Maria Madalena

Capítulo 04 – Maria Madalena

Capítulo 04 – Maria Madalena

São Paulo – SP

Agência de turismo. Sala de Lucas. Fim de tarde.

Lucas esta em sua sala revisando uns documentos da agencia com o Beto quando o telefone celular de Lucas toca.
Lucas atende. Do outro lado da linha é um policial pedindo para confirmar se ele conhecia João Barreto.

LUCAS AO TELEFONE: Sim, é meu pai.

BETO: O que esta acontecendo? – pergunta preocupado – você ficou branco.

Lucas faz sinal para Beto ficar em silencio para que ele pudesse ouvir o policial no telefone.

LUCAS AO TELEFONE: Sei sim onde é… Mas porque… Já estou indo pra lá.

Lucas desliga o telefone, meio pálido e tremulo, e se encaminha para a porta.

BETO: Lucas espera… Me conta o que aconteceu – desse, preocupado com a reação de Lucas.
LUCAS: Era da policia, eles me disseram que o meu pai morreu em um acidente de carro e pediram para que eu fosse ao IML para reconhecer o corpo.
BETO: Então eu te levo, porque você não tem nenhuma condição de dirigir – disse indo pegar um copo de água no mini bar de Lucas.
LUCAS: você tem razão.
BETO: Toma, bebe um pouco de água – entregando um copo de água pra Lucas, que pega e começa a beber – E a sua mãe. Você vai ligar para ela?
LUCAS: Ainda Não, quero confirmar primeiro se é ele antes de falar qualquer coisa para ela.
BETO: Você está certo, é melhor não atormentar ela antes de ter certeza de tudo.
LUCAS: vamos logo – já abrindo a porta da sala.

Ilha Comprida – SP.

No restante/bar beira de praia, o RICO’S. Inicio da noite.

Madalena esta indo servir uma mesa e, deixa cair no chão à bandeja que carregava não mão após ouvir a noticia que estava passando na TV.
Na TV o jornalista esta confirmando a morte do empresário João Barreto, mas que Madalena reconheceu como sendo o Nuno pela foto que estava sendo mostrada na TV, em um trágico acidente de carro.
Na mesma hora, Rico segurou Madalena que estava preste a desmaia por causa da noticia.

MADALENA: É ele!

Rico senta Madalena em uma cadeira.

MADALENA: É ele!
RICO: Ele quem?
MADALENA: O Nuno!
RICO: Então ele é…
MADALENA: Sim, ele é o – e ela desmaia.
RICO: Fafá! Me traz alguma coisa com álcool – Ainda segurando Madalena no colo – Rápido Fafá.

Fafá chega carregando uma garrafa de tequila.

FAFÁ: Foi a primeira coisa que vi – disse ao ver a cara de Rico.

Rico balança a cabeça em negativa, mas pega a garrafa e aproxima a boca da garrafa do nariz de Madalena para que ela sinta o cheiro do álcool.
Madalena reage e todos ficam aliviados.

RICO: Fafá fica de olho em tudo, que eu vou levar a Madá no Hospital.
MADALENA: Não, não precisa Rico… Eu já estou bem.
RICO: Você tem certeza?
MADALENA: Tenho sim, só preciso um pouco de água.
RICO: Fafá o que você ainda esta fazendo aqui vai logo buscar o copo de água pra ela.

São Paulo – SP.

Casa da família Barreto. De Noite.

Elizângela entra na sala da casa de Bárbara, e vai direto ao seu encontro no centro da sala, onde Bárbara está, e dar um abraço apertado nela.

ELIZÂNGELA: Bárbara eu vim assim que soube. Meus pêsames.
BÁRBARA: Obrigada minha amiga – se sentam no sofá.
ELIZÂNGELA: O Edgar foi para o IML, para ajudar o Lucas no que ele precisar.
BÁRBARA: Eu fico muito grata, acho que o Lucas vai precisar mesmo, ele estava tão abalado quando me legou.
ELIZÂNGELA: Eu imagino, não deve estar sendo fácil pra ele ter que resolver tudo com a policia.
BÁRBARA: Pois é, eu não consigo entender como isso foi acontecer.
ELIZÂNGELA: Pelo que entendi foi um acidente na estrada, na saída da cidade.
BÁRBARA: Isso também, para onde ele estava indo uma hora dessas, já fazia um tempo que ele não fazia mais viagens de trabalho, ainda por cima sem me avisar.
ELIZÂNGELA: Não se atormente agora amiga, vamos esperar o Lucas e o Edgar chegarem, provavelmente eles terão mais informações para nos dar.

Bárbara começa a chorar.
Elizângela tenta conforta a amiga dando mais um abraço. Mas vendo que não foi suficiente resolve pedir um copo de água para Bárbara, para que ela se acalme.

ELIZÂNGELA: Neidiane! – gritando.

Neidiane entra na sala apressada e chorando…

ELIZÂNGELA: Traz um copo de água com açúcar para sua patroa.
NEIDIANE: Si…Si…Sim Senhora. – e corre para cozinha.

Ilha Comprida – SP.

No restante/bar beira de praia, o RICO’S. De Noite.

Rodrigo entra correndo desesperado no RICO’S e olha para a Fafá com um olhar de fuzilamento.

RODRIGO: Onde é que ela está?
FAFÁ: No escritório – apontando pra cima.

Rodrigo sobe as escadas por trás do balcão entra no escritório. Ignorando a presença do irmão vai direto até Madalena e a abraça.

MADALENA: Eu estou bem, foi só um mal estar.
RODRIGO: Quando eu soube só pensei em vim ver você – ainda abraçando Madalena.
MADALENA: Você já pode me soltar, eu já disse que estou bem.
RICO: E quem foi que lhe falou que ela passou mal… Nem precisa me falar, deve te sido aquela fofoqueira da Fafá.

Rodrigo faz que sim com a cabeça.

Em frete a Delegacia Polícia Militar. De noite.

Lucas sai da delegacia junto do advogado Dr. Ferrazo e de Edgar Gouveia, amigo da família. Encostado no carro de Lucas está Beto, esperando pelo amigo.

LUCAS: Obrigado Edgar por sua ajuda!
EDGAR: Claro Lucas, não precisava nem agradecer. Estou indo para casa da sua mãe, você quer uma carona.
LUCAS: Não precisa, meu carro está logo ali – disse apontando para seu carro – E o Beto vai dirigindo.
EDGAR: OK, agente se ver lá então. – ele aperta a mão de Lucas e em seguida a do Dr. Ferrazo. Vai até seu carro e entra.
LUCAS: Dr. Ferrazo, muito obrigado por ter vindo, não sei o que faria sem você.
DR. FERRAZO: Sempre que precisar… Além de quer o seu pai era um grande amigo meu.
LUCAS: Claro…
DR. FERRAZO: Vou passar na funerária e depois no IML para acerta tudo par o velório. Em seguida passo na sua casa para lhe informar de tudo.

Lucas se despede de Dr. Ferrazo com um aperto de mãe e vai ao encontro de Beto.

BETO: E então, eles explicaram alguma coisa?
LUCAS: Não muito, só que foi um acidente… Me disseram que ele tentou desviar de um carro que entrou na contramão e perdeu o controle do carro e caio em um barraco.

BETO: É eu vi mais ou menos isso nos noticiários pela internet.

Lucas entra no carro. E Beto faz o mesmo e liga o carro. O carro de Edgar passa por eles e buzina. Beto buzina em resposta. Beto acelera e
sai com o carro de onde está parado e segue o carro de Edgar Gouveia.

Uma semana depois.

São Paulo – SP.

Agência de turismo. Sala de Lucas. De Manhã.

Lucas abre a porta do seu escritório para receber Dr. Ferrazo, advogado da família que tinha marcado de falar com ele sobre um assunto importante.

LUCAS: Oi Dr. Ferrazo! – apertando a mão dele – Em que posso ajuda-lo?

Lucas aponta para uma poltrona no canto da sala.

LUCAS: Sente-se, por favor… Bebe alguma coisa?
DR. FERRAZO: Não obrigado – sentando-se na poltrona.

Lucas se senta em um sofá que fica de frete para a poltrona que o Dr. Ferrazo se sentou.

Ilha comprida – SP.

Praia próxima à casa de Madalena. De manhã.

Madalena esta sentada na areia, aproveitando sua manhã de folga junto a sua amiga Fafá e seu filho Leo. Leo esta brincando com um coleguinha ali próximo que também esta aproveitando a manhã de sol com sua mãe. Enquanto que Fafá esta sentada ao lado de Madalena colocando a fofoca em dia.

FAFÁ: E então Madá, você não vai me contar o motivo de você ter passado mal quando viu aquela noticia? Você o conhecia?
MADALENA: Deixa de besteira mulher, como que eu ia conhecer um empresário rico como aquele senhor do noticiário!
FAFÁ: Não sei, por isso que estou perguntando.
MADALENA: Não Fafá! Eu já falei que eu nunca vi esse homem na minha vida.
FAFÁ: E porque você passou mal então?
MADALENA: Não sei, deve ter sido uma queda de pressão.
FAFÁ: Na sua Idade!
MADALENA: Pode acontecer com qualquer um. Agora vamos mudar de assunto que esse já deu ok.
FAFÁ: E que tal agente falar daquele assunto. – Apontando para o mar, ode um homem estava saindo da água.

Madalena olha para o mar para ver para onde Fafá apontava, e viu que ela apontava para um homem que estava saindo da água, mas por causa do sol, ela não consegue reconhecer que é. Mesmo assim não consegue não reparar nos atributos físicos desse homem. Alto, moreno, com um corpo bem definido e só de sunga vermelha. Ela até se abana de tanto calor.

MADALENA: Esse assunto sim é um bom assunto.
FAFÁ: Ou se é!

As duas começam a rir.
Ao ver que esse homem vinha em sua direção, Madalena fica um pouco nervosa, mas logo percebe que esse homem é o Rodrigo.

São Paulo – SP.

Agencia de turismo. Sala de Lucas. De manhã.

LUCAS: Sim eu sei que, além de advogado você é um grade amigo da família e principalmente do meu pai. Mas o que isso tem haver com essa conversa e o que de tão importante o senhor tinha para me falar.
DR. FERRAZO: Não sei nem como dizer, mas parece que seu pai estava adivinhado que ia morrer.
LUCAS: Como assim?
DR. FERRAZO: Uns dais antes do acidente ele atualizou seu testamento… E não é só isso, ele pediu que eu lhe entregasse algo caso uma fatalidade como essa viesse a acontecer.
LUCAS: E o que seria isso?
DR. FERRAZO: Uma carta.
LUCAS: Uma carta?
DR. FERRAZO: Sim – pegando a maleta e retirando a carta de dentro.

Depois de entregar a carta para Lucas, Dr. Ferrazo se levanta e agradece por Lucas tê-lo recebido. E antes de ir embora fala que se precisasse dele após ler a carta que o procurasse que ele o ajudaria no que fosse necessário.
Lucas então meio desconfiado volta a se sentar no sofá e abre a carta para lê-la.

“Lucas meu filho.”

“Eu sei que nuca fui um exemplo de pai. E que nem sempre esteve presente quando você precisou. Mas quero que saiba que sempre te amei, e amei muito, como só um pai pode amar. Você vai saber como é quando tiver um filho…”
Lucas faz uma pausa para dar uma respirada, enquanto uma lágrima escorre do seu olho. Após enxugar a lágrima volta a ler a carta.
“O que vou contar agora é um pouco difícil, mas espero que você me compreenda e não me julgue. Oito anos atrás, durante uma viagem de negócios a cidade de Ilha Comprida, eu conheci uma garota. Ela estava dançando em uma roda de dança na praia e quando ai vi não consegui evitar de me encantar por ela. Ela dançava tão bem, e ela era tão linda e durante o pouco tempo que passei com ela, me senti tão vivo . Com já deve ter dado pra imaginar e acabei sendo infiel a sua mãe, mas foi só uma vez, e nunca mais a vi nem tive noticias dela. Até pouco tempo atrás, quando fiquei curioso a respeito do paradeiro dela e decidi investigar. Foi ai que veio a noticia que me surpreendeu, ela teve um filho, um filho meu…”


Lucas fez mais uma pausa. Desta vez, meio perplexo com o que acabara de ler.

LUCAS: Um filho! Mais como?

E voltou a ler a carta.

“Sei que o que vou te pedir agora provavelmente vai sem meio difícil para você, mas quero que você procure essa garota, Maria Madalena, e meu filho, Leonardo, e os ajude no que eles precisarem e que quando for realizada a leitura do testamento que você os apoie, pois conhecendo sua mãe como eu conheço, não vai ser nada fácil para eles chegar a fazer parte dessa família.”
Lucas fez mais uma pausa para assimilar o pedido que o pai deixou escrito naquela carta.
“Mai uma vez, me desculpe se não fui o pai que você merecia, mas quero que sempre lembre que eu te amo.

João Barreto”


LUCAS: João Barreto – ele leu essa ultima parte em voz alta.

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