Ajuste de Contas – Cap. XXVI
Leo abre a porta para Bia entrar e finge preocupação: Bia?
Bia: Oi Leo, esqueceu do nosso jantar?
Leo, segurando a porta: Não, eu não esqueci. É que…
Bia interrompe: Porque você está segunda a porta Leo? Cadê o André? Deixa eu entrar!
Leo: Bia, eu acho melhor não.
Bia força e abre a porta. Ela entra procurando André, e se encaminha para o quarto dele.
Leo assiste a cena, com um sorriso escondido.
Ao chegar no quarto, Bia flagra André na cama com Aninha.
Bia, arrasada: Eu não acredito que estou vendo isso!
André salta da cama, trêmulo: Bia, não é isso que você está achando!
Bia diz decepcionada: É a última vez que você me faz de idiota.
Ela vai embora transtornada e André corre atrás dela.
André impede Bia de andar: Bia, pelo amor de Deus, me ouve. Eu posso explicar tudo!
Bia, exaltada: Cala a boca André! Eu não quero mais ouvir a sua voz, não quero mais olhar na sua cara! Você não presta! Você é um sem-vergonha, malandro e cínico como a maioria dos homens!
André tenta falar: Bia…
Bia grita: Eu já disse pra calar a boca! Você não tem direito de se pronunciar. Você está errado. Você não me respeitou André. Você foi grosseiro, atropelou meus sentimentos. O que você fez não tem perdão! E não pense que vou cair no seu papo outra vez! Chega! Eu tô cansada de ser tratada igual uma idiota!
André tenta falar novamente: Bia…
Bia: Eu já disse pra ficar calado! A verdade é que você é um mau-caráter. Você não nasceu pra ser amado. Você veio ao mundo pra fazer as pessoas sofrerem, assim como fez comigo e seu irmão.
André, surpreso: Meu irmão?
Bia: É André. Seu irmão tinha planejado um jantar para nós. Ele ia te pedir desculpas pelos erros dele. E olha o que você aprontou!
André: É mentira…
Bia interrompe: É mentira o que nós vivemos até aqui. Tudo não passou de uma mentira, de uma ilusão. Me deixa em paz André, nunca mais aparece na minha frente, nem pintado de ouro. Eu vou fazer de conta que você nunca existiu na minha vida. E por favor, faça o mesmo.
André, triste: Não fala isso Bia.
Bia: E não estou brincando. Me apaga da sua memória.
André, desolado, observa Bia ir embora.
Guilherme: Se separar do meu pai?
Vera: Sim meu filho. Eu acho que vai ser melhor pra mim e pra ele. Mas eu queria que você fosse o primeiro a saber disso, porque você vai ter que se dividir entre nós dois.
Guilherme: Mãe, calma! A senhora está sendo precipitada demais. Acredito que já tenha pensado muito até tomar essa decisão, mas pensou sozinha. Você precisa compartilhar seu pensamento conosco, precisamos entender o que está acontecendo.
Vera: Eu não quero que seja assim Guilherme. Se eu abrir essa história, vai ser mais sofrimento pra todo mundo. Eu quero acabar com isso de uma vez.
Guilherme: Mãe, posso ser sincero? Acho que a senhora está sendo muito injusta. Não está pensando em nós, está sendo muito individualista. A senhora está irredutível em sua decisão. Quando se trata de família, a decisão tem que ser dividida por todos.
Após alguns segundos, Vera deita no peito de Guilherme e começar a chorar.
Ele acarinha a cabeça da mãe e tenta consola-la.
Guilherme: É isso que a senhora precisava. Chorar, botar pra fora. Desabafa comigo, compartilha da sua dor. Eu sou filho.
Vera, depois de controlar o choro: O seu pai tem outra mulher Guilherme.
Guilherme contrai os lábios pensando em como ajudar: Isso é realmente complicado. Mas a senhora tem certeza disso? Conversou com meu pai? Tem provas?
Vera: Eu conversei com a mulher. E ela me confirmou.
Guilherme: Poxa mãe… sei que está sendo difícil. Mas… a senhora conversou apenas com a mulher, precisa conversar com meu pai também. Não é chegar com um ultimato, mas colocar as cartas na mesas, saber o que ele tem pra falar. Será que o que a mulher disse é verdade?
Vera: A mulher é a Janete.
Guilherme: A Janete? Mãe do Kadu?
Vera: Sim. Ele estava recebendo ligações frequentes dela e marquei um encontro me passando por ele. Foi aí que descobri.
Guilherme, após suspirar fundo: Espera um pouco. Pelo menos até a festa da empresa dele. Ele está super feliz com a conquista dele, não vamos estragar tudo. Dá esse tempo. Apenas um dia.
Vera, após pensar um pouco: Tudo bem.
Bia: André eu já te pedi. Me deixa em paz, some da minha vida.
André fala firme: Chega Bia! Sei que está com raiva, mas eu preciso falar. Se depois do que eu disser você não me perdoar, eu deixo você ir embora.
Bia solta com força da mão de André, e o espera falar.
André: Bia isso que estamos vivendo é tudo muito novo pra mim. Eu preciso aprender a viver junto. E não é separando de mim que você vai me ajudar. Eu admito que errei. Eu gosto de namorar, eu gosto de beijar na boca, eu gosto de sexo, eu sou festeiro, eu tenho paixão por mulheres. Mas todas elas não tem valor nenhum pra mim. Apenas você importa. É com você que quero ficar. Bia eu nunca disse isso pra ninguém, nem pra minha mãe: eu te amo.
Bia, mesmo comovida, consegue ser decidida: Eu estava apaixonada por você André, vivendo um conto de fadas. Estava me sentindo viva, feliz, realizada, completa. Eu tava curtindo muito o momento. Mas tudo que sobrou agora foi raiva, rancor, mágoa. É por isso que falam que o amor e o ódio são sentimentos tão próximos. E realmente são. Não adianta dizer que me ama, pois não acredito em mais nenhuma palavra que sai da sua boca. Quem nasceu pro mundo, vai ser do mundo. E é ao mundo que você pertence. André, não é a primeira vez que você me trai, é recorrente.
André tenta falar: Bia…
Bia interrompe: André, você disse que tinha uma coisa pra falar e se eu não perdoasse poderia ir embora. Eu não te perdoo. Então por favor, deixa eu ir embora!
Após Bia sair, André encosta na parede frustrado.
Kadu encontra com Vanessa e a puxa com força para um lugar discreto.
Em seguida, ele se ajoelha aos pés dela.
Kadu: Vanessa, por favor. Não casa com o Guilherme. Eu te amo Vanessa! Não me sacrifica, não sacrifica o Guilherme. Não se sacrifique! Eu tenho certeza que não é isso que você quer de verdade, nem sei por que está fazendo isso. A minha vida virou de cabeça pra baixo depois que você voltou. Eu já não sou mais o mesmo homem de antes. To inseguro, indeciso, abalado. Eu não me sinto à vontade perto dos meus amigos. Eu perdi meu trabalho, vivo trancado em casa. Por favor Vanessa, me ajuda.
Com a cabeça erguida, Vanessa olha para Kadu com ar de frieza.
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