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A Outra

Capítulo 05 – “A (ÚLTIMO CAPÍTULO)

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“A OUTRA”

[CAPÍTULO 05/ÚLTIMO CAPÍTULO]

ORIGINAL DE: DIOGO MACHADO


CASA DE CULTURA/SALA DE SILVIA

Théo (aponta uma arma para ela): Eu avisei você não quis me levar a sério não é mesmo, agora pelo menos aguente as consequências.

THÉO ESTAVA PRESTES A ATIRAR, QUANDO SILVIA O EMPURRA COM TODA FORÇA, E ELE ACABA QUEBRANDO A JANELA DE VIDRO ATRÁS DE SI E CAINDO DO SEXTO ANDAR DO EDIFÍCIO.

Marcelo (entra na sala agitado): Que barulho foi esse, o que aconteceu?
Silvia (chorando desesperada): Eu matei ele!
Marcelo (a abraça) – Calma Silvia. Tenta ficar calma.
Silvia (chorando) – E o que é que eu vou fazer agora? E o Bruno? Eu vou ser presa Marcelo, eu vou pra cadeia, meu deus…

HOSPITAL/SALA DE ESPERA

BERNARDO ESTAVA SENTADO EM UM SOFÁ APREENSIVO. QUANDO VÊ O MÉDICO SE APROXIMAR, SE LEVANTA PARA FALAR COM ELE.

Bernardo (nervoso): Então doutor? Pelo amor de Deus, me diz como está a minha mulher.
Médico (coloca a mão no ombro dele): A gente precisou fazer uma nova cirurgia, pra poder estancar a hemorragia. Ela não podia ter sofrido esse acidente, ainda mais em meio à recuperação da cesariana.
Bernardo (mais nervoso) – Mas pelo amor de deus, doutor, me diz logo, como é que ela tá?
Médico – Ainda é muito cedo para nós podermos dar um prognóstico, mas por enquanto a situação dela é a melhor possível para as condições nas quais ela se encontra.
Bernardo – E eu não posso ver ela?
Médico – Eu receio que ainda não.

CASA DE CULTURA/SALA DE SILVIA

SENTADA EM UM SOFÁ, SILVIA TENTAVA SE ACALMAR. MARCELO AJUDAVA-A.

ENTRA RITA.

Rita (entrega um copo de água para Silvia) – Eu coloquei um calmante.
Silvia (pega o copo com as mãos trêmulas) – Obrigada Rita.
Marcelo – O que a gente precisa fazer agora, é ligar pra polícia.
Silvia (olha para Marcelo apavorada).
Marcelo – Você não precisa ficar com medo Silvia, você só tava se defendendo.
Rita – Eu já liguei pra emergência, eles já devem ter levado ele pro hospital a essa hora.
Silvia – Então ele ainda poder estar vivo.
Marcelo – Eu acho melhor a gente não esperar por isso.

NO DIA SEGUINTE…

CASA DE SILVIA/QUARTO DE SILVIA

SILVIA ESTAVA DEITADA EM SUA CAMA QUANDO BATEM NA PORTA.

Silvia – Pode entrar.
Bernardo – Telefonaram do hospital onde o meu pai foi internado.
Silvia (se levanta) – E como é que ele tá?
Bernardo (chora) – Eles disseram que ele não resistiu.
Silvia (corre e vai abraça-lo. Chora também) – Me perdoa meu filho, por favor, me perdoa…
Bruno (se afasta chorando) – Desculpa, mãe… (sai)

CASA DE SORAYA/COZINHA

SENTADA À MESA, COM SUA MÃE, SORAYA OLHAVA TRISTE PELA JANELA.

Rosário – Que tanto você olha por essa janela menina? Nunca viu o céu, não?
Soraya (chateada) – Não enche mãe…
Rosário – Que isso? Agora você briga com o teu macho e eu é que pago a conta, é?
Soraya (se levanta da mesa) – Que meu macho, que nada… Que jeito mais vulgar de falar esse seu, hein… E pro seu interesse o Bernardo não quer mesmo saber de mim, não. Mas pra mim tanto faz, porque eu também resolvi que eu não quero mais saber dele na minha vida.
Rosário (ri alto) – Sei… Quem não te conhece que te compre Soraya Eduarda. E você acha que nasceu de quem, de chocadeira? Tá bom, não quer mais saber…

HOSPITAL/CANTINA.

BERNARDO TOMAVA CAFÉ NA CANTINA, QUANDO CHEGA O MÉDICO DE LUCIANA.

Médico – Bom dia!
Bernardo (se levanta) – Bom dia doutor. Alguma novidade?
Médico (sorri) – Ela tá chamando pelos filhos dela.
Bernardo (sorri emocionado).

QUARTO DE LUCIANA

AINDA DEBILITADA, LUCIANA ESTAVA DEITADA NA CAMA. BERNARDO ENTRA.

Bernardo (sorrindo) – E aí, como é que você tá meu amor?
Luciana (fala séria, com dificuldade) – Eu quero ver os meus filhos.
Bernardo (passa a mão no cabelo dela) – Logo, logo a gente vai pra casa e dai você vai poder ficar com eles, à vontade. Eu não acho que seja legal trazer criança pra hospital, com tanto vírus por aí… Ainda mais o Gabrielzinho. (sorri)
Luciana (lágrimas no rosto) – Tira a mão de mim, por favor…
Bernardo – Luciana…
Luciana – Por favor, Bernardo, me deixa descansar.
Bernardo – A gente precisa conversar. Seriamente.
Luciana – Quando eu sair daqui a gente vai ter todo o tempo do mundo, você não disse?
Bernardo – Tudo bem, mas eu quero que você entenda que…
Luciana (fecha os olhos, como se sentisse dor) – Por favor, Bernardo…
Bernardo – Tudo bem. Até logo, então. Descansa. (sai)
Luciana (chora).

 

DIAS DEPOIS…

Petrópolis – RJ [MANHÃ]

CASA DOS FERNANDES/SALA.

SILVIA E BERNARDO AJUDAVAM LUCIANA A ENTRAR EM CASA.

Luciana (se senta no sofá) – Muito obrigada, vocês dois. Vocês têm sido o meu braço direito e o esquerdo ultimamente. (sorri)
Silvia (brinca) – Até as pernas se você precisar. (sorri)
Bernardo – Mas se deus quiser, não vai ser necessário, não é meu amor? (pega na mão dela).
Luciana – Não. Eu espero que não ocorram mais incidentes daqui pra frente. (olha séria para Bernardo).
Silvia – Bom, eu vou deixar vocês descansarem, que eu também tô cheia de coisa pra fazer.
Luciana – Me espera amanhã na Casa de Cultura, que eu vou passar por lá. Diz pro Marcelo que eu tô louca pra conhecer ele. (sorri).
Bernardo – Eu não sei se é uma boa ideia meu amor, você ainda tá em recuperação.
Luciana – E qual é a melhor maneira de se recuperar? Voltando à rotina ou deitada em cima de uma cama o dia inteiro?
Bernardo – Eu acho melhor a gente falar com o seu médico…
Luciana (interrompe) – Eu não preciso de médico nenhum pra me dizer como eu me sinto. Vai por mim, meu amor. (sorri para ele).
Silvia (dá um beijo no rosto de Luciana) – Eu já vou indo, querida. Descansa.
Luciana – Você também. Manda um beijo pro Bruno.
Silvia – Se ele resolver falar comigo…
Luciana – Diz pra ele que eu vou passar lá amanhã, também. Comigo ele fala, não fala?
Silvia (sorri) – Do jeito que ele te adora…
Luciana – Então tá combinado. Até amanhã.
Silvia – Até amanhã. (sai).

Bernardo (para Luciana) – Você precisa descansar Luciana, não dá pra negligenciar o tratamento dessa maneira.
Luciana (séria) – Senta Bernardo.
Bernardo – O que?
Luciana (séria) – Senta. Eu quero ter essa conversa com você, olhando olho no olho, e infelizmente, como você sabe melhor do que ninguém, eu ainda não me sinto muito à vontade em pé.
Bernardo (se senta) – O que foi? Você tava me tratando tão bem até agora pouco, eu pensei que…
Luciana (interrompe) – A Silvia não precisa saber dos nossos problemas. Inclusive, pelo que você mesmo me contou, no hospital, ela já sabe de mais, até.
Bernardo – Você quer se separar?
Luciana (sorri irônica) – E você não ia querer?
Bernardo – Eu não sei. Pra mim é difícil me colocar no seu lugar.
Luciana – O problema é justamente esse. Você também não tem de esforçado muito, eu acho.
Bernardo – Mas eu me arrependo.
Luciana – Mas não adianta. E nem precisa, também. O que você fez não foi nenhum crime, não. Nem você nem a Soraya me empurraram escada abaixo… Vocês me enganaram, mas eu também me deixei enganar por vocês dois. (ri) – Eu acho que é mais fácil…(se levanta) – Eu vou passar um tempo na casa da minha mãe, no Rio. Eu, o Gabriel e a Clarinha, é claro.
Bernardo – E eu vou poder visitar vocês?
Luciana – Se você quiser, não sou eu que vou te impedir. Eu nem posso, eles são seus filhos.
Bernardo – E você?
Luciana – Eu ainda posso, com muito esforço, daqui a um tempo, ser sua amiga, Bernardo. Eu gosto muito de você. E por mais bobo que isso possa parecer agora… Eu sei que você também gosta muito de mim. (ri) – Afinal de contas, como dizia o meu pai, dez anos não são dez dias, não é? Nem se apagam em dez dias. (sai da sala).

[NOITE]

CASA DE SORAYA/QUARTO DE SORAYA

CHOVIA MUITO, E SORAYA VIA A CHUVA CAIR PELA JANELA.

Soraya (olha triste para a janela do quarto de Bernardo e Luciana e se lembra dele)


LEMBRANÇA:

Bernardo (abre a cortina e vê Soraya se vestindo para dormir).
BERNARDO ACENA PARA SORAYA. ELA LHE RESPONDE COM UM SORRISO.


NA MANHÃ SEGUINTE…

CASA DE SILVIA/QUARTO DE BRUNO

LUCIANA FALAVA COM BRUNO.

Bruno – Foi a minha mãe que pediu pra você vir aqui?
Luciana – Mas é claro que não, ela respeita você. O seu tempo, o seu espaço…
Bruno – Então?
Luciana – Então, que eu acho que você também precisa entender o lado dela. Eu não tô dizendo que você não tem razão em ficar desse jeito. Eu também não tô dizendo que tem, isso tudo é um loucura, eu nem consigo acreditar… É uma tragédia, sim, e você precisa ser adulto, Bruno. Por mais que esteja doendo, você conhece a sua mãe, menino, você também conhecia o seu pai, querendo ou não.
Bruno – Eu não culpo ela.
Luciana (sorrindo) – Então, você entende?
Bruno – Mas ele também era o meu pai, poxa. Eu… Eu nem sei o que sentir, o que pensar numa hora dessas.
Luciana – Você não precisa pensar em nada, agora, não. E seja lá o que você estiver sentindo, você também não precisa colocar um rótulo, como se fosse uma mercadoria, ou coisa parecida. Sentir a gente sente, e pronto. Agora, também não deixa a sua mãe se sentir culpada, foi um acidente.
Bruno – Mas eu não quero que ela se sinta…
Luciana – Mas é assim que ela tá se sentindo, agora. Fala com ela, diz o que você me disse pra ela, e diz mais também, ela é a sua mãe. (sorri) – Outro dia mesmo, antes disso tudo acontecer, ela tava me dizendo como vocês se davam bem, como você era diferente dos outros jovens da sua idade. Sensível, amoroso, maduro… A Silvia te ama muito, Bruno. E ela tem muito orgulho de você, também.
Bruno (chorando, abraça Luciana).

CASA DE SORAYA/SALA.

ROSÁRIO ASSISTIA TELEVISÃO, QUANDO TOCA A CAMPAINHA.

Rosário (grita) – Já vai! (se levanta e vai abrir a porta).

SORAYA ENTRA NA SALA E FICA OBSERVANDO EM UM CANTO.

Rosário (abre a porta) – Bom dia!
Bernardo – Bom dia. Eu queria falar com a Soraya.

SORAYA APARECE EM FRENTE A ELE.

CASA DE CULTURA/SALA DE LUCIANA.
SENTADA EM SUA MESA, LUCIANA CONVERSAVA ANIMADA COM SILVIA E MARCELO.

Luciana – Demorou, mas eu te conheci, Marcelo. Fique sabendo, que a Silvia só me falou muito bem de você, hein…
Marcelo – Eu não esperaria outra coisa dela. (sorri)
Luciana – Hum… Já vi tudo… (ri).
Silvia – Luciana… Olha os seus pontos, minha querida.
Luciana – Não se preocupe, meu amor, eu tô cuidando muito bem deles. Tão cedo eu não faço questão de entrar em um hospital… A não ser, pra tirar de uma vez esses pontos, é claro. (sorri).
Silvia – E você vai mesmo pro Rio?
Luciana – Eu não vou me mudar pra lá, a minha vida é aqui agora. É isso aqui… (olha em volta) – Mas eu preciso de um tempo sim, até mesmo pra me recuperar melhor. Por dentro e por fora. (sorri).
Marcelo – A gente vai ficar esperando.
Silvia (brinca) – E vai ligar, se precisar de alguma coisa. (ri)
Luciana – Liga, liga sim. E se não precisar, também. Nem que seja pra saber de mim. E pra me contar como andam as coisas com o Bruno, também…. Eu dei uma passada lá na sua casa, bati um papo com ele, e eu acho que você vai ter uma boa surpresa quando voltar pra casa.
Silvia – Será?

CASA DE SORAYA/QUARTO DE SORAYA.

BERNARDO E SORAYA CONVERSAVAM, SENTADOS NA CAMA DELA.

Soraya (surpresa) – Viajar?
Bernardo – Eu tô precisando tirar umas férias. O que você acha da Grécia?
Soraya (sorri animada) – Grécia? Do Olimpo? (ri)
Bernardo (ri, passando a mão no cabelo dela) – É, essa Grécia, aí mesma… Eu só não sei se você vai encontrar um Hércules, por lá.
Soraya (beija ele) – Você é o meu Hércules. E o meu Eros, e o meu Zeus, e o Olimpo inteiro. (sorri).
Bernardo – Dessa vez eu te prometo que vai ser diferente. Sem segredos, sem flagrantes, sem culpa… Esquece tudo o que eu disse aquele dia no hospital, eu tava uma pilha… Eu sou louco por você Soraya, desde aquela noite na janela…
Soraya – Eu tava lembrando, faz pouco tempo, mesmo, daquela noite… E a Luciana?
Bernardo – Como ela mesma me disse… Depois de dez anos juntos, e de dois filhos, tudo o que eu posso querer é que nós nos tornemos queridos amigos.
Soraya (beija Bernardo).

 

UM ANO DEPOIS…

Petrópolis – RJ [MANHÃ]

CASA DOS FERNANDES/JARDIM.

TODOS COMEMORAVAM O ANIVERSÁRIO DE UM ANO DE GABRIEL.

Luciana (fala com Silvia com o filho no colo. Alegre) – E o Bruno, não pôde vir?
Silvia (abraçada com Marcelo) – Tá de prova na faculdade…
Luciana – Que pena. Logo ele que é o padrinho…

CHEGA BERNARDO DE MÃOS DADAS COM CLARINHA, QUE TEM O VESTIDO SUJO DE LAMA.

Bernardo – Eu disse pra ela não ficar se jogando na terra…
Silvia – Mas também, choveu o dia todo, ontem, essa terra tá um lamaçal…
Luciana – Leva ela pra trocar esse vestido, pelo amor de deus Bernardo.
Bernardo – E ela tem outro pronto?
Luciana (ri) – Sei lá, dá um jeito.  A filha também não é sua? Depois você que não vá me pedir pra ficar uma, duas semanas com eles lá no Rio, que não vai colar, hein… Se não consegue nem trocar um vestido…
Bernardo (coloca Clarinha nas costas) – Pode deixar, que eu vou arranjar um vestido ainda mais bonito do que esse pra ela. Nem que eu tenha que arrancar as suas cortinas… (ri e entra em casa com Clarinha).

Luciana (grita para ele) – Olha que eu vou colocar o preço das cortinas no valor da pensão, hein… (ri).
Silvia – Ele tá adorando essa coisa de pai solteiro, não tá?
Luciana – E quem é que não gosta? Não tem que brigar, não tem que colocar de castigo… Ele mima à vontade, e depois sou eu que fico de vilã na hora de disciplinar. Mas tudo bem…
Marcelo (fala baixo) – E a Soraya? Eles não tão mais juntos?
Silvia (cutuca Marcelo) – Por que? Tá querendo pegar, é?
Luciana – Só se você tiver disposto a voar pra Grécia, meu amor. Parece que eles foram fazer uma espécie de lua de mel por lá, e ela acabou dando um pontapé intercontinental nele. (ri)

ATENAS – GRÉCIA – NOITE

MANSÃO DE ORESTES/SALA DE JANTAR.

SORAYA JANTAVA COM SEU MARIDO, ORESTES.

Orestes – O que foi meu amor, você tá triste?
Soraya – Não, não é isso. Eu acho que tô com saudade de casa, só isso…
Orestes (coloca sua mão sobre a dela) – Você quer voltar pro Brasil?
Soraya (sorri) – Não. Eu me sinto bem aqui com você… Me sinto segura. (o beija).

 

BRASIL

Petrópolis – RJ [MANHÃ]

CASA DOS FERNANDES/QUARTO DE LUCIANA

LUCIANA ENTRA NO QUARTO E ENCONTRA BERNARDO NA SACADA. ELA SE JUNTA A ELE E OS DOIS OLHAM PARA OS CONVIDADOS LÁ EMBAIXO, E PARA SILVIA E MARCELO BRINCANDO COM CLARINHA E GABRIEL.

Luciana – No que você tá pensando?
Bernardo – Eu tava pensando, que não foi uma má ideia comprar essa casa afinal de contas.
Luciana – Eu adoro esse lugar, essa cidade… Eu adoro a vida que a gente tem agora. Eu aqui, você lá…
Bernardo – Amigos… (sorri).
Luciana – E não é bom?
Bernardo – Pra mim é a melhor coisa do mundo ter uma amiga como você.
Luciana (sorri) – Eu não podia ter escolhido pessoa melhor pra ser o pai dos meus filhos. (OS DOIS SE ABRAÇAM COM AMIZADE).

 

FIM!

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