Aquele Amor – Capítulo 09

Capítulo NOVE

Roteiro
Wagner Nascimento

Cena 1- AP de Chease / Sala / Manhã

Elsa e Chease chegam com as compras. Amadeu já está lá dentro.

Chease: Precisava comprar tanta coisa?

Elsa: Tem que variar nos alimentos, não pode comer sempre a mesma coisa!

Chease: Ai mamãe, eu não vou aguentar isso não!

Amadeu vem do quarto apenas de cueca: Amor que bom que che… – ele veja Elsa e fica paralisado.

Elsa: Que pouca vergonha é essa? – ela olha pra Chease que não sabe o que dizer.

Chease: Amadeu!!

Amadeu: Desculpe, você falou que sua mãe só chegaria na sexta!

Chease: Eu achei que era…

Elsa larga as compras: É agora que você aprende a respeitar minha filha seu TARADO! – ela pega a bolsa. – não adianta correr.

Amadeu: Socorro, Chease, para sua mãe. Ela está transtornada!

Chease: Me deixe longe disso!

Amadeu sai correndo porta a fora apenas de cueca.

Chease: Mãe o que a senhora fez?

Elsa: Chease Barbacema. O que está acontecendo aqui. Isso se repete sempre? Seu noivo vem aqui assim? Desnudo?

Chease engole seco.

Amadeu sai do elevador ainda correndo todos ficam surpresos ao vê-lo naquele estado.

Senhora: O que é isso seu pervertido!

Amadeu entra no seu carro e sai.

Cena 2- Casa de Josefa / Sala / Manhã

Josefa: O que você tem pra falar sobre o Pedro. Aconteceu alguma coisa?

Marie: Eu sou testemunha da acusação dele!

Josefa: É isso que você veio me dizer? Que vai acusar meu filho? Eu não tenho tempo para isso!

Marie: Não é isso dona… Dona…

Josefa: Josefa, meu nome é Josefa!

Marie: Então é isso Josefa. Eu vi seu filho matar aquela garota foi uma cena muito trágica pra uma pessoa ver. Ela morreu no capu do meu carro! Imagina o trauma!

Josefa: Eu sei, mas eu não posso fazer nada. A vida dele não tem sido nada agradável e ele está passando por muitas dificuldades!

Marie: Eu não vim aqui julgar seu filho.  Eu so vim te pedir para que tenha cuidado com ele, se ele aprontar algo pode ir pra prisão!

Josefa: Eu já faço isso!

Marie pega na mão dela: Pode contar comigo. Eu odeio ver um jovem neste estado e faço questão de ajudar!

Josefa: Obrigado!

Marie sai. Josefa fecha a porta.

Cena 3- Haras de Marcela / Manhã

Marcela e Francis estão juntos a andar de cavalos pelos campos do haras.

Marcela: Como é bom passar o dia bem longe daquela agitação toda do Rio de Janeiro.  Aquele fordunço todo, barulhos estridentes dos carros… Já estava sentindo falta de vim aqui!

Francis: Realmente aqui é o ponto master para o desistresse!

Marcela: Bem que a Marie poderia ter vindo conosco. Ela vive sempre atarefada lá com aqueles problemas da revista!

Francis: É meu amor, mas ela sofre mais estando longe da revista do que lá dentro!

Marcela: Verdade. Mas tirar um dia de folga não mata ninguém, ao contrário ajuda a viver melhor!

Um carro se aproxima da casa.

Marcela: Um carro?

Francis: Será que aconteceu alguma coisa por lá!

Marcela: Ai meu Deus, acho melhor ir-mos até lá ver o que aconteceu!

Os dois vão rumo a casa.

Na casa…

Marcela e Francis entram e encontram Ariela tomando um copo com água.

Marcela: Ariela? O que fazes aqui?

Francis: Aconteceu alguma coisa com os meninos ou com a revista!

Ariela termina de beber: Não, não se preocupe. Eles estão bem é que eu… – ela chora.

Marcela se aproxima: Ariela, o que está acontecendo. Porque esse estado?

Ariela: Minha mãe, Marcela, minha mãe!

Francis: O que tem sua mãe?  Ela está doente, é isso?

Ariela: Não, é que ela vive implicando comigo. Agora mesmo ela insistiu em dizer que eu estou querendo mandar ela pra um asilo! – ela chora – se vocês vissem como ela me tratou. Me xingou de todos os nomes, logo eu. Eu quem sempre esteve ao lado dela e ela faz isso comigo!

Marcela abraça a amiga: Não fique assim amiga, sabe como é uma pessoa quando já está na idade dela,  implica com qualquer coisa!

Ariela: Deve ser aqueles vizinhos mexeriqueiros daquela rua!

Francis: Não precisa ficar assim, fique aqui conosco hoje. Talvez quando chegar lá ela já pode ter esquecido disso!

Marcela: Vamos. Você tem que descansar um pouco, eu tenho um quarto aqui!

As duas saem. Francis fica no sofá.

No quarto…

Marcela e Ariela entram no quarto.

Marcela: Bem, deite um pouco e descanse. Daqui a pouco sai o almoço e eu mando a empregada vim te chamar!

Ariela: Muito obrigado Marcela. E desculpa se eu estraguei seu dia com meus problemas. Eu fui até o seu apartamento e a Tânia me disse que vocês estavam pra cá!

Marcela: Não precisa se preocupar. Esta tudo bem, agora descanse e esqueça os problemas.  Eu e o Francis vamos dar um passeio, mas qualquer coisa os empregados estão ai!

Ariela: Muito obrigado, “amiga”!

Marcela sai e fecha a porta.

Um largo sorriso brota no olhar de Ariela. Ela se joga na cama sorrindo.

Ariela: Sabia que meu teatrinho ia tocar no coração desses otários. Eu sou demais! – ela senta na cama – curta ao máximo seu maridinho queridinha porque logo, logo ele será MEU! – sorri.

Cena 4- Rio de Janeiro / Manhã

A câmara persegue os caiaques de Dário e Fernando que descem em meio as corredeiras e as grandes pedras seguidas de pequenas quedas mas que são bastante violentas pra quem não tem o costumes de descê-las.

Na cabana Débora bebe um copo de suco a espera do marido quando escuta alguns rapazes falar do quão perigosa é as corredeiras. Ela se esquece do suco que tomava e corre para perto do rio, está preocupada e bastante nervosa andando de um lado para outro.

Já chegando a cabana Dário e Fernando se afastam e cada um vai para uma das extremidades do rio, mas para azar de Fernando em sua frente a uma queda de água maior que o normal. Ele fica apavorado mas já não pode fazer nada e acaba caindo e batendo nas pedras que estão lá em baixo.  Ele some na água.

A cena se escurece…

Cena 5- Hospital San Lorenzo / sala de espera / Tarde

Débora esta aflita, ela senta mas logo se levanta. Tudo que ela mais quer é saber como está o marido. Logo Marie chega.

Marie: Débora,  eu vim assim que soube! – ela o abraça. 

Débora: Foi uma tragédia Marie. Ele bateu forte com a cabeça numa pedra!

Marie: Amiga, como ele está?

Débora chora: Ele teve traumatismo craniano e também fraturou um dos braços. Está passando por uma cirurgia!

Marie: Não fique assim, vai dar tudo certo. Ele vai sair dessa!

Débora: Eu já falei com ele que esse negócio de ficar se arriscando ainda vai custar a vida dele, mas ele não me da ouvidos!- chora – essa não é a primeira vez que isso acontece com ele, mas ele é teimoso!

Marie: O que temos a fazer agora é ter pensamentos positivos e esperar o laudo médico!  Se Deus quiser vai dar tudo certo! – ela abraça a amiga.

Débora: Obrigado Marie!

Marie passa a mão sobre os cabelos dela.

Já é outro dia no Rio…

Cena 6- URFJ – Biblioteca / Manhã

Eleandro está estudando quando Emília chega.

Emília: Eleandro?

Eleandro: Sim! – ele ergue a cabeça.

Emília: Eu posso conversar com você?

Eleandro fecha o livro: Sim, e qual é o assunto?

Emília se cala por um momento mas toma coragem: Sobre a morte de sua namorada!

Eleandro a encara: Eu sei muito bem que você é amigo daquele garoto que matou ela, e se você ta pensando em vir aqui defender aquele maldito pode esquecer que eu não tenho tempo pra escutar imundices!

Emília senta ao seu lado: Calma, eu não vim aqui defender o Pedro!

Eleandro: Como não, vocês são amiguinhos.  Não são?

Emília: Sim. Na verdade nem tanto assim. Somos apenas colegas de sala.  Mas é que eu acabei de descobrir algo e… Eu quero conversar com você!

Eleandro: Descobriu algo. Como assim?

Emília: Minha mãe, ela é a testemunha do acidente, foi no carro dela que sua namorada morreu!

Eleandro: Você é filho da… Da Marie, lógico!

Emília: Sim. Eu posso não saber exatamente o que você está passando agora mas eu sei que é muito ruim perder alguém que amamos. Eu só não quero ter que ficar com essa indiferença entre nós, se é que me entende!

Eleandro: A Anne era tudo que eu tinha na vida. Desde que eu vim morar aqui no Rio ela foi a única pessoa da minha vida!

Emília: Eu proponho que sejamos amigos. Sei que você não gosta muito do Pedro espero que isso mão seja um empecilho para que nós sejamos amigos!

Eleandro: Claro que não, até porque eu conheci sua mãe. Ela é uma ótima pessoa!

Emília: Que bom! – sorri – eu e o Juan… – ela acena pra Juan que acena de volta – estamos indo dar um passeio hoje a tarde, não quer vir conosco? Talvez se distrair um pouco pode ao menos fazer você parar de pensar na dor!

Eleandro: Claro, eu adorarei!

Emília: Então estamos combinados. Nos encontraremos naquele restaurante perto da revista!

Eleandro:  Ok!

Emília sai.  Eleandro a olha, ele sorri.

Juan: Então falou com ele?

Emília: Sim, ele topou sair com a gente hoje a tarde!

Juan: Com a gente? Eu não posso sair hoje!

Emília sorri: Tudo bem, eu vou com ele!

De longe Pedro estava a ver tudo e sua expressão é de revolta.  Ele sai as pressas.

Cena 7- Copacabana / Em frente a clínica de Soraia / Manhã

Soraia para o carro.

César: O que estamos fazendo aqui? Você ta maluca! – ele se abaixa – aqui é perto de casa!

Soraia: Eu sei, mas é que eu tenho uma novidade pra você!

César: Como assim? Do que você está falando?

Soraia lhe mostra a clínica: Minha clínica!

César: O quê?  Você só pode está brincando, você montou sua clínica ao lado da minha casa?

Soraia: Sim. Agora eu e você vamos poder ficar mais perto. Não é maravilhoso?

César fica em palavras.

Cena 8- Revista Modelo / Sala de Marie / Manhã

Marie fala ao telefone com Débora: Ok, amiga que bom que ele já acordou. Diz pra ele que lhe desejo melhoras!

Francis entra: Bom dia! – sorri – estava falando com a Débora?

Marie: Sim, graças a Deus o Fernando já acordou. Logo ele voltará pra casa! E você como foi a folga!

Francis: Foi bem, faltou você la no haras!

Marie: Eu atrapalhando o seu momento com a Marcela? Não, prefiro ficar em casa mesmo, é mais sensato! – sorri.

Francis: Agora que já terminou tudo sobre a festa, temos que nos preocupar com a nova edição da revista!

Marie: A maioria das coisas já estão acertadas. Falta pouca coisa pra estar pronta. Depois eu agendo uma reunião de pauta com os editores! – ela pega uma pasta – aqui dentro tem as principais publicação para este mês. A entrevista com a cantora Ana Carolina entre outros… – ela coloca a pasta na mesa mas acaba caindo no chão – ai droga, isso que dá ter a mesa pequena para tanta coisa! – ela se abaixa pra pegar.

Francis sorri: Eu te ajudo!

Ele abaixa e ajuda ela a pegar os papéis, os dois ficam juntos e se encaram, totalmente sem jeito Marie sorri disfarçando. Francis não para de olhar para o rosto da ex mulher, algo lhe prende a ele. Movido pelo momento dos dois se aproximam até seus lábios se tocarem.

Da porta Ariela observava tudo,  seu olhar era de revolta e um misto de felicidade pois tinha uma carta na manga para poder separar Marcela de Francis. 

Foco no olhar sombrio de Ariela.

Continua…