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Beira Mar

Beira-Mar: Capítulo 4

Beira-Mar.

Capitulo 04.

Na praia Marco tenta conter André.

Marco: Fica calmo, esse nervosismo todo não adianta de nada.

Sofia foi a unica que não se manifestou.

Artur enxuga lagrimas: Sofia? Tudo bem?

Sofia: Tudo bem? Você acha que pode estar tudo bem? Eu vi meu irmão, meu único parente, atirar em três pessoas, aliás, na minha cabeça, eu ainda estou vendo ele com aquela arma, eu não posso acreditar, só pode ser uma mentira!

André: Bem queria eu que fosse, mas é tudo verdade, seu irmão é um assassino!

Artur: Chega André! Seu insensivel, você tá ferindo a Sofia! Para de repetir isso.

André: Eu repito as vezes que eu quero, porque ele é! Um bandido! Capaz de atirar em pessoas que conhece!

Orfanato Beira-Mar.

Telma: Não, claro que pode Ivan, eu trato eles com todo o carinho possivel, tudo bem, até logo.

Lorena: O que aconteceu amiga?

Telma: Nossa, eu estou horrorizada com que o Ivan me contou, parece que um homem atirou em três pessoas lá na praia da Barra e uma dessas pessoas era mãe de dois filhos, que presenciaram a cena.

Lorena: Que horror, e o pior de tudo é que essas situações estão parecendo cada vez mais comum no nosso dia a dia, eu tenho medo que um dia isso vire banal.

Telma: Amiga, parece que vai virar mesmo, e nada nós, duas formigas humanas, podemos fazer. Bom, mas o fato é que três crianças vão vir pra cá, pro orfanato, enquanto ele resolve o que fazer.

Lorena: Você imagina como eles devem estar se sentindo agora? Com a cabeça toda revirada, temos que tratar eles com cuidado nas palavras, me dá tristeza só de pensar.

Telma: Eu sei, quando eles chegarem pode deixar que eu faço uma bela recepção, querida, e quanto a Amanda?

Lorena: Ah ela tá mais pra lá do que pra cá, anda tendo muitas crises respiratórias, mas eu tenho certeza que vai melhorar.

Telma: Sua filha é forte, vai ficar bem, e com todo o amor que você dá pra ela não há como se sentir triste.

Lorena: O Pedro vai buscar ela hoje na escola, eu falei que ele tem que participar mais da vida da filha, ele só pensa nesses negócios da empresa e esquece que tem uma família.

Telma: E ele disse o quê?

Lorena: Reclamou, mas vai buscar ela, eu sinto que ele é meio frio com todo mundo, inclusive comigo.

Telma: Desde que você conheceu o Pedro você sabe que ele é assim, e mesmo sabendo quis se casar…o resultado é esse, cherrie.

Lorena: Ah mas eu sou feliz com a minha vida, tá tudo nos conformes, nos eixos.

Telma bebe chá: Pra mim isso é comodismo.

De volta a praia…

Ivan: Marco, traz eles aqui, vou levar eles pra um lugar enquanto eu resolvo esse caso.

Marco: Tudo bem, vamos crianças.

André: Ir pra onde? Eu quero ver minha mãe, ver como ela está, sentir ela, o calor dela, da minha mãe.

Marco: Vocês vão ver a Izabel,prometo, mas agora não, ela está no hospital.

André: Mas eu quero ver ela agora!

Artur: Não dificulta, André, vamos seguir as ordens que é melhor.

Marco leva os três para a viatura, logo estão no orfanato.

Sofia olha pela janela: Orfanato Beira-Mar?

André: Orfanato? Você quer dizer que nossa mãe morreu e você vai largar a gente aqui?

Ivan: Calma gente, isso aqui é só por umas horas, enquanto eu resolvo a situação de vocês, é melhor ficar aqui do que na delegacia!

André: Isso é um pretexto pra abandonar a gente, seu mentiroso! E vocês só sabem pedir pra gente ter calma, mas se estivessem no nosso lugar estariam do mesmo jeito!

Artur tapa a boca do irmão: Aceite, André, é melhor ter calma, nervosismo não vai curar nossa mãe.

André: Ah, tá do lado do policial, agora? Não acredito!

Artur dá um tapa na cara do irmão: Chega, você não sabe o que é ficar quieto? Quanto mais você fala mais eu me lembro! Mais minha cabeça esquenta, mais eu sofro…- Ele põe as mãos sobre a cabeça.

André: E é pra lembrar mesmo! Você quer esquecer nossa mãe?

Artur: Eu quero orar por ela- Ivan abre a porta e os três saem.

André: Eu não estou entendendo a quietude dos dois! Vão ficar calados diante do que estão fazendo conosco?

Telma logo sai pra abir o portão: Olá, meu nome é Telma.

Ivan: Esses são Artur, André e Sofia, bom crianças eu tenho que ir mas em breve volto pra buscar vocês.

Artur: Que palavras secas, esse delegado nem se importa com a gente de verdade, na voz dele dá pra perceber, ele nem olhou pro nosso rosto.

André: Ele nunca vai voltar! Eu avisei pra vocês!

Telma tenta conter eles: Vai sim, agora entrem, aqui tem bastante criança pra vocês brincarem.

Artur: Francamente, você quer que a gente brinque em uma hora dessas?

Telma fica desconcertada: Bom..então entrem mesmo assim.

Lá dentro, os três se sentam no sofá, Telma e Lorena ficam observando o trio de longe.

Lorena chora: Eu tenho tanta pena…são só crianças e isso já acontece na vida deles!
Sofia logo se levanta, calada, com o rosto aflito se ajoelha para Artur e André.
Artur: O que foi, Sofia?

Sofia: Eu peço perdão, aos dois, de coração, me desculpem, se meu irmão não teve o senso de fazer isso eu preciso fazer- Ela se curva aos dois- Me perdoem- E chora- Por favor…

Artur se levanta e a puxa pelo braço, emocionado- Você não deve perdão pra ninguém, e nem tem culpa de nada, eu tenho certeza que o Samuel não fez aquilo de propósito, e que tudo vai voltar ao normal e vai dar certo, eu tenho certeza!- Os dois se abraçam e choram, Artur observa emocionado, assim como Telma e Lorena.

Enquanto isso no hospital…

Ivan está abatido, rondando de um lado para o outro.

Marco: Calma, delegado, não era você que estava exalando paciência?

Ivan: Eu falo aquilo da boca pra fora, Marco, quem pode ficar calmo diante de uma situação como essa? Eu já lidei com muitas situações horrendas mas essa foi a pior, espero que aquele podre morra na cadeia!

Marco: Eu sinto pelas crianças, devem estar atordoadas, mas nada posso fazer a não ser orar.

Ivan: E o pior é que eu não sei lidar com crianças, eu tentei não encarar nenhuma delas…ou seria pior, eu iria chorar e me descontrolar.

O médico chega.

Ivan: Doutor, graças a Deus, e aí, o que aconteceu com o Carlos, a Marta e a Izabel?

Fim do capitulo 04.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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