Maria Madalena

Capítulo 05 – Maria Madalena

São Paulo – SP.

Agência de turismo. Sala de Lucas. De manhã.

Beto entra na sala e chama por Lucas que não parece ter percebido a presença do Beto. Beto se aproxima mais e volta a chamar pelo nome de Lucas, mais uma vez sem sucesso.

BETO: Lucas você esta bem? Você está muito branco!

Lucas levanta o rosto e olha com um olhar de perdido em pensamentos para Beto. Percebendo a duvida e preocupação na cara do amigo ele entrega a carta para que Beto leia.
Após ler a carta Beto volta a olhar para o amigo que ainda esta sem reação.

BETO: É verdade o que está escrito aqui?

Lucas só faz um movimento de levantar o ombro mostrando não saber ao certo.

BETO: E você vai fazer o que seu pai lhe pediu nessa carta?
LUCAS: Não sei, realmente não sei. Pra falar a verdade nem sei se o que diz ai é verdade.

Lucas se levanta e pega um copo com whisky no mini bar do seu escritório e pergunta se o Beto quer também. Em seguida a se sentar.

Ilha comprida – SP.

Praia próxima à casa de Madalena. De manhã.

Rodrigo caminha em direção a Madalena e Fafá, após ter parado para conversar com um amigo por alguns minutos, com um baita sorriso de felicidade na cara.

RODRIGO: Oi Madá – ele acena para ela.

Em resposta Madalena sorrir para ele.

RODRIGO: Que coincidência encontra você aqui – e se senta ao lado de Madalena.
MADALENA: Eu já não posso dizer o mesmo, já que você não sai da praia.
FAFÁ: Oi né Rodrigo! Ou não esta me vendo aqui?
RODRIGO: Claro que estou. Oi Fafá, tudo bem com você?
FAFÁ: Ah bom né, pensei que eu com esse tamanho todo tinha ficado invisível.
MADALENA: Para com isso Fafá, você não é tão gordinha assim.
FAFÁ: É realmente não sou gordinha, sou gostosona – ela rir.
MADALENA: Como você nos achou aqui?
RODRIGO: Como já falei foi coincidência, eu estava nadando e quando sai da água avistei vocês aqui sentadas.

Ele aproveita um momento de distração de Madalena e pisca para Fafá, que devolve seu sinal de cumplicidade.

FAFÁ: Vou ver o que o Léo anda aprontando. Aproveito e deixo vocês conversarem mais a vontade.
MADALENA: Não precis… – Mais Fafá já tinha levantado e começado a se afastas dos dois.
RODRIGO: E aniversario do Léo, como anda os preparativos? É depois de amanhã né?
MADALENA: Sim! Mais já está tudo certo. E ver se você não se atrasa hem, o Léo tá contando com sua presença.
RODRIGO: Madá você me conhece, eu não vou me atrasar.
MADALENA: É exatamente porque eu te conheço que eu estou te lembrando. Sei muito bem com você se distrai fácil com um rabo de saia.
RODRIGO: Mais também sabe que você é a única que tem meu coração.
MADALENA: É pra rir com isso que você falou agora!
RODRIGO: Madá! É serio! Você sabe que eu te amo.

Madalena faz de conta que não ouviu o que ele disse.
Madalena pega a bolsa e tira de dentro um protetor solar e entrega para Rodrigo perguntando se ele pode passar o protetor na costa dela.

Rodrigo pega o protetor e espera Madalena se deitar na toalha para que ele possa espalhar o protetor no corpo dela.

RODRIGO: Esses dias eu encontrei com a Carol, ela mandou um Oi pra você. – massageando as costas de Madalena enquanto passa o protetor – Disse também que faz muitos anos que você não passa lá para dançar com o pessoal da roda.
MADALENA: Encontrou né, assim por acaso – soando um pouco sarcástica.
RODRIGO: Não entendi o motivo desse seu sarcasmo.
MADALENA: É que você falou, como se não tivesse rolada nada entre vocês nesse seu “Encontro”.
RODRIGO: Pois é. Não rolou nada mesmo. E se tivesse rolado. Qual o problema?
MADALENA: Nem! Porque teria – disse se sentando.
RODRIGO: Você está com ciúmes – disse dando um grande sorriso.
MADALENA: Ciúmes eu! – desse se afastando um pouco de Rodrigo – Não seja ridículo.
RODRIGO: E porque não! Lembro muito bem como você tinha ciúmes de mim quando namorávamos.
MADALENA: E mesmo assim, isso não impediu que você me traísse com a minha amiga, e o que é pior no dia do meu aniversario.
RODRIGO: Isso foi há oito anos, será que você nunca vai me perdoar por isso.
MADALENA: Já faz muito tempo que eu perdoei.
RODRIGO: Mas não esqueceu.
MADALENA: Não, não esqueci.
RODRIGO: Se eu pudesse voltar no tempo isso nunca teria acontecer. Você sabe que eu TE AMO e que me arrependo todo dia do que o fiz.

Rodrigo devolve o protetor solar para Madalena, que pegou com um pouco de raiva.

RODRIGO: Mais você também não ficou muito atrás né, porque dois meses depois você me apareceu gravida de um coroa rico ai. Ou você acha que isso não me machucou também.
MADALENA: É melhor agente deixar isso pra lá, isso já é passado e aqui não é lugar para falarmos disso.
RODRIGO: Pra mim não é passado. Eu ainda te amo! E se você tivesse me aceitado quando me ofereci para casar com você e assumir seu filho, hoje agente seria uma família feliz.
MADALENA: Será que seriamos mesmo! Eu não tenho tanta certeza disso.
RODRIGO: Mais eu tenho!
MADALENA: É melhor agente deixar isso pra lá, agente não pode voltar atrás e eu já falei que aqui não é lugar para falarmos disso.

Nessa hora Léo chega correndo e se joga em cima de Rodrigo e o abraça.

São Paulo – SP.

Mansão dos Gouveia. De manhã.

Ao chegar em casa, Edgar Gouveia procura por sua esposa. A empregada lhe avisa que a senhora Elizângela está na piscina. Edgar então se dirige até a piscina para falar com a esposa.
Elizângela esta dentro da piscina deita em um coxão inflável aproveitando o final do sol bom da manhã.

EDGAR: Você já pediu que arrumassem a minha mala?
ELIZÂNGELA: Oi meu amor, já sim.

Elizângela sai da piscina, pega uma toalha para se enxugar e se aproxima do marido.

ELIZÂNGELA: Edgar você tem mesmo que viajar hoje?
EDGAR: Você sabe que é uma viagem de negócios e eu já falei que isso não é de sua conta.
ELIZÂNGELA: Eu sei, mais é que amanhã nossa filha volta da Itália e eu acho que ela ia gosta muito que você estivesse aqui para recebê-la.
EDGAR: Eu tenho certeza que ela não esta nem ai pra quem vai esta aqui quando ela chegar. Já faz muito anos que nossa filha não dar a mínima para o que agente faz ou pensa a respeito dela.
ELIZÂNGELA: Mais ela falou que esta nos trazendo uma surpresa.
EDGAR: Eu até imagino o que seja essa surpresa. Só pode ser mais uma loucura que ela inventou e que provavelmente vai me arrancar mais dinheiro.

A empregada se aproxima e pergunta se os patrões precisão de alguma coisa. Como eles dizem que não, ela se retira e volta para dentro da casa.

ELIZÂNGELA: Mais você não consegue mesmo voltar amanhã. A noite vai ser realizada a missa de sétimo dia do João Barreto. Você não pode deixar de ir, ele era seu amigo e seu sócio.

Edgar pega no pescoço de Elizângela e aperta com força.

EDGAR: Agora você vai querer me dizer o que eu posso ou não saber! E isso mesmo?

Elizângela consegue se soltar e da um passo para trás e o empurrando.

ELIZÂNGELA: Claro que não, só acho que você deveria ir para que ninguém fique comentando depois a sua ausência.
EDGAR: Eu estou pouco me lixando para o que as pessoas pensam ou comento de mim, principalmente você.

Edgar volta para dentro de casa. Elizângela se senta em uma cadeira passando a mão no pescoço ao mesmo tempo em que uma lágrima escorre de seu rosto.

Após respirar fundo Elizângela se aproxima da piscina e ver seu reflexo na piscina e começa a chorar.

Sem que Elizângela perceba uma das empregadas (cozinheira) se aproxima e põe a mão em seu ombro. Elizângela se vira e abraça a empregada.

MARIA: Eu não sei como à senhora aguenta esses maus tratos do senhor Edgar.
ELIZÂNGELA: Ah Maria! Se você soubesse! – voltando a se sentar na cadeira.
MARIA: Eu sei muito bem que tem algum motivo que não sei qual é que não permite que a senhora se afaste dessa casa.
ELIZÂNGELA: Seu eu pudesse te contar, pelo menos tiraria um peso das minhas costas, mas eu nem tenho coragem nem de pensar nesse segredo que eu guardo com tanto pesar.
MARIA: Eu sei senhora. Mas vamos pensar pelo lado positivo. Amanhã a menina Eduarda está voltando para casa. – Fala sorrindo.
ELIZÂNGELA: Pois é Maria, mas ela não é mais nenhuma menina.
MARIA: Pra mim, ela vai ser sempre uma menina.
ELIZÂNGELA: Eu sei, e sou muita grata pelo carinho que você tem pela minha filha.
MARIA: Como não amaria aquela menina, se a conheço desde que ela era um bebezinho. A senhora lembra como ela era tão dona de si quando criança, ela sempre foi decidida e determinada.

As duas começam a rir e a lembrar das travessuras de quando Eduarda era uma criança.

São Paulo – SP.

Apartamento de Lucas. Sala. De noite.

Lucas entregou a carta deixada pelo seu pai para que Ester lesse. A cada frase que ela lia Lucas consegui ver a mudança na expressa do rosto de Ester. Até que ela acaba de ler e se senta no sofá sem saber o que dizer.

LUCAS: Você está vendo o porquê deu estar assim meio aéreo. E que ainda estou tentando assimila o que está escrito nessa carta.
ESTER: Não da para acreditar no que esta escrito ai. Você acha mesmo que esse garoto é seu irmão?
LUCAS: Pois é, não sei no que acreditar e muito menos o que fazer.
ESTER: Você vai mostrar essa carta para sua mãe?
LUCAS: Eu ainda não sei o que vou fazer.
ESTER: E você já falou com o Dr. Ferrazo sobre o conteúdo dessa carta? Imagino que ele deva saber de alguma coisa.
LUCAS: Ainda não, mas já falei com ele por telefone e ele ficou de passar amanhã bem cedo na agência para conversamos.

Nesse instante o telefone celular de Ester toca. Ela olha o número de quem esta ligando e ignora a ligação.

LUCAS: você não vai atender?
ESTER: Agora não, é uma amiga, provavelmente querendo saber por que o casamento foi adiado. Depois eu mando uma mensagem pra ela explicando tudo.
LUCAS: Eu ainda nem te agradeci por tudo que você tem feito por mim né – se levantando da cadeira onde esta e indo se sentar ao lado de Ester – e por você ter se predisposto a adia o casamento.
ESTER: mais é clora que tínhamos que adiar o casamento, nem tinha cabimento de nos casarmos pouco mais de uma semana depois da morte de seu pai né amor.

Ester da um beijo em Lucas que a corresponde e a abraça para demonstrar sua gratidão.

ESTER: E quanto à carta… Você pretende fazer o que seu pai pede nela?
LUCAS: Seu eu vou procurar essa moça e meu suposto irmão? – Ester faz que sim com a cabeça – Eu não sei, realmente não sei o que vou fazer.
ESTER: Eu acho que você deveria ir. Afinal esse foi de certa forma o ultimo desejo do seu pai, fora que é melhor tirar essa historia a limpo o quanto antes. Sem contar que esse menino não tem culpa de nada e se ele for realmente seu irmão.
LUCAS: Você acha isso mesmo?
ESTER: Acho, mais é você quem deve decidir.

Casa da Família Gouveia. Quarto de Elizângela. De noite.

Elizângela está deitada na cama, pensando na sua vida e em tudo que suporta por causa do segredo que esconde, enquanto que algumas lágrimas escorrem dos seus olhos. O telefone celular toca. Ela se levanta e atende o celular que estava em cima da penteadeira. Do outro lado da linha esta sua filha Eduarda que está morando na Itália.

CONVERSA AO TELEFONE:
EDUARDA: Mãe, tudo bem?
ELIZÂNGELA: Muito bem – ela mente – e você filha?
EDUARDA: Eu só liguei para avisar que daqui a pouquinho estou indo para o aeroporto. Acredito que antes do almoço eu já esteja em casa.
ELIZÂNGELA: Que bom minha filha. Já mandei prepararem tudo para sua chegada. E pedi para Maria fazer um almoço especial para amanhã com tudo que você gosta e sua sobremesa favorita.
EDUARDA: Hum! Que delicia! Já fiquei com água na boca.
ELIZÂNGELA: E você não vai mesmo me dizer qual a surpresa que você disse que esta trazendo?
EDUARDA: Não, a senhora vai ter que esperar até amanhã para descobrir o que é. Mais uma coisa eu tenho certeza, vai ser uma grande surpresa.

Continua…

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