CAPÍTULO 03 – PAIXÃO FATAL

PAIXÃO FATAL – CAPÍTULO 03
UM PEDIDO FINANCEIRO

CENA 1. MANSÃO SANTELLI/SALA DE JANTAR/DIA.
Continuação do capítulo anterior…
ERNESTO — (irônico) Espero estar vivo pra ver isso acontecer.
BRUNO— Você vai ver sim. E vai ter que engolir meu sucesso.
Bruno levanta da cadeira e sai transtornado.
WANDA— Você não é mais o mesmo homem que eu conheci há muitos anos atrás, Ernesto.
Wanda sai da mesa e deixa Ernesto sozinho.
CENA 2. CASA DE CRISTINA/SALA/DIA.
Marina está arrumando uma bolsa. Cristina finaliza o curativo de Davi.
JULIANA— Tá tudo bem com você?
DAVI — Sim, tudo bem. Obrigado por ter ajudado.
JULIANA— Não foi nada… Eu tive medo de te perder.
Cristina se aproxima de Marina.
CRISTINA — Aonde você vai?
MARINA— Eu preciso falar com uma pessoa. Eu tenho certeza que ele vai poder me ajudar.
CRISTINA — Marina, eu te peço mais uma vez.
MARINA— Não adianta Cristina, eu vou até o fim.
Marina sai e Lídia se aproxima de Cristina.
LÍDIA— Cristina, o que aconteceu com o rosto da Marina?
CENA 3. CAFETERIA/DIA.
A DJ Nicole toma um delicioso café.
NICOLE— E então eu vou poder tocar na boate?
OLAVO— Calma meu amor, tem uns merdas que estão me dando trabalho, se hoje, eles não fizerem um bom trabalho, você começa amanhã mesmo.
NICOLE— E quando é que a gente se encontra de novo?
OLAVO— Hoje à noite, no seu apartamento. Ir para um motel tá cada vez mais perigoso… A Judith é uma Jornalista, ela pode acabar descobrindo. Agora eu preciso voltar pra boate.
Eles se beijam.
NICOLE— Estou contando as horas.
CENA 4. ESCRITORIO VILLAÇA/SALA DE ARTUR/DIA.
Artur recebe a visita inesperada de Tânia.
ARTUR— Meu amor, que surpresa boa.
TÂNIA— Estava com saudade do meu gato.
Tânia puxa a lapela do paletó dele e derreia-o sobre o sofá da sala.
ARTUR— Tânia, sua louca. Se meu pai descobre isso, ele me põe pra fora daqui.
TÂNIA— Ele jamais vai descobrir, eu tranquei a porta na chave… Eu quero apenas que você me ame, Artur.
Beijam-se e arrancam as roupas.
CENA 5. ESCRITORIO VILLAÇA/SALA DE SAULO/DIA.
Ernesto está em frente à secretária de Saulo.
SECRETÁRIA—Sr. Ernesto. Eu vou anunciá-lo ao Dr. Saulo.
ERNESTO— Não precisa, eu marquei com ele. Com licença.
Ernesto abre a porta da sala de Saulo.
ERNESTO— Bom dia, rapazes.
SAULO— Ernesto, que surpresa. A secretária não me avisou que eu tinha marcado com você.
ERNESTO — Se eu marcasse você inventaria uma desculpa pra não me atender.
SAULO— Mas porque você acha que eu faria isso?
ERNESTO— Sem mais delongas, Saulo. Você sabe por que eu vim aqui.

CENA 6. FACHADA DO JORNAL/DIA.
Marina desce do táxi, paga e encara o prédio do Jornal. Entra. Judith passeia pelo Jornal e dá de cara com Marina.
JUDITH— Olá, em que posso ajudá-la?
Judith encara Marina e se assusta.
JUDITH— Você é a/
CENA 7. ESCRITORIO VILLAÇA/SALA DE SAULO/DIA.
SAULO— Ernesto, infelizmente eu não posso me associar ao seu banco. Eu não preciso mais de você. Os meus negócios cresceram, se expandiram. O seu banco de merda não consegue mais suportar o meu sucesso.
ERNESTO— Seu canalha, você me paga.
Ernesto derruba objetos da mesa de Saulo e tenta avançar contra ele. Altino o acalma.
ALTINO— Ernesto, se acalma.
ERNESTO— Eu não vou ficar calmo até acabar com o seu cliente.
Saulo está sorrindo e apreciando o escândalo de Ernesto. Ernesto sai da sala, nervoso.
ALTINO— O banqueiro surtou de vez.
SAULO— Ele não se conforma com o meu sucesso, assim como muitos. Mas fazer o que?
CENA 8. JORNAL/DIA.
Marina tenta se desvencilhar de Judith.
MARINA— Por favor, eu preciso falar com o Dante.
JUDITH— Claro, a sala dele fica a direita.
Marina sai deixando Judith atordoada.
CENA 9. JORNAL/SALA DE DANTE/DIA.
Dante está concentrado no computador, quando ouve a porta.
DANTE— Judith, você sabe que não precisa bater na porta.
MARINA— Não é a Judith.
Dante bota os olhos sobre Marina e fica surpreso, levanta-se da mesa.
DANTE— Marina? É você mesma?
Marina não resiste e chora. Dante abraça-a.
DANTE— Que bom ter você de volta. Como você está?
MARINA— Estou bem. Senti tanta saudade de você, Dante.
DANTE— Eu também, Marina. Eu nunca consegui acreditar que você tenha feito aquilo.
MARINA— Dante, eu preciso da sua ajuda.
DANTE— Claro, eu tô aqui pro que você precisar.
Marina encontra os olhos de Dante e encara-os. Dante percebe o rosto de Marina.
DANTE— O que aconteceu com o seu rosto? Por que você está assim?
Marina vira-se de costas para que Dante não a veja.
MARINA— Acabei brigando com uma mulher na cadeia e ela me deu isso.
DANTE— Marina, não precisa se esconder. Você continua linda.
Dante abraça-a carinhosamente. Judith está na porta observando tudo, sai da porta decepcionada.
MARINA— Dante, não precisa fingir, eu sei que eu tô horrível.
DANTE— Não está não.
MARINA— Me desculpe por nossa história ter terminado assim… Mas eu sei que você já deve estar em outra. Eu também não quero/
DANTE— Eu confesso que depois que você foi presa, muita coisa mudou. Mas a gente pode/
MARINA— Não Dante. Não dá mais. Eu estou disposta a abrir mão de tudo pra poder me vingar do Saulo.
DANTE— Do que você está falando?
MARINA— Da minha vingança contra o Saulo Villaça. Ele acha que vai ficar por isso mesmo? Eu passei quinze anos presa e planejando tudo pra quando eu saísse/
DANTE— Marina, eu não estou te reconhecendo. Você vai estragar sua vida pra se vingar contra um homem que te botou na cadeia, que pode acabar com você em um segundo/
MARINA— Eu não vou aparecer assim na frente dele. É por isso que eu preciso da sua ajuda. Eu preciso de dinheiro Dante, de muito dinheiro.

João David Alves

Nunca reveles com facilidade o teu pensamento, nem executes nunca o que bem não tenhas ponderado. - William Shakespeare

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