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Armadilha

Armadilha – Capítulo Oito

Escrito por Douglas Oliveira

ARMADILHA

 

Todos temos poder para matar em nossas mãos, mas a maioria das pessoas tem medo de usá-lo. Os que não têm medo controlam a vida.” – Richard Ramirez

Continuação imediata do episódio anterior

Cena 01-dia/intern(sala/entrada)/apartamento de Pedro

Pedro- Só pode ser algum tipo de brincadeira.

Gustavo- Também queria pensar assim. Recebemos uma denuncia e estamos apenas averiguando. Você vai ter que ir conosco para dar esclarecimento.

Pedro- Cara você é meu irmão, você me conhece!

Gustavo- Estou fazendo apenas meu trabalho. Essa não é a hora de misturamos as coisas.

Adriana- Encontramos apenas um notebook, vamos levar para perícia.

Pedro- Claro que não iriam encontrar nada!

Gustavo- Pedro, você tem que nos acompanhar até a delegacia.

Pedro- Cuide do nosso filho! (fala olhando estranho para Aline)

(todos saem do apartamento)

Corta para…

Cena 02-dia/intern(sala)/apartamento de Inês

Inês- Hora dessas o idiota do Pedro deve estar na delegacia dando depoimento!

Afonso- Não sei, isso não vai sair barato.

Inês- Mas é um merdinha mesmo. Ele que tente fazer algo comigo, isso não é um terço do que ele merece. Queria ser uma mosca pra ver a cara dele.

Afonso- Meu amor, agora a coisa vai ficar pior do que estava. Ele vai abrir a boca e nossa construtora vai desabar literalmente.

Inês- Ele não seria burro de fazer isso. Ele também é acionista, seria dá um chute na própria bunda. Além do mais, não tem como ele descobrir quem foi que denunciou.

Afonso- Mas ele vai deduzir.

Inês- Pois ele venha, ele não sabe o que aguarda ele!

Corta para…

Cena 03- dia/inter(sala)/delegacia

Gustavo- Não sabemos de onde partiu a denuncia, tentamos  rastrear mas não obtivemos sucesso. Queremos saber por que o seu nome surgiu como suspeito? E mais, por que essa denuncia tinha como certeza seu endereço?

Pedro- Eu que quero essas respostas. Alguém está querendo me prejudicar, só pode!

Gustavo- E quem seria? Essa denuncia é muito grave, se não for provada a pessoa que fez isso tem que responder criminalmente.

Adriana- Vamos para com esse papo de irmãos. Estamos tratando de um assunto sério.

Gustavo- Doutora tenha paciência.

Adriana- Não gosto de lenga-lenga. Olha só rapaz, encontramos junto com um dos corpos um cartão de visitas da mesma empresa que você trabalha.

Pedro- E isso é o que vocês tem pra me incriminar?

Adriana- Não, mas não seria coincidência. Ainda mais agora com a denuncia que levou ao seu endereço.

Pedro- Algum espertinho tá querendo me culpar.

Gustavo- Adriana se você continuar vou pedir que nos deixe a sós.

Adriana- Pedro você é o principal suspeito, e não importa se Gustavo é seu irmão. Aqui não tratamos assuntos familiares.

Pedro- Por acaso a doutora já está querendo me incriminar?

Adriana- Entenda como quiser. Você apareceu como suspeito, vamos ficar na sua cola te investigando.

Pedro- E eu irei cooperar com tudo que for preciso. Por enquanto não sei nada dessas  mortes e continuo sendo inocente. Posso ir embora agora?

Gustavo- Assine aqui! ( entregando uma folha para Pedro)

Pedro- Pronto, sucesso na investigação. (entrega a folha)

Gustavo- Vou te acompanhar.(os dois saem da sala, vão para a entrada da delegacia)

Gustavo- Precisamos conversar sobre isso e outras coisas. Te espero a noite em casa. ( se despede)

Corta para…(imagens do rio de janeiro/pontos turísticos)

Cena 04-dia/inter(sala)/apartamento de Pedro

Pedro- Que merda você fez? (pega a mulher pelo braço)

Aline- Eu não fiz nada! Você está me machucando. (Apertando o braço da esposa)

Pedro- Então quem foi? Só você sabe a verdade, não brinque comigo!

Aline- Eu não seria louca de ter feito isso, ainda mais com nosso filho aqui!

Pedro- Alguém fez,  eu vou descobrir.

Aline- Só acredite em mim, por mais sabendo quem você é, eu não correria esse risco de ter te denunciado, você também tirou meu celular, estou sem contado algum.

Pedro- Não me deixe estar enganado ou a coisa vai ficar pior.

Aline- Seu irmão não te falou quem fez a denuncia?

Pedro- Não, foi anônima! A noite se encontraremos pra ter uma conversa, não se preocupe pois não irei atrás de nenhuma puta. Eu vou sair pra resolver isso, tenho em mente quem fez essa denuncia.

Aline- Para onde você vai?

Pedro- Na construtora,não tenho dúvida que tem dedo da sua amiga Inês. Não ache estranho, pois você não conhece quem é ela de verdade…

Corta para…

Cena05- dia/inter(sala)/delegacia

Adriana- Temos o primeiro suspeito. Ele é seu irmão, mas não podemos misturar as coisas.

Gustavo- Você tem toda a razão, e mais do que tudo agora temos que ficar na cola de Pedro, por que eu quero acreditar e provar que ele não tem nada a ver com as mortes.

Adriana- Enquanto ao plano de disfarce,colocaremos em prática?

Gustavo- Estive pensando melhor e até para seu bem, não daremos continuidade. Vamos evitar correr riscos. Vamos focar em Pedro.

Adriana- Eu tenho uma solução que pode ajudar a solucionar esse caso ou simplesmente continuar do jeito que estar.

Gustavo- E qual solução seria essa?

Adriana- Foi encontrado nos corpos das meninas sêmen, e ele contém sangue. Basta um exame de sangue de Pedro e pode estar tudo resolvido.

Gustavo- Sim, ótima idéia. Você entra com um pedido ao juiz, até por que não podemos forçar ele a fazer o exame. O quanto rápido melhor. Hoje vou precisar sair mais cedo, quero resolver umas coisas e também conversar com Pedro, quem sabe ele me conte mais alguma coisa.

Adriana- Certo então, estou indo fazer o pedido e que tenhamos sorte. (sai da sala)

Corta para…

(horas passando para tarde…)

Cena 06- tarde/inter(escritório)/construtora

Inês- Pronto, agora só me faltava isso! (desligando o celular)

Afonso- O que houve?

Inês- Alice, acabou de me ligar falando que vai retornar para o Brasil.

(Pedro entra no escritório)

Pedro- É isso meso que escutei? Alice vai voltar pra esse país de merda!

Inês- Que isso rapaz, como você entra assim sem bater na porta e ainda ouvindo a conversa dos outros?

Pedro- Esqueceu que também sou dono da empresa? Mas meu assunto é outro. Acho que você não queria estar me vendo aqui, não é mesmo?

Inês- Do que você está falando?

Pedro- Não se faça de sonsa,vagabunda!

Afonso- Ei rapaz, mais respeito com minha mulher.

Pedro- Fica na sua, pra não sobrar pra você! Inês, você vai se arrepender, acha que não sei que foi você e esse seu capacho que fizeram a denuncia. Bem esperta você, se aproveitou de uma situação pra por a culpa dos assassinatos em mim.

Inês- Pra você vê o quanto perigosa eu sou. Queria ter visto sua cara quando a policia chegou na sua casa.

Pedro- Muito baixa você. Pois vá se preparando para desembolsar uma fortuna, hora dessa todos os sites já sabe dos podres dessa construtora. E não estou falando da areia de praia usada nas construções não, estou falando da sonegação de impostos, caixa dois… De tudo!

Inês- Você não teve coragem de fazer isso! Ainda mais sendo um dos acionistas.

Pedro- Não sou, antes de assinar os papéis eu tinha trocado. Seu marido é um asno e deve não ter percebido, o que assinei não vale de nada! Agora se vira dona Inês.

Inês- Eu vou te matar desgraçado! (avança sobre Pedro)

Pedro- Vai me matar? Do mesmo jeito que você matou sua amiga de infância? Vagabunda! (segurando nos braços de Inês)

Afonso- Solte ela seu merda! (dá um soco em Pedro)

Pedro- Isso não vai ficar assim!

Inês- Saia da empresa agora!

Pedro- Eu vou sair, mas vocês irão se arrepender muito! Depois dêem uma olhadinha nos sites. (sai do escritório)

Afonso- E agora meu amor?

Inês- Merda, todos os sites noticiando. (olhando no computador ) – E agora,me ajude a pegar todos os documentos e notas fiscais. Vamos levar para o apartamento, lá eu resolvo.

(cenas do Rio de Janeiro/pontos turísticos/Copacabana…horas passando..)

Corta para…

Cena 07- noite/intern(sala)/apartamento de Gustavo)

Regina- Quer tomar algo Pedro?

Pedro- Não, obrigado!

Regina- Vou deixar vocês dois mais a vontade, qualquer coisa estou no quarto. (beija o marido e sai)

Gustavo- Olha meu irmão, a coisa é muito séria.

Pedro- Você não está achando que eu sou o assassino não né?

Gustavo- Claro que não, mas é muito estranho tudo isso! Você é o único suspeito até agora.

Pedro- Cara você precisa acreditar em mim. Você é meu irmão, me conhece muito bem!

Gustavo- Esse é um dos problemas da investigação, a gente não consegue distinguir um serial killer de uma pessoa normal. Indo logo ao ponto, tem um jeito de acabar com isso tudo!

Pedro – E o que seria?

Gustavo –  Um exame de compatibilidade.

Pedro se estremece…

Continua

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