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Acácia

Acácia – Último Capítulo

Fazenda “Recanto do Sol” 1974

O tempo estava nublado e o clima na fazenda não estava muito bem. Firmino chega desesperado preocupando saber de Acácia.
Cena 1 – Sala – Manhã
Firmino: Coronel, sua filha está por aqui?
Laurindo: E eu lá vou saber onde ela está você que é o marido dela.
Firmino: A gente teve uma pequena briga ontem e eu fui trabalhar e quando voltei não estava mais lá.
Laurindo: A Ester também não está aqui, tive uma briga com ela ontem também, mas não sei onde ela está.
Firmino: Será que as duas fugiram?
Laurindo: Não, elas não seriam capazes de fazer uma coisa dessas.
Laurindo então chama Benedita, para lhe questionar.
Laurindo: Benedita; Você sabe onde é que está sua patroa:
Benedita: Olha patrão eu não sei de nada
Laurindo: Olhe não minta pra mim, você foi lá ao meu quarto com aquele tal do José Maria.
Benedita: Eu fui sim senhor, mas deixei-a aqui sentada e depois fui fazer as coisas lá dentro.
Hermano: Ela está mentindo, conheço bem quando a pessoa está mentindo.
Benedita: (Nervosa) Como você sabe que estou mentido? Você nem estava aqui.
Laurindo: Vá, vá lá para dentro. Aí de você que esteja mentindo.
Benedita sai
Laurindo: Vou mandar o Hermano e companhia procura lãs e quando eu botar a mão nelas dar uma boa lição.
O tempo passava e cada vez mais Laurindo ficava impaciente. Acácia e Ester estavam escondidas dentro da senzala num lugar que capangas de Laurindo não tinham acesso.
Cena 2 – Senzala – Manhã
Acácia: Mãe como você está ferida.
Ester: Minha filha, o que o Firmino te fez?
Acácia: Não se preocupe comigo mãe, ele vai ver o que realmente vai acontecer com ele.
Entra Benedita assustada
Benedita: Seu pai e seu Firmino acabaram de me interrogar.
Acácia: Alguém te viu entrar aqui?
Benedita: Ninguém me viu, colocaram todos os capangas atrás de vocês.
Ester: (Preocupada) O que a gente vai fazer agora minha filha? Logo eles vão acabar descobrindo a gente aqui.
Acácia: Mãe confie em mim. Hoje mesmo a gente vai voltar pra casa sem que ele faça nada com a gente.
Acácia então manda chamar José Maria, Mariza, Jurema e entre outros para uma reunião sem a presença de sua mãe.
José Maria: É isso mesmo que você disse?
Acácia: É isso que eu quero sim, por favor, façam tudo como combinado.
Mariza: (Feliz) Eu esperei tanto por esse dia.
Jurema: Vou avisar o resto do pessoal.
A noite chegou e Acácia estava muito nervosa e então botou o plano em ação dando sinal para José Maria. De repente José Maria da um belo grito e cai no chão.
José Maria: Socorro, socorro!
Hermano: O que foi rapaz? Levanta logo desse chão.
José Maria: Eu não consigo andar, acho que desmiti meu pé.
Hermano: Espere aqui que vou falar com o patrão.
Indo até seu patrão dar a notícia que José Maria tinha desmitido o pé Mariza esbarra em seu pai.
Mariza: Pai, pai. Tenho uma coisa para lhe contar.
Hermano: O que você está fazendo aqui essa hora?
Mariza: Não me faça perguntas agora meu pai.
Hermano: Diga então o que é que eu tenho mais coisas para fazer.
Mariza: Eu fiquei sabendo que Dona Ester e Acácia está escondida lá na senzala.
Hermano: (Chocado) Isso é verdade? Mariza essa não é uma boa hora para brincadeiras.
Mariza: Também soube que o José Maria iria ajudar elas a fugir.
Hermano: Então é isso, aquele desgraçado estava fingindo está com o pé desmitido para me despistar.
Hermano então foi furioso para a senzala. As luzes estavam desligadas e um grande silêncio. Ao ligar a luz Hermano é surpreendido com um golpe de capoeira que cai desmaiado no chão.
Acácia: Amarrem-no tronco, corram!
Acácia então recebeu o sinal de Benedita para entrar em casa pediu para que sua mãe subisse e se escondesse no quarto. Acácia subiu para o quarto de seu pai foi até a gaveta e pegou a arma de prata do próprio. Desceu as escadas e ficou sentada de costas na mesa tomando café.
Alguns minutos depois Laurindo saiu do escritório e tomou um susto quando viu a cena.
Laurindo: Acácia, precisamos conversar serio, venha até aqui.
Acácia nem deu importância e continuou virada. Ao chegar perto Laurindo viu que não era sua filha, e sim Jurema.
Jurema: Boa noite seu Laurindo.
Laurindo: Que palhaçada é essa aqui? Levante se agora dessa mesa e volte para senzala.
Jurema: O que você vai me fazer? Às coisas nunca mais serão as mesmas.
Ao levantar da mesa para perguntar a Benedita sobre o acontecido e não achar a empregada Laurindo volta para a mesa e olhar para Jurema viu que não era mais ela.
Laurindo: (Gritou) ACÁCIA! Que brincadeira de mau gosto é essa?
Acácia: Você acha que é uma brincadeira? O seu reinado acabou.
Laurindo: Você só pode está brincando. Essa brincadeira sua está em lembrando coisas desagradáveis.
Acácia: Ah é mesmo? Eu acho que sei. A morte das duas irmãs de minha mãe que você matou não é mesmo?
Laurindo: Você está louca menina, cadê sua mãe? Preciso resolver uma coisa muito seria com ela.
Acácia: Se você der mais um passo eu atiro.
Laurindo virou rapidamente e achou que a filha não iria ter coragem de atirar então continuou andando. De repente Ester desce as escadas gritando.
Ester: Filha, não atire!
Acácia: Mãe, o que você está fazendo aqui? Eu disse pra ficar lá em cima.
Ester: Isso é uma briga minha e dele, deixe isso comigo – Aponta a arma.
Acácia: Não mãe isso é uma briga minha. Saia daqui agora.
Ester e Acácia ficaram ali com a arma apontada para Laurindo e lembrando-se de tudo que passaram nas mãos dele a cena parecia filme de ação junto com terror.
Laurindo: Anda vocês não querem me matar? Não me arrependo de nada que fiz e faria tudo novamente.
Acácia: Se você está pensando que vai morrer fácil assim está bem enganado.
Zé Maria com os outros trabalhadores da fazenda invadem a casa de Laurindo e o pega pelos braços.
Laurindo: O que é isso aqui? Soltem-me agora. Ester, você vai deixar isso?
Ester: Você não sentia prazer quando seu capanga fazia isso? Agora que tá passando sabe o desespero que eles passavam.
Acácia: Levem para o tronco.
Estavam um grande luau ao lado de fora, os trabalhadores todos felizes. Hermano que estava inconsciente acordou amarrado no tronco no meio de uma fogueira ajoelhado no milho. Tiraram a roupa de Laurindo e só deixaram de cueca. Os trabalhadores cantavam e começou a roda de capoeira.
Acácia: Vamos começar!
José Maria estava muito ansioso pegou o chicote e começou bater em seu patrão sem parar, até que Acácia pediu para que o parasse e que fosse outra pessoa. E assim continuou
Mariza: Tá vendo meu pai? Era isso que o senhor queira né? Minha mãe sempre dizia. “Quem se mistura com porcos farelos come”
Hermano: Você é uma desgraçada, você que me colocou aqui. Quando eu sair você vai ver uma coisa.
Mariza: E quem disse que você vai sair daí? Vai sair direitinho para um caixão.
Mariza não estava um pouco triste ao os ver chicoteando seu pai.
Depois que deu meia noite Acácia desamarrou seu pai.
Acácia: Sabe o que eu vou fazer agora? Eu vou te matar e você vai para o lugar que você nunca deveria ter saído. Pois eu lembro que você me disse que era o diabo.
Pegou a arma e desparrou um tiro no peito do pai que caiu ajoelhado. Ester então deu outro tiro em Laurindo que caiu de cara na terra e as duas finalizaram “Vá para o inferno”. Firmino estava atrás de uma arvore vendo tudo escondido Acácia então o viu e disparou seis tiros, o mesmo números de chicotadas que recebeu dele. Hermano morreu com outro golpe de Zé Maria e seu corpo foi queimado.
Passaram-se 15 anos e Acácia então realizou seu sonho de ir para o rio de janeiro, comprou uma casa lá, pois estava decidida morar com sua mãe. A fazenda ela colocou no nome de Benedita que abrigou alguns dos trabalhadores da plantação. Ninguém trabalhava mais, pois as maquinas tomaram conta de toda plantação ajudando muito a vida de todos. Já no rio Acácia conheceu um rapaz e então começou morar com ele. Sua mãe não quis, mas saber de homem, mas gastava bastante dinheiro fazendo comprar porque há anos não sabia o que era isso. Mariza se mudou para Salvador com sua mãe. E a fazenda ganhou o nome de Acácia.
FIM

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