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Ajuste de Contas

Ajuste de Contas – Cap. XXVIII

Com muita insistência, Guilherme convence Vanessa a procurar Paulo.

Eles chegam até o bairro em que ele foi visto pela última vez.

Lá, recebem informações do paradeiro de Paulo, e decidem bater na porta.

Ao ver Paulo abrir a porta, Vanessa fica com as pernas trêmulas.

 

Paulo: Vanessa?

Paulo, emocionado: Vanessa, minha filha, é você?

Vanessa, chorando muito: Sou eu pai!

Paulo e Vanessa se dão um abraço apertado e comovente.

Em seguida, todos se reúnem na sala.

 

Paulo, ainda emocionado: Porque você fez isso comigo minha filha? Você disse que ia voltar, que ia mandar notícias… mas desapareceu no mundo!

Vanessa, também emocionada: Ô pai eu… eu passei um período de total reclusão… Eu não queria ver ninguém, conversar com ninguém, nada! Queria apenas ficar sozinha. E quando me dei conta, já tinha passado muito tempo e eu não tinha mais coragem de procurar o senhor. Achei que não me receberia, que poderia estar com raiva de mim, magoado…

Paulo: Você não deveria ter pensando isso! Você é minha filha, jamais ficaria zangado com você. Olha só, você tá linda demais!

Vanessa dá um sorriso: Ai pai, obrigada. O senhor também está ótimo. O senhor… o senhor está recuperado?

Paulo: Da bebida? Pode falar, não fica preocupada. Estou totalmente curado! E quem me ajudou na reabilitação foi essa moça linda aqui.

Paulo apresenta Bárbara, sua companheira.

Bárbara: Não tinha um dia sequer que seu pai não falava de você. Que bom te ver!

Paulo: Eu sabia que você ia voltar minha filha.

Vanessa: Eu tinha muito medo pai. Medo da sua reação, e o pior, medo de não te encontrar mais vivo. Mas o Guilherme me deu força pra vir atrás de você.

Paulo olha para Guilherme, amavelmente: Acredito que ele seja seu namorado.

Guilherme: Mais que isso. Sou noivo da sua filha.

Paulo: Noivo? Puxa, que surpresa! Você vai casar! Parabéns minha filha.

Paulo dá um abraço apertado em Vanessa e conversa com ela de mãos dadas.

Paulo: Nunca mais faz isso ouviu bem? Eu sou seu pai e isso é uma ordem. Nunca mais foge de mim como você fugiu.

Vanessa: Nunca mais vai acontecer pai. A partir de agora, voltaremos a ser a família que sempre fomos. Vamos restituir nossos laços!

Eles se abraçam carinhosamente.

Guilherme brinca: Sei que esse momento é muito especial pra vocês, mas precisamos nos arrumar pra festa do meu pai meu amor, é daqui a pouquinho! Sr. Paulo, agora a Vanessa não é só sua mais! Vai precisar aprender a dividi-la comigo!

Paulo ri: Fazer o que né? Mas algo me diz que ela está em boas mãos.

Vanessa brinca: Agora eu vou vir aqui todo dia ta?

Afonso: Você deve fazer isso!

 

Leo: O que você está fazendo?

André: Isso mesmo que você está vendo. Arrumando minhas malas. Eu vou embora.

Leo: André, por favor! Não seja radical! Tudo isso por causa daquela menina?

André: Dá um tempo Leo!

Leo: Você já deveria saber que nasceu pra ser solteiro!

André para de arrumar as malas e fala firme: É melhor você calar a boca e sair da minha frente. Eu vou te dar um aviso: não aparece mais no meu caminho, se não eu te atropelo.

Leo, debochando: Vamos com calma maninho. Você está muito agressivo!

André: Leo eu não estou brincando. Não me considere mais como irmão. Nós não temos mais nenhum vínculo! A minha paciência com você chegou ao limite. Eu to te pedindo por favor, antes que eu faça uma besteira: some da minha frente!

Leo teme as ameaças de André e decide sair: Ok, você quem manda!

 

Janete se assusta ao ver Kadu entrar em casa furioso, batendo nas portas e paredes.

Janete: O que está acontecendo?

Kadu, irado: Não está acontecendo nada! Parece que está acontecendo alguma coisa? Me deixa em paz!

Janete: Kadu você está transtornado. Posso te ajudar em alguma coisa?

Kadu: Ajudar? E desde quando você me ajuda em alguma coisa? Você só atrapalha a minha vida! Se sou um homem transtornado e frustrado , é sua culpa! Culpa da mãe que não deu uma devida estrutura familiar para o filho. Eu nunca tive uma família. Eu precisei recorrer aos meus amigos para resolver os meus problemas. E agora que não posso contar com eles, estou no fundo poço! Sem apoio nenhum!

Janete tenta falar: Você tem razão, a nossa vida nunca foi um mar de rosas. Mas eu confesso, foi culpa minha. Ainda há tempo de mudar.

Kadu: Que mudar o que Janete! Quem nasceu vigarista, pra sempre será vigarista! Nós não temos e nunca teremos uma relação de mãe e filho. Você me odeia, eu te odeio, e sempre será assim!

Janete: Eu não te odeio Kadu…

Kadu: Mas fica tranquila, a dona Vera já substitui, e muito bem, o seu papel de mãe!

Janete fica irada: Ah então é isso? Você considera aquela rameira como sua mãe? Então corre pros braços dela!

 

Janete sai de casa irritada e se embriaga num bar.

Noite.

André vê Janete e tenta ajuda-la.

 

André: Dona Janete! A senhora bebeu demais! Eu vou te levar pra casa!

Janete, completamente bêbada: Eu não vou pra casa! Minha casa é aqui!

André: Não, a sua casa não é aqui! Vamos, o Kadu está lá!

Janete grita: Kadu? O Kadu me odeia! Ele não me quer por perto. Mas a culpa não é dele. Nem minha. É culpa daquele cretino do pai dele, que abandonou o garoto! Ele só se importa com a outra família dele!

André: Mas o pai do Kadu morreu. Ele tem outra família?

Janete: Para de fazer perguntas garoto! Me dá licença, eu vou acabar com a farsa dele!

 

Janete se levanta e se encaminha até a empresa de Afonso.

André liga para Kadu pedindo ajuda:

 

André: Que voz é essa cara?

Kadu: Acabei de acordar cara, me dopei de remédio pra dormir!

André: Ta, depois quero saber o motivo disso! Mas agora tenho outra coisa importante pra falar. To com a sua mãe aqui! Ela tá cheia de cachaça dizendo que vai atrás do seu pai!

Kadu: Atrás do meu pai?

André: Corre aqui agora cara, vou tentar impedir ela até você chegar. Estamos aqui na rua Matriz.

 

Kadu sai em disparada e encontra André segurando Janete na rua.

 

Kadu: O que está fazendo Janete? Endoidou de vez?

Janete: Acho que sim! Quer saber quem é seu pai? Você vai descobrir.

Kadu: Mas o meu pai não era o Sandro?

 

Janete invade a festa da empresa de Afonso, no exato momento em que ele estava sendo homenageado.

Cerca de 100 pessoas assistem a cena, incluindo Vanessa, Guilherme, Vera, Kadu e André.

Ela para o som, pega o microfone, e grita:

 

Janete: Vocês são um bando de idiotas! Estão homenageando um homem mentiroso, covarde e bígamo! Chega de mentira Afonso! Pessoal, esse homem que vocês julgam santo teve um relacionamento extraconjugal comigo. Fez um filho e não assumiu. Kadu, o Afonso é o seu verdadeiro pai.

 

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