Aguenta Coração

Aguenta Coração – 2º Capítulo

Mansão Mastur – Manhã– Suíte Master.

Divina: Acha que eu devo abrir?

Fátima: Abra, se ela disser algo ao menos temos argumento pra nos defender.

Divina: Um… Dois… Três!

[Divina abre a porta e encontra o corpo de Virgulino por cima do de Oneide com um lustre fincado nas costas. Os dois estão nus e mortos.]

Fátima: Meu Deus!

Divina: Maria de Fátima do céu, que visão do inferno é essa?!

[Elas se assustam]

 

Senhora da Hora, Portugal.

Apartamento Bella e Kelly – Manhã– Sala.

[Kelly recorta vale-refeição de um jornal e Bella aparece toda maquiada, produzida. Kelly se assusta.]

Kelly: Crê em Deus Pai! Pra que essa produção toda?

Bella: Alguém aqui nessa casa tem que trabalhar, não é mesmo? Estou cansada de ter que ficar recortando tickets de jornais para sobreviver, nem dinheiro para voltar para o Brasil nós temos.

Kelly: Concordo plenamente. Mas se você sair na rua com a cara cheia de pó desse jeito é bem capaz de chamar a atenção dos viciados em drogas.

Bella: Eu to falando sério Kelly.

Kelly: Eu também… [Ela pega o telefone]

Bella: Vai ligar pra quem?

Kelly: Pro capeta, avisar pra ele que ele esqueceu o portão do inferno aberto, os demônios estão fugindo tudo!

[Kelly dá uma gargalhada]

Bella: Não teve graça…

Quitinete Max e Felipe  – Manhã.

[Max se arruma enquanto Felipe está deitado na cama]

Max: Cara, levanta… Já tá pra mais de cinco dias que você tá com essa cara de perrengue…

Felipe: Eu estou apaixonado, Maximiliano…

Max: Pelos olhos vesgos de Luan Santana! Você sabe que eu odeio Maximiliano…

Felipe: Pouco me importa isso agora.

Max: E quem é a felizarda dona desse coração?

Felipe: Não sei nem o nome da abençoada… Mas tem o beijo mais quente que alguém já pode ter sentido…

Max: Vai ver trabalha na carvoaria…

Felipe: Que carvoaria, que nada, Max! Já tentei procura-la, mas não a encontrei…

Max: Já sei o nome!

[Ele se levanta animado]

Felipe: O nome dela?

Max: Não, o nome dessa doença que você tem, e se chama “falta de serviço”.

Felipe: Diz isso por que nunca se apaixonou.

Max: Tanto faz, agora eu tenho que sair, colocar aquelas garotas para sacudirem o esqueleto.

 

Baixa das Éguas, Brasil.

Mansão Mastur – Manhã– Sala.

[Os paramédicos levam os corpos de Oneide e Virgulino enquanto o delegado Atos conversa com Fátima e Divina – empregadas]

Ato: Então vocês afirmam que quando chegaram ao quarto eles já estavam mortos?

[Divina fica nervosa]

Divina: Foi a Fátima, senhorzinho, eu cheguei e ela já tava na porta.

Fátima: O que é isso, Divina? Ficou doida?

Atos: Olha, eu entendo que estejam nervosas e acredito, sinceramente, que sejam inocentes. Mas só estavam vocês em casa, então será necessário prestar depoimentos.

Divina: Ah, pelo amor de Deus, não me prenda, eu tenho meus barrigudos pra terminar de criar.

Atos: Já pedi calma, e aconteça o que acontecer não deixem vazar informações do que ocorreu aqui.

[Ele sai. Divina e Fátima ficam pensativas]

 

Senhora da Hora, Portugal.

Quitinete Max e Felipe  – Manhã.

[Felipe procura por Bella em redes sociais]

Felipe: Preciso encontra-la […] Mas aonde?

[Enquanto isso, não muito longe dali Bella também o procura em um mural público com fotos de garotos-de-programa]

Bella: Garoto, garoto… Se você soubesse o quanto eu te quero bem. […] E se eu voltasse até a boate? É isso!

[Ela pega a bolsa e sai]

[Felipe visualiza algumas fotos no computador, está se aproximando da foto de Bella, mas antes que pudesse ver, o telefone toca e ele fecha a página. Ele atende ao telefone e é Atos, o advogado]

Felipe: Alô!

Atos: Bom dia. Maximiliano Mastur?

Felipe: Não, Felipe Mastur, irmão dele. Quem é?

Atos: Atos Garcia, delegado brasileiro.

Felipe: Pois não, em que posso ajuda-lo?

Atos: Seu pai, o empresário e politico Virgulino Mastur foi encontrado morto em sua residência, hoje de manhã e decidimos por bem avisa-lo.

[Felipe se assusta]

Felipe: O que? Meu pai?

Atos: Sim. Acreditamos que seja um assassinato, nada confirmado.

Felipe: Fez bem em avisar. [Já com os olhos cheios de lágrimas] Faremos o possível para comparecer.

Atos: Obrigado.

[Ele desliga o telefone.]

Felipe: Meu pai? O rico Virgulino Mastur? [Uma lágrima cai e ele enxuga] Não sei se acho ruim, ou… Ótimo!

 

Apartamento Bella e Kelly – Manhã– Sala.

[Kelly está no banho, alguém toca apressadamente a campainha.]

Kelly: Já vai, já vai! Que afobação é essa.

[Ela sai do banheiro enrolada na toalha, abre a porta e encontra Serafim – dono do apartamento.]

Kelly: Seu Serafim?

Serafim: Seu Serafim não! “Será seu fim”!

[Ele entra no apartamento.]

Kelly: O que o senhor está fazendo aqui?

Serafim: Quatro meses de aluguel atrasado Kelly, quatro meses! Não da mais pra segurar…

Kelly: Nos dê mais um tempinho, a Bella acabou de sair para procurar emprego.

Serafim: Não tem vergonha na cara de me pedir mais tempo não? Há outras pessoas querendo alugar, pessoas que pagam!

Kelly: Mas nós vamos te pagar… [O telefone toca] Só um momento.

[Ela atende ao telefone, é Atos, o delegado.]

Kelly: Quem incomoda?

Atos: Kelly Duarte?

Kelly: Sim, sou eu.

Atos: Atos Perez, prazer.

Kelly: Prazer.

Atos: Sou delegado brasileiro da cidade onde sua mãe reside, Baixa das Éguas e, infelizmente, tenho uma má noticia.

Kelly: Má noticia?

Atos: Sua mãe faleceu.

[Ela finge preocupação]

Kelly: Meu Deus está falando sério?

Atos: Sinto muito Kelly, é indispensável a sua presença aqui.

Kelly: Não se preocupe, conseguiremos um jeito de embarcamos para o Brasil.

Atos: Excelente, como a sua mãe deixou muitos bens, temos muitos papéis para organizar.

Kelly: Entendo, não se preocupe doutor, logo, logo estaremos aí.

Atos: Obrigado.

[Ela desliga o telefone]

Serafim: E então, quem era?

Kelly: Pode passar mais tarde pra pegar a chave desse trapo que você chama de apartamento. Agora somos ricas meu velho, muito rica!

[Ela ri e Serafim fica sem entender]

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Italo Silva

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