa acaba de entrar na mansão.
VANESSA— E aí amiga, pronta pra balada?
SOFIA— É claro, Vanessa. Eu nasci para as baladas.
VANESSA— E o Danilo?
SOFIA— Por que essa pergunta, é claro que ele vai estar lá. Tchauzinho, família.
Madá acaba de servir um uísque a Saulo.
MADÁ— Fico de coração partido por ter que te deixar sozinho, meu amor.
SAULO — Tudo bem, eu entendo. Eu preciso ficar a sós pra conferir mais alguns detalhes da inauguração. Todo cuidado é pouco.
Eles se beijam e ela sai.
CENA 8. CASA DE CRISTINA/SALA/NOITE.
Anselmo dá um beijo de despedida em Cristina.
CRISTINA— Tem certeza de que já quer ir embora?
ANSELMO— Tenho Cris, se eu pudesse eu passaria o tempo todo com você. O jantar estava uma delícia.
CRISTINA— Então boa noite.
Eles se beijam mais uma vez. Ela fecha a porta e vai ao quarto de marina. Marina está no computador lendo tudo a respeito de Bibi Villaça.
MARINA— Irmã do canalha. Eu preciso me tornar amiga dessa mulher.
CRISTINA— Falando sozinha, Marina?
Marina fecha a guia do computador, discretamente.
MARINA— Estava me atualizando. Tudo bem com o jantar?
CRISTINA— Sim, o Anselmo já foi embora. Ele precisa acordar cedo amanhã.
As duas param de falar e se observam.
MARINA— Não adianta me olhar com essa cara, Cristina.
CRISTINA— Tudo bem, Marina. Eu só preciso saber para onde você vai. Você me disse que não pretendia ficar por muito tempo.
CENA 9. AP DE DANTE/SALA/NOITE.
JUDITH— Eu acho que não sou a pessoa certa pra responder. Mas se ela já deixou bem claro que não é a mulher certa pra você, é porque ela sabe que não será.
DANTE— O que mais me deixa atônito foi como a estada na cadeia a deixou diferente. Uma outra pessoa. Não é a Marina que eu conhecia.
JUDITH— Sei bem como é isso. O Olavo não é o mesmo desde sempre. Talvez eu tenha dado mais atenção ao jornal do que a ele.

CENA 10. M. VILLAÇA/SUÍTE MASTER/NOITE.
Saulo acaba de receber uma ligação de Altino.
SAULO— Mas isso é um absurdo, Altino. Ninguém pode ficar sabendo disso até que o Villaça Palace seja inaugurado. Eu pensei que esse caso já estivesse sido resolvido.
ALTINO— Calma Saulo. Eu creio que não seja nada demais. É que apareceu um contratempo agora e o melhor que faremos é irmos a Brasília novamente.
SAULO— Ainda mais essa agora. Tudo bem, depois da inauguração eu tenho que por um ponto final nessa história.

CENA 11. MOTEL/QUARTO/NOITE.
Madá está vestida apenas de robe quando seu amante aparece apenas de cueca e uma gravata borboleta. Traz em sua mão uma bandeja com uma taça de champanhe francês.
B. — Hoje eu serei o seu garçom.

João David Alves

Nunca reveles com facilidade o teu pensamento, nem executes nunca o que bem não tenhas ponderado. - William Shakespeare

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