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Menina Flor

Capítulo 01 – Menina Flor

Capítulo 01

Ano de 1997.
Fazenda da família Aguiar Cordeiro. Rafael chega em seu cavalo de uma longa cavalgada pelas terras da família.
Rafael: Vou falar uma coisa, essas terras que meu pai me deixou são umas belezuras.
Hugo: Com certeza patrão, eu às vezes dou umas voltas por aí e vejo como esse lugar é bonito.
Rafael: E como ficaram as coisas aqui em casa enquanto eu me ausentei?
Hugo: A dona Juliana tá tentando acalmar a filha do senhor, parece que ela teve cólica ou coisa do tipo e tá chorando.
Rafael: Carolina ainda é muito nova, ainda vai chorar muito.
Hugo: A menina é uma graça, e tem carinha de sapeca.
Rafael: É, com certeza Carolina vai ser uma grande menina, mas ainda assim eu preferia que tivesse nascido um menino.
Hugo: Relaxa patrão, quem sabe o senhor e a dona Juliana encomendam mais um?
Rafael: Que é isso? Mais respeito homem.
Hugo: Foi mau patrão, mas eu acho que se o senhor quer um menino devia tentar.
Rafael: Talvez, mas meu casamento com Juliana continua só por causa da Carol.
Hugo: Mas os dois tiveram uma filha e se quisessem podiam ter um filho.
Rafael, descendo do cavalo: Impossível. A Juliana engravidou por acidente, eu estava bêbado naquela noite. Hugo, leve meu cavalo para o celeiro.
Hugo: Sim senhor.

Quarto de Carol.
Juliana, com Carol no braço: Oh, minha linda, pode parar de chorar que a mamãe tá aqui, tá tudo bem.
Melissa: É uma bela criança, não é senhora?
Juliana: É, e pelo menos com ela por perto consigo manter meu casamento de pé.
Melissa: Quer dizer que a senhora só a quer para continuar casada com o senhor Rafael? E se ela não vivesse…
Juliana: Cale essa boca Melissa, ou você acha que eu sou tão fria a ponto de usar um bebê como trunfo?
Melissa: Não foi isso o que eu quis dizer. Eu só acho que se os senhores não estão felizes juntos, deviam tentar outros relacionamentos, vocês são jovens e…
Juliana: Você não tem que achar nada Melissa, entendeu?
Melissa: Sim senhora.
Rafael, entrando no quarto: Bom dia senhoritas.
Melissa, saindo do quarto: Com licença senhor.
Juliana: Posso saber onde o senhor estava?
Rafael: Fui cavalgar pelas minhas terras, por quê?
Juliana: Por nada, eu só acho que como pai você devia ser mais presente.
Rafael: Do que está falando? Eu sempre estou ao lado da Carol.
Juliana: Devia estar ao lado da mãe dela também, quer que a garota cresça numa família desestruturada em que o pai e a mãe não se relacionam?
Rafael: Não comece com suas chantagens emocionais.
Juliana: Eu só me preocupo com a saúde mental da nossa filha.
Rafael: Você não se preocupa com a criança, você só se preocupa com você mesma.
Juliana, irritada: Eu não permito que fale assim comigo.
Rafael: Quem usa uma criança para manter um casamento de faixada como você não tem o que permitir ou não.
Juliana: Olha, eu não engravidei sozinha.
Rafael: Você sabe que eu não estava em meu juízo perfeito.
Juliana grita: Você é um canalha.
Carol acorda e começa a chorar.
Juliana: Viu o que fez?
Rafael: Eu? Você gritou nos ouvidos dela.
Juliana: Saia daqui, me deixe cuidar dela, como sempre.
Rafael, saindo do quarto: Como quiser!

Cozinha. Melissa está lavando a louça e Rafael entra e vai logo a abraçando.
Rafael, abraçando Melissa: Minha linda.
Melissa, beijando Rafael: Hum, se não é o meu vaqueiro?
Rafael: Você sim é uma mulher que me satisfaz.
Melissa: E você é o patrão da minha vida (risos).
Rafael, dando mais beijos: Eu sei, e você a empregada da minha.
Melissa: Meu cavaleiro, e se eu sou a mulher da sua vida, por que você não casa comigo? Aí seremos oficiais.
Rafael, nervoso: Você já sabe porque meu bem, eu sou casado e tenho uma filha, não posso simplesmente expulsá-las e arranjar outra mulher de uma hora pra outra.
Melissa, empurrando Rafael: Como assim de uma hora pra outra? Que eu saiba, eu e você estamos nesse caso há meses, quase um ano.
Rafael: Eu sei, por mim eu expulsava aquela megera daqui em questão de minutos pra poder me casar com você.
Melissa: E por que você não faz isso? Você não tem porque continuar vivendo com essa perua.
Rafael: Porque ela tá com a minha filha, e uma briga na justiça pela criança era a última coisa que eu ia querer agora.
Melissa: Então deixa ela com a criança, você tem tantas terras e tanto dinheiro, é só pagar uma pensão pras duas. Você fique sabendo que eu não quero ser a outra pra vida inteira.
Rafael, com as mãos no rosto da amante: Olha, eu sei que isso tá ruim pra você, mas eu prometo que um dia isso vai mudar.
Rafael dá um último beijo em Melissa e sai da cozinha.
Melissa: Um dia, é? Esse dia tá demorando demais.

Jardim da casa. Melissa está varrendo a varanda quando Hugo chega sussurrando no seu ouvido.
Hugo, sussurrando no ouvido de Melissa: Oi minha flor.
Melissa, assustada: Ah! Ai, que susto seu paspalho.
Hugo: Oh Melissa, não me trata assim.
Melissa: Por que você não para de me encher a paciência?
Hugo: Você sabe que eu gosto tanto de você, podia me dar uma chance.
Melissa: Nem uma, nem duas, nem nada.
Hugo: Mas eu sou perfeito pra você.
Melissa: Até parece que eu ia me oferecer pra um simples empregado.
Hugo: Mas você também é empregada.
Melissa: Mas um dia eu vou ser a senhora Aguiar Cordeiro, a sua patroa.
Hugo: (risos), até parece.
Melissa: Qual é a graça?
Hugo: Você acha que um homem como o senhor Rafael olharia pra você?
Melissa, dando vassouradas em Hugo: Seu idiota, suma da minha frente.
Hugo, fugindo das vassouradas: Calma, eu tava brincando.
Melissa: Imbecil, ele vai ver se eu vou ser ou não a dona disso tudo.

Manhã seguinte. Rafael chega em casa depois de um passeio pelas roseira nas terras e encontra Juliana com Carol numa cesta.
Juliana: Bom dia, meu marido.
Rafael: Bom dia, o que está fazendo com a Carol nessa cesta?
Juliana: Eu vou levá-la pra dar um passeio pelo campo, pra ela conhecer as terras da sua família, que um dia serão dela, né?
Rafael: Que bom.
Juliana: Eu queria que você fosse conosco.
Rafael: Não, eu acabei de voltar das plantações de rosas.
Juliana: E o que custa pra você passear com a mulher e a filha?
Rafael: Nada, mas eu tenho que ir até a cidade.
Juliana: Você é um egoísta, isso sim.
Rafael, saindo da sala: Pense assim se quiser.
Juliana: Idiota. MELISSA!!!
Melissa entra correndo na sala: Sim dona Juliana.
Juliana: Eu vou dar um passeio com a Carol no sítio e quero que venha comigo.
Melissa: Mas eu tenho o que fazer aqui senhora.
Juliana: Eu sou a sua patroa Melissa, me obedeça.

Juliana e Melissa estão passeando em frente a um rio com uma cachoeira.
Juliana: Melissa, eu queria te pedir uma coisa.
Melissa: Sim senhora, a senhora é minha patroa.
Juliana: Não, é um pedido mais particular, se é que me entende.
Melissa: O que é?
Juliana: Eu reparei que o Rafael anda saindo muito de casa, e eu desconfio que ele esteja me traindo.
Melissa, nervosa: Traindo? Com quem?
Juliana: É isso que eu quero te pedir pra descobrir.
Melissa: A senhora quer que eu descubra se o senhor Rafael tem outra, é isso?
Juliana: Exatamente! Eu acho que aquele homem só pode ter encontrado uma vadia sem o mínimo de dignidade e fácil pra dar a ele prazeres.
Melissa dá uma bofetada em Juliana: Calada!

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