Capítulo 04 “A OUTRA” (PENÚLTIMO CAPÍTULO)

“A OUTRA”

[CAPÍTULO 04/PENÚLTIMO CAPÍTULO]

ORIGINAL DE: DIOGO MACHADO

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CASA DOS FERNANDES/SALA

Silvia (brava): Vamos falem, o que está acontecendo aqui?

Bernardo (vai até Silvia): Silvia,calma. Não é nada disso do que você está pensando, eu juro.

Silvia: Não precisa me dizer nada Bernardo, eu já vi tudo, e sinceramente eu esperava muito mais de você. Traindo a sua mulher com a babá enquanto ela está lá em recuperação no hospital com o seu filho que recém nasceu, eu não acredito!

SILVIA SE APROXIMA DE SORAYA E DÁ UM TAPA NO ROSTO DELA

Silvia: Sem vergonha! Como você teve a coragem de fazer isso com a mulher que te deu um emprego sem nem te conhecer direito? Que te colocou dentro dessa casa como uma amiga, uma irmã…Sua ordinária.

Bernardo: Espera ai Silvia, tudo bem você brigar comigo, mas fui eu, fui eu que agarrei a Soraya, ela não teve culpa de nada.

Silvia: Sinceramente Bernardo eu…Eu deveria contar tudo para a Luciana, mas eu não vou. Mas saiba também que não é por você que eu não vou contar, entendeu? É pela minha amiga, que está lá frágil e sensível naquela cama de hospital precisando de apoio. Porque eu sei reconhecer a amiga que eu tenho, por que eu gosto da Luciana de verdade.

Bernardo: Por favor Silvia, tudo bem que o que você viu aqui foi errado, eu admito. Mas você não queira duvidar do meu amor pela Luciana.Eu a amo acima de tudo e de todos, e seja lá o que você estiver pensando, eu não te dou o direito de entrar na minha casa e me acusar desse jeito, querer dizer pra mim o que eu sinto ou deixo de sentir pela mãe dos meus filhos, pela mulher com quem eu estou há mais de dez anos.

Silvia: Entendi Bernardo, eu entendi muito bem. Meus parabéns, que bela demonstração de amor.(vai embora).

Soraya: Me desculpe seu Bernardo, eu não sei o que aconteceu comigo.

Bernardo: Que isso Soraya,nem pense em uma coisa dessas. Quem pede desculpas sou eu, a culpa foi minha…Mas agora é melhor você ir pra casa dormir, que amanhã agente vê como vão ficar as coisas.

Soraya: Tudo bem, então tchau e até a manhã.

Bernardo: Boa noite.

Soraya (vai embora).

[MANHÃ]

HOSPITAL/QUARTO DE LUCIANA

BERNARDO FAZIA COMPANHIA PARA LUCIANA.CHEGA SILVIA.

Silvia: Ela está dormindo?

Bernardo: Está!

Silvia: Então venha até a cantina comigo. Eu quero falar com você.

CASA DE SORAYA/COZINHA

SORAYA E SUA MÃE TOMAVAM CAFÉ DA MANHÃ

Rosário: Eu não acredito Soraya, menina você não tem vergonha de nada?

Soraya: Que isso mãe se acalma ai, foi só um beijo, e curto…Sim né,por que agente mal tinha começado e aquela perua estraga prazeres já entrou parecendo uma louca lá.

Rosário: Você hein…Mas me diz, o que é que ele fez depois, ele brigou com você?

Soraya: Que nada. Aquele ali tá caidinho por mim, ele até disse que a culpa era dele que eu não tive culpa e não sei mas o que…Mas escreve o que eu tô te falando, agora que pegaram a gente no flagra eu duvido que ele volte a me procurar. Deve tá morrendo de medo da amiguinha da mulher dele…

Rosário: E você?

SORAYA: Se ele não vier atrás de mim, sou eu quem vou atrás dele. O que eu sei é que de jeito nenhum eu vou perder pra aquela sem graça da dona Luciana…

HOSPITAL/CANTINA

Silvia :…Olha aqui Bernardo, eu não tô dizendo que você fez foi certo, ou então que eu entendo a sua atitude, não é içou só vim dizer pra você que eu sinto muito pela minha atitude ontem à noite, afinal de contas, como você mesmo disse, era a sua casa. Mas você também precisa entender que a Luciana já fez muito por mim, e eu não gosto de ver ela sendo enganada, ainda mais estando em um estado desses, impotente aqui nesse hospital.
Bernardo: Quem tem que pedir desculpas sou eu Silvia, eu não sei o que aconteceu comigo ontem e eu juro que não vai se repetir.

Silvia: Então está bem, vamos passar uma borracha nesse assunto e esquecer que um dia isso aconteceu tudo bem?

Bernardo: Tudo bem. Agora eu preciso ir literalmente voando pro Rio que eu tenho uma reunião importantíssima hoje, e eu consegui um helicóptero que sai daqui a dez minutos.

Silvia: Vai despreocupado, eu fico aqui tomando conta da Luciana.

Bernardo: Muito obrigado.

CORREDOR.

ANTES DE IR EMBORA, BERNARDO OLHA PARA O FILHO NA INCUBADORA.

Bernardo(acena): Tchau meu filho!

CASA DOS FERNANDES/JARDIM

SORAYA CHEGAVA PARA TOMAR CONTA DE CLARINHA.

Soraya: Oi Carinha, eu vim ficar com você.

Clarinha: Eu não quero, eu não gosto de você.

HOTEL PLAZA/QUARTO DE THÉO

THÉO MANDAVA UMA MENSAGEM DE CELULAR PARA SILVIA

Théo: Você pensa que se livrou de mim meu amor?(ri).

CASA DOS FERNANDES/JARDIM

Soraya(brava): Que história é essa agora, hein sua pestinha?

Clarinha: Não me chama assim (pisa no pé dela e entra em casa)

Soraya: Ai!Você me paga.

RIO DE JANEIRO/RJ

MARINI/SALA DE REUNIÕES

BERNARDO SE REUNIA COM EMPRESÁRIOS FRANCESES

Bernardo: Je suis prêt à vendre mon stock de trente céto ompany pour vous, mais vous devrez payer le double, après plus de neuf pays concernés.( Eu estou disposto a vender trinta por cento das ações da minha empresa a vocês, contudo vocês terão que pagar o dobro afinal a mais de nove países interessados).

Pierre: Parfait, mais nous acceptons que nous pouvons signer les papiers? Sedo Le plus sera le mieux.(Perfeito, nós aceitamos mas já podemos assinar os papéis?Quanto mais cedo melhor).

Bernardo: Bien sûr! (é claro!).

PETRÓPOLIS/RJ

CASA DOS FERNANDES/COZINHA

SORAYA FAZIA CLARINHA COMER À FORÇA, COLOCANDO A COMIDA NA BOCA DELA.

Clarinha(Chorando): Eu não tô com fome, eu já disse…

Soraya: Então vai ter que comer sem fome, mesmo. Azar o seu.(coloca a comida na boca dela).

Clarinha: Sua chata!

Soraya(da um tapa na mão dela): Você me respeita sua peste, me respeita.

HOSPITAL/QUARTO DE LUCIANA

SILVIA ESTAVA SENTADA EM UMA POLTRONA AO LADO DA CAMA DE LUCIANA, QUANDO SEU CELULAR TOCA E ELA VÊ QUE TEM UMA MENSAGEM DE THÉO.

Silvia (lê a mensagem)

Mensagem:

“ Você ainda não está livre de mim meu amor,. Eu estou mais perto do que você imagina, e cuidado! Eu vou te pegar.”

Silvia (olha ao redor do quarto apavorada).

ALGUNS DIAS DEPOIS…

PETRÓPOLIS/RJ

[NOITE]

MOTEL/QUARTO.

BERNARDO E SORAYA CONVERSAVAM DEITADOS NA CAMA

Bernardo (beija o ombro de Soraya): Amanhã a nossa farra acaba.

Soraya: Ela sai do hospital amanhã?

Bernardo(faz sinal de sim com a cabeça)

Soraya(chateada): Já? Faz tão pouco tempo… a situação dela não era grave?

Bernardo (passa a mão pelo corpo dela): Ah meu amor, não faz assim. Você sabe que eu gosto da Luciana, ela é a mãe dos meus filhos…

Soraya: Mas é por mim que você é apaixonado…Agora eu quero só ver a gente se encontrar em motelzinho o tempo todo. Com ela em casa, em recuperação, você vai ter que ficar vinte quatro horas grudado nela.

Bernardo (sorri com malícia): E você na Clarinha…Você mesma não disse que achava lá em casa mais emocionante?

Soraya (beija a boca dele): Eu quero só ver. Eu pensei que depois do flagra que aquela amiga intrometida da sua mulher deu na gente, você nunca mais ia querer saber de mim.

Bernardo: Não foi você mesma quem disse que eu sou apaixonado por você? Não ia ser uma situação desconfortável como aquela que ia pôr fim em uma atração tão forte assim.

Soraya: Eu acho bom. Você sabe que se você fugir eu te pego, né?

Bernardo(passa a mão no cabelo dela): Não se preocupa princesa. Eu tenho noção do perigo.(ri e a beija)

NA MANHÃ SEGUINTE…

CASA DOS FERNANDES/QUARTO DE LUCIANA E BERNARDO

DEITADA EM SUA CAMA, LUCIANA CONVERSAVA COM SILVIA

Luciana (sorri): Ah, você não faz ideia do quanto é bom estar em casa de novo. Eu morro de horror daquele ambiente frio de hospital, aquela tensão…Eu posso entrar lá com um resfriado que seja, e mesmo assim ficar morrendo de medo.

Silvia: Graças a Deus parece que tá tudo voltando ao normal outra vez. Faz mais de uma semana que o Théo não me procura. Eu espero realmente que ele tenha ido embora, tenha desistido de vez.

Luciana: É, tomara…Mas me conta e a casa de cultura, como vai? Sim por que nós duas estamos aqui e até agora não aparecemos lá.

Silvia: Calma, fica tranquila está tudo bem, o Marcelo está lá cuidando de tudo.

Luciana(confusa): Marcelo? Por acaso eu fiquei em coma todos esses dias? Eu não me lembro de nenhum Marcelo. (ri)

Silvia: Não, você não ficou em coma não. O Marcelo é um amigo, professor de arte que ficou super entusiasmado com a ideia da casa de cultura e que eu convidei pra trabalhar com a gente pouco antes do seu acidente…Eu ia esperar pra tratar desse assunto com você, mas…

Luciana: Que isso, imagina. A Casa é tanto minha quanto sua. E depois se você acha ele qualificado…Só não vai me dizer que tem uma paquera por de trás dessa contratação de última hora.(ri)

Silvia: Deus me livre. Se ter o Théo no meu calcanhar nesses últimos dias serviu pra alguma coisa, foi pra eu decidir que não quero saber de homem por um bom tempo…Mas que ele é bonito, ah isso é.(ri)

Luciana(da um pequeno empurrão de brincadeira na amiga): Safadinha…(sorri)

Silvia: Agora você me da licença que eu tenho que passar em casa para pegar umas coisas e depois eu vou direto para a casa de cultura ver como o terceiro mosqueteiro está cuidando das coisas.(sorri).

Luciana(sorri): Vai amiga. Vai e manda um beijo pra ele, ou melhor, dá um beijão nele.(ri)

Silvia(lhe da um beijo no rosto): Para….(sorri e vai embora)

SOZINHA, LUCIANA SE LEVANTA E VAI ATÉ O BERÇO DE SEU FILHO GABRIEL.

Luciana: A mamãe já volta, tá bom?(dá um beijo nele.).

LUCIANA SAI DO QUARTO E VAI CAMINHANDO PELO CORREDOR EM DIREÇÃO A SALA. QUANDO ESTÁ DESCENDO AS ESCADAS, ELA VÊ BERNARDO E SORAYA SE BEIJANDO NO SOFÁ, E ENTÃO ACABA SE DESEQUILIBRANDO E ROLANDO ESCADA ABAIXO.

QUANDO PERCEBE O QUE ACONTECEU, BERNARDO CORRE PARA AJUDAR A ESPOSA, ENQUANTO SORAYA LIGA PARA O HOSPITAL.

Soraya (nervosa): Alô! Eu preciso de uma ambulância, urgente…

HOSPITAL/CORREDOR

OS MÉDICOS PASSAVAM COM A MACA, ENQUANTO BERNARDO OS ACOMPANHAVA APREENSIVO.

Bernardo: Ela vai ficar bem doutor? A minha mulher vai ficar bem?

Médico: Agora não se pode dizer nada seu Bernardo, mas o estado é grave, com licença.(os médicos entram em uma sala com a maca, deixando Bernardo a sós com Soraya no corredor do hospital)

Soraya(coloca a mão no ombro e Bernardo): E agora, meu amor?

Bernardo(tira a mão dela e a olha com desprezo): Eu não sei. Eu só sei que eu quero você bem longe de mim.
Soraya: O que?
Bernardo: É isso mesmo que você ouviu. Fica longe de mim e da minha família Soraya, longe.(se afasta dela)

CASA DE CULTURA/SALA DE SILVIA

SILVIA CONVERSAVA DISTRAIDAMENTE COM MARCELO.

Silvia (rindo):…Ela desconfia que eu esteja a fim de você, por isso o emprego.

Marcelo (sorri): Você sabe que pra mim ia ser uma honra.

Silvia: E você sabe que eu estou fechada pra balanço por um bom tempo.

Marcelo: Tá certo. Mas então quer dizer que a Luciana já está em casa de novo?

Silvia(alegre):Tá sim, e tá ótima. Ela e o bebê, O Gabriel. Um amor, você precisa ver…

(BATIDA NA PORTA)

Silvia: Pode entrar!

ENTRA RITA

Rita: Com licença, dona Silvia, mas tem um homem querendo falar com a senhora.

Silvia: Homem, que homem?

Rita: Ele mandou dizer que era o seu…primeiro amor.(acha graça)

Silvia (se levanta assustada): Não, pelo amor de Deus Rita, você não deixa esse homem entrar, e se ele insistir, chama a polícia, chama mesmo.

THÉO VAI ENTRANDO NA SALA

Théo: Tarde demais meu amor.(sorri) – Se você quiser, você mesma vai ter que ligar para a polícia.

CASA DE SORAYA/QUARTO DE SORAYA

REVOLTADA, SORAYA QUEBRAVA TUDO O QUE ENCONTRAVA PELO QUARTO

Soraya; Ah, mas se ele pensa que vai se livrar assim de mim ele está muito enganado. Eu disse que ia atrás dele, e eu vou. Se ele não vier me procurar, eu transformo a vidinha perfeita dele num inferno!

CASA DE CULTURA/SALA DE SILVIA

Marcelo (se levanta preocupado): Algum problema Silvia?

Silvia: Não, nada. Me dê licença por favor Marcelo. E você também Rita.

Marcelo: Com licença. (Marcelo e Rita saem da sala. Silvia fecha a porta e se vira para Théo)

Silvia: Por que você não me deixa em paz Théo, por que?

Théo(agarra ela): Porque sem você quem não fica em paz sou eu. Eu te amo.(a beija a força).

Silvia(se solta e limpa a boca): Mas eu não te amo, e também nem sei como eu pude, um dia amar um homem como você. Um louco, um  doente.

Théo: Você cale a boca(da um tapa no rosto dela). Você me respeite sua desgraçada, sua vagabunda.

Silvia(Chorando e sangrando): Você é um monstro Théo, um monstro.

Théo(aponta uma arma para ela): Eu avisei, você não quis me levar a sério não é mesmo, agora pelo menos aguente as consequências.

THÉO ESTAVA PRESTES A ATIRAR, QUANDO SILVIA O EMPURRA COM TODA FORÇA, E ELE ACABA QUEBRANDO A JANELA DE VIDRO ATRÁS DE SI E CAINDO DO SEXTO ANDAR DO EDIFÍCIO.

Marcelo (entra na sala agitado): Que barulho foi esse, o que aconteceu?

Silvia (chorando desesperada): Eu matei ele!

[FIM DO CAPÍTULO 04]